1. Spirit Fanfics >
  2. Redemption >
  3. Capítulo VIII - Flowery Future

História Redemption - Capítulo VIII - Flowery Future



Notas do Autor


Boa noite! Aqui está o capíulo 8, dando início a segunda parte da fic. Desde que Gintoki deixou Edo já se passaram quase 11 anos. Muita coisa mudou e aconteceu! E aqui damos uma introdução a isso. A partir do próximo preparem os corações. XD
IMAGENS DESCRITIVAS E DABATASE NAS NOTAS FINAIS.
Boa leitura! ;)
~Marima
*~*~*
Nossa, uma semana passou muito rápido! Mais um capítulo para a conta.
E eu estou tão, tão animada para esse capítulo ^^ Teremos aqui a introdução dos meus bebês, Yay!
Espero que gostem,não apenas dos meus bebês, mas do cap em geral.
Beijos pra todos e boa leitura!
~Nina
*~*~*
Como vão, minhas autarquias?
Véspera de feriado, vamo encher a cara de toddynho e se jogar na leitura
Depois desse capítulo deve ficar mais fácil se situar
Ou talvez não
Não tô falando nada com nada, então melhor ir saindo pela lateral
Boa leitura!
~Ginko

Capítulo 8 - Capítulo VIII - Flowery Future


Fanfic / Fanfiction Redemption - Capítulo VIII - Flowery Future

O sol veronesco ainda brilhava no céu azul, mesmo que já tivesse passado das 17 horas. Os pássaros pareciam competir com as crianças que corriam em direção à saída. Felizes por terminarem mais um dia de aula, elas se despediam umas das outras e de seus professores. Um desses, com um sorriso gentil no rosto, observava a algazarra de seus alunos da porta do dojô, aonde passara a tarde com eles e seus mestres-assistentes. Katsura e Shinpachi se encontravam dentro do salão, terminando de arrumar as coisas, quando o mais velho retornou para dentro.

— Terminamos por aqui, sensei — Kotarou fora quem anunciara, guardando o material de limpeza que utilizaram dentro do armário, em um dos cantos do grande cômodo.

— Precisa de mais alguma coisa, Shouyou-sensei? — disponibilizou-se Shinpachi, limpando as lentes de seus óculos na manga do kimono de kenjutsu que usava.

— Não, Shinpachi-kun. Acho que terminamos por hoje. Muito obrigada — agradeceu sorrindo à seu modo, fazendo o jovem retribuir o sorriso.

— Não por isso. Agora vou procurar a Kagura-chan para resolver como vamos fazer amanhã.

— Têm trabalho para amanhã? — Shouyou manteve a conversa, enquanto os três caminhavam em direção à casa.

— Sim. Dois na verdade — respondeu finalmente ajeitando seus óculos no rosto. — Por isso vamos conversar; para decidir se faremos os dois juntos ou se vamos nos dividir.

— Compreendo. De qualquer forma, acredito que eu e Katsura damos conta das crianças. Então não se preocupe com as coisas por aqui.

— Obrigada. Acredito mesmo que levaremos o dia todo para darmos conta dos dois trabalhos, nos dividindo ou não. — Suspirou a contragosto enquanto cruzavam a porta da sala na qual faziam as refeições, onde já se encontravam quase todos os outros que residiam na propriedade.

Mais de 11 anos haviam se passado após a batalha no terminal, o que queria dizer que fazia quase esses mesmos 11 anos que Gintoki havia partido.

Shouyou passou a viver com Otae e Shinpachi, que fizeram questão de receber o professor com toda hospitalidade que podiam oferecer. Kagura também passou a viver lá, dando continuidade ao Yorozuya com o amigo. Depois de algum tempo vivendo com todos eles, o professor decidiu reabrir a Shouka Sonjuku, o que foi apoiado por todos, sem exceção. Os irmãos ficaram felizes em ceder o dojô e uma pequena parte da propriedade para que fosse instituída a escola, e o mais novo ficou satisfeito em auxiliar no ensino da esgrima para as crianças sempre que podia, junto de Shouyou e Katsura.

Esse, por sua vez, decidiu-se por permanecer ao lado do mestre, o ajudando com a nova fase do lugar que lhe dera e ensinara tudo o que tinha de melhor. O que não foi diferente com Takasugi, já que agora esse voltava a viver sua infância e desde que fora entregue por seus antigos companheiros de Kiheitai voltou a ser criado por Shouyou, crescendo sob os cuidados do tutor, de pouco a pouco retomando as memórias de sua vida anterior. Àquela altura, Shinsuke já estava a menos de um mês de completar 11 anos, de novo.

