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História Redenção - Planos.


Escrita por: linscrevi

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 40 - Planos.


- Uau, você está linda demais. – Samantha fala, me olhando.

Sinto meu rosto arder e sorrio, sabendo que só ela consegue me deixar sem jeito, mesmo depois de tanto tempo. Não respondo nada, apenas aproveito seus lábios nos poucos minutos que temos, antes de entrarmos no restaurante. Seu pai escolheu um dos melhores da cidade. Confesso que fico um tanto nervosa para ir em lugares tão arrumados, onde parecem estar nos observando direto. Comentei isso com Samantha no carro e ela tentou me acalmar todo o caminho.

Não é como se eu nunca tivesse ido a restaurantes chiques, mas definitivamente, é a primeira vez que eu vou jantar com meus sogros em um. Eu lembro da época que o Edgar nos levava para comer. Era sempre nós seis: eu, ele, minha mãe, Luís, Malu e Clara. Hoje, lembrar disso é a coisa mais estranha do mundo. Samantha aperta minha cintura e eu volto a realidade, encarando seu rosto.

- Tudo bem? – Sussurra.

- Sim. – Deixo um último beijo na sua boca. – Vamos? – Ela assente, segurando minha mão. Eu olho para baixo.

- Você prefere...

- Não. – Mantenho nossos dedos entrelaçados e sorrio para ela, confiante.

- Ok. – Ela sorri de volta. – Vamos.

Os olhares são inevitáveis. Mas, também são inofensivos. Pelo menos agora eles são, porque nós duas não nos importamos, então não nos atingem. Isso me deixa mais leve. Quando vejo sua mãe acenando em uma mesa mais distante, eu aponto discretamente para a Samantha e ela logo acha os pais.

- Feliz aniversário, tio! – Digo, ao abraça-lo. – Te desejo muitas coisas boas.

- Obrigado, menina. – Ele retribui meu abraço com força. – Não precisava. – Fala, segurando o presente que eu entreguei. – Obrigado.

- Espero que goste. – Sorrio.

- Ela escolheu a dedo. – Samantha ri. Nós nos sentamos.

- É linda. – Ele mostra a camisa. – Do jeito que eu gosto.

- É verdade. – Tia Marcela diz. – Escolheu bem.

- Samantha ajudou. – O homem entrecerra os olhos.

- Ajudei nada. Eu mal entrei na loja.

O jantar, diferente dos que aconteciam com Edgar, segue incrivelmente tranquilo. Eu amo ficar tão confortável perto deles, porque eu sei que eles estão me recebendo bem de verdade. Eu saí uma única vez com os pais do Felipe e foi um desastre. Eles só falavam sobre minha responsabilidade com o Grupo e me enchiam de perguntas sobre a minha troca de colégio no terceiro ano. Na verdade, eles queriam ter certeza que eu assumiria a direção. Havia todo um interesse disfarçado na curiosidade deles.

Os pais da Samantha sempre me trataram muito bem, eu sabia que hoje não seria diferente. Nós comemos, enquanto conversávamos sobre diversos assuntos. Rimos, não nos importando com a atenção que chamávamos. Depois de dias estranhos, eu e Samantha finalmente estamos tendo um pouco de paz. Não nego seus carinhos, nem me afasto. Brigamos, ficamos longe, conversamos. Não há nada mais que possa ser feito. Ou seguimos em frente, ou cortamos de vez. Escolhemos seguir em frente. Então, seguiremos direito.

Na hora da conta, uma pequena confusão. Tio Adriano queria pagar, mas nós dissemos que ele era o aniversariante, que a conta era nossa. Samantha levantou da mesa e ele a seguiu. Eu rio, observando os dois de longe.

- Samantha me contou que vocês se desentenderam. – Tia Marcela fala, fazendo dobraduras em um papel na mesa.

- Sim. Nós... – Suspiro, sem saber o que dizer. – Nós mal começamos a namorar e já tivemos nossa primeira briga séria. – Rio, tentando amenizar o clima. Ela sorri de lado.

- Mal começaram a namorar, mas o sentimento já dura anos. Não tem nada de estranho nisso. – Me olha. – Resolveram, certo?

- Resolvemos sim.

