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História Red Water - Destruction


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura...

Capítulo 24 - Destruction


24 — Destruction

Sirius POV

Eu Estava totalmente entediado naquele dia, por diversas razões.

Havia chego em casa há quase uma semana, para as detestáveis férias de verão, e passar os dias trancado na mansão dos Black’s era algo horrível.

Regulus havia viajado há dois dias, para uma excursão ganhada pOR nossos pais, de presente pela conclusão em Hogwarts e pelas notas perfeitas que entregou, então eu não tinha o que fazer, nem com quem conversar.

Sentia falta de James, como em todas as férias.

E agora era pior.

Eu dormia na minha gigantesca cama, todo esticado, e não encolhidinho nos braços de Moony na minha cama de solteiro da escola.

Odiava ter um quarto só para mim.

Todas as pessoas ao meu redor costumavam reclamar que em Hogwarts sentiam vontade de privacidade e de ter um quarto sem vários outros caras. Mas eu sempre achei privacidade uma droga.

Queria meus marotos.

Sentia falta dos meus amigos, de Lily e do meu namorado.

Mas meus pais ainda não pareciam querer deixar que eu saísse, e eu estava tentando me comportar para que não reclamassem da viagem que eu e os marotos estávamos planejando fazer.

Acampar, só nós três.

Havíamos chamado Lily, mas os pais dela eram conservadores, e não achavam correto ela viajar com três amigos da escola sem supervisão de pessoas mais velhas.

Suspirei, entrando dentro do quarto de Regulus, para mexer nas coisas dele e achar algo para fazer.

Geralmente ele escondia alguns doces dentro das gavetas, e era o que eu buscava.

Ele sempre soube das minhas invasões, mas como nunca mudou os doces de lugar, eu achava que estava tudo bem mexer nas coisas sem graças de sonserino.

Sentia falta dele agora, porque geralmente ficávamos dentro do quarto dele conversando por horas nas férias.

Ele me contava sobre sua vida difícil como sonserino, me falava sobre seus estudos e metas para o futuro, e eu falava sobre o quanto era apaixonado por Moony.

Eram conversas boas.

A última havia sido logo que chegamos da escola, e eu contei sobre a viagem que pretendia fazer no final das férias.

Ainda me lembrava, com uma sensação boa, de quando ele, muito irritado, colocou uma regra nas nossas conversas:

‘Nada que envolva qualquer parte do corpo de Remus Lupin deve ser dita para mim, assim como coisas que você pensa, faz ou quer fazer com ele’

Regulus sempre foi aquele tipo de irmão muito engraçado, e pensar nisso me fez sorrir.

Aparentemente, era estranho para ele quando eu contava sobre minha vida sexual com Moony, e eu jamais desconfiei disso.

Eu só... gostava muito de falar de Moony.

E era sempre sem graça contar sobre Moony para James, afinal na havia surpresas com meu melhor amigo. Ele sabia o quanto Moony era incrível, e ficar falando isso para ele o tempo todo não era como contar para meu irmão.

Regulus não era próximo de mim como Prongs.

Então eu precisava contar coisas sobre minha vida para ele.

Me joguei na cama dele, suspirando ao enfiar uma porção de caramelos dentro da boca.

— Sirius? — Batidas na porta me fizeram sentar, e eu olhei sem entender ao ver meu pai ali, parado com uma expressão estranha — Gostaríamos de falar com você, no seu quarto.

Isso acendeu todos meus alertas, enquanto eu pensava em tudo o que poderia ter feito para me colocarem de castigo.

Era isso que significava “falar comigo no meu quarto”.

Mas nada poderia ter acontecido, afinal eu estava me comportando para ter permissão para a viagem.

Segui meu pai, muito desconfiado ao ver minha mãe dentro do meu quarto, olhando a redor completo desprezo.

Ela dificilmente entrava ali, porque é claro que eu havia colocado as cores da grifinória por toda parte, junto com bandeiras, fotos dos meus amigos e qualquer coisa que pudesse mostrar que a pessoa que vivia ali era diferente de toda a casa.

Ela tinha os braços cruzados na frente do corpo, os olhos me observando enquanto eu entrava.

— Recebemos uma carta da escola — Ela disse, e eu me sentei na beira da cama, notando meu pai recostado na porta.

Ele sempre a deixava tomar as decisões e nos colocar de castigo.

— Eu não fiz nada de errado — Falei, vendo ela torcer o nariz, porque obviamente não acreditava em mim.

— Sua professora, a vice diretora McGonagal enviou uma carta para marcar uma reunião conosco — Ela voltou a dizer, com a voz quase fina, o que significava que estava muito brava e logo passaria a gritar — Para bolar um plano de ensino adequado a você. Á suas necessidades — Ela disse, e eu senti meu corpo inteiro congelar.

