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História Red Water - Passion


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura rs

Capítulo 7 - Passion


 

Remus Pov

Sirius Black.

Ele sempre foi uma incógnita para mim.

Não sabia dizer exatamente o que em Sirius soava caótico, mas ele tinha essa energia totalmente revoltada, intensa e ardente.

Entre ele e James, sempre fui muito mais próximo de Padfoot, porque nossas personalidades conflitantes nos faziam ser muito bons juntos.

Eu não tinha a mesma intimidade com Prongs, ainda que fossemos melhores amigos, e eu costumava atribuir isso a Sirius.

Ele sempre fez questão de ser meu melhor amigo, e também o melhor amigo de James. Como se precisasse de todos orbitando ao seu redor, querendo sua presença e sorrindo para si.

Ele tinha essa mania de querer atenção das pessoas ao seu redor, e eu sempre pensei que tinha algo relacionado ao fato de ser o irmão caçula, e ovelha negra da família. Os Black’s não costumavam ter tempo para ele, ou lhe dar muita atenção.

Mas comigo sempre soou... diferente.

Sirius conseguia ir do cara sedutor e charmoso da escola para o cãozinho Padfoot birrento com uma facilidade muito grande quando estava comigo.

Eu adorava isso, para ser sincero.

Sirius era alguém de uma espontaneidade enorme, e sempre foi fácil saber o que ele pensava, o que sentia e queria. Os olhos dele eram verdadeiros demais.

E ultimamente, isso me assustava um pouco, embora fosse... excitante.

Eu não queria conversar com ninguém sobre o assunto, porque tinha receio de estar vendo coisas que não existiam, mas tinha quase certeza de que havia uma tensão sexual muito grande sendo jogada sobre mim.

É claro, nunca fui imune a Sirius.

Ele sempre teve esse jeito sedutor, os olhos ferozes e convidativos, e como gostava de dizer todas as manhãs para o espelho, realmente era alguém muito bonito e atraente.

Isso ia além de sexualidade.

Não importava quem fosse, sempre tinha algo bom a dizer sobre Sirius.

As garotas simplesmente o adoravam, mesmo que não fosse com segundas intenções. Ele tinha aquele jeito engraçado e divertido que deixava qualquer um confortável ao seu lado.

E também os caras... bem, ainda que fossem totalmente heterossexuais, eu sempre ouvia pessoas dizendo que ele era ‘bem apessoado’.

Eu achava engraçado, porque os que usavam esse termo, pareciam achar que ele servia para não fragilizar sua masculinidade ao terem que dizer que Sirius era muito quente.

Eu nunca tive vergonha de admitir isso para mim mesmo.

Não achava nada sutil ou elegante quando via pessoas usando esse termo para elogiar, mas seguro em minha mente... Sim, eu achava Sirius muito gostoso.

— Você está bravo comigo de novo — Observei ao sentar na beira da sua cama, e ele se quer olhou na minha direção, ainda com fones nos ouvidos.

Eu havia lhe presenteado há algum tempo com um toca fitas trouxa, e ele gostava muito do aparelho. Vivia com ele, e era muito comum eu me virar para o lado e vê-lo jogado todo torto na cama dormindo, com a boca aberta e os fones esquecidos ao redor do pescoço.

O fato dele estar me ignorando era algo óbvio e confuso ao mesmo tempo.

Algumas horas mais cedo, enquanto almoçávamos, Lily comentou que tinha uma amiga em comum com William, o garoto que eu sai algumas vezes, e essa amiga deixou escapar que ele havia gostado muito de sair comigo.

‘Ele sabe o que faz’ havia sido a frase que ele contou para amiga, e que que Lily repetiu animada ao me chamar de garanhão.

Isso fez Sirius parecer ofendido e se retrair por todo o horário do almoço.

E isso nem tinha sido o pior. Ela e James ficaram curiosos e perguntaram se ele era a primeira pessoa que eu tinha saído, e eu fui sincero.

Não mentiria para eles!

Antes de ter certeza se realmente era gay ou se estava só confuso... eu achei que merecia manter aquilo em segredo, porque não me sentia preparado para as perguntas cujas respostas eu não tinha certeza.

E quando você esconde que se transforma em uma besta nas noites de lua cheia, qualquer outro segredo se torna fácil de manter.

Então sim, eu havia conseguido manter a proeza de esconder dos meninos.

Anterior a Will, eu havia saído com duas pessoas.

E eram monitores.

Um deles havia se formado no ano passado, e foi meu primeiro beijo. Sempre que acabávamos juntos nas rondas, de alguma maneira um clima entre nós aparecia.

