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História Red Tulip - Promise.


Escrita por: bakerbin

Notas do Autor


Finalmente. o/
Chegando aqui com Red tulip. c:
Nunca pensei que fosse escrever uma fic fluffy hshshshshs
Agradeço de coração a @MinaMaluka
(Vulgo Rúbia) Por ter betado <3 Obrigadinho -*


Então é isso, Boa leitura. :u:

Capítulo 1 - Promise.


Fanfic / Fanfiction Red Tulip - Promise.

Fechando negócios com estrangeiros desconhecidos no mercado de trabalho, Byun Baekhyun fez com que sua empresa crescesse em menos de um ano. Sabia destinguir boas pessoas pela primeira impressão. E por incrível que pareça, criava vínculos com os vários outros hospitais menores, que se tornavam um dos melhores da capital.

Todo esse trabalho lhe deixava cansado. Mal dormia e sempre ficava no escritório. Ser diretor de três hospitais não era nada fácil. Exausto de tudo isso, Baekhyun resolveu tirar férias, e claro que sua intuição lhe ajudou a escolher para onde ir. Amsterdã prometia-lhe vários acontecimentos que mudariam sua vida.

Dia 30 de agosto. Após longas e longas semanas planejando um tempo para viajar, organizando e adiantando todas as reuniões que teria no próximo mês, finalmente o dia chegou. Depois de uma festa de despedida – como se fosse necessário – chegou em casa morrendo de sono dormiu no sofá de roupa. O voo seria às 7:30 da manhã.

Acordou cedíssimo para se arrumar. Com um casaco bem fofo e quentinho para passar a viagem, touca, e uma máscara de ursinho para agasalhar – presente do seu secretário, Luhan – seguiu para o aeroporto. Dessa vez desobedeceu sua intuição e acabou comendo um sanduíche de aeroporto.

Pobre Baekhyun, passou a viagem no banheiro.

Depois de onze horas de viagem, Baekhyun chegara na terra do pecado, do amor, do sexo e da liberdade. Também de lindas paisagens, romance e calmaria. Amsterdã.

Já no Hotel Blyss - finalmente -  chegou em seu quarto. Abriu a porta arrastando suas malas para dentro. A decoração do quarto era encantadora e luxuosa. Papel de parede por todo o quarto, banheira de hidromassagem e uma janela que dava a vista do jardim la embaixo. Também dava para ver o Vondelpark, um dos parques mais belos de Amsterdã.

Como não havia comido nada no avião e estava com fome, pediu Stamppot — um prato típico holandês, com batata amassada e algum vegetal, podendo também acrescentar carne — e vinho. Após alimentar-se foi para a cama, afim de recuperar energias para o dia seguinte.

Abriu seus olhos aos poucos, com o sol queimando o seu rosto e o despertador tocando no volume máximo.Levou seus pés ao assoalho gélido, sentindo seu corpo tremer de frio. Apesar de estar na primavera, a temperatura era muito mais fria que em Seul. Fez sua higiene matinal e desceu para baixo atrás da sala de refeições.

Acabou se perdendo naquele grande hotel, parando em uma encruzilhada com dois caminhos. Certamente iria para direita, mas algo lhe dizia que o restaurante estaria para o lado contrário. Tomou seu rumo por aquele corredor, que apesar de claro, dava um pouco de medo, já que parecia um filme de terror. Como também estava perdido em pensamentos, se assustou quando de repente tudo ficou escuro, um lago azul, uma árvore e algumas pétalas de flores caíram em sua frente. Fechou seus olhos com força e novamente os abriu. Não havia mais nada, só o corredor, além de sentir uma presença se aproximando.

-  Bom dia, Sr.Byun! Vejo que está perdido, posso ajudá-lo?

Quase caiu durinho no chão. Um garoto alto, com seus cabelos bem arrumados e vestindo um terno brotou. Suas pernas estavam tremendo enquanto o maior lhe olhava abobalhado, julgando talvez o porquê de tanto susto.