Ele não era o único pirralho a habitar aquela casa, porém.

— Souichiro, me devolve isso já!

As duas crianças corriam pelo quintal. O conhecimento da propriedade ajudava a impedir que tropeçassem em alguma pedra ou raiz de árvore enquanto não davam muita atenção ao chão.

Subindo na varanda da casa, o garotinho de cabelos castanhos claros parou e olhou para trás, só para gargalhar da cara da albina que bufava enquanto corria para alcançá-lo. Estava tão distraído com isso que nem notou a figura atrás de si, de braços cruzados e batendo um pé, irritadiça. Tornou-se consciente daquela presença apenas quando a figura tomou o caderninho verde que tinha em mãos e usou-o para aplicar-lhe uma bela bofetada na cabeça, fazendo-o parar de rir.

— Ai... — o pequeno resmungou, massageando o local atingido. Ergueu os olhinhos azuis, que claramente reclamavam, já sabendo quem iria encontrar atrás de si. — Não precisava bater tão forte, mãe!

— É só pra ver se assim você deixa de ser tão barulhento. — Kagura analisava o caderno em suas mãos como quem não quer nada, antes de retornar para dentro da casa. — E se isso não funcionar, vou dizer pro seu pai não te dar mais sorvete da próxima vez.

A ruiva, agora com 27 anos, esbanjava toda a beleza herdada de sua mãe, enquanto trabalhava dando seu melhor ao lado do amigo míope. Além de também dedicar-se a criar o garoto com quem agora ralhava, sempre que precisava, ajudava na propriedade e no dojô como podia.

Souichiro cruzou os braços, fazendo um muxoxo.

— Se você disser não, é capaz dele só me entupir ainda mais — comentou baixinho para si mesmo, antes de deixar aquilo de lado e seguir a mãe.

Ter pais que não se suportam não é tão ruim quanto pode parecer à primeira vista, principalmente se você for um garotinho esperto como Souichiro e souber tirar vantagem das discussões e brigas descabeçadas deles. Mesmo após 11 anos, tendo um filho durante quase 10 desses, Kagura e Sougo continuavam a querer matar um ao outro sempre que se encontravam, o que fazia muita gente se surpreender em como haviam feito uma criança juntos sem acabar em morte; mas ao menos respondia o porquê de, mesmo com Souichiro a caminho, eles terem recusado totalmente a possibilidade de um casamento. E se o ódio um pelo outro já não fosse o suficiente para deixar claro que o pequeno menino fora uma surpresa, a idade de Kagura faria isso. Dezessete anos não é bem uma idade em que as mulheres planejam ser mães.

Foi uma bagunça na época, com todos os seus amigos insistindo para que ficassem juntos e assim dessem um bom futuro para a criança que viria, além de um pai careca espacial explodindo todo o distrito atrás do “marmanjo que roubara a pureza de sua doce menininha”.

Mas a dupla de inimigos conseguiu fazer valer a sua decisão e
àquele ponto todos já estavam acostumados com o fato de Souichiro viver com sua mãe no dojô dos Shimura, passando tempo com o pai sempre que possível, seja por Sougo vir visita-lo ou pelo menino ir ao Shinsengumi atrás do pai.

O menino também não tinha o que reclamar de sua vida; como já dito, ele sabia como aproveitar o pequeno empecilho que era seus pais não se gostarem e desde que gostassem dele, estava tudo bem.

— Aqui está, Dango-chan. — Kagura entregou o caderninho verde assim que a menina entrou na casa também, sentando-se com eles à mesa.

— Obrigada, Kagura-san — Dango agradeceu, sorrindo educada para a ruiva, antes de abraçar o caderno contra si e olhar feio para Souichiro, mostrando-lhe a língua.

A pequena albina de cabelos curtos seguiu-os para dentro, com o rosto agora enfiado no caderninho verde, seus olhos castanhos passando em cada folha para ver se aquela peste que chamava de amigo havia danificado o material de algum modo.