Não era nada além disso. Beijos às escondidas pelos corredores escuros de Hogwarts.

Depois dele, havia outro monitor. Dessa vez, um sonserino. E é claro que eu jamais poderia deixar que Sirius se quer sonhasse com isso. Mas era um sonserino gentil, um ano mais novo, muito atraente.

Flertamos algumas vezes, porque embora sentisse que ele queria, não tinha certeza, e quando você mantém sua sexualidade em segredo, não quer exatamente deixar que pessoas descubram.

Mas em algum momento, as coisas fluíram muito bem... e nós acabamos fazendo um sexo totalmente bagunçado e sem sentido no banheiro dos monitores.

Repetimos algumas outras vezes, mas logo ele confessou ter se apaixonado por outra pessoa e nós decidimos que era um bom momento acabar com isso.

O fato de eu ter dito ‘Sim, houveram outros dois antes dele’, me fez ter certeza que Sirius iria ficar bravo de novo.

Ele estava me confundindo bastante com aquela aura maligna e manhosa, variando entre as duas de um jeito totalmente perturbador.

Na casa dos gritos, após ele ameaçar avançar em Will, quando eu decidi usar o excelente feitiço das amarras nele, por um instante pareceu que ele estava gostando daquilo.

Mas quando achei que conseguia entender a mente dele... bem, no minuto seguinte Sirius estava quase chorando nos meus braços.

Eu achava tinha entendido o que o fez ir de um extremo ao outro tão rápido e naquele instante pensei em confrontá-lo sobre os sentimentos que parecia jogar sobre mim, mas ele havia se agarrado em mim, choramingando que eu era só dele, e isso obviamente amoleceu totalmente meu coração.

Nós passamos aquela noite deitados no chão da casa dos gritos, abraçados, enquanto eu fazia carinho no cabelo dele e ficávamos naquele silêncio confortável e cúmplice, porque Sirius parecia não apenas querer, mas precisar da minha atenção naquele momento.

A verdade é que embora eu fosse alguém muito sério, autoritário e gostasse das coisas sendo feitas da minha maneira, eu não conseguia ser firme sobre Sirius.

O grande problema é que ele me passava mensagens totalmente confusas e opostas. Havia dito que não gostava de me ver com ninguém, havia sido manhoso e parecia verdadeiramente estar jogando charme em mim...

Mas ao mesmo tempo, ele jogava charme sobre qualquer ser humano que andasse na terra, e eu não sabia o que pensar sobre isso.

— Não vai falar comigo?

— Não — Respondeu apenas, e eu sorri ao perceber que então os fones não estavam tão altos a ponto dele continuar fingindo que não me ouvia.

— Eu disse que não ficaria com mais ninguém, mas não significa que eu possa simplesmente apagar o passado.

— Quem é que está falando sobre isso? — Resmungou, fechando a expressão, ainda sem olhar para mim.

— Fala comigo, Pad. Eu sei que ficou irritado, mas você precisa ser mais claro sobre o que pensa e sente. Eu não sou tão bom em adivinhação a esse ponto.

— Você é horrível em adivinhação — Me lembrou e eu suspirei.

— Vou precisar te amarrar de ponta cabeça até que seja sincero?

— Agora você acha que pode resolver tudo com aquele feitiço idiota — Resmungou, erguendo os olhos para mim, com o cenho fechado.

Ele parecia recém saído do banho, com os cabelos ainda um pouco úmidos, jogados ao redor do rosto, e cheirava a sabonete.

— Você fica sendo insuportável e dando show por causa de qualquer coisa, sem me dizer o que está acontecendo. Eu não tenho culpa que você seja um mau garoto — Brinquei ao fim, com aquela nossa mania de tratá-lo realmente como um cão.

— Eu sou um bom garoto para você! — Ele disse revoltado, parecendo ter saído de uma só vez e sem pensar, porque no instante seguinte ele desviou os olhos dos meus, e eu vi como pareceu envergonhado pela maneira que aquela frase soou — Eu quis... dizer que... eu sempre te obedeço — Ele tentou concertar, e soltou um som indignado enquanto eu me esforçava para não rir — Eu... estava falando sobre quando você briga comigo e eu ...

— Você é um bom garoto, Padfoot — Falei por fim, vendo ele voltar a me olhar por um instante, suspirando.

Apenas me olhou por um longo instante, preso entre curiosidade e receio, até por fim decidir falar.

— Então você sai pela escola beijando caras?

— Um pouco hipócrita da sua parte dizer isso, Pad. Tão logo aprendeu a beijar, você saiu beijando qualquer uma que respirasse perto de você.