Quando entreguei o livro para McGonagal, e pedi que ela lesse, jamais pensei que ela iria fazer isso tão rápido e tentar entrar em contato com meus pais.

Havia confiado nela, por ser minha professora favorita, mas esqueci que na sua posição de vice diretora, ela faria algo a respeito.

Algo que envolvesse meus responsáveis.

Ela andou até mim, com os olhos irritados, e eu me encolhi para trás, sem entender o que faria, até ela esticar o braço, e no instante seguinte meu cabelo cair ao redor do rosto.

Tinha a mania de usar a varinha para prender o cabelo, e perceber que ela havia tirado ela de mim me fez pela primeira vez assustar.

— O que...? O que está fazendo? — Bradei — NÃO! — Um grito fugiu ao ver ela a quebrar, como se fosse algo insignificante, diante dos meus olhos, e me ergui em um pulo — O que você fez?!

— Você não é um garoto incapaz de fazer magia? Incapaz de ter boas notas como qualquer outro menino? — Ela disse, com o olhar fervendo de raiva, e eu olhei para meu pai.

— Você não pode fazer isso!

— Você não precisa de varinha. Não sabe fazer magia, não é isso? É um garoto inútil que só quer dar trabalho e chamar atenção. Pois bem.

Meu pai encarava o chão, sem nada dizer, e isso só conseguia me deixar ainda mais exasperado, porque embora ela fosse extrema, nunca havia chego tão longe para me punir.

— Decidimos que você precisa passar as férias se concentrando nos estudos para que sua professa pare de pensar coisas inadequadas sobre você — Ele disse, muito baixo, e eu assisti os dois saírem do meu quarto, fechando a porta audivelmente atrás de mim.

E então, o gigantesco quarto pareceu minúsculo.

A cama, em um instante, parecia pequena, e o espaço reduzido demais, enquanto eu pulava e ia para a porta.

Não consegui nem tocar a superfície, um choque me atingiu assim que tentei encostar na maçaneta, e meus olhos dobraram de tamanho ao perceber que estava preso, sem varinha e sozinho dentro daquele quarto.

E foi quando o meu inferno particular realmente começou.

A noção de tempo se perdeu facilmente dentro do quarto, conforme eu descobria que a barreira além de não me deixar sair, também bloqueava todos os feitiços e objetos mágicos dentro do quarto.

As fotos que tinha não se moviam, os pomos de ouro não erguiam voo, as janelas enfeitiçadas não abriam. Nada funcionava.

Era como estar dentro de uma prisão, e não havia qualquer coisa que eu pudesse fazer para sair dali ou não surtar.

Sem varinha, não podia me transformar. Não conseguia me concentrar o suficiente para fazer feitiços sem magia, então estava incomunicável.

Não adiantava gritar, chamar ou pedir.

Eles não vinham, e o único momento que alguém vinha até meu quarto era Monstro, que aparecia de para me trazer refeições, que eu mal conseguia comer.

A ansiedade começou a me atacar cada vez mais, porque o lugar era pequeno, eu estava sozinho e não conseguia pensar sem surtar ou querer quebrar tudo.

Para todos os lugares dentro do quarto que olhava, eu pensava na grifinória. Em Moony, em Prongs e Lily.

Não conseguia me distrair, porque queria muito que qualquer um deles viesse por mim.

Mas meus amigos eram proibidos naquela casa. Jamais pude trazer nenhum, porque meus pais não os achavam adequados.

Não importava se eu perguntava a Monstro qualquer coisa, ele sempre me ignorava, com ordens para apenas deixar a refeição e partir.

As vezes ele trazia livros para que eu estudasse, como meus pais pediram, e algumas vezes eu tentei pensando que se demonstrasse obediência me deixariam sair.

Não fazia a menor ideia do que se passava pela cabeça da minha mãe.

Me deixar trancado ali, sem poder sair. Era insanidade. O que esperava que mudasse com isso?

Depois de alguns dias, ela passou a ir me ver.

Não falava comigo ou me respondia, apenas tirava qualquer coisa do meu quarto. Minhas revistas, meus jogos, minhas coisas da grifinória.

Ela as foi tirando a cada vez que entrava no quarto e eu não estava estudando, e não importava o quanto tentasse explicar que não era simples assim.

Que eu não conseguia, não daquele jeito, não traçado no quarto, não tremendo de ansiedade e pânico.

Ela não ouvia.

E quando aquele quarto começou a se parecer com algo que não era meu, tudo ficou infinitamente mais difícil de aguentar.