-  Está tudo bem. Onde fica a sala de refeição? - Perguntou educadamente.

- A sala de refeição fica do outro lado do prédio.  - Abaixou a cabeça, envergonhado. - Uh, prazer, meu nome é Chanyeol! Luhan me pediu para lhe ajudar nessa viagem!

Quando Baekhyun diz que ele é a melhor pessoa...

- Prazer, sou Byun Baekhyun. - Cumprimentou de volta.

O maior lhe ajudou a chegar na sala de refeição depois de longos minutos caminhando por aqueles corredores infinitos. O café da manhã do hotel estava uma delícia. Estilo holandês. Chanyeol tomava café consigo, haviam ficado amigos, Baekhyun não se sentiu tão só.

Tarde de sol e o frio já havia passado. Com disposição, tudo estava pronto para ir ao Vondelpark. Nem esperou pelas instruções de Chanyeol, queria ir o mais rápido possível. Caminhou até lá ansioso, pronto para desfrutar da beleza de Amsterdã. Ao parar no sinal, ouviu um sussurro que lhe fez arrepiar de medo: “Venha mais rápido.” Olhou para trás, mas nada havia. O que estava acontecendo? Talvez seja só sua empolgação para chegar ao parque.

O parque era realmente lindo e gigante, tinha muitas árvores e a grama era verde. Pessoas e crianças brincavam logo na entrada. Sorriu ao ver aqueles pequeninos se divertindo. Calmo, a natureza era o melhor lugar para relaxar. Caminhava observando cada lugar, tirando algumas fotos daquela exuberante paisagem. Parou em um lugar menos movimentado para descansar, estava tão feliz. Resolveu se sentar encostado a uma árvore que dava muita sombra, pegando uma maça e a comendo enquanto observava o local ao seu redor. Parou quando achou um ponto que tinha lhe chamado atenção.

Dois garotos se encontravam em um canteiro de flores, o menor deitado em seu colo, enquanto o outro lhe fazia cafuné. Os dois sorriam, dava pra ver nos seus olhares que estavam apaixonados. Enquanto os observava, lembrou de um fato que mudou sua vida, paixões e amor. Fez uma promessa de que nunca mais iria pensar naquele assunto e que nunca mais iria se apaixonar. Meu coração estava com o garotinho bem mais baixinho que eu...



                            Jeju. 2012.

   

Eu havia acabado de sair do colégio, tinha acabado de terminar minha redação, então resolvi ir para o parquinho brincar. Enquanto caminhava, minha intuição me dizia para ir pra casa, mas naquela época, eu não ligava pra isso, apenas queria brincar. Segui por um beco que daria um atalho pro parque.

Um garoto mais alto que eu, seus cabelos eram bagunçados e tinha uma cara de mal humorado, passou em minha frente e derrubou minha mochila no chão.

- Olha só a garotinha do primeiro ano, vejamos o que tem na sua bolsa, uh? - Abriu minha mochila e começou a vasculhar, jogando meus livros no chão.

- Será que ele tem maquiagem? - Um garoto que me segurava passou a mão em meu rosto rindo. Eu estava tremendo de medo, queria me soltar e bater naqueles caras, mas eu estava travado.

- Baekhyun é o seu nome, não é? Então é uma menininha, Baekhyuna. - Um dos garotos apertava meus pulsos com força.

- Eu não sou uma menina! - Falei tais palavras antes ser atingido por um soco no estômago, gemi de dor enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto.

- Então por que tem esse rosto de menina? Por que não brinca com os meninos de luta? Tem medo de se machucar, menininha? - Os outros dois riam. Não sabia o porquê deles estarem fazendo isso. Só conseguia chorar enquanto levava aqueles socos.

- Soltem ele agora! - Um garoto apareceu naquele beco, ele era muito menor que eu,  mas parecia valente e bravo. Por algum motivo os garotos me soltaram e foram pra cima dele, desci pela a parede, chorando sem nenhuma reação.