- É o que importa. – Segura minha mão. – Fico feliz que vocês estejam conseguindo arrumar a bagunça que o passado fez na vida de vocês.

- Só queria apagar o passado de uma vez, não o quero nos atrapalhando mais.

- Passado não se apaga, Lica. – Diz, calmamente. – Mas, ele realmente não deve atrapalhar. Isso só depende de vocês. – Eu assinto. – Eu imaginei que a Samantha fosse ficar insegura quando se encontrasse em uma situação assim. Não esperava que fosse tão cedo, mas é compreensível, não é?

- Claro que é, tia. Eu a entendo demais. – Conto. – Não vai acontecer de novo. É uma certeza que eu tenho.

- Eu também tenho. Não confio em você à toa.

- Obrigada. – Rio. – Eu sou muito apaixonada por ela.

- Isso você nem precisa falar. Eu vejo. – A mulher olha para a filha e o marido. – Eu acredito que vocês precisam ficar juntas, porque nasceram uma para outra.

- Acredita em alma gêmea?

- Acredito no amor, isso basta. – Dá os ombros. – Com o tempo, a gente aprende a lidar com certos problemas.

- Tomara.

*

 

Eu saio pulando as estações de rádio, procurando alguma música que eu gosto. Samantha tirou o pendrive do carro para atualizá-lo e esqueceu de colocá-lo de volta. Acabamos de deixar seus pais em casa. Confesso que parar na frente do seu antigo prédio me deixou um pouco nostálgica. Perdi as contas de quantas vezes eu fugi para lá. Guardo memórias maravilhosas dessa rua inteira. Eu nunca aprontei tanto quanto aprontei quando estávamos juntas, sem me meter em nenhuma confusão.

- Seus pais são ótimos. – Sorrio.

- Eles te adotaram. Estou ficando com medo de namorar uma possível irmã minha. – Faz bico, enquanto dirige.

- Não vou nem comentar nada, porque não quero baixar o nível. – Falo, conseguindo uma risada dela. – E para de ciúme. Os Lambertini me amam, o que eu posso fazer? Aceitar.

- Você ama ser amada por nós. – Me olha rapidamente, sem perder o foco da rua. – Então? Meu apartamento?

- Não. – Respondo, observando seu rosto se contorcer um pouco. Ela limpa a garganta. – Na verdade, eu estou querendo ir para outro lugar antes.

- Obrigada pelo susto. – Sussurra, soltando o ar. – Foi desnecessário.

- Desculpa. – Ponho a mão em seu joelho. – Podemos?

- Claro. Onde seria?

Eu vou falando o caminho e ela vai dirigindo, sem me questionar. Não tiro os olhos dela, o que faz minha namorada dar uns sorrisos tímidos vez por outra que eu amo. Pela primeira vez, desde que nos encontramos de novo, eu sinto que finalmente estamos na mesma página. Ao mesmo tempo que isso me acalma, eu sinto meu coração acelerar a mil só com o pensamento que poderemos dar certo. Nós duas somos muito mais que amor.

Aponto uma casa e Samantha estaciona o carro perto. Fico feliz em ver o local com bastante gente. É uma confeitaria antiga, com uma decoração que eu sou apaixonada. Um lugar importante para mim.

- Eu nunca vim aqui antes. – Diz, olhando as paredes. – Que foda.

- Quando eu ia jantar com meus pais e os pais da Clara, nós duas sempre acabávamos aqui depois. – Conto. – Quem nos trouxe aqui a primeira vez foi o Luís, o lugar é de um amigo dele. Eles servem uma torta maravilhosa. Mesmo depois de anos, continua a mesma.

- E por que vocês vinham? – Nós nos sentamos.

- Porque ficávamos entediadas nos restaurantes chiques. Aqui podíamos rir e comer chocolate até dizer chega. Era nossa sobremesa. – Sorrio.

- Você ficou entediada hoje? – Eu balanço a cabeça rapidamente.

- Não, não! Nunca. Hoje foi muito bom. – Pontuo. – Eu só lembrei e... Fiquei com vontade.

- Eu sei, Lica. Estava brincando. – Segura minha mão. – Tô curiosa. Quero experimentar essa torta, então.

- Você vai. – Sorrio, vendo o homem caminhar na nossa direção. – Gus! – Levanto para abraça-lo. – Tudo bem?