Bem no momento em que Kagura e as duas crianças sentavam-se à mesa, Shouyou, Shinpachi e Katsura chegaram à sala de jantar. Enquanto Zura foi checar a refeição na cozinha e Shinpachi sentou-se ao lado de Kagura, Shouyou foi se aproximando por trás da menina ainda distraída em seu caderno. Abaixando-se um pouco e com um sorriso de quem sabia o que estava prestes a fazer, ele perguntou:

— Já fazendo os deveres?

Dango pulou no lugar, por pouco não dando um gritinho, mas não conseguiu ficar com raiva quando olhou para trás e viu o rosto de seu professor e guardião.

Dango era criada por Shouyou desde que se lembrava, desde que era apenas um bebê de dias de acordo com o professor e todos os outros que no dojô viviam. Shouyou havia lhe encontrado no meio da primavera dez anos antes, com nada mais do que um bilhete da mãe biológica dizendo que não podia cuidar dela, e até ali, quando pensava nisso, agradecia imensamente ao professor e aos outros, que praticamente lhe salvaram a vida. Vai saber o que teria sido dela, ou mesmo onde estaria hoje em dia, se eles por algum acaso não a tivessem acolhido. Por um breve momento levantou os olhos observando a sala cheia e Kondou rindo ao canto de algo dito entre ele e seus companheiros, ele piscou com um olho ao ver que estava sendo observado, ainda sorrindo; ela devolveu o sorriso, intimamente grata.

Por sua vez, após a reconstrução de Edo, o quartel general da Shinsegumi, que continuou a ser a lei de Edo, só que agora se responsabilizando por toda a segurança da cidade e não somente pela perseguição de rebeldes, fora transferido para a propriedade vizinha à dos dois irmãos, tornando as coisas mais fáceis para Kondou, que morava com sua esposa ao lado. Oh sim, Kondou, depois de muitos anos e muitas tentativas frustradas, havia conseguido o que tanto almejava: ainda completar-se-iam dois anos, mas ele finalmente conseguira se casar com Otae.

E naqueles anos todos não tinha sido somente ele que se dera bem na vida amorosa. Shinpachi, agora com 29 anos, também havia conquistado seu lugar ao Sol e já iria fazer dois anos e meio que estava junto de Kirara, com quem nunca havia perdido o contato por cartas; iriam se casar no início do próximo ano.

Daquela maneira, o terreno dos Shimura passou a ser muito mais movimentado e barulhento do que antes, o que nada incomodava aos seus donos. Muito pelo contrário, na opinião deles deixavam as coisas muito mais alegres e vivas.

Ainda assim, por mais que todos tivessem dado continuidade à suas vidas, conquistado coisas diferentes e vivido muitas outras que os faziam realmente felizes, aquele espaço sem preenchimento continuaria a se fazer presente. Mesmo que não falassem mais sobre aquilo, que a grande maioria tivesse até desistido de sonhar com sua volta, o desaparecimento de Gintoki permanecia os incomodando constantemente.

Não sabiam eles, contudo, que muito em breve teriam a maior surpresa que o destino poderia lhes proporcionar.

(...)

Apoiou os cotovelos sobre a mesa, cruzando os dedos e encostando sua testa sobre eles. Fechou os olhos. As palavras que acabara de ler piscavam sob suas pálpebras, obrigando-o a gravá-las em sua mente. Mais um tapa do destino em sua cara, somente para lembrá-lo que não costumava ser alguém de muita sorte quando se tratava de seus próprios desejos.

― Gintoki? ― Ouviu a voz suave da morena, fazendo-o abrir os olhos e levantar o olhar para encará-la.

Ela estava de pé à porta, vestida com um de seus kimonos tecidos em seda, com tons de vermelho diferentes.

― Ei. ― Sorriu. ― Tudo bem? ― Não a via desde a manhã, quando saiu para trabalhar.

Havia chegado há pouco mais de uma hora, mas ela estava na rua, e quando ele se enfiou no próprio escritório ainda não havia chegado.

― Eu é que deveria estar fazendo essa pergunta ― Aproximou-se da mesa, cautelosa. ― O que aconteceu?

― Falamos sobre isso mais tarde. ― Gesticulou com a mão direita, cortando o assunto. ― Estou vendo que acabou de chegar, mas está prestes a sair novamente.

― Na verdade, eu cheguei há uns 20 minutos, mas fui direto para o banho. Yoko me segurou no alfaiate até agora pouco. ― Suspirou cansada só de lembrar o quanto teve que esperar a amiga. ― Encasquetou que não quer mais a manga do vestido curta. Agora quer manga longa ― comentou exasperada.