- Quem é você? O namoradinho dela? - Eles falavam ao se aproximar. O garoto continuava na mesma posição, do mesmo jeito que chegou. Ele até mesmo sorria, o que deixava os valentões com mais raiva ainda.

-Sou irmão do Oh, vai mesmo querer bater em mim? - De repente os garotos pararam, talvez eles tivessem medo desse tal de Oh. -  Se vocês encostarem em mim ou no garoto ali, meu irmão vai acabar com vocês. - Naquele momento pisquei duas vezes para finalmente entender, ele estava me defendendo. - Ah e tem mais, Kyungsoo… - Ele se aproximou bem perto do garoto que me deu um soco anteriormente. - Nunca mais toque nele! - Ele gritou, os garotos saíram correndo feito um bando de galinhas tontas. Como pode ser tão baixinho e valente?

- Byun, você está bem? - Ajoelhado na minha frente, levou suas mãos até o meu joelho. Confirmei com a cabeça e lhe estendi a mão, pedindo ajuda para me levantar. - Vamos, vou te levar pra casa. - Com isso ele me ajudou a ir para casa, caminhando e abrindo a boca apenas para dizer o local. Meu estômago doía por causa dos socos, não conseguia andar direito.

- Obrigado por me ajudar. - Agradeci após chegar em casa, e já iria entrar quando o menor segurou minhas mãozinhas e sorriu.

-  Estuda no sexto ano, não é? - Confirmei com a cabeça novamente. - Você não fala? - Com uma expressão confusa ele me perguntou, senti minhas bochechas arderem de vergonha. Eu era tímido, tinha poucos amigos, mal sabia conversar com pessoas. Sem falar que tinha medo,  mas algo me dizia que aquele pequeno não iria me fazer mal.

- E-eu sou o Baekhyun, estou no sexto ano sim.

- Prazer! Sou Kim Jongin, irmão de Oh Sehun, do oitavo ano. Eu faço o sétimo ano, estava indo pra casa quando resolvi parar no parquinho. Moro naquela rua, então estava perto e foi quando vi você lá embaixo com aqueles babacas. Então...

- Muito, muito obrigado por me ajudar, Kim. Ainda bem que você apareceu lá. Você salvou minha vida.

- Sim! Eu salvei sua vida, agora sou um super herói! Ah, Byun, você não parece uma menina... Você não usa saia nem maquiagem então não ligue.

- Obrigado... - Sorri sincero, ele parecia uma pessoa legal. Aliás, muito legal .

- O que vai dizer para sua mãe? - Nesse momento gelei, minha mãe iria me pôr de castigo por não ter ido direto pra casa.

- Vou dizer que caí...

- E se ela não acreditar?

- Aí eu não sei.

- Posso falar pra ela que vi você caindo.

- Mas ela nem te conhece. Bem, eu também não.

- Ah, não seja por isso. Vamos ser amigos, uh? Pode me chamar de Nini! - Ele estendeu a mão com um sorriso banguela e olhinhos brilhando. Segurei sua mão e  balancei, selando ali uma amizade.

- Pode me chamar de Baek.

Convidei o menino para entrar e sentamos na sala para conversar, dividindo o meu lanche. Ficamos conversando a tarde toda, sobre brinquedos, super heróis, desenhos, etc. Descobri que ele tinha muitas, muitas coisas em comum, como por exemplo: nossa cor preferida era vermelho, nosso super herói  preferido era o homem de ferro, nossa comida preferida era kimbap apimentado, e até mesmo nossa bebida preferida era igual! Leite fermentado e, como ele dizia, bem geladinho. Ele era realmente legal, não havia me enganado, talvez até pudéssemos brincar no parquinho juntos alguma vez. Falando em parquinho, eu ainda estava com medo… Medo deles aparecerem de novo.

- Enquanto eu estiver do seu lado não vou deixar ninguém te bater, pequeno!- Ele notou minha carinha triste.

