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História Redemption - Capítulo XIV - White Commandant



Notas do Autor


Boa noite~
Nova fase! Nova capa! Aqui começamos a segunda fase da fic, cheia de tramas, emoções controvérsias e confusões. Acho que é a parte com histórias mais pesadas da fic, embora a terceira seja a mais trágica, mas vocês sobreviverão ahauehauehu'
Espero que gostem do capítulo! Boa laitura. ;)
DATABASE NAS NOTAS FINAIS
~Marima
*-*-*
Heya my sweeties, tudo noice? Kkkkkkkkkkk
Kkjkkjk se preparem kkkkkkkkk pra rir kkkkkkkkkkkkkk
Eu tô lembrando aqui e não tô aguentando kkkkkkkkkkk tenho mais nem o q dizer kjjjjjk (eu sou ridícula, namoral)
Boa leitura kkkkkkkk
~Ginko
*-*-*
Rir... como é bom rir... principalmente quando é da cara dos outros...
É isso que proporcionamos para vocês nesse capítulo, leitores fiéis; além de uma espiadinha no início da trama mais pesada da fic.
Aproveitem e boa leitura!
~Nina

Capítulo 14 - Capítulo XIV - White Commandant


Fanfic / Fanfiction Redemption - Capítulo XIV - White Commandant

Embora aquele fosse o Distrito Kabuki e as pessoas que nele moravam estivessem acostumadas à coisas estranhas, principalmente coisas estranhas barulhentas, aquela sem dúvida era uma cena que chamava a atenção de todos os transeuntes da rua. Até porque, não era todos os dias que se via uma ninja sendo perseguida por uma cambada de outras pessoas (inclusive cortesãs, desempregados, robôs, yatos, samurais otakus e policiais).

Em meio a sua corrida, Sarutobi levantou a cabeça e abriu as narinas, fungando como um cão de caça.

— DIREITA! — berrou, momentos antes de virar a próxima curva à direita. A multidão atrás dela fazendo o mesmo movimento.

— ESQUERDA! — Virou novamente, e metade do distrito a acompanhou.

— Pessoal, esperem!! — Shinpachi tentava, mas por nada seus gritos se sobressaíam aos da ninja.

E mesmo que o fizesse, ninguém ali o daria ouvidos, muito menos pararia, não quando o homem que tanto os impactara no passado e retornava depois de tantos anos sumido estava a alguns quarteirões de distância.

— Vocês aí, parem em nome da lei! — O problema é que os policiais também não parariam.

Naquela manhã, o pandemônio foi iniciado depois de Kagura e Shinpachi aparecerem pelo bar de Otose, para contar a ela e às outras meninas que Gintoki estava na cidade. De todas as pessoas, eles acreditavam a senhora ser aquela que tinha todo o direito de saber por eles sobre a novidade. O grande problema começara, entretanto, quando Hasegawa apareceu no momento em que falavam sobre aquilo. Ele seguiu os meninos de volta para o dojô, fazendo um questionário completo sobre aquela história, o que culminou em Seita ouvindo a conversa no jardim e entrando a mil dentro da casa para contar a Tsukuyou e Hinowa. O ponto fulminante para a boiada ser libertada fora Sarutobi caindo do teto ao ouvir tais palavras, obrigando, sob ameaças, os jovens a contar onde Gintoki estava. No mesmo instante em que disseram que ele estava por perto, a ninja saiu correndo, carregando todos atrás, inclusive as demais dezenas de pessoas que encontravam pelo caminho.

Naquele momento em especial, além dos dois yorozuya e os policiais desavisados, corriam pelas ruas do distrito Tsukuyou, Seita, Hinowa (que àquela altura já conseguira recuperar sua motricidade total), Hasegawa, Catherine, Tama, Yamazaki, Kyuubei, Otae e atrás dos policiais, Kondou, Hijikata, Sougo e mais uns três companheiros, que tentavam alcançar os subordinados para impedi-los de prender o grupo. Saurotbi ia à frente de todos, farejando e guiando os perseguidores.

Não demoraram muito a chegar ao grande e luxuoso hotel, duas quadras após o portão de Kabukichou. O pobre porteiro não teve escolha além de pular para o lado, salvando-se de ser pisoteado pela multidão quando Sarutobi escancarou a porta principal com um chute. Uma pausa de meio minuto na recepção e uma pobre recepcionista erguida pela gola do kimono ao ser ameaçada pelo número de um quarto depois, o grupo se dividiu nos dois espaçosos elevadores e se dirigiram para o 17° andar do imenso prédio.