― Ela se lembra de que o casamento é nesse final de semana, e nós estamos na quarta-feira, não é? ― ironizou.

― Sim! Foi o que eu disse pra ela. Mas e quem disse que ela me ouviu? ― Rolou os olhos pela teimosia da outra. ― Bem, de qualquer forma, estou saindo sim ― voltou ao assunto anterior.

Ele fez uma careta.

― Aonde você vai a essa hora?

Ela sorriu divertida.

― Vou encher a cara com as meninas, pra variar um pouco. ― Ele abriu a boca para responder; ela o cortou, no entanto, rindo. ― Relaxa, vou apenas jantar com as meninas ― explicou já se encaminhando para a porta. ― Talvez naquele clube de stripper que abriu no final da principal. Sabe, checar se é bom mesmo como as mulheres estão dizendo por aí... ― comentou maliciosa, caminhando sem olhar para trás, e então somente quando chegou à porta novamente virou-se para encontrar a expressão nada satisfeita no rosto do marido.

― Se você quer que eu te tranque no quarto é só pedir ― retrucou com sarcasmo, fazendo-a rir novamente.

― Tudo bem, não vou me dar a esse luxo de ir lá bisbilhotar. Mas quero recompensa pessoal por isso. Se não posso ter um stripper no clube, quero um em casa. ― Fez bico, num misto de malícia e diversão, e novamente voltou a andar. ― Soujirou já está dormindo e provavelmente só acorda amanhã, não vou me demorar por lá ― afirmou, já deixando o cômodo. ― Qualquer coisa, estarei na casa da Sami! ― gritou já do hall de entrada, que ficava próximo.

Ele abriu a boca novamente para responder, mas preferiu não o fazer.  Meneou a cabeça em negação, voltando a concentrar-se nos papeis sobre a mesa, mas logo voltou a encarar aquele em especial.

Estéril.

Curioso e irônico como alguns anos antes uma notícia daquelas provavelmente não o afetasse em nada. Nunca foi homem de sonhar em construir uma família ou sequer possuía tal desejo guardado em algum lugar escondido de seu ser. Pelo contrário, estava muito ocupado tentando continuar a viver sua vida vagabunda, cuidando de uns pirralhos mal-educados para pensar sobre isso; ele acreditava fielmente que só aqueles dois já valeriam todos os filhos que ele algum dia pensara se teria. Mas agora estava ali, sentindo o pesar de não poder mais gerar qualquer vida a partir dele.

Mais curioso ainda era pensar que aquele pesar não se dava por ele mesmo. Não que ele não desejasse ter outros filhos, mas também não era um de seus desejos ardentes. Não, o pesar que ele sentia era por estar falhando pela segunda vez em realizar o sonho dela. Esse era o único motivo por aquele resultado médico tê-lo afetado de maneira tão desagradável.

Já não bastava terem passado pelo que passaram no ano anterior, agora vinha mais aquela.

Àquela altura, Gintoki e Mayah estavam casados há dez anos e três meses, sendo que se encontravam no final de julho e haviam trocado alianças em um mês de abril. Naqueles anos todos, muitas coisas mudaram e aconteceram, embora a principal delas fosse realmente o fato de Sakata Gintoki ter se tornado pai.

Quase seis meses depois do casamento, o prateado recebera um presente e tanto de aniversário, quando o exame de gravidez de sua esposa dera positivo. E ainda antes de poder se acostumar à ideia de que seria responsável por uma nova vida, descobrira que não seria apenas uma, mas sim duas. Até os dias atuais ele ainda se lembrava bem de como reagira à notícia de que teriam gêmeos. Demorou muitos meses para aquela ideia entrar em sua cabeça e se fixar. Ainda assim, em 13 de junho, quase dois anos após ter deixado Edo, Sakata Satoshi e Sakata Sayuri vieram ao mundo.

Satoshi era uma xérox completa do pai, com a única diferença de seus olhos serem âmbares alaranjados, ao invés do castanho avermelhado do mais velho, e seus cabelos serem menos ondulados, mas ainda assim bagunçados. Quanto ao gênio, sem sombra de dúvidas era uma mistura perfeita de seus genitores. Extrovertido e animado como a mãe, implicante e exagerado como o pai; além de se tornar uma verdadeira peste quando queria. Geralmente, quando na rua — o que não era tão comum para ele e seus irmãos —, vivia cercado de crianças, já que sempre fora completamente aberto a novas relações sociais; quando encasquetava com alguém, porém, essa pessoa nunca saía ilesa de suas implicâncias e artimanhas.

