História Reddie Oneshots - Keep company

Era pra ser apenas mais um dia de festa normal para Richie, isso se não ele não tivesse convidado Eddie para a festa.

Lógico que ele tinha que convidar Eddie, eles eram melhores amigos e era aniversário de Richie. Ia fazer 16 anos, ele ia comemorar seu aniversário em mais uma de suas festas, até pensou em chamar o restante de seus amigos, mas infelizmente nenhum poderia ir naquele dia, menos Eddie, que foi convencido por Richie a ir em uma festa cheia de bebedeira e coisas obscenas.

Richie também combinou com Eddie de que ele não precisaria fazer nada na festa se não quisesse, inclusive beber. Ele estaria lá apenas para fazer companhia e ajudar caso Richie ficasse bêbado, o que não planejava ficar.

Já tinha se passado horas na festa, Eddie não fazia nada além de comer algumas coisas que tinha na cozinha e verificar o amigo, como havia combinado com o mesmo.

Eddie também tinha outro motivo pra estar ali, por que ele estaria em uma festa cheia de desconhecidos se “pegando” apenas para vigiar o amigo por umas três horas? Nem lugar pra se sentar tinha na festa, na verdade tinha, mas estava ocupado por estranhos se beijando como loucos.

– Você não vai se divertir também, garoto? – Uma voz feminina desconhecida soou no ouvido de Eddie, a garota aparentava estar completamente bêbada até mesmo pela voz.

– Não, eu prefiro ficar sozinho mesmo. – Eddie falou se afastando da garota sem nem olhar o rosto dela por conta do mal hálito de bebida alcóolica.

Ele ainda estava parado encostado em uma parede qualquer enquanto tomava um copo de refrigerante desconhecido e observava o amigo dançar em cima das mesas da sala de jantas.

Aquilo era até divertido de assistir, mas não queria nem imaginar como “cuidaria” de Richie após a festa.

A festa já estava quase acabando, já eram 20:15 e todos já estavam indo embora daquela casa esquisita que agora parecia mais uma zona de guerra após a guerra. Eddie já sabia o que fazer naquele momento, tirar Richie de lá, se conseguir, e ir embora para casa do mesmo, que se encontrava vazia pois seus pais ainda estavam no trabalho.

Agora a questão era: “como eu vou cuidar do Richie?!”. Eddie se perguntou o caminho todo, como iria cumprir o combinado de cuidar de seu amigo “meio” bêbado? Tozier já não era fácil, agora imagine ele bêbado!

– Eu estou enjoado, Eds... Acho que vou vomitar – Richie disse forçando para não jogar tudo pra fora.

Richie estava com seu braço apoiado no ombro de Eddie, ele estava o ajudando a andar o caminho todo para casa, já que estava mancando e enjoado.

– A gente já tá chegando Richie. Aguenta mais um pouquinho. – Eddie disse enquanto tentava acelerar os passos, não queria que seu amigo vomitasse nele e ali, no meio da rua escura por conta da pouca iluminação dos postes.

Eddie entrava em algumas ruas bem estranhas, as ruas eram escuras e pareciam não dar em lugar nenhum, mas ele não se importava com aquilo naquele momento, se importava em como ia explicar para sua mãe que ficou “cuidando” de seu amigo bêbado a noite toda.

Derry não era uma cidade tão grande, era também conhecida como uma cidade assombrada por conta das coisas anormais que aconteciam naquela cidade. A cidade não era uma das melhores, mas os garotos viviam lá praticamente a vida toda, não precisam se preocupar com umas ruas esquisitas ou a pouca iluminação dos postes, eles lutaram contra um palhaço assassino de criancinhas!

– Eddie... Eu acho que vou vomitar- – Quando ele terminou de falar isso, acabou vomitando no chão, fazendo Eddie quase desmaiar de nojo por conta de uns respingos que caíram em sua perna e braço.

– Eu avisei que essa festa ia dar problema!

– Pelo menos hoje a noite sua mãe vai me dar meu presente de aniversário. – Disse Richie em um tom sarcástico junto de um sorriso de canto.