Sem se importar com o barulho que faziam ainda tão cedo na manhã, corriam pelo longo corredor. A ninja não demorou a alcançar o último quarto, ao final do andar e, sem pensar duas vezes, chutar a porta que a separava de seu grande amor com todas as forças que possuía.

— Gin-chaaaaaaaaaan!  — gritou ao adentrar o amplo cômodo, ignorando o grito agudo feminino que vinha da cama e não hesitando em imediatamente pular no pescoço do homem que saía esbaforido do banheiro, vestindo apenas a calça do pijama.

Segundos depois, a suíte fora invadida pelo restante do grupo, ficando consideravelmente mais cheia.

Após conseguir se embrenhar em meio ao povo, Shinpachi pôs-se à frente de Gintoki, escorando-se em seus próprios joelhos, tentando recuperar o fôlego perdido ao correr tanto enquanto gritava.

— Gin... san... Eu... não... consegui... impedi-los — desculpou-se indiretamente, arfando e sentindo uma pontada aguda em suas costelas.

A expressão do comandante, por sua vez, não poderia ser mais chocada e pasma. Olhando fixamente para a pequena multidão que invadira seu quarto sem permissão, ele só saiu do transe quando a porta no canto direito do cômodo — que ligava os dois quartos vizinhos — se abriu, expondo seus três filhos e sua governanta, que entravam apavorados depois de escutarem o grito de Mayah e tanto barulho.

— Jovem-mestre! O que hou- — Foi tudo o que conseguiu dizer antes de enxergar as dezenas de desconhecidos e ficar tão pasma quanto seu mestre, as crianças e a própria Mayah, a qual ainda agarrava-se ao lençol fino, tentando cobrir-se, com a mesma expressão de choque do esposo.

Com a chegada de Rose e as crianças, Sarutobi conseguiu que seu foco saísse de Gintoki por um momento para olhá-los. Passou seus olhos rapidamente pelas figuras pequenas, logo escaneando o resto do quarto também, até alcançar a cama.

E a mulher de cabelos negros que tinha meio corpo enrolado nas cobertas.

Gintoki chegou a suar frio, olhando de uma para a outra das mulheres, sem saber a reação de qual mais temia. Sacchan, porém, foi a primeira a se mexer novamente, esfregando seu rosto no do samurai.

— Giiiin~chaaan~ — prolongou as vogais de forma manhosa. — Já nos reencontramos, querido. Já pode mandar a prostituta embora.

E chocando-se mais uma vez com o que escutara, o prateado preparou-se para o que viria a seguir e para a possibilidade de ser obrigado a fugir pela sacada do hotel.

Poucos segundos após processar a frase que seus ouvidos captaram, Mayah finalmente saiu do transe de pavor direcionado aos invasores, para virar sua cabeça em direção à ninja que agarrava o pescoço de seu marido. Já era possível ver o tom vermelho subir lentamente à face da morena. Ainda assim, contrariando a expectativa dos presentes ao observá-la, o tom que usara para se pronunciar fora muito calmo e controlado, embora fosse visível o esforço que ela empregava nisso.

— O que você acabou de dizer?

— Que você já pode ir embora. — Gesticulou com a mão esquerda livre. — Agora o Gin-chan tem a mim para satisfazer a ele como ele quiser. — Agarrou-se com mais força ao homem, que ainda permanecia paralisado.

Algumas veias saltaram a testa branca da mulher. Satoshi, Sayuri e Mayume encararam a mãe ao mesmo tempo, temendo os próximos acontecimentos.

— Mayah... — Gintoki finalmente pronunciou-se com cautela, em total alerta, tentando soltar-se da arroxeada, mas sem sucesso. — Me largue de uma vez, sua stalker pervertida desequilibrada!!

— Nossa, que intimidade, ele até chama a prostituta pelo nome... — A voz de Kiyuubei destacou-se, tendo a concordância de Tsukuyou, Hinowa e Seita.

Mais algumas veias pulsando no rosto de Mayah quase puderam ser ouvidas, um sorriso repuxado indicando que estava à beira de abandonar qualquer limite.

— Err, Danna, ela pode me atender depois? Mas eu queria só conversar, tenho me sentido meio pra baixo... — Yamazaki continuou a falar sobre ser desclassificado do campeonato de badminton por ser um robô, mas ninguém sequer teve ouvidos para isso depois de ouvirem a pergunta que o jovem fez e perceberem que o prateado se aproximava do aglomerado com uma estranha áurea e uma escova de dentes na mão, após com muito esforço conseguir arrancar Sarutobi de si e derrubá-la na poltrona ao lado.