- Quanto tempo, minha menina! Achei que você tivesse abandonado a gente. – Me aperta. – Tudo bem e com você? Cadê a Clarinha?

- Tudo ótimo. Eu nunca vou abandonar vocês. – Rio. – A Clara não veio hoje, mas eu trouxe uma pessoa especial. – Ela se levanta. – Essa é minha namorada: Samantha. Sam, esse é o Gus, amigo do Luís e dono desse lugar lindo.

- Muito prazer. - Estende a mão para ele, que retribui, sorrindo grande. – O lugar é realmente lindo.

- Obrigado! O prazer é todo meu! Você deve ser muito especial mesmo. A Lica nunca trouxe ninguém aqui. – Fala. Samantha me encara. – Eu sempre pedi pra ela fazer propaganda, mas ela dizia que tinha ciúmes.

- É verdade. – Mordo o lábio. – Um amor meio egoísta o meu né, Gus?

- Total. – Ele franze o nariz, mas acaba rindo. – Mas, você já veio aqui antes? Seu rosto não me é estranho.

- É a primeira vez que eu venho.

- Ela é uma musicista muito conhecida. Samantha Lambertini. – Conto, deixando-a vermelha. – Você já deve ter visto alguma notícia dela.

- Ah! Meu filho quer fazer faculdade de música. Ele já deve ter me falado sobre você. Uma pena ele não estar aqui hoje. – Lamenta. – Lica nunca trouxe ninguém, mas chegou com toda, né?

- Eu quis fazer um suspense. – Brinco.

- E o que vão querer? Além da torta, que eu já sei, mandei até separarem quando te vi entrar.

- Só ela mesmo, Gus. A gente já jantou.

- Tudo bem. Se precisarem de mais, é só me chamar.

- É tudo material reciclado? – Samantha me pergunta.

- Sim, a maioria das coisas. Eles foram mudando com o tempo. É interessante, não é?

- Muito. – Passa a mão na mesa. – Eu estou apaixonada.

- Eu sabia que você ficaria. – Rio. – Deixa só chegar a comida.

- A pergunta que não quer calar é: As garotas do vagão já vieram aqui? – Inclina o corpo na minha direção.

- Não. – Samantha abre a boca, surpresa. – Não que isso te faça mais importante que elas, mas...

- Deixa eu ter meu momento.

- Besta. – Rio. – Já te levei em meu ateliê e agora te trouxe em um restaurante que nunca comentei com ninguém...

- Droga. Eu não tenho nenhum lugar especial para te levar. – Faz bico.

- Sua cama é um ótimo que podemos ir mais tarde. – Samantha solta uma gargalhada sonora.

- Essa frase era pra ter sido minha.

- Você precisa admitir que ficou mais lenta nas cantadas.

- Jamais. A noite ainda não acabou. – Sussurra. Um dos garçons coloca os dois pratos em cima da mesa e nós agradecemos. – Bonita está.

- Prova. – Peço, observando-a.

- Que tensão. – Ri, colocando um pedaço na boca. A musicista fecha os olhos e eu acho graça. – Agora tudo faz sentido. Tanto o seu amor, quanto o seu egoísmo. Nossa, queria uma torta inteira pra mim.

- Falei? – Rio. – É muito boa. – Começo a comer também. – Isso aqui nem existe. Eu já pedi a receita mil vezes. Gus diz que teria que matar.

- Vou pedir mais. – Fala, levantando o braço.

- Samantha, você nem terminou ainda. Deixa de ser olhuda!

- Vou pedir para viagem. Tenho planos ótimos para comê-la no meu lugar especial. – Ergue as sobrancelhas. – Não disse o quê.

- Ridícula. – Bato no ombro dela e meu rosto esquenta. – 1x1.

*

 

Eu deito em seu peito, sentindo sua respiração totalmente desregulada ir se acalmando. É uma das melhores sensações do mundo. Mesmo depois de atingir o prazer em diferentes formas, Samantha ainda consegue me tirar do ar, apenas me abraçando enquanto se recupera. Eu passo os dedos na sua cintura, devolvendo o carinho que ela está fazendo em minhas costas.

- Eu estava morrendo de saudade de você. – Diz.

- Nem me fala. – Enterro a cabeça em seu pescoço. – Parece que a gente ficou um mês longe.