- Mas eu sou maior que você. - Ri baixo. Ele formou um bico e eu bagunçei seus cabelos. - Tudo bem, vou ficar do seu lado pra sempre então.

Ele sorriu, um sorriso que ninguém jamais havia me dado, um sorriso único, que mesmo faltando alguns dentes, era fofo.

- Promete?

- Prometo!

Depois daquele dia nos tornamos muito próximos. Depois da escola íamos juntos ao parquinhos toda tarde; nos finais de semana ele sempre vinha em minha casa para brincar. Ele se tornara meu melhor amigo e era o melhor que alguém podia ter. Depois de alguns anos eu fui crescendo, assim como JongIn que ficou mais alto que eu. Ele agora me dizia que eu passei minha altura pra ele e facilmente bagunçava meus cabelos. O melhor de ter Nini por perto era o sentimento de segurança que ele passava, me sentia totalmente protegido. Todas as noites antes de dormir, pensava em como seria minha vida sem ele. Em meio a esses pensamentos, comecei a sentir coisas estranhas. No começo eu não sabia lidar, ficava com vergonha quando me pegava pensando nele quando estava por perto. Toda vez que suas mãos tocavam meu cabelo, meu coração palpitava, e agora seus abraços me faziam sorrir feito bobo por uma noite inteira. Não podia ser, eu estava apaixonado pelo meu melhor amigo.

Foram pelo menos dois anos para finalmente aceitar os meus sentimentos. Ao longo do tempo, com 15/14 anos, sempre ia em festinhas junto com alguns amigos e até mesmo o Nini. Beijava meninas para tentar esquecer e dizer para mim mesmo que eu gostava de mulheres, qualquer uma, e não meu melhor amigo.

Tudo foi uma grande estupidez. Talvez se eu tivesse falado antes, estaríamos namorando a dois anos.  Em uma noite de quinta-feira, tudo me dizia para ir à casa de Nini, era como se o destino me reservasse algo. Eu sentia aquela pressão e a necessidade de ir era maior do que minha mente, relutando para desacreditar e esquecer tudo aquilo.

Segui o meu coração — e minha intuição —, peguei uma mochila com algumas roupas e fui até a casa do meu amigo, decidido a lhe contar o que sentia. Poderia perdê-lo? Sim. Estava com medo? Muito. O que ele iria fazer depois daquilo? Não importava, eu apenas queria o Nini para mim.

 - Baekkie, por que está aí fora? Entre. - Com isso, adentrei aquela casa. Se estivesse com uma flor na mão, estaria puxando pétala por pétala dizendo pra mim mesmo: “Contar, não contar.”

- Hyung, posso dormir aqui com você? - Precisava puxar algum assunto antes, já que havia colocado o meu pijama na mochila.

- Claro, aconteceu alguma coisa?

- Nini, eu tenho algo para te contar.

- Para vir na minha casa a essa hora… - Zombou, mas logo disse que era brincadeira. - Eu também, Baekkie.

- Conta primeiro! - Eu era um fracote a essa altura do campeonato.

- Tá, sabe aquele mangá que você queria? O que o último dia de venda foi na semana passada?

- Sim, sei! Não me diga quê...

- Tá lá no quarto. - E abriu um sorriso, aquele lindo sorriso que só mostrava para mim. Corri ate o quarto — caminhando devagar para não acordar seus pais — e chegando lá vi uma sacolinha em cima da cômoda. Julguei ser meu presente, logo o agarrando. Tão lindo, tão  perfeito, tão mágico, tão tudo o que eu queria. Nini sempre dava um jeito de comprar meus mangás quando não tinha tempo para ir à loja. Apesar de dizer que iria pagá-los depois, ele me “obrigava” a aceitar, dizendo que era apenas um mimo de presente.

- Obrigado, obrigado Nini! Eu tinha certeza que havia acabado! Como conseguiu?

