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História Redemption - Capítulo XXXV - Royal Supplication



Notas do Autor


E olha quem apareceu dps de um mês desaparecida... hehe'
Nem vou tentar pedir perdão, gente. Pq infelizmente sei q isso vai acontecer mais vezes do que eu gostaria -_- A vida tá corrida demaaaais. E ainda sou obrigada a ouvir que professor não ta fazendo nada na quaretena. ¬¬'
Enfim! Larguemos minhas lamúrias ahuehe'
E boa leitura! ;)

Capítulo 38 - Capítulo XXXV - Royal Supplication


— Seu desgraçado! Aonde você pensa que está levando minha mãe?!

— Souichiro, quieto. — A voz de Shouyou não demorou a ser ouvida.

— Mas eu não vou deixar esse maldito levar ela! — Debateu-se mais um pouco, mas as mãos firmes sobre seus ombros e o próximo tom de voz ouvido não permitiu que ele continuasse.

— Quieto — repetiu sucintamente, agora tendo resultado.

Antes de se pronunciar pela primeira vez, o professor segurava o garoto, que tentava a todo custo se soltar para avançar sobre Gintoki. A raiva do Okita mais novo era visível e ele não media as palavras para xingar o homem que “prendia” sua mãe. Assim que ouviu-se Shouyou pela segunda vez, porém, um silêncio bastante perturbador se instaurara no grupo.

O tom utilizado por ele era algo desconhecido pelos presentes. Não demonstrava raiva, mas também não transpassava a calma rotineira a que estavam acostumados. Na verdade, eles sequer conseguiam definir o que aquele tom queria dizer, assim como sua expressão, era simplesmente indecifrável.

Mesmo com isso, entretanto, estava claro que aquele era o tipo de ordem que todos deveriam obedecer. E somente por isso que Souichiro engoliu os palavrões e xingamentos e parou de se debater, embora a expressão de ódio nos olhos azuis ainda fosse direcionada fixamente para o albino maior.

O silêncio estranho permaneceu por alguns segundos enquanto Gintoki e Shouyou pareciam conversar silenciosamente com os olhares. Até que, por fim, o mais velho suspirou conformado com algo que ainda não conseguiam entender bem o que era.

— Acho melhor voltarmos para a mansão por hoje. — O tom calmo e tranquilizador do sensei voltara a aparecer, fazendo com que os outros soltassem o ar.

Haviam prendido-no sem sequer perceberem.

— Não vamos sair daqui até o Gin-san nos explicar porque o Shin-chan e a Kagura-chan foram levados por aquela mulher — Otae se pronunciara pela primeira vez, sua voz carregada de mágoa.

— Aqueles dois idiotas se meteram com quem não deveriam e agora vão arcar com as consequências disso — Gintoki, por sua vez, respondeu de forma sucinta.

— Mas os garotos não iriam se meter com esse tipo de gente sem bons motivos, Yorozuya — Kondou retrucou. — Você melhor que ninguém deveria saber isso! Foi você quem moldou o Bushido daqueles dois!

— Rinmaru tem todos os motivos para querer acabar conosco, e por isso ceifou a vida de dezenas de pessoas no atentado que acabou de cometer — observou, fazendo-os se calar. — Meu trabalho não é enxergar motivos, Kondou. É punir os meios — completou seriamente, não demorando a dar as costas para seguir em direção à própria casa, deixando para trás seus antigos companheiros extasiados, embora sem qualquer palavra para se contraporem.

(...)

— Era mais fácil quando você era apenas um pirralho bom-em-nada. — A voz de seu antigo mestre soou ao seu lado, enquanto caminhavam pela estrada de pedra que levava à mansão em que residia com sua família. O restante do grupo se encontrava mais à frente. — Eu simplesmente lhe dava um corretivo e você aprendia. Ou ao menos fingia que sim. — Um breve riso contido ecoou da garganta do mais velho, mas esse humor não pareceu alcançar ao mais novo, que permaneceu em silêncio, encarando as pessoas que andavam mais à frente, por mais que seu olhar parecesse muito distante dali. Suspirou mais uma vez naquela noite. — Quanto tempo pretende manter os garotos na sede?

— O suficiente para que não façam mais besteiras.

— Sabe, alguns anos criando crianças desobedientes me ensinou que prendê-las quando estão tão certas do que fazem não evita que “façam mais besteiras”. — Silêncio. — Gintoki, mantê-los distantes de você não irá poupá-los de sofrimento algum. Assim como protegê-los de toda essa situação sem ter uma conversa franca também não. Isso só causará mais sofrimento a eles e a você.