Já Sayuri era a cópia idêntica da mãe, com a única diferença de seus cabelos serem chocolates como os da bisavó paterna e não negros como os da progenitora. Herdara poucos traços do pai, não só em sua aparência, como também em sua personalidade. Assim como o gêmeo, era simpática e animada; o que os diferenciava, entretanto, eram sua prévia timidez, disciplina e muito mais seriedade para com suas tarefas e aspirações. Embora fosse tão comunicativa quanto o irmão, Sayuri tinha dificuldade em fazer novas amizades e se aproximar de pessoas com quem não tinha intimidade; quem fazia esse papel era Satoshi, que no final das contas sempre a arrastava junto e assim acabava por enturmá-la. Além disso, a menina era muito mais aplicada e disciplinada no que se propusesse a fazer, ao contrário do garoto, que era tão desleixado e preguiçoso quanto seu pai costumava ser antigamente.

Uma outra característica marcante da filha mais velha do casal era o apego ao pai. Na verdade, as quatro crianças tinham isso em comum, embora Satoshi e Gintoki vivessem de implicância um com o outro — o mais velho fazia questão de provocá-lo só por diversão e vice-versa — ele também não passava mais que um dia sem procurar pelo pai, sendo que só chegava a esse tempo, porque às vezes o comandante era obrigado a sair de casa antes dos filhos acordarem, não indo almoçar, e só chegando depois de já estarem dormindo. Ainda assim, dentre eles havia quase que uma escala crescente, sendo muito pouca a diferença entre as intensidades de achego ao samurai, a qual começava por Satoshi, seguia para Soujirou, ainda bebê, Sayuri e então finalmente alcançava Mayume.

Essa última só não vivia agarrada ao pai 24 horas no dia porque não era possível.

Sakata Mayume era a terceira dentre os filhos de Mayah e Gintoki, e nasceu três anos após seus irmãos. Apelidada de Little Fairy por todos que a cercavam no dia-a-dia — fosse os parentes, os empregados ou os amigos mais próximos da família —, a pequena era a doçura em pessoa. Meiga, simpática e vivendo no mundo das fadas — origem de seu apelido — não existia uma única criatura que conseguisse resistir a sua fofura. Mayume, ao contrário dos gêmeos, não fora concebida com as cópias dos traços dos pais, tanto na aparência quanto na personalidade, exceto pela cor de seu cabelo: uma mescla entre o prateado de Gintoki e o castanho claríssimo de Mayume, mãe dele. Nascida em 06 de dezembro, recebera seu nome exatamente por parecer a reencarnação de sua avó paterna. Não bastasse vir ao mundo no dia do aniversário dela, também herdara os mesmos traços e o mesmo gênio encantador e amável.

O último de seus filhos, Sakata Soujirou, viera ao mundo de maneira bastante conturbada.

Embora tenha sido o único a nascer com vida, Soujirou era gêmeo também e nasceu de um parto prematuro feito às pressas, no sétimo mês de gestação, para que os médicos fossem capazes de salvar a vida de Mayah, vítima de um atentado em que fora baleada, e de pelo menos um dos bebês. Seu irmão gêmeo infelizmente morrera ainda no útero, não tendo possibilidades de ser salvo. Ainda assim, com toda essa turbulência, o pequeno veio ao mundo no dia 16 de março do ano anterior ao atual, com seus olhos verdes escuros e cabelos negros e enrolados (como os do pai), portando uma única mecha prateada na parte frontal, sobre a testa. Mesmo que ainda tivesse um ano e quatro meses, já era visível o quão diferente de seus outros irmãos ele era, já que ao contrário dos três mais velhos, Soujirou era um bebê quieto e tranquilo, que não dava trabalho com seu comportamento, ainda que tivesse a saúde um pouco mais frágil.

E esses eram os frutos daquele broto de Sakura, o qual Gintoki descobrira ser realmente tudo o que ele precisava para conseguir ali seguir em frente; a única coisa que o proporcionou construir boas lembranças naquele lugar o qual antes só o trazia à memória tragédias.