— Isso é diferente — Ele acusou, e eu revirei os olhos me ajeitando melhor na cama dele, ao seu lado, sorrindo quando ele se moveu para ceder espaço.

— Eu só... descobri minha sexualidade mais tarde que você e James, e quis ter certeza antes de dizer qualquer coisa. Fiquei curioso sobre, e beijei alguns caras. Estamos falando de três pessoas, e não da escola inteira — Expliquei por fim, decidindo ser sincero e ver se ele retribuía.

— Então... você só ficou curioso e beijou caras por ai?! — Ele pareceu, de alguma forma, ficar ainda mais bravo com isso, e eu o olhei sem entender.

— Você está mesmo irritado com isso? — Não pude deixar de perguntar, e ele amarrou ainda mais a expressão — Padfoot, você nem deve ter ideia do número de garotas que já beijou, e acha que pode ficar bravo por causa de três caras?

— É diferente!

— Você está dizendo que no meu lugar não teria ficado com ninguém?

— SIM! — Bradou energético, ofendido ao erguer os olhos para mim, e agora a raiva parecida ter dado lugar para chateação.

Ele estava novamente com aquela aura que me fazia querer lhe abraçar contra o corpo e encher de beijos.

— Porque? Só....Porque? Eu não entendo! Não faz sentido! — Desabafei, aproveitando a sinceridade dele.

— Porque eu não queria trair você — Ele admitiu, e embora fosse uma frase que não devesse fazer sentido...

Ela fez.

Porque aquele jeito surtado dele acabou fazendo sentido, e eu compreendi que não era ciúmes. Não era birra. Não era carência.

Sirius se sentia traído.

Não tínhamos qualquer tipo de relacionamento, mas eu beijar outras pessoas o fez se sentir traído.

As coisas com ele nunca faziam sentido da maneira certa, e eu me admirava por conseguir entender isso.

O fato de eu ter beijado pessoas porque estava curioso não era o problema. O problema era não ter beijado ele.

— Vem aqui — Falei por fim, infinitamente mais calmo, tocando o braço dele, que me olhou sem entender, um pouco ansioso, talvez pela longa pausa desde aquela confissão confusa.

— Moony...

— Vem — Insisti, puxando ele e foi o que bastou para ele se aproximar mais, e me surpreender ao decidir espontaneamente subir no meu colo.

Parecia nem ter pensado sobre isso, sentando sobre minhas pernas, olhando para meu rosto de um jeito que me fez sorrir.

Eu gostava de como Sirius era muito responsivo quando eu estava ao seu redor.

Ele estava parado, congelado sobre meu colo, me olhando ansioso, parecendo apenas esperar que eu fizesse alguma coisa, totalmente obediente.

Esse lado dele sempre mexia comigo com uma facilidade gritante, e a maneira como ele estremeceu no meu colo quando pousei a mão na sua cintura me fez sorrir.

Apenas me mantive olhando em seu rosto, vendo como seus olhos pareciam intensos, e passei a mover o polegar em círculos, em um gesto distraído na cintura dele, enquanto nos encarávamos naquele silêncio tão confortável.

— Eu posso beijar você? — Perguntei, apenas para ter certeza se não era mais um daqueles momentos que eu achava que tinha entendido, mas a maneira como ele assentiu com ansiedade me fez perceber que eu nem deveria ter perguntado.

Deveria soar estranho. Deveria ser totalmente esquisito beijar Sirius.

Éramos amigos desde os onze anos.

Havíamos passado por grandes coisas juntos, e nós éramos um trio. Os marotos.

Bem, quarteto agora.

Mas ainda assim, deveria ter soado se quer minimamente estranho quando nossos lábios se encontraram, mas não soou.

A maneira como Sirius deixou um choramingo escapar, quase como se saudasse o beijo, me fez arrepiar, e usar ambas as mãos para segurar sua cintura com firmeza, puxando-o na minha direção.

E ele veio.

Tão maleável, tão solto, tão carente como costumava ser comigo!

Sirius sempre parecia me empurrar para lhe comandar, e a maneira como tinha as mãos pousadas nas próprias pernas, me fez sorrir ao perceber que ele parecia um pouco aéreo e ansioso quando o longo selinho de rompeu.

— Você é tão bonito — Não pude deixar de dizer, achando graça de como as pupilas estavam dilatadas e ele parecia não saber como reagir, ainda que nem houvesse sido um beijo propriamente dito.

— Eu sou — Sirius assentiu em concordância, e isso me fez sorrir ainda mais, levando uma das mãos para os cabelos escuros caídos sobre seus ombros, enroscando os dedos entre os fios até alcançar sua nuca, sabendo como aquilo o desmontava, e passei a acariciar ali suavemente com os dedos, gostando da maneira como isso o fez se inclinar para frente, fechando os olhos.