Ignorando a aproximação do marido com relação aos outros, Mayah, por sua vez, finalmente soltou o lençol que a cobria parcialmente, já colocando os pés pra fora da cama, dando a mínima importância ao fato de estar vestindo apenas sua fina e curta camisola. As crianças esconderam-se atrás de Rose, já prevendo o que aconteceria a seguir; a governanta compreendeu o recado, afastando-se mais da muvuca para proteger os pequenos.

Gintoki, ao ver a morena levantar-se, parou imediatamente sua caminhada em direção aos invasores, sua mente esquecendo-se completamente da vontade de matar aqueles desgraçados e entrando em pânico imediatamente.

Sorrindo de forma que demonstrava todo o seu desejo e áurea assassinos, Mayah caminhou vagarosamente, no meio do caminho agarrando uma das espadas embainhadas do esposo, encostada ao pé da cama.

— Quem será o primeiro? — O tom da mulher foi nada menos que assustadoramente ameaçador, o sorriso macabro ainda pairando em seus lábios.

Imediatamente, porém, aqueles pobres indivíduos da Shinsegumi, que nada tinham a ver com a confusão e acabaram ali por acaso, sentiram sua pele formigar com arrepios. Aquela bela mulher possuída por um espírito sanguinário havia despertado o M interior deles. Yamazaki, por outro lado, desistiu completamente de ter algum consolo e cochichou para Shinpachi que deixaria sua raquete de badminton para ele em seu testamento.

Não demorou mais que alguns segundos para Mayah avançar no primeiro que estava à sua frente — que curiosamente era o ciborgue. Por um triz, no entanto, Yamazaki escapou mais uma vez de sua morte precoce, quando no mesmo instante Gintoki também avançara à frente, agarrando sua esposa por trás, deixando seus braços imobilizados, ao alto, fora do alcance dos pobres coitados.

— Espera, mulher! — gritou enquanto a tinha debatendo-se furiosamente em seus braços.

Vendo isso, Sougo também havia sentido uma centelha de algo despertar em seu interior, mas ao contrário dos outros, o que despertou fora seu S, que começava a considerar a esposa do ex-yorozuya como um oponente à altura, como um dia fora o próprio Gintoki. O samurai, no entanto, parecia ter descido um nível aos olhos do Okita, sendo rebaixado na cadeia alimentar.

— Você apanha dela, Danna?

O questionamento fizera algumas veias saltarem novamente na testa do ex-vagabundo, mas não estava em uma situação favorável a uma resposta a altura.

— Me solta, Gintoki! Eu vou acabar com esses desgraçados de merda! — berrava ela, tentando livrar-se do prateado, o que acabava proporcionando visões muito interessantes para os marmanjos aglomerados.

Mais algumas veias saltaram ao perceber isso.

— Ao menos faça isso vestida, prostituta! QUER DIZER, MAYAH! EU DISSE MAYAH. TENHA PIEDADE!!!!! — Olhou à sua volta desesperado, encontrando os filhos escondidos atrás da senhora, aparvalhados com a situação. — SEUS FILHOS. Estão vendo tudo! Você não quer ser presa na frente dos seus filhos!!

— GINTOKI! — continuou aos gritos, agora empenhando mais força para soltar-se. — ME SOLTA AGORA MESMO SE VOCÊ NÃO QUISER SEUS FILHOS ÓRFÃOS DE PAI E MÃE.

No mesmo segundo o samurai largou-a, mas não foi rápido o suficiente para prever o próximo movimento da morena, que jogando a bainha da espada sobre a cama fez o mesmo com o comandante, ao pular em cima dele, imobilizando-o sobre o colchão com ela sobre si. Sua sorte fora seu excelente reflexo de defesa, que agarrou a bainha amadeirada e utilizou-a para impedir o fio da arma de alcançá-lo.

— QUEM VOCÊ ESTÁ CHAMANDO DE PROSTITUTA, SEU VAGABUNDO DE PERMANENTE NATURAL?!

— Pare com isso, sua louca desequilibrada exibicionista!

Ele ainda não havia se esquecido do fato de todos aqueles desgraçados estarem assistindo a tudo.

— O que está acontecendo aqui?! — Uma voz autoritária, extremamente irritada, soara à porta.