Não havia mais minha decoração. Ela me fez assistir queimar minhas fotos. Os uniformes da grifinória haviam sido reduzidos a pilhas de panos rasgados.

Ela fazia questão de destruir e tirar tudo de mim, e se no começo eu tentava manter a pose, chegou um momento que eu não aguentava.

Não suportava mais.

— Ela não pode tirar tudo — Eu me vi sussurrando para mim mesmo, um dia encolhido no chão — Ninguém pode tirar tudo.

Peguei a pena, que estava usando para me forçar a tentar estudar, e escrevi no meu antebraço, bem pequeno.

“Remus Lupin.

James Potter.

Lily Evans.”

Na primeira vez, enquanto assistia minha mãe queimar um bolo de cartas que eu tinha guardadas, eu me apeguei a isso. Ao fato de que ela não poderia me tirar eles.

Não poderia me tirar as pessoas que eu amava. Minhas lembranças. Os meus amores.

No segundo dia, para suportar, eu tive que escrever os nomes duas vezes. Depois três. Então quatro. Vinte. Trinta.

Todos os dias, as inscrições eram feitas religiosamente, porque eu precisava de algo para me manter em pé. Algo que ela não pudesse tirar.

Eu não imaginava, aquela altura, que tudo poderia piorar.

Eu não me recordava há quanto tempo estava sendo mantido ali, sendo alimentado de uma forma terrível e passando todo o tipo de tensão e nervoso, quando um dia minha mãe entrou.

Não estava com meu pai.

Ela entrou sozinha, conjurou uma cadeira para se sentar, diante da minha cama, enquanto eu a olhava sem entender.

Não me atrevia a fazer perguntas, mas não mudava minha curiosidade.

— Sirius — Ela disse, muito lentamente — Sirius, onde foi que erramos com você?

Ergui os olhos para ela, tentando me concentrar nos nomes feitos porções de vezes por meu corpo. Tentando me concentrar em Moony.

— Você não faz ideia da quantidade de desgosto que nos fez sentir com aquela carta, Sirius. Demos-lhe tudo. Você tem todos os privilégios. O dinheiro. O acesso. Todos os mimos. Você tem tudo, Sirius. E ainda assim, ousou envergonhar nossa família com aquela carta.

Estava ali. Na ponta da língua.

‘Não é minha culpa. Não faço de propósito. Não significa que eu seja burro’

— Um garoto incapaz de fazer magia, incapaz de ter boas notas e de se mostrar minimamente inteligente... Você não merece o dinheiro que gastamos na sua educação. Não merece uma varinha. Não merece nada disso.

Remus Lupin.

James Potter.

Lily Evans.

— Você é pior do que um elfo doméstico.

Remus Lupin.

James Potter.

Lily Evans.

Meus olhos já estavam transbordando lágrimas, encarando ela, vendo seu rosto cheio de raiva e ódio.

— Ao menos elfos não tem escolha. São criaturas inferiores de nascença. Você teve tudo. E ainda assim escolheu ser um nada. Escolheu fazer tudo da pior maneira possível.

Moony. Prongs. Lily.

— E após tentar descobrir o que deu errado com você... eu finalmente entendi. Entendi que estávamos certos esse tempo inteiro. É aquele garoto. O garoto mestiço imundo e esfarrapado. O garoto dos Potter ao menos é sangue puro. Mas aquele mestiço...

Ergui os olhos, sentindo uma pontada de dor muito forte dentro do coração, negando com a cabeça, sem conseguir dizer qualquer coisa.

Não era culpa de Moony.

Moony sempre foi quem me ajudou a melhorar. Me ensinou o certo, me explicou e guiou.

— É isso então. Além de nos embaraçar com aquela carta da sua professora, você abriu as pernas para um mestiço — Ela disse, me olhando em deleite pela forma como cada palavra doía.

— Não é assim — Me obriguei a dizer — Não é desse jeito! Eu gosto dele, nós estamos juntos porque...

 — Toda a escola está falando. Todos os bons filhos de meus colegas sabem que você está junto daquele garoto — Ela não parecia se quer prestar atenção no que eu dizia — As pessoas tem rido por minhas costas, por ter essa abominação dentro do meu lar. Mas essa foi a última vez, Sirius, que você me envergonhou assim.

Ela se levantou da cadeira, e foi automático me encolher em meus cobertores, vendo-a seguir até perto de mim.

— Se você quer ser um elfo doméstico vagabundo, eu vou te tratar como um.

E foi quando meu inferno realmente começou.


Notas Finais


rs
O fato de vocês saberem que tudo acaba bem por causa de Black Water não significa que eu não possa aprontar coisas pelo caminho.


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