E foi impossível não me sentir arrepiar quando nossos lábios voltaram a se encontrar. Sirius pareceu acordar do torpor quando nossas línguas se chocaram, e suas mãos voaram para meus ombros quase desesperadas, enquanto ele se inclinava mais na minha direção, quase como se oferecesse que eu levasse tudo de si.

Ele parecia simplesmente jogar o controle sobre mim, exigir que eu o tomasse, e esse sentimento era... bom.

Eu não costumava ter controle sobre as coisas que aconteciam ao meu redor.

Então... ter aquele controle e entrega tão simbólicos me faziam realmente sentir especial para Padfoot, porque eu o conhecia bem o suficiente para saber o quanto ele gostava de estar no topo e ser o centro de tudo, dono da razão e do sentido.

Ele simplesmente não era Padfoot ou Black quando estava comigo.

Não era apenas nosso maroto desavergonhado e egocêntrico, e também não era aquele cara que gostava de beijar meninas sem propósito algum além de poder dizer que todos os desejavam.

Ele era o meu Sirius.

Beijar Padfoot poderia facilmente se tornar um vício.

Não apenas além da maneira como ele se entregava, mas também o beijo e si, regado com tantas emoções e deleite.

Eu já tinha orquestrado o término daquele beijo mil vezes, mas sempre me via sendo tragado para os lábios dele, fechando os braços ao redor de sua cintura para tê-lo tão mais perto e desfrutar melhor daquele calor enorme.

Quando finalmente foi preciso romper o beijo, eu sentia meus lábios quentes e levemente dormentes, e uma satisfação enorme me preenchendo, ainda mais ao olhar para Sirius, vendo como ele demorou para abrir os olhos, respirando devagar, com os lábios entreabertos da mesma maneira que eu os tinha deixado.

Ele realmente era um espetáculo de se assistir, e nós apenas sorrimos um para o outro.

Ele pareceu não saber o que fazer diante do meu olhar, e deslizou para fora do meu colo, sentando sobre a cama, com as pernas cruzadas e uma pose comportada.

— Então... você também se sente atraído por homens — Observei, e ele assentiu de maneira muito mínima — Quer conversar sobre isso? — Questionei, e ele apenas negou.

— Não. Hoje não.

— Tudo bem — Concordei, sentindo uma grande vontade de apenas trazê-lo de volta para meu colo, para reiniciarmos o beijo.

É, estava ferrado.

Me viciar ainda mais em Sirius parecia ser impossível, mas eu sempre conseguia me superar.

— Você quer dormir aqui? — Ele questionou, com um olhar estranho e ansioso, e eu sorri.

— Você sabe que eu não durmo fora da minha cama, Padfoot — O lembrei, e ele assentiu me assistindo seguir na direção da minha cama, e eu sorri comigo mesmo ao me sentir ser encarado enquanto deitava, entrando debaixo das cobertas.

Só quando já estava bem aconchegado foi que me virei para ele, que estava congelado na mesma posição, me olhando.

— Vem logo — Falei rindo ao puxar a coberta e ceder espaço, e parecia ser o que ele esperava, porque pulou de uma vez e veio na minha direção, se deitado ao meu lado, deslizando o corpo para poder deixar a cabeça sobre meu ombro.

Foi algo novo.

Já havíamos dividido a ama, e já havíamos dormido próximos na casa dos gritos quando estávamos na forma animal.

Mas a maneira como ele deitou e se aconchegou, jogando as pernas sobre mim e afundando o rosto contra meu pescoço fez parecer que aquilo era corriqueiro, e eu gostei da sensação.

— Você vai me beijar amanhã de novo — Ele disse, e não parecia ser uma pergunta, ou uma ordem. Era apenas uma constatação muito óbvia, que me fez sorrir.

— Vou — Concordei, deitando a cabeça contra os cabelos cheirosos, sorrindo.

Jamais poderia deixar Padfoot descobrir como me tinha na palma da mão, mesmo que ele pensasse o tempo inteiro que eu é que controlava as coisas.

Sim, eu sou totalmente apaixonado por ele.


Notas Finais


Gostaram do POV Remus? E do beijinho deles?
Eu amo o Sirius variando entre a pose de manhoso e a de birrento, mas sempre sendo todo rendido por Remus!
Estão gostando da fic?????
Vi que tem vários leitores novos, então Bem Vindos!
Espero que estejam se divertindo com esse projetinho wolfstar!


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