– Ah, cala a boca, Richie! Eu ainda estou te ajudando, idiota.

Os dois voltaram a caminhar para casa de Richie, foi um caminho longo e demorado, e ainda mais demorado por conta das piadas sobre a mãe de Eddie que Richie fazia a cada dois minutos.

Quando os dois chegaram na rua de Richie, podiam ver a tão sonhada casa do momento, os dois só queriam chegar naquela casa e relaxar, mas infelizmente aquilo só era uma possibilidade para Richie, já que Eddie teria que ficar “cuidando” do mesmo por mais algumas horas.

Quando eles entraram na casa, Richie se jogou no sofá da sala e se deitou, já Eddie só pôde o observar e perguntar: – Você está bem? Quer que eu pegue algum remédio?

– Eu estou bem, só com um pouco de dor de cabeça... – Richie respondeu colocando a cabeça de baixo de uma almofada que tinha no sofá

Eddie escutou aquilo e não pôde deixar de procurar um remédio para dor de cabeça em alguma de suas pochetes, ele havia todos os remédios do mundo para todas as doenças ou dores do mundo naquelas duas pochetes, não era possível uma pessoa andar com tantos remédios!

– Aqui, vou pegar um copo de água pra você tomar o remédio. – Disse Eddie enquanto saía pra cozinha pegar um copo de água para o amigo.

– Que fofo, você se preocupando comigo, Eds.

– Cala a boca, isso foi um combinado! Eu até poderia te deixar morrer de dor de cabeça agora.

– Acho que ninguém morre de dor de cabeça. – Richie resmungou enquanto pegava o copo com água das mãos de Eddie para tomar o remédio.

– Idiota, isso é porque você ainda não morreu.

– Sabe de uma coisa? Eu estou com fome, vá fazer minha comida, empregada. – Richie mandou enquanto apontava para cozinha.

– Eu vou é te deixar com fome, idiota! Eu não sou empregada nenhum. – Eddie responde enquanto vai para cozinha fazer algo para comer.

Eddie estava pensando em algo para cozinhar, até ter a brilhante ideia de cozinhar espaguete, já que não era algo tão difícil de cozinhar àquela hora da noite.

Depois de pronto, colocou duas porções nos pratos e levou para sala para entregar o do Richie e comer o seu.

– O que é isso, Eds?! Canibalismo?!

– Vai pra merda, Richie! Só come esse negócio logo e não me chame de Eds!

– Poxa, eu não posso cometer esse ato tão cruel de comer seus pobres irmãozinhos. Quero outra coisa, alguma coisa doce agora.

– Pois vai ficar querendo, como isso daí, infeliz.

– Nossa, que grosseria! Então eu quero ouvir música. – Richie fala apontando para um toca-discos em cima de um pequeno armário.

– Ah, está bem! – Eddie fala se levantando do sofá que acabara de sentar e deixando seu prato de comida no mesmo. – Essa música serve? – Eddie fala enquanto coloca qualquer música que achou por aí.

– Não, coloca uma melhor.

– Essa? – Perguntou Eddie trocando os discos.

– Também não.

Eddie trocou de música pelo menos umas trinta vezes, mas nenhuma estava boa para Richie.

– E essa agora? – Perguntou Eddie já exausto de trocar de música toda hora.

– Quer saber, agora eu quero assistir um filme. – Disse Richie apontando para a TV.

– Vai se ferrar, Richie, seu idiota! – Eddie gritou com o outro fazendo com que ele risse de seu nervosismo.

– Coloca um filme pra gente aí.

– Ah! – Eddie resmungou enquanto colocava algum filme qualquer na TV.

– Ah, não quero mais.

Depois de Richie ter falado aquilo, Eddie resmungou todos os xingamentos que conseguia imaginar, e eram muitos graças a Richie.

– Eu te odeio, Richie!

– Ah, eu estou gostando da sua companhia, Eds! – Richie tentou fazer com que aquilo parecesse ironia ou sarcasmo, mas só faz piorar a situação para ambos,

Depois daquilo, eles passaram alguns minutos em silêncio, eles estavam com um pouco de vergonha pelo que Richie disse.