Souichirou não demorou a atravessar a pequena multidão e chegar ao centro do quarto, ficando estupefato com a cena.

— O que pensam que estão fazendo, vocês dois?! — exasperou-se, nem mesmo tentando manter sua neutralidade usual.

— Eu estou tentando matar esse desgraçado! É isso o que estou fazendo! — respondeu furiosa, ignorando totalmente a autoridade de seu líder.

Em um movimento ágil, ela largou a lâmina, passando a usar as próprias mãos para tentar alcançar o pescoço do homem, enquanto esse esforçava-se também para impedi-la. Souichirou tentou chamar a atenção da nora mais uma vez, mas surtiu tanto efeito quanto da primeira. Por fim, ela fora obrigada a afastar suas mãos da pele masculina, quando as únicas três criaturas capazes de pará-la naquele momento resolveram agir.

Satoshi e as irmãs pularam em cima da cama, colocando-se entre os pais, na tentativa de chamar sua mãe de volta à razão.

Sayuri agarrou-se ao pai com todas as forças, espremendo os olhos, enquanto Satoshi tratou de segurar o braço esquerdo da mãe, ao mesmo tempo que Mayume agarrou-se também ao pai, como a mais velha.

— Eu não quero ficar órfão, quem vai me livrar das confusões? — Satoshi foi o primeiro a exclamar. — E Mayume tá assustada! — alertou para a pequena que já tinha os olhos marejados.

— O que é órfão? Não é bom, né? Eu também não quero ser! — A vozinha da pequena tornou-se mais aguda.

E somente então fora que Mayah paralisou-se por completo. Observando vagarosamente os filhos entre ela e Gintoki, finalmente deu-se conta do tamanho da confusão, e o pior: em frente aos filhos. Completamente assustada com a recente constatação, olhou mais uma vez os pequenos agarrados aos dois, com os olhos fechados, num pedido mudo desesperado.

Fechando os próprios olhos, ignorou o fato de Gintoki ter largado-se da forma mais aliviada possível sobre a cama, respirando fundo e retomando o controle. Ao sair de cima do marido, o que ouviu a fez lembrar-se de que provavelmente estariam encrencados pelo resto do ano.

— Pelo amor de Deus!! — Mais uma vez o líder Sakata exasperou-se, fazendo tanto a morena quanto o prateado encolherem-se com o tom de voz raramente irado do mais velho. — O que tinham na cabeça para arrumar um estardalhaço desses?! Em frente aos seus filhos, e em um hotel lotado com metade dos clãs de Seikigahara?! Vocês enlouqueceram?! E Mayah, vista-se, por favor!! — ordenou irritadiço, ordem essa que a outra obedeceu imediatamente ao cobrir-se com o roupão mais próximo. — E quem são essas pessoas?! — direcionou-se ao grande grupo.

— E quem é você?! — Sachan devolveu, tão pasma quanto os outros pelo modo como Gintoki permitia que o desconhecido falasse com eles.

— Alguém que pode colocar vocês todos atrás das grades imediatamente se continuarem com essa situação vergonhosa — respondeu de forma curta e grossa, ainda irritado.

— MINHAS SINCERAS DESCULPAS, SOUICHIROU-SAN — Shinpachi fora quem praticamente gritara o pedido. Apavorado com a ideia dele e todos os outros na cadeia. — Eu tentei impedi-los, mas não consegui sozinho segurar todos esses BADERNEIROS DESGRAÇADOS — alterou-se por mais um momento dirigindo os xingamentos à todos eles.

Distendeu-se ainda em mais desculpas exageradas enquanto, mais atrás, Kondou tentava apaziguar os ânimos entre os policiais M, que reagiam mal à ameaça de Souichirou sem nada saber sobre o poder e influência do líder do clã Sakata.

— Certo, certo — cortou o que transformava-se em um discurso de desculpas do otaku. — A melhor forma para vocês se desculparem agora é indo embora, por favor.

— Claro, já estamos de saída, Souichirou-san — concordou Otae, ajudando Kondou e Shinpachi a empurrar o pessoal pra fora.

— Nós não vamos embora! — exclamou Seita em meio aos empurrões. Conseguiu desviar-se dos muitos corpos para alcançar a frente do grupo, encontrando assim Gintoki acabando de sentar-se na cama, ainda com as filhas agarradas a si. — Você nos deve uma explicação, Gin-san!

— E vou dar — Gintoki concordou, mais para se livrar daquela confusão do que outra coisa, mas realmente considerando fazê-lo.