O baque da perda de um filho, porém, fez com que por várias semanas Mayah enfrentasse um início de depressão, até que ela finalmente conseguisse começar a superar o fato, assim como ele. Conseguira ajudá-la, garantindo que ainda poderiam realizar o que ela mais ansiava: poder ter cinco filhos para abraçar e cuidar, como sempre sonhara desde moça; mas agora ali estava o destino lhe dizendo que não era bem assim. Alguns meses depois do incidente, ele adoecera, pegara caxumba, e a consequência disso estava ali à sua frente. Poderia ter se recuperado da doença, mas aquele fator nunca mais mudaria. Ele estava estéril e não fazia ideia de como contaria à sua esposa que jamais poderia lhe dar o que ela mais sonhava em ter.

(...)

— Satoshi~! — a gêmea reclamou, estendendo a pronúncia da última vogal. — Pare de tentar roubar meu doce!

— Você pegou o pedaço maior! Isso não é justo! — reclamou de volta.

— Nem vem! Você comeu um pedaço hoje de tarde! Eu ‘to comendo só agora!

— Pare com isso vocês dois — ordenou Mayah, engarfando uma pequena parte de seu pedaço de torta, o que fez com que eles parassem quase imediatamente. Não estavam a fim de irritar ainda mais a mãe naquele dia.

As meninas da cozinha haviam acabado de servir a sobremesa, a pedido de Sho, mordomo da casa, e naquele momento se encontravam todos saboreando a torta de cereja que elas prepararam. Gintoki se encontrava em uma das pontas da mesa, com Mayah imediatamente ao seu lado esquerdo, seguida por Soujirou em sua cadeirinha e Satoshi; enquanto Sayuri, Mayume e Rose sentavam-se ao seu lado direito, sendo que a menor era a mais próxima dele. Nada muito diferente do usual das refeições na casa: Sayuri e Satoshi discutiam por qualquer coisa boba, enquanto Mayume se distraía saboreando a comida e depois a sobremesa, ao mesmo tempo em que Gintoki, Mayah e Rose revezavam-se entre conversar e repreender os gêmeos.

Talvez o diferencial naquela noite fosse justamente o assunto da conversa: o casamento de Yoko e Hiroshi, amigos mais próximos do casal, em Edo.

Oh sim, em Edo.

A maior parte da família de Hiroshi morava na megalópole, inclusive seus pais, que por motivos de força maior poderiam não conseguir comparecer à cerimônia — assim como outros de seus parentes —, caso essa fosse em Aokigahara, onde o casal e a família de Yoko residiam. Sendo assim, após conversarem muito, chegaram a conclusão de que era melhor se casarem em Edo, permitindo assim que as duas famílias estivessem completas naquele momento que eles demoraram mais de nove anos para finalmente decidirem-se por fazer acontecer. Mayah e Gintoki seriam padrinhos e por esse motivo não podiam deixar de comparecer ao evento, além, é claro, de que havia a possibilidade de serem assassinados pela amiga, caso furassem com eles.

Desse modo, não havia escapatória para os dois, para infelicidade do comandante.

Voltar à Edo significava aumentar absurdamente a possibilidade de rever seus antigos companheiros e amigos, o que lhe dava dor de cabeça só de pensar na confusão que seria. Eles iriam querer tirar satisfações, fazer um questionário completo sobre todos aqueles anos, e provavelmente iriam tentar de tudo para fazê-lo voltar para lá. Ou então iriam ficar ainda mais furiosos por ele ter omitido tanta coisa sobre seu passado e não iriam mais querer vê-lo na frente — o que ele até preferia que acontecesse, ao invés de ter de negar sua volta.

Além do fator “pessoas de Edo”, também havia o fator “Tenshouin Shinikayou”, no qual ele seria obrigado a se ausentar nos dias em que estivesse lá. E era exatamente esse o assunto da conversa naquele momento.

— Mas eu gostaria de conhecer mais da cidade... Nunca tive a oportunidade de estar em Edo à passeio — repetiu Mayah. — Além disso, tenho que chegar no máximo na sexta à noite, porque no sábado já preciso estar lá.

— Sim, porque você acompanhará Yoko durante o dia — concordou. — Mas eu não tenho como me ausentar mais que o sábado. Preciso voltar no domingo de manhã, para chegar à noite, e na segunda de manhã já estar aqui.

— Você faria muito bem tirando uma folga a mais, sabia? — continuou tentando convencê-lo, embora agora muito mais desanimada.