— Shinpachi e Kagura fizeram suas próprias escolhas conscientes das consequências, Shouyou. Eles tinham pleno conhecimento de que o E.R. é o nosso pior inimigo e que unir-se a eles significa o mesmo que declarar guerra ao clã inteiro.

— “Nosso pior inimigo”... Jamais pensei que algum dia iria ouvir você se referir a você mesmo como alguém pertencente à sua família biológica. — Esmerou um pequeno sorriso que o prateado não soube muito bem definir se carregava orgulho ou tristeza, talvez um pouco dos dois. — Devo confessar, estou admirado.

— Estou apenas fazendo meu trabalho.

— Seu trabalho? Ou sua autopunição?

E mais uma vez, silêncio.

— Embora eu tenha dito que queria que voltasse a ser meu pirralho bom-em-nada, você não mudou absolutamente nada, não é, Gintoki?

Ainda sem responder, o prateado parou de andar, o que levou Shouyou a parar também. Por alguns instantes o professor apenas encarou seu discípulo fixando o olhar no chão, parecendo travar uma verdadeira batalha em seu interior. Aproximando-se alguns passos, permitiu que um sorriso terno lhe tomasse os lábios, embora, desde que reencontrara seu pupilo mais velho, em seu interior, a ternura era constantemente acompanhada de pesar.

— Eu não saí daqui, meu pequeno samurai.

Gintoki, por sua vez, levantou os olhos avermelhados, fazendo-os encontrar os claros cor de palha de seu mestre. E Shouyou tinha de confessar que o que encontrara neles fizera partes importantes de sua alma se quebrarem dolorosamente.

— Eu preciso da sua ajuda. — Finalmente a voz grave ecoara. — Preciso que me ajude a protegê-los. Mayah e as crianças — esclareceu, embora para Shouyou esse esclarecimento não fosse necessário.

— Aquele jovem. Ele teve algo a ver com o atentado contra Mayah no ano anterior? — questionou apenas para confirmar o que supunha com o que assistira, e a dor que vira nos olhos do comandante exerceram essa função sem sequer a necessidade de palavras.

— Em março do ano passado, Mayah estava indo para a Academia de Artes, quando foi rendida por integrantes do Exército Revolucionário. Eles a renderam como moeda de troca, para libertarmos um dos líderes do grupo. Rinmaru foi quem comandou o atentado. No entanto, esse prisioneiro já havia sofrido a pena de morte, apenas não havia sido anunciado à cidade ainda. — Pausou para tomar fôlego. — Depois de um dia inteiro procurando por eles e tentando negociar a liberdade de Mayah, os encontramos, mas no meio da confusão Mayah foi ferida por Rinmaru. Eu estava tão desesperado em salvá-la que sequer me importei com a fuga deles. Mas esse ferimento custou a vida de um dos bebês que ela esperava. Os médicos só podiam salvar duas vidas. Ou salvavam os dois gêmeos, ou um deles e ela. No fim das contas eu não precisei tomar essa decisão, porque um dos bebês já estava praticamente morto, ele levara o maior dano do ferimento. Soujirou sobreviveu. — Voltando a encarar os olhos claros do mestre, Gintoki por fim completou o pedido, em um tom que ele pouco usara em sua vida, mas que era o único que conseguia usar diante da situação. — Shouyou, Mayah e as crianças são a única coisa que transformaram essa cidade, que era meu verdadeiro inferno, em um lar com o qual eu sou capaz de me importar. E eu não posso perdê-los. Por favor, eu lhe imploro, me ajude a protegê-los.

Por alguns segundos, ambos permaneceram apenas se encarando mais uma vez naquela noite. Logo a resposta ao pedido veio, porém.

— Você tem a ciência de que nem mesmo precisava me pedir por isso — respondeu suavemente; mas com um olhar pesaroso e um singelo sorriso nos lábios, Shouyou completou com algo que esperara uma vida toda para dizer. — Pelo menos uma vez na vida, tenho a oportunidade de proteger aquilo que é precioso para você.

(...)

— Então vai realmente sair sem dar qualquer satisfação do que está acontecendo ao pessoal?

Gintoki estava no closet que dividia com Mayah, pegando poucas peças de roupas e uma farda extra, para seguir para Kuuto. Pretendia partir ainda naquela noite e dar início à operação de madrugada. Quanto mais rápido aquilo se resolvesse, melhor, embora tivesse a consciência de que geralmente as coisas não eram fáceis assim.

— Eu já dei a satisfação a eles que precisava dar — respondeu em um tom sério, mas controlado.