— Uma outra hora — completou Mayah. — Não se preocupem, posso garantir que ele vai se explicar a vocês, detalhe por detalhe, mas não agora — concluiu, o tom de voz gentil muito diferente de poucos instantes antes.

— Sim — ele concordou. — Nos encontrem no bar ao 12:00 e então eu explico tudo — levantou-se, também vestindo-se com o roupão.

Após concordarem com a condição, todos foram deixando o cômodo, um a um. Enquanto esses se encaminhavam para fora do quarto, no entanto, uma pessoa ainda ficou plantada no mesmo lugar onde estava.

Sachan olhava do homem para a mulher e para o homem novamente, como se nada entendesse. Aquela mulher não iria sair?

— Gin-san... se ela não é uma prostituta, então por que ‘tá aqui?

Gintoki deixou escapar um longo suspiro.

— Ela é minha esposa.

Por alguns momentos, o rosto da ninja ficou completamente inexpressivo, observando o prateado sem compreender o ponto em brincar daquela forma. O silêncio continuou, e por fim ela percebeu que ele não estava brincando.

— COMO PÔDE, GIN-SAN?! — O grito da arroxeada foi tão repentino que causou um pequeno sobressalto em Mayah.

O casal apenas pôde observá-la sair correndo em câmera lenta do quarto, ao estilo princesa magoada, berrando e se debulhando em lágrimas enquanto segurava sua saia imaginária.

— Qual o problema dela? — Satoshi fora quem questionara primeiro, enquanto ainda assistiam a ninja correndo pelos corredores.

— Nem queira saber — respondeu o prateado, voltando a jogar-se na cama.

Só aquela primeira hora acordado tinha o cansado para o resto da semana, a qual estava apenas começando...

(...)

Depois das coisas apaziguarem-se, Gintoki tornou a se arrumar. Não demorou muito para que Kornors chegasse em Edo e no hotel, trazendo sua farda, para que então seguissem em direção ao quartel da Shinsegumi e lá se reunissem com os policiais.

— Bom dia, Comandante! Soube da sua manhã agitada. — A morena de braços cruzados¹, esperando-os à porta, pronunciou-se com um sorriso zombador. — Quer dizer que você vem pra Edo pra se encontrar com prostitutas às escondidas? — sacaneou.

— Pelo amor de Deus, não fale isso com o risco de Mayah ouvir. — Olhou de um lado para outro, quase desesperado.

A moça riu com gosto, enquanto os três adentravam a construção.

— Eu sempre gosto de pensar no fato de que o grande comandante da Shinikayou se borra de medo de sua esposa — gozou, fazendo algumas veias saltarem à testa do prateado.

— Miyuki. — A voz grave de Kornors soou, antes de seu chefe responder à morena. — Limites. Por favor, não ultrapasse-os.

— Como se você tivesse moral pra falar alguma coisa. Hoje mais cedo estava rindo que se acabava enquanto ouvia a história — provocou. O moreno abriu a boca para responder, mas fora interrompido antes.

— Qual pecado eu cometi pra ter que conviver com vocês dois? — rosnou Gintoki, ainda avançando pelos corredores.

— Ter permitido intimidade — respondeu divertida, fazendo o outro colega segurar o riso.

— Então tenho que começar a cortar — devolveu rabugento.

— Você nos diz isso há 10 anos, Comandante — brincou Kornors quando já chegavam à sala de reuniões do lugar.

Kondou, Hijikata, Sougo e Matsudaira já estavam à espera.

— Bom dia — Kornors e Miyuki responderam educadamente aos cumprimentos dos presentes, mas fora Gintoki quem dera continuidade à conversa.

— Este é Koono Kornors, meu vice-comandante — apresentou apontando para o homem, em seguida fazendo o mesmo com a mulher. — E essa é Nishida Miyuki, capitã do nosso 13º esquadrão e Comandante Suplente.

— Kondou Isao, Comandante da Shinsegumi, ao dispor — o dito cujo deu alguns passos à frente, curvando-se em cortesia.

Depois de apresentar os outros policiais no cômodo, o gorila voltou-se para Gintoki, finalmente dando início ao assunto que os reunia ali.

— E então? O que querem da Shinsegumi? — questionou animado, sentando-se em uma das cadeiras dispostas.