— Bem que eu queria — ironizou consigo mesmo, em meio a um suspiro desgostoso, mas logo voltou a explicar a situação. ― Escute, se eu ficar mais que o sábado fora, vou precisar trabalhar de lá de qualquer forma, porque a Shinikayou não vai simplesmente parar por eu estar ausente, e a maior parte dos trâmites feitos na organização precisam da minha autorização, mesmo que Kornors assuma minha função enquanto não estiver aqui, você sabe disso. Se eu fosse trabalhar de lá, daria mais um trabalho para ele, porque ele teria que enviar todos os documentos para mim. E Kornors não assumirá somente o meu posto, assumirá o de Kasai também, que vai para Edo e só voltará na quarta, junto com Souichirou e os outros.

— Eu sei... — suspirou frustrada.

— Você pode voltar com os outros depois — sugeriu. — Você sabe que não me importo se fizer isso.

— Também sei. — Sorriu grata. — Mas as crianças não ficarão mais que o domingo sem você por perto, então acredito que isso estaria fora de cogitação.

— Mayah-sama, caso queira ficar em Edo com Souichirou-sama até a quarta, eu e as crianças podemos voltar com o jovem mestre — pronunciou-se Rose pela primeira vez no assunto, fazendo a morena ponderar a sugestão.

— Você se importaria? — Virou-se para o marido, que estava concentrado em seu pedaço de torta. A morena revirou os olhos por um momento. — Gintoki! — chamou, acordando-o de seu transe momentâneo. — Você se importaria se as crianças e Rose voltarem com você e eu ficar lá? — repetiu.

— Não. — Deu de ombros levemente. — Desde que você volte viva e ainda casada comigo, não me importo. Sabe, as crianças são minha única garantia de que você irá voltar pra casa — ironizou explicando a afirmação anterior.

— Ah, cale a boca — mandou, logo depois sorrindo insinuante. — Mas tem razão, eu posso encontrar algum bonitão de cabelo liso por lá e resolver fugir de lá mesmo — provocou de volta.

— Oe! Não meta meu cabelo nisso — reclamou do deboche. — Se continuar assim, vai fazer bullying com seu próprio filho! Mãe desnaturada — lembrou-a da semelhança entre ele e seu mais velho.

— Oe! Não me meta nisso — irritou-se o pequeno. — Meu cabelo é mais liso que o seu, maldito! — xingou.

— Como é, seu pequeno peste mal-educado? — Esticou-se na mesa para alcançar a bochecha direita do menino, apertando-a. — Quer que eu enfie sabão nessa sua boca suja, hã??

— Mãe, socorro! Ele vai arrancar minha carne preciosa! — Fez drama para a mulher acudí-lo.

— Pelo amor de Kami, pare com isso vocês dois! — Pegou no braço do marido, para puxá-lo, embora esse se negasse a soltar o filho e Satoshi se esforçasse em tentar arrancar a mão do mais velho dali. — Desse jeito eu vou mesmo arranjar um cara em Edo e abandonar vocês — ameaçou, começando a se irritar.

O efeito da frase fora ambos paralisando suas ações e encarando a mulher da mesma forma pasma.

— Não me faça ter que voltar a Edo depois só para matar esse desgraçado que você conhecer — declarou categoricamente o comandante, de forma mortífera.

— É, mamãe. Não nos obrigue a fazer isso — repetiu da mesma forma sua xérox, ainda segurando seu braço.

Mayah rolou os olhos.

— Se por um milagre tivermos mais um filho, garanta que apenas 50% dos seus genes sejam passados adiante, Gintoki. E não 100% como aconteceu com o nosso primeiro.

— Claro, me certificarei disso enquanto estivermos o providenciando — debochou, voltando-se para seu pedaço de torta mais uma vez, o que fez Rose rir e Mayah xingá-lo.


Notas Finais


DABATASE: https://drive.google.com/file/d/1a1jHIfszWxOFaZnF0h_DzdDg25WyGU-Q/view?usp=sharing
Souichiro: https://i.imgur.com/KeMJ0SI.jpg
Dango: https://i.imgur.com/pAubOW7.jpg
Satoshi: https://i.imgur.com/fq5J9qp.jpg
Sayuri: https://i.imgur.com/7OfwSPs.jpg
Mayume: https://imgur.com/a/IlZZPMb
~~~~~~
Comentem pra saber o que estão achanado e darem sugestões também! ^^
Beijos e até o próximo ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...