- Vamos dizer que eu tenho meus contatos. - Sorriu de lado e eu ri, logo o maior se aproximou de mim e me abraçou, aquele abraço que me fazia ter borboletas na barriga, sentir meus pés saírem do chão e ir às nuvens.

- Essa é a parte que você diz que me ama demais.

- Eu te amo demais, Nini! - Falei animado. Ele sorria ainda mais.

Por um momento passei a olhar para o seu rosto e nossa, como ele é lindo. Observava cada detalhe daquele rostinho, até parar em sua boca. Não sei o que me deu, larguei meu mangá no chão e quando percebi meus braços já estavam envolvidos em seu pescoço. Eu estava perto demais do seu corpo, ele apertava minha cintura e me causava arrepios que jamais havia sentido. E o meu coração, ah, parecia uma escola de samba de tanto bater.

- O que iria me dizer, Baek? - Sem me soltar do abraço, ele perguntou. Foi naquele momento que senti que iria morrer.

- Eu gosto de ti, Nini. Gosto como nunca gostei de alguém… - Sua expressão mudou totalmente e foi isso que me fez me afastar do seu corpo.

- Gosta como amigos? - Já posso morrer, morri. E agora que ele não entendeu, eu tenho que dizer como amigos. — pensei, apenas pensei.

- Como namorados. - Vontade de sair dali correndo não foi o que faltou. Eu até ia se Nini não tivesse segurado minhas mãos e falado as palavras que mais queria ouvir. Saber que aquele sentimento todo não era à toa, que todos esses anos ele também sentia algo por mim - e não era gostar como amigos - foi demais.

- Baekkie, gosto de ti como namorado!

Sabe quantas noites de sono eu perdi depois daquele dia? Começamos a namorar uma semana depois, ele cuidava de mim em dobro agora. Eu ainda me lembro, na semana íamos para a escola juntos, deixava um beijinho em minha testa antes de seguir para sua classe. Nossas tardes, com maratona de séries, passeios e estudos.  Nos finais de semana saímos para as festinhas no clube, mas preferíamos ficar em casa, ele sentando no sofá enquanto eu ficava entre suas pernas. Várias vezes pegava no sono ali em seus braços, não tinha como resistir aos seus cafunés. Sempre tirávamos um tempo para ver o pôr do sol, era como fosse nosso momento sagrado. Deitávamos um ao lado do outro no meio da grama que havia naquele parque, sorrindo um para o outro e ficando ali sem dizer nada, apenas observando o sol se pôr, renovando o nosso amor até escurecer. E foi em uma dessas tardes que Nini me presenteou com uma presente que nunca mais vou esquecer.

Havíamos acabado de chegar, dessa vez trouxemos um cesta com algumas frutas para fazer um piquenique. Ele disse para eu ir arrumando enquanto ia comprar um suco perto dali. Passaram-se alguns minutos e eu já estava ficando preocupado. O sol estava prestes a se pôr quando ele veio em minha direção. Procurei pelo suco em suas mãos e não achei nada. Sentou-se ao meu lado e me entregou uma flor, uma linda tulipa vermelha. Ficamos naquele nosso silêncio, silêncio o qual dizia mais coisas que se fôssemos falar.

Na tulipa continha um pedaço de papel, e após ler as palavras que nele continha, estava certo que pela minha vida inteira JongIn seria o meu amor.

Tulipas vermelhas são flores ornamentais que podem significar amor verdadeiro, o amor perfeito, o amor irresistível, o amor eterno. Significa tudo o que sinto por você. Eu te amo, Baekhyun.

Tínhamos tudo para ser perfeito, para ser eterno, mas o destino resolveu me pegar de surpresa.

Com 18 anos eu havia acabado de me formar.  Encontrei um emprego logo de cara, nada tão grande, apenas um estágio em um escritório como secretário. Nini também já havia se formado, estava com emprego fixo e dizia que iria me bancar. Vê se pode?