― A facção com a qual estamos lidando é a Tenkuro ― iniciou, circulando a mesa central e se pondo em frente ao quadro na parede (organizado por Miyuki antes de chegarem), aonde muitos retratos e dados coletados se encontravam pregados ―, uma facção da yakuza que age em Seikigahara há muitos anos, mas que só passamos a investigar a fundo há alguns meses. Desde que ficamos sabendo da ascensão da Tenkuro, temos perseguido-a e tentado dar-lhe um fim. No entanto, parece que os líderes são bastante habilidosos em agir da forma mais silenciosa possível, e nos últimos meses estivemos assim, caçando uma agulha no palheiro, sem qualquer pista concreta do paradeiro da facção ou os contatos comerciais que ela possuía ― explicava muito calmamente, enquanto continuava a analisar os papeis no quadro. Voltou-se então para os que o ouviam, ficando de frente para a mesa. ― Mas, seis semanas atrás, um dos líderes, Okomura Nagato, finalmente vacilou, numa tentativa muito ambiciosa de tentar comercializar com um dos clãs que mantém uma relação comercial ativa com Souichirou. O líder desse clã, Yamato Takeji, me procurou logo em seguida e então começamos a agir. Okomura percebeu ou foi avisado e fugiu. Tínhamos perdido a pista de seu paradeiro, mas agora descobrimos que está aqui.

― Ele foi bem idiota em tentar comercializar com um clã aliado de vocês, não? ― Kondou comentou.

― Bem, talvez esperançoso seja a palavra certa ― Gintoki respondeu.

E vendo a leve confusão no semblante do outro comandante, Kornors completou:

― O Clã Yamato não é flor que se cheire, se podemos assim dizer. Ainda assim, é o maior fornecedor de minério de ferro do feudo e um dos maiores do país, e por esse motivo Souichirou-sama mantém a aliança comercial ― explicou. ― E por mais que não seja um líder tão, digamos, digno de respeito, não iria contra Souichirou-sama e a Shinikayou. Não é louco o suficiente para isso.

― Entendi. Então ele apenas quis livrar a própria cara, fornecendo a informação a vocês, ao invés de arriscar a possibilidade da corda quebrar pro lado dele ― concluiu o comandante da Shinsegumi.

― Exatamente ― o da Shinikayou confirmara. ― Okomura acreditou estar aproveitando uma grande oportunidade, mas não contou com o medo de Yamato, e acabou dando um tiro no próprio pé. Embora acredite que tenha aprendido a lição, porque se manteve muito bem escondido até aqui.

― E vocês dizem que agora ele está em Edo? ― Hijikata se pronunciara pela primeira vez na conversa.

― Sim, está ― o prateado respondeu. ― No final de semana estivemos envolvidos em uma operação para capturar alguns membros da facção e conseguimos descobrir, por meio de interrogatório a um dos criminosos capturados, que ele está na cidade.

― Aparentemente ― Kornors começou a completar ―, ele está aqui desde que fugiu, recebendo ajuda de um líder yakuza daqui.

― E vocês sabem quem é esse? ― Kondou questionou.

― Ainda não podemos afirmar nada, mas temos uma leve suspeita. No entanto, não vamos lhes dar essa informação agora.

― E por que diabos não podemos saber? ― irritou-se Hijikata. ― Se querem nossa ajuda precisam no mínimo nos darem as informações sobre o caso.

― Pensei que era o que estava fazendo ― respondeu Gintoki muito calmamente, o que fez as veias saltarem na testa do outro.

O outro que não conseguiu controlar seu corpo quando avançou contra o rival, de espada empunhada.

― Deixe de ser tão irritantemente calmo, seu maldito de permanente natural! ― gritou enquanto era segurado pelo companheiro.

― Toshii! Controle-se! ― exasperou-se Kondou.

O fato de Gintoki sequer reagir com nada mais que um erguer de sobrancelhas, entretanto, não permitia que o outro se acalmasse.

― Nós deveríamos fazer alguma coisa? ― perguntou Kornors ao seu próprio comandante, observando curioso, junto de Miyuki, o homem ser segurado pelo outro, enquanto gritava coisas como “Eu vou cortá-lo ao meio!” e “Ele já passou dos limites!”.

― Nah ― respondeu monossilabicamente.

― Oe. ― Ouviram a voz arrastada de Katakuriko, parecendo ignorar os dois subordinados. Viraram-se para ele. ― O homem de quem vocês suspeitam tem alguma influência aberta na cidade? ― questionou e então tragou despreocupado. ― Só vejo esse motivo para não quererem nos dizer.

