História Red Water - Manipulation

Sirius Pov

Como conquistar o coração de uma pessoa?

Era algo que eu não parava de pensar por um só minuto.

Como conseguir fazer alguém se apaixonar por você? O que é preciso? Humor? Romance? Clima? Química?

Eu não sabia dizer o que em Remus me fez apaixonar por ele.

Tentei por alguns dias apenas observar casais apaixonados e descobrir o que poderia me ajudar a acessar o coração de Moony, mas não conseguia ter uma resposta para isso.

Tudo o que consegui, foi bolar dois planos que soavam infalíveis para mim.

O primeiro consistia em apenas dizer a Moony que eu era dele, e ele poderia fazer o que quisesse com essa informação.

Parecia efetivo na minha cabeça, afinal qualquer um iria querer um Sirius Black.

O segundo plano, era apenas um aperfeiçoamento do primeiro. Basicamente, era esperar Moony na cama dele, totalmente nu. Parecia ser um pouco mais nítido que tipo de propriedade de Moony eu queria ser.

Eu havia gostado bastante desse plano, porque seja o que se passasse pela mente e coração de Remus, obviamente ele iria ficar totalmente perdido por mim, porque é claro que qualquer ser humano iria gostar de ter um Sirius Black nu em sua cama.

Mas foi com pesar que eu lembrei de James, e imaginei que por dividirmos o dormitório, talvez ele não gostasse tanto da ideia de chegar ali e eu estar nu na cama de Moony.

Parecia ser exatamente o tipo de privilégio que James não iria querer ter.

De qualquer maneira, nada parecia ser bom o suficiente para chegar ao coração de Moony, e eu nem sabia por onde começar a fazer ele entender que fomos feitos para ficar juntos.

Tudo o que consegui fazer foi ficar mil vezes mais carente da atenção dele, exigindo seu carinho quase excessivamente, porque eu não queria perder ele de novo para qualquer cara por ai.

Mas, ao mesmo tempo, eu não sabia o que fazer com aquele sentimento conflitante, porque ainda não tinha esquecido o episódio das cordas. Ainda me lembrava de como havia entrado em combustão e surtado, porque simplesmente não soube lidar com o desejo que estar sob controle de Remus gerava.

Eu me sentia um pervertido só de pensar nisso!

E não um pervertido de uma maneira ruim!

— Padfoot! — Pulei, virando a cabeça para a entrada do dormitório, vendo Remus aparecer ali, muito irritado.

E sim, eu sabia que levaria uma bronca.

Havia pego uma detenção algumas horas mais cedo por duelar com Snape, quando ele fez um comentário maldoso sobre James e Lily serem um casal que lhe dava nojo.

O fato de ter sido nomeado monitor fez Moony ganhar muitas responsabilidades, e uma delas era segurar um pouco a mim e James. A professora McGonagal mesmo disse que esperava que com aquela responsabilidade, ele usasse seu cargo para nos colocar na linha, e tudo o que fazíamos afetava ele.

Eu estava tentando não arranjar tanta confusão quanto antes, mas não poderia deixar aquele seboso ofender o casal mais bonito da escola por pura inveja!

Ainda deitado na cama, de bruços, totalmente a vontade, voltei os olhos para a revista de quadribol que estava lendo, sabendo que Remus odiava quando eu o ignorava com tanta cara de pau.

— Sirius, eu já falei para você pensar antes de agir!

— Não me arrependo — Foi tudo o eu disse, virando a página, ouvindo ele bufar.

— Eu não sei mais o que fazer com você!

— Pobrezinho do Moony! Tendo que castigar o Sirius malvado! Dê umas palmadas nele — Falei debochado, ainda balançando as pernas no ar enquanto lia minha revistinha, então, tão descontraído e despreocupado, eu me senti congelar totalmente quando o som de um tapa ecoou, no mesmo segundo em que eu sentia o choque contra minhas nádegas.

Foi como ligar um botão.

Aquele tapa mandou uma onda de calor que me varreu da cabeça aos pés, e tudo o que pude fazer foi erguer a cabeça para Remus, que após bater, seguiu para a própria cama, se jogando ali muito naturalmente, sem nem se dar conta do que havia feito.

— É, você merecia umas palmadas mesmo para aprender a não ser tão idiota — Reclamou, parecendo notar que não adiantaria brigar comigo, tirando a capa e jogou sobre a cama, sem perceber eu ainda estático, sem saber o que fazer com o calor que aquilo gerou.