Estávamos namorando a quase quatro anos, sempre perfeito. Claro que vez ou outra tínhamos nossas brigas, mas logo resolvíamos de um jeito um pouco “engraçado”. Com um “ Cala a boca, e me beija. “ estávamos bem novamente.

Sehun havia pegado um caminho diferente, virado gângster da gangue de Kyungsoo e um alcoólatra. Nini mal sabia de seu irmão.

A mãe de JongIn estava doente e seu pai muito velho para trabalhar e cuidar da mesma, então Nini cuidava da casa, de sua mãe e pagava boa parte dos remédios. Sehun lhe roubava dinheiro para pagar suas dívidas com aqueles caras, e isto deixava sua mãe cada vez mais triste.

Logo depois de todos os exames serem feitos descobriram que sua mãe precisava de novos rins para continuar  vivendo. Nini ali mesmo fez os exames, decidido a salvar sua mãe. O pai de JongIn não havia concordado com tal ato e mesmo o médico explicando todos os riscos daquele transplante, ele não desistiu. Sua mãe havia ficado com o pé atrás e eu, por minha vez, também fiquei com medo. Apesar de querer salvar sua mãe o mais rápido possível, ele não se importava com os riscos. Entedia o seu lado, pois a mãe é a pessoa mais importante de nossas vidas.

Depois de vários e vários exames, a consulta estava marcada. Nini viajaria com sua mãe à capital para a cirurgia neste final de ano. A mãe de Nini me obrigou a ir junto para dar forças e tentar convencer ele de desistir.

Infelizmente ele era cabeça dura. Estava confiando no médico, o melhor de Seul, dizia para mim mesmo que tudo iria dar certo. No dia da cirurgia acordei com uma puta dor de cabeça e levantei da minha cama atras do meu celular. Sentia uma coisa ruim no meu quarto, assim como no hotel e até mesmo na rua quando fui comprar comida para noite. A essa hora eles estariam indo para o hospital, por isso mandei uma mensagem de boa sorte para Nini e para sua mãe.

Baek: Nini, boa sorte pra você e sua mãe. Se não estiver se sentindo bem cancele, por favor.  Pergunte a ela também. Assim que me arrumar aqui, estarei indo pra aí. Amo-te, amor.

Não demorou nem meio minuto, para ouvir meu telefone tocando. Era ele, sorri ao ver a foto dele dormindo na foto que pôs de chamada.

- Oi amor, está tudo bem com nós dois, estarei te esperando. Não esqueça que vamos dar uma volta em Seul amanhã, ok?

- Não mesmo! Vai ficar de cama o tanto de tempo que o médico mandar!

- Mas… - Disse manhoso. Eu amava quando ele falava assim, era tão fofo.

- Sem mas! Tome cuidado aí, amor, tô torcendo por vocês.

- Não se preocupe, vai dar tudo certo! Eu te amo, Baekkie. Te amo muito, muito e muito!

- Também te amo, Nini! Muito!

- O medico está chamando, tchau, amor.

- Boa sorte, te amo.

Após a ligação tentei abrir a tela do meu celular, mas ele não ligava. Coloquei no carregador e apenas continuei com que estava fazendo. Cada vez mais preocupado, minha cabeça estava latejando. Resolvi tomar um remédio e ir deitar. Acordei assustado, com o coração em disparada, o sonho que acabara de ter, não, não podia ser. Saí correndo de casa, pegando o táxi e indo direto para o hospital, entrei às pressas e nervoso perguntei à recepcionista.

- Moça, bom dia. Você sabe se a senhora Kim Na Oh já saiu da cirurgia junto com seu filho Kim JongIn? - Por falar rápido ela demorou um pouco para entender, teclando rapidamente em seu computador. Depois de um tempo me entregou um papel com o andar e corredor que ficava.

Ao entrar no elevador senti um aperto no coração, o mesmo que havia sentido quando decidi ir pro parquinho ao em vez de ir para casa. Não queria pensar no pior, os dois estavam bem, sua mãe estaria bem e tudo foi um sucesso. Colocava aquelas palavras em minha cabeça incessantemente. O médico acabava de sair da sala quando cheguei no corredor, corri até o mesmo desesperado.