― Sim, tem ― informou o prateado. ― E é por isso que não vamos expor seu nome antes de termos a certeza de que é realmente ele. Coisa de ética política da Shinikayou e blá blá blá ― explicou, desdenhando a burocracia toda que o cercava; aquela parte em especial sempre o entediava.

― Tudo bem. ― Matsudaira levantou-se, ao mesmo tempo em que Hijikata finalmente aparentara ter dado ouvidos à Kondou e agora tentava ascender nervosamente o cigarro que apagara. ― Aonde esse tal Okomura está escondido?

Para responder tal pergunta, Gintoki posicionou-se melhor à mesa e então apontou para um das centenas de quarteirões representados no mapa detalhado de Edo.

― Ele está aqui. Se ainda não souber que estamos na cidade ― completou.

― E você acha que ele já sabe? ― Isao voltou a se pronunciar.

― 25% de chances sim e 75% não ― respondeu sem dar certeza nenhuma. ― E é por isso que não vamos abordar somente esse prédio ― concluiu.

― Então vamos agir em vários lugares ao mesmo tempo?

― É o que pretendemos ― dessa vez fora Kornors que respondera; e então pediu uma permissão silenciosa ao superior para dar continuidade. ― Iremos nos dividir, basicamente, em cinco grupos ― continuou a explicar após recebê-la. ― Cada um deles será formado por um de nossos capitães de esquadrão, mais cinco de nossos homens e pelo menos dois dos homens da Shinsegumi. ― Inclinou-se levemente sobre a mesa para poder circular alguns pontos no mapa com o pincel que segurava. ― Dois dos grupos, mais o Comandante, mais vocês dois ― Olhou para Kondou e Hijikata. ― agirão no ponto no qual suspeitamos que ele de fato esteja. ― Apontou o quarteirão com a ponta do pincel. ― O segundo grupo, junto de mim, iremos para essa fábrica, que descobrimos estar envolvida com a Tenkuro e outras facções da yakuza. O terceiro, junto ao Okita-san irão para este ponto, e o quarto grupo, junto de Matsudaira-san irão para este. ― Enquanto falava, apontava os círculos no mapa.

― Entendemos, mas yorozuya, não acha imprudente termos tantos homens e força em apenas um ponto enquanto os outros terão muito menos força?

― Temos quase certeza absoluta de que Okomura está no ponto principal. Os outros grupos são apenas uma precaução e um adiantamento, porque é muito provável que encontremos mais membros das facções envolvidas nos outros pontos. De qualquer forma, caso queiram enviar mais que dois dos seus às outras localidades, fiquem a vontade ― respondeu para logo depois dar sequência às informações da operação. ― No ponto principal, nós nos dividiremos novamente, e preciso que pelo menos um de nós mais três homens, no mínimo, estejam preparados para impedir a fuga de Okumura pelo canal subterrâneo de esgoto.

― O Canal de esgoto? ― surpreendeu-se Kondou. ― Mas se vamos cercar o prédio, como acredito que faremos, como ele faria para chegar até o primeiro bueiro que encontrar?

― Desconfiamos de que talvez haja uma passagem no interior da construção ― a morena da Shinikayou explicou. ― Já vimos essa mesma precaução dos yakuza em outras operações.

― Então é melhor que todos os grupos também façam isso nos outros pontos ― Hijikata comentou enquanto observava o mapa.

― De preferência ― Gintoki concordara. ― Kondou, pode começar a movimentar seus soldados? Quanto mais cedo darmos início à operação, menor a probabilidade de Okomura conseguir escapar por entre os nossos dedos.

― Claro, agora mesmo ― concordou. ― Toshi, pode chamar todos os nossos homens em serviço, por favor?

Em um meneio de cabeça positivo, Hijikata atendeu ao pedido e caminhou para fora da sala, em direção ao salão aonde todos provavelmente estariam àquela hora. Kornors, por sua vez, colocou-se de forma ereta novamente, abandonando o pincel sobre o mapa rabiscado.

― Vou chamar os outros capitães ― informou a seu comandante, para logo após ter recebido o meneio em concordância também deixar o cômodo.

Não demorou mais que alguns poucos minutos para Hijikata chegar à sala com os mais de 20 policiais que reuniu para agirem. A grande maioria apenas se acomodou no canto da sala, próximo ao Okita que observava tudo entediado, esperando pelas novas ordens.

― Com sua permissão, Comandante.

Kondou iria dar início à sua fala, mas Kornors adentrou a sala, ajoelhando-se em reverência ao superior, pronunciando-se e logo recebendo o gesto permissivo para se levantar. Assim que se levantou, sob olhos curiosos e até discretamente risonhos ― que percebia, mas ignorava com louvor ―, voltou a abrir a porta, permitindo que os quatro que esperavam do lado de fora pudessem entrar.