Eu, Moony e Prongs frequentemente nos estapeávamos, beliscávamos, fazíamos lutinhas e eram coisas de amigos. Bem, tapas na nossa bunda quem costumava dar era apenas Lily, quando fazíamos algo idiota, mas eu nunca tinha me sentindo daquela maneira, e me peguei encarando o braço de Remus, vendo ele dobrar a manga da camiseta.

Me senti arrepiar ao pensar naquela mão se cochando com o meu traseiro, e choraminguei ao deitar a cabeça contra a revista, com raiva de mim mesmo.

Era para gastar meu tempo pensando em como fazer Moony querer ficar comigo, e não pensar em Moony me batendo!

Eu simplesmente não conseguia lidar com toda aquela tensão sexual frustrada por causa de coisas que ele fazia sem nem perceber!

— Não maltrate os animais — Foi tudo o que consegui dizer, baixinho, vendo ele arquear o cenho.

— O que? Nenhuma frase malcriada? Nenhuma resposta?

— Não enche — Reclamei, sem vontade de me mover, enquanto minha mente maluca se perguntava o que eu precisaria dizer para ele repetir o que tinha feito — Você não me bateu porque fui mal, bateu porque minha bunda é magnífica —  Não pude deixar de observar.

Remus riu, revirando os olhos.

— Tudo nos leva ao seu ego, não é?

— Está dizendo que minha bunda não é magnífica? — Arqueei o cenho para ele, ofendido.

— Você diz o tempo inteiro que tudo em você é magnífico. Hoje mesmo, estava dizendo isso para seu reflexo.

—  E é crime dizer verdades? Você não acha minha bunda magnífica? —  Insisti, sério.

— Sua bunda é magnífica, Padfoot! — Me virei para a porta, rindo ao ver que era Lily — Está oferecendo ela para Remus?

— O que? Não! — Bradei, me sentindo corar pela brincadeira idiota dela, ouvindo a risada de Moony ecoar pelo quarto.

— Eu não recusaria, se fosse você — Lily disse a ele, dando um tapa ao passar por mim, e seguiu para a cama de James, mexendo no gaveteiro dele, parecendo procurar algo, até finalmente bradar um ‘ahá’, por encontrar um de seus brincos ali no meio.

Foi só quando ela disse um ‘até logo meninas’ e saiu do quarto, que eu me permiti erguer os olhos para Moony, que estava organizando seus livros para amanhã.

— Ela bate melhor do que você — Falei, totalmente venenoso e provocativo, e isso o fez parar o que fazia, erguendo o rosto para mim.

— Não é uma competição.

— Não é — Concordei — Foi só uma observação.

— Você é maluco, Padfoot!

— E você é um fraco, Moony.

Ainda vi ele revirar os olhos, mas continuar o que estava fazendo, e quis suspirar ao ver que ele não veio.

Se fosse James, estaria esmurrando minha bunda com ódio, porque assim como eu, Prongs odiava ser desafiado e tinha a mentalidade de um pirralho de dez anos.

Ele apenas continuou organizando as próprias coisas, e eu voltei minha atenção para a revista, um pouco decepcionado... e abaixei a guarda.

Então realmente fiquei chocado quando minha cabeça foi empurrada contra o travesseiro, e Remus, que se movia tranquilamente ao meu lado pareceu avançar de uma só vez, apoiando o joelho sobre minhas costas para impedir que eu me movesse.

— Retira o que disse! — Ele pediu, naquele tom divertido e cheio de deboche, enquanto eu sentia meu corpo inteiro arrepiado por ter sido encurralado por ele, preso contra o colchão, tendo que morder os lábios para não gemer quando sua palma se chocou com minhas nádegas.

— Não! — Elevei a voz para ele ouvir, satisfeito que minha ofensa a sua masculinidade tenha sido boa. Era realmente fácil fazer um cara enlouquecer!

 Foi só colocar ele em xeque com sua autoridade.

Até os mais inteligentes e sensatos caiam nessa porcaria!

O segundo tapa fez minha pele arder, e minha mente já estava indo por um caminho perigoso imaginando como aquilo seria se não houvesse o pano da roupa íntima e da bermuda que eu vestia. Não formavam uma camada muito protetora, o que me fez agradecer por decidir não vestir o moletom que costumava usar para dormir.

Moony bateu do outro lado, e eu virei o rosto de lado no travesseiro para poder vê-lo, notando como parecia se divertir com aquela brincadeira idiota, enquanto eu me sentia esquentar, e o começo de uma ereção surgir.

Dali, até estar imaginando ele me fodendo levaria muito pouco, e eu estava habituado a ter aqueles pensamentos insanos.