— Gintoki, dizer “eles fizeram besteira e vão ter que arcar com as consequências” não é dar satisfação de nada. Vai continuar parecendo injusto e inaceitável para eles. Você sabe disso — retrucou enérgica enquanto o via guardar as peças dentro de uma pequena bolsa de viagem, já no quarto que dividiam.

— Eu não tenho tempo, nem paciência para explicar todas as merdas nas quais aqueles dois se meteram, Mayah. Se querem tanto saber o que está acontecendo, que vão eles até os dois na sede e perguntem. — Fechou o zíper da bolsa.

— Claro que eles farão isso. Mas assim você vai continuar apenas sendo o carrasco da história! — Devolveu com impaciência.

Impaciência essa compartilhada com ele.

— E eu não me importo! — Olhou-a finalmente. — Eu já disse e vou dizer mais uma vez, meu trabalho não é justificar e observar os motivos ou trazer amabilidade às pessoas, Mayah. Meu trabalho é punir os meios, independentes de quem os utilizou. Kagura e Shinpachi não são mais crianças e têm a plena ciência de que seus atos têm consequências e elas não serão sempre unicórnios e arco-íris. Se eles foram idiotas o suficiente pra se meterem com quem não deviam, então agora terão de ser adultos o suficiente pra enfrentar os resultados disso. A equação é muito simples: qualquer pessoa que se envolve com o E. R. é punido severamente, eles se envolveram e terão de arcar com isso. E têm é que agradecer por eu ter autoridade o suficiente para livrá-los de coisa pior do que ficar em custódia na sede. Fim — finalizou erguendo a bolsa no ar para então sair do quarto. — Agora, — Encarou-a com toda a seriedade que conseguira reunir. — não saia de casa até eu voltar, por favor. Nem você, nem as crianças. E se acostume com a ideia de Shouyou colado em vocês 24 horas por dia, porque é o que ele pretende fazer.

— Você... — Encarou-o de volta, com receio em seus olhos e suas palavras. — acha que eles pretendem algo contra nós?

— Não sei. Mas é possível. Então apenas faça o que te pedi, por favor.

— Farei. — Confirmou com um aceno de cabeça, mas logo suspirou. — Gintoki... Pelo menos explique ao pessoal como os meninos se envolveram com eles e...

— Achei que já tínhamos encerrado esse assunto, Mayah — interrompeu com rispidez. — E com ele encerrado, estou indo. Tchau.

Estava prestes a dar o primeiro passo em direção à saída, quando sentiu a mão feminina agarrando seu pulso e o impedindo de seguir adiante. O próximo gesto de sua esposa foi o suficiente para quebrar todo e qualquer clima de desarmonia naquele momento.

Sem dar uma resposta à sua última fala, Mayah apenas o abraçou com força, escondendo o rosto contra seu peito.

— Por favor, — O tom dela não passava de um sussurro audível, suplicante. — se cuide. Eu vou estar te esperando bem aqui, pra te obrigar a tirar férias, então é melhor voltar intacto. Ouviu bem? — Apertou o tecido da farda, torcendo um pouco os dedos sobre ela.

Ele não respondeu de imediato. Ao invés disso, largou a bolsa sobre a cama novamente e retribuiu o abraço, envolvendo-a como se quisesse escondê-la do mundo, pois era o que faria se pudesse.

— É melhor que realmente esteja exatamente aqui quando eu voltar, porque pretendo cobrar a diversão que me prometeu uns dias atrás.

Ela riu e abandonou um tapa de leve sobre o ombro esquerdo masculino.

— Idiota. — Afastou-se apenas o suficiente para levantar a cabeça e encostar suas testas, de olhos fechados. — Me mantenha informada.

— Manterei.

Mais uma vez ela se afastou, mas agora abrindo os olhos junto de um sorriso gentil, talvez grata por ele prometê-la tal coisa.

E embora já tivessem se passado mais de 10 anos ao lado daquela mulher, ainda impressionava-se com o quanto seus olhos esmeraldas eram expressivos ao ponto de transmitir inclusive o que ele mesmo sentia. E desconsiderando totalmente seu telefone começando a tocar escandaloso — provavelmente um de seus capitães querendo saber aonde ele estava que ainda não tinha chegado à sede — ele permitiu-se concentrar-se apenas nos lábios que o recebiam naquele momento, lhe prometendo o que sempre lhe prometiam quando tinha que se ausentar de sua própria casa:

“Estarei bem aqui, onde sempre estive, esperando por você.”


Notas Finais


Sim, esse final ficou bem romântico, em meio a uma treta catastrófica. E era pra ser assim. ♥
Espero que tenham gostado, pessoal!
Até o próximo! ♥


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