– Sabe, Eddie... Você foi a única pessoa que quis vir no meu aniversário, mesmo odiando festas. As vezes eu penso que nenhum dos amigos me suportam, pelo menos você suporta um pouco. – Richie disse aquilo quebrando aquele silencio de 10 minutos. Ele parecia bem triste ao falar aquilo, era como se ninguém suportasse ele, o que não era mentira, mas também não era cem porcento verdade, todos gostavam de Richie.

Aquela frase partiu o coração de Eddie em pedacinhos fazendo com que ele se arrependesse de todas as crueldades que imaginara fazer com o amigo, como dar-lhe um soco na cara.

– Ei, isso não é verdade! Todos nós gostamos de você, por mais que você seja insuportável as vezes.

– Então por que ninguém veio no meu aniversário? Por que ninguém me deu parabéns?

– Porque... – Eddie olha o relógio na parede da sala e se levanta do sofá automaticamente como se tivesse visto um fantasma. ­­– precisamos ir ao Barrens, agora. – Disse Eddie puxando o amigo do sofá o fazendo levantar assustado e se aproximar da porta da frente.

– O que? Por quê? Agora? A essa hora da noite? – Disse Richie confuso e assustado, estava com medo de ter falado algo de errado.

– Sim, agora. Vamos, coloca um casaco, lá fora está frio e não seria fácil cuidar de você bêbado e gripado. – Eddie falou jogando o primeiro casaco que viu pela frente nas mãos de Richie enquanto procurava a chave da casa para destrancar a porta.

Os dois saíram de casa e foram direto para o Barrens, mais especificamente, para seu “esconderijo”.

Fizeram todo o caminho de volta, dessa vez ainda mais longo, só que sem as piadas de Richie.

Quando chegaram lá, estava tudo muito escuro, não dava para ver absolutamente nada. Richie até pensou na possibilidade de ser uma tentativa de sequestro de Eddie.

– Surpresa!! – Todos os losers gritaram alto juntos enquanto a lanterna no centro do “esconderijo” acendeu ao mesmo tempo, fazendo Richie se assustar um pouco, mas logo já havia entendido o que aconteceu ali. Aquilo era uma festa surpresa para ele, por isso ninguém aceitou seu convite para a festa, estavam arrumando uma festa surpresa para ele, e Eddie estava apenas o enrolando para que ele não desconfiasse da festa.

– Uma festa... pra mim?! Eu estou até emocionado agora. – Richie disse de forma irônica, mas verdadeira. Aquilo era verdade, ele estava muito feliz em saber que seus amigos se importavam sim com ele.

– A gente estava planejando essa festa a semanas! – Disse Beverly indignada com a ironia do amigo.

– Não é novidade que Richie sempre leva tudo na brincadeira. – Disse Stanley revirando os olhos

– Não é verdade, estou feliz sim, está bem?! Obrigado pela festa, pessoal. Eu achei que vocês me odiavam e esperaram até o dia do meu aniversário para contar isso.

– Não foi ideia nossa, foi do E-E-Eddie. –Disse Bill apontando para o mesmo, fazendo com que os dois corassem um pouco.

– A gente também comprou alguns presentes, eles estão naquela mesa no canto. – Beverly disse apontando para uma mesa cheia de presentes, parecia que tinham comprado uns cinco cada um.

– Desculpa, Richie... Eu não consegui comprar um presente pra você também, mas prometo que eu compro depois, eu juro! – Disse Eddie um pouco desapontado consigo mesmo, ele não tinha nem pensando no que dar para Richie.

– Não se preocupe, Eds, sua companhia hoje foi o melhor presente de todos. – Disse Richie em um tom de ironia, sarcasmo e verdade. Aquilo era verdade, e fez com que os dois corassem um pouco depois do que dito.

– Eles são tão gayzinhos, que fofo! – Disse Beverly animada.

– C-c-concordo. – Disse Bill, Ben e Mike

– Eca. Meio nojento. – Disse Stan

– Isso é porque você não tem ninguém ainda! – Disse Beverly fazendo com que todos, menos Stanley, rissem da piada