- Você deve ser o Baekhyun… -  Falou ao se aproximar.

- Sim, sou. Como foi a cirurgia? Ela está bem? - Perguntei apressado, com as mãos apertando minha própria blusa.

-Ela está bem, Baekhyun. Agora ele está no quarto, ainda não acordou. Mas… - E foi com aquele “mas” que minhas lágrimas começaram a sair. - Apesar de todos os exames estarem de acordo, JongIn acabou pegando um vírus no aeroporto. Devíamos ter refeito os exames. Bem, ele não resistiu.

Naquele momento eu não sabia como reagir, a dor no peito foi intensa como uma facada, como se tivessem arrancado meu coração e o partido aos pedaços. Caí de joelhos no chão. E agora? Como iria viver sem meu Nini? O que seria de mim sem o meu amor? Eu não teria com viver. Comecei a socar o chão com força, não queria acreditar que JongIn havia partido, gritava em.desespero, queria que tudo fosse só aquele sonho ruim.

- O QUE VOCÊS FIZERAM COM MEU NINI!? POR QUE NÃO FIZERAM O EXAME!? CARALHO, TRAGAM ELE DE VOLTA PRA MIM! - Os seguranças me seguraram, eu queria avançar na cara daquele médico e acabar com ele.

- Baekhyun, acalme-se… A mãe dele irá precisar de apoio. Se quiser pode abrir o processo, Talvez você ganhe. Ah é, tem que ser alguém da família. - Ele falava calmamente, como estivesse zombando da minha cara. Eu queria meu Nini, me livrei dos seguranças e segurei o colarinho daquele desgraçado.

- VOCÊ VAI PAGAR CARO! VOCÊ E TODOS ESSES IMPRESTÁVEIS! -  Gritei em sua cara.

- Isto é uma ameaça? Posso te denunciar garotinho! Não é porque você é menor de idade que não irá preso não. - Os médicos olhavam entre si, indignados com as palavras daquele desgraçado.

- ELE CONFIOU EM VOCÊ! - Os seguranças me arrastavam. Foi naquele momento que decidi o meu objetivo. - VOU ME FORMAR E VOU PROCESSAR TODOS VOCÊS! QUEM SERÁ O DONO DO MELHOR HOSPITAL DE SEUL SERÁ EU, SEU INÚTIL!

No começo, fiquei trancado no meu quarto por três  meses. Depois daquele choque, o pai e a mãe de JongIn resolveram morar em Seul e, por isso, fiquei com eles. Sehun também havia mudado, depois de sair da gangue começou a cuidar de sua família.

Em uma daquelas noites que passava chorando, aconteceu algo que me fez estar aqui agora. Nini apareceu pra mim. Sentado na minha cama, parecia infeliz, estava acordando e então não o via direito, mas ouvi claramente suas palavras.

- Me desculpe, Baekhyun, por não ter te ouvido. Mas não esqueça da sua promessa, estaremos sempre um ao lado do outro, ok? Siga sua vida, tenha sucesso e não deixe de amar. Logo voltarei, eu te amo.  

Eu acreditava que aquilo não fora um sonho, e sim, meu Nini. Então decidi que iria fazer tudo que ele pediu. Cresci, entrei na faculdade de Seul, me formei em medicina e comecei a trabalhar naquele hospital. Entre o trabalho e dormir, fazia um curso de administração online.

Fazia tudo aquilo para concluir o meu objetivo. Muitos me diziam que eu tinha sorte por ser um dos melhores médicos daquele hospital, e depois de alguns meses apenas, ganhei o maior cargo que o hospital pode ter,  o de diretor.  Todos ficaram achando que era suborno ou algo do tipo, mas como o meu ex-chefe dizia, eu sabia o que era melhor.