Eram quatro homens. Todos eles após entrarem, imediatamente fizeram o mesmo que Kornors segundos antes. Ajoelhando-se, os soldados pediram permissão ― pela voz do mais jovem dentre eles ―, que logo foi concedida com o mesmo gesto rápido que Gintoki utilizara com seu vice-comandante. Aparentemente, aquela era uma regra da organização.

E realmente estavam certos. Uma das regras mais evidentes da Tenshouin Shinikayou era aquela: não importa a situação, caso você vá se colocar na presença de seu Comandante pela primeira vez nela, dever-se-á ajoelhar-se perante ele e se levantar apenas com a permissão concedida. O próprio Gintoki demorara a se acostumar com aquilo e por muitas vezes pensou em acabar com aquela regra que a seu ver parecia desnecessária e idiota. Apenas o comentário da ideia, no entanto, desagradara totalmente à Kasai. Ainda lembrava-se da resposta clara e que acabou por convencê-lo.

“― Com todo o respeito, Comandante, mas não acho uma boa ideia começarmos a relaxar na rigidez e disciplina de nossos membros. O senhor comanda mais de 20.000 soldados, se contarmos todas as cidades de Seikigahara, e todos eles devem ser totalmente subordinados ao senhor. Caso comece a “afrouxar” as rédeas, isso pode não acabar bem.”

E realmente, só de pensar no trabalho que daria se uma quantidade razoável de todos aqueles apostos passassem a pensar que seu comandante não tinha condições de liderar a organização, sua enxaqueca surgia três níveis acima do normal. Com isso, acabou se adaptando ― coisa que ele fazia muito bem ― àquela nova realidade aonde tinha toda aquela gente o obedecendo sem qualquer oposição. Àquele ponto, na verdade, estranharia bastante caso algum deles não seguisse aquela regra ou qualquer outra das tantas que havia; provavelmente até ficaria curioso com a audácia de quem o fizesse ― e o puniria de acordo com o prescrito no código da organização: sim, ele era realmente um ser muito adaptável.

― Agora que estão todos aqui, passaremos resumidamente a situação ― o prateado pronunciara-se.

Então passou a explicar em resumo as informações sobre o caso e o que estavam prestes a fazer, deixando por último o desígnio das atividades.

― Kaguio vocês vão para o ponto 4, com Matsudaira; não acredito que haverá algum de nossos alvos por lá, mas fique atento a qualquer coisa que possa parecer suspeito ― começou a distribuir as funções. ― Minata, ponto 3, com o capitão Okita; ― Aqui Sougo fez careta ao ouvir como foi chamado, aquilo sim ele nunca esperaria. ― talvez encontrem alguns membros das facções envolvidas, tragam quantos com vida puderem trazer, temos muitas informações que podemos conseguir com eles. Kaku, ponto 2 com Kornors; faço o mesmo pedido. Miyuki e Imoto, vocês vêm conosco. Kondou, deixo a definição de quem irá acompanhá-los com você.

Voltou-se então para o outro comandante, que logo passou a dividir seus homens dentre os grupos, depois voltou a se pronunciar.

― Dividam-se como acharem melhor ao chegarem no local ― continuou quando o outro terminou. ― E agora, preciso pedir algo a vocês, da Shinsegumi. ― Olhou-os com certa seriedade, mas ainda em tom calmo. ― Qualquer informação que obtenham no ponto no qual se encontram, passem imediatamente para um dos meus capitães. Qualquer que seja essa informação, por mais simples ou insignificante que acharem, passem-na a um deles, para que possam comunicar a mim imediatamente caso achem necessário. Eu preciso estar ciente de absolutamente tudo o que estiver acontecendo nos cinco pontos, então espero que cooperem quanto a isso. Agora, vamos começar a nos mover. A operação se iniciará às 22 horas ― concluiu recolhendo os papeis sobre a mesa, enquanto os grupos saíam aos poucos da sala para se organizarem da melhor forma possível.

Em breve seria hora da ação.


Notas Finais


¹Miyuki: https://i.imgur.com/KV7v5zJ.jpg
DATABASE: https://docs.google.com/document/d/1a1jHIfszWxOFaZnF0h_DzdDg25WyGU-Q/edit
Esperamos que tenham gostado! Até o próximo, meus queridos! ^^


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