Mais uma onda de arrepios me tomou, e eu mordi a parte interna na bochecha, sentindo o terceiro tapa, que mandou um prazer grande para meu pênis, e eu choraminguei baixinho, sentindo Remus levar os olhos na direção do meu rosto, e em um instante seu joelho saiu de cima de mim.

— Tudo bem, Pad? — Disse preocupado ao me ver com o cenho franzido e assustado, provavelmente interpretando errado, e eu não soube o que dizer.

— Porque vocês gostam tanto de me maltratar? — Resolvi jogar com meu drama de sempre, e ele riu ao fazer um carinho singelo sobre meu cabelo.

— Porque você merece — Respondeu tranquilamente, dando a volta para retornar a mexer em suas coisas, e é claro que essa frase também me fez sentir totalmente rendido por ele.

Remus se quer tinha noção de como fodia minha mente!

O silencio reinou dentro do quarto, enquanto eu fingia ler a revista, e tentava atenuar meus pensamentos. Agora, se quer podia mudar a posição sem denunciar que estava duro pelos tapas!

Foi quase automático me perguntar que tipo de sexo Remus faria, e isso foi decepcionante porque a imagem grotesca dele fodendo William veio em minha mente, e eu me senti ficar depressivo e triste no mesmo instante.

Minha mente parecia fazer questão de empurrar aqueles pensamentos que iriam me chatear!

James voltou para o dormitório alguns momentos depois, e eu me virei indignado para ele, agora sem qualquer sinal de ereção, quando o mesmo estapeou meu traseiro ao passar.

— De graça? — Bradei sem entender, e ele deu de ombros, fazendo Remus rir.

— Lily disse que todo mundo estava batendo na sua bunda hoje — Explicou, se jogando na própria cama.

— Até Prongs bate melhor do que você — Falei para Moony, vendo o sorriso dele morrer, enquanto tirava a camisa, e eu fiquei observando o contorno do corpo magro marcado por cicatrizes, vendo-o jogar a toalha sobre o ombro.

— Continue provocando. Quando eu te pegar, você vai ficar dias sem sentar — Avisou, e eu aumentei o sorriso de provocação.

— Está cedo demais para a pornografia, caras — James resmungou, sendo ignorado.

— Eu duvido — Insisti provocativo para Moony, que riu ao seguir para o banheiro, e eu apenas pude acompanhar seu corpo se mover até sumir.

Ele realmente era o meu ponto fraco.

Maldição!

— Você está jogando charme no Moony? — Me virei assustado para James, que estava deitado de lado me encarando.

— O que?!

— Não sei. Eu senti algo no ar. Está jogando charme nele? Quero dizer... você sempre joga charme em todo mundo, mas soou meio...?

— Não, é claro que não!

— Tem certeza? Quase pareceu que você estava encarando ele sem camisa.

— Só estava chegando se aquele machucado que ele fez na ultima lua cheia cicatrizou. Não viaja, James.

— Tudo bem se estiver, Pad. Você é um pouco gay mesmo — Ele insistiu, e eu arregalei os olhos em choque.

— Eu?!

— É. A gente sempre diz que você é —  Me lembrou, bocejando.

— Mas é só brincadeira!

— Não, não é. Você é muito gay, Padfoot — Ele disse rindo — Tem certeza que não estava jogando charme em Moony?

— De onde você tirou isso?

— Quando Moony disse que é gay, eu esperava que você dissese que também é... alguma coisa.

— Alguma coisa?

— Eu não sei como funciona pra você. Aparentemente, mesmo sendo MUITO gay, você também gosta de garotas.

— Eu não sou gay, Prongs.

— Eu não estou dizendo que é. Estou dizendo que parece. Principalmente perto de Moony — Deu de ombros — É quase tão gay quanto você jogando cantadas em você mesmo na frente do espelho.

— Idiota — Resmunguei, tentando não pensar no quanto eu deveria ser óbvio para até mesmo James ter percebido.

— Ok — Deu de ombros, bocejando.

Fechei minha revista, e puxei as cobertas sobre o corpo, gostando de como a maneira que deitei de costas fez minha bunda demonstrar um ardor leve.

Moony costumava ser muito controlado, e perceber que eu conseguia tirar até ele do sério me fez sentir como se tivesse um novo poder.

Tirar ele do controle pareceu tão interessante...

E divertido.

Porque me fez perceber que o melhor jeito de conquistar Moony, seria provavelmente levando ele a loucura, deixando ele maluco até que percebesse que somos perfeitos um para o outro.

Não ligava de ganhar um ou dois tapas no processo.

Sorri, feliz com minha descoberta.

Sim, eu sou ótimo com planos!