Acabei processando aquele medico inútil e assim ele perdeu sua licença. Nini não  havia aparecido, mas continuei naquele hospital até poder abrir o meu escritório, pois sim, administração era o meu forte. Consegui tudo o que queria fazendo contratos maravilhosos, deixando todos de boca aberta, mas desde daquele dia com o nini, passei a seguir minha intuição.

                             ♤♤♤

  

              VondelPark: 17:20 PM

Perdeu-se em pensamentos encostado naquela árvore. Quando percebeu, não havia mais ninguém por aquela área. Resolveu levantar e tirar apenas uma foto daquelas tulipas. Ao chegar lá, notou que havia somente uma tulipa vermelha, sentindo novamente aquela presença de quando estava no hotel. Sua intuição novamente estava ativa e lhe diria para seguir aquele pequeno caminho onde se encontrava a tulipa vermelha.

O sol já estava prestes a se pôr e claramente era perigoso ficar ali, mas não queria desafiar sua intuição. Ao chegar lá, olhou mais a frente e viu um lago, sua água azul chamava atenção, mas o que mais o atraiu foi ver um rapaz alto, de cabelos castanhos, encostado em uma das árvores bem pertinho.

- Moço, está ficando tarde, acho que é melhor… - Parou instantaneamente. Ao se aproximar, percebeu que aquele lago era o mesmo que havia visto quando acordou no hotel. Nas mãos do rapaz, a mesma tulipa vermelha, e ao subir seu olhar para o rosto, quase cai no chão.

- Você demorou, Baekkie. - Não podia ser, era seu Nini. Dessa vez não estava embaçado, sua voz era real, o seu cheiro, tudo. Por incrível que pareça, podia sentir até mesmo o calor do seu corpo conforme se aproximava

- Nini? É você mesmo? - Ele sorriu e confirmou com a cabeça. Lágrimas desciam do seu rosto, e Baekhyun não sabia se sorria ou se chorava. O mais alto o abraçou pela cintura, como podia sentir ele assim. - Você que demorou, idiota!

- Demorei? Então você me ouviu aquela noite? - Deslizou as mãos pelo rosto do menor, enxugando as lágrimas.

-Eu consigo te sentir, Nini. Eu consigo te ver, te ouvir, você  está mesmo aqui?  - Disse atrapalhado, falhando por causa dos soluços.

- Baekhyun, você passou todo esse tempo me amando, assim como eu. Estava do seu lado e então esperei que você estivesse perfeitamente bem para poder te ver. Me doeu ver você daquele jeito... - Sua expressão triste fez o pequeno apertá-lo contra seus braços, ele não estava acreditando.

- Me desculpa. - Ele o abraçou, fazendo ouvir seu coração.

Sem mais palavras, ele finalmente selou os lábios. Aquela saudade que tomou de conta por todos esses anos foi embora, Baekhyun nunca pensou que pudesse sentir seus lábios novamente.

Ficaram ali abraçados até o sol se pôr. Depois de um tempo, o menor fez a pergunta que sempre quis enquanto o esperou.

- Nini, lembra da nossa promessa?

- Que fizemos quando nos vimos pela primeira vez?

- Estaríamos juntos pra sempre, não é?

- Para sempre.

- Me promete?

- Prometo!

Depois de voltarem para Seul, JongIn explicou que não era um espírito, porém não era humano. Ele havia juntado forças e energias para poder encontrar Baekhyun novamente. Com o amor que ele nutriu por si, com todos aqueles dons que o menor continha, sabia que sentiria todos os toques, sua voz, como fosse real.

Quando alguns o pegavam falando sozinho, pensavam que o pequeno teria enlouquecido após a sua viagem. Só que Baekhyun não se importava, porque estar ali com Nini era a melhor coisa que poderia acontecer. Se sentia inteiro por completo com seu amor ao seu lado e juntos.


           Juntos para sempre.


Notas Finais


Então?
Espero que tenham gostado. <3
Críticas e elogios, comentem ai embaixo.

Fui~


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