- Eu sei que falam que o melhor da briga é reconciliação, e eu concordo com isso, mas... – Beija minha testa. – Prefiro não brigar mais.

- Eu também prefiro. – Rio. – Eu estava pensando... O que iremos fazer nas férias?

- Podemos viajar. – Mexe em meu cabelo. – Bem, eu ainda tenho que fazer a segunda parte da turnê e, claro, você vai comigo.

- Podemos ir sozinhas antes ou ficarmos dias depois.

- Ou dois. – Sorri. – A gente faz um mochilão por aqui. – Brinca. Eu aperto os lábios, lembrando as vezes que combinamos isso. – Náh, a gente viaja e pronto.

- Sim. – Beijo o ombro dela. – Vamos fazer novos planos.

- Melhor. – Suspira. – Quando o Pedro tiver as datas, vemos isso melhor, ok?

- Ok. – Continuo a beijá-la. – Ok...

E a calma que conseguimos se transforma em excitação outra vez. Nós duas nos beijamos, deixando nossos corpos se moverem de acordo com nossas necessidades. É quase automático. Eu posso senti-la em todos os lugares, me acariciando, me provocando. Nossos gemidos ecoam pelas paredes do quarto, ficando cada vez mais altos. Eu me levanto, me posicionando entre ela, apertando nossas intimidades já úmidas, firmemente.

Agarro sua perna esquerda na frente do meu corpo, enquanto a outra está estendida na cama atrás de mim. Eu me balanço devagar, fazendo-a flexioná-la. Samantha me solta e põe as mãos para trás, segurando a cabeceira da cama. Ela vira a cabeça para o lado para poder respirar melhor. A visão do seu corpo se contorcendo faz o meu arder em prazer e eu acelero meus movimentos.

Esta é uma das minhas posições favoritas. Ficar por cima de Samantha com meu sexo contra o dela, sentindo todo seu calor contra o meu. Nossos quadris no controle, deslizando juntos. Samantha completamente entregue e aberta para mim, se agarrando na cama com força. Eu me inclino mais para frente, sentindo meu corpo se entregar à atração sedutora do orgasmo, prendendo a perna da Samantha quase contra a cama.

Ela solta um grito baixo e aperta minha bunda, enquanto ela goza, batendo nossos quadris descontroladamente. Eu chego logo em seguida, colidindo para frente no colchão. Agarro sua perna firmemente contra meu peito. Meus impulsos vão diminuindo até que, finalmente, eles param. Abro os olhos e sorrio, quando percebo Samantha me olhando com luxuria. Eu rolo para o lado dela e nós nos beijamos da melhor maneira que podemos, já que ainda estamos nos recuperando. A mão dela desce nas minhas costas, enxugando todo suor.

Eu me aninho em seu peito de novo, notando a facilidade com que o gesto veio. É como se já fosse natural deitarmos nessa posição.

- Lica... – Respira fundo. – Eu estou morrendo de fome.

- Você é tão romântica. – Viro os olhos, rindo.

- Eu aposto que você também quer comer a torta de novo.

- Era esse o seu plano? Comer depois do sexo? Pensei que você fosse mais criativa.

- Você achou que eu fosse jogar em cima de você para depois sair te lambendo? – Pergunta, me fazendo estremecer. – Ai, não, Lica. Melhor comermos para recuperarmos a energia e podermos repetir.

- Justo. – Sussurro. – Quem pega?

- Você, que está em cima.

- Só se eu for me arrastando. – Resmungo. – Não tenho força para me levantar agora. Minhas pernas ainda estão trêmulas.

- Cinco minutos, então. – Diz, me abraçando. – Eu estou tão feliz.

- Eu também estou. – Sorrio. – Muito, muito.

- Eu amo você demais. – Passa os dedos na minha bochecha. – Eu quero te fazer a mulher mais feliz desse mundo.

- Que bom, porque meu plano é o mesmo. – Beijo seus lábios. – Eu sou doida por você. De atirar pedra.

- Besta. – Ri. – Vamos fazer certo dessa vez, não vamos?

- Acho que não deveríamos nos preocupar tanto. – Suspiro. – Somos muito tensas, precisamos relaxar e deixar tudo fluir de um jeito mais natural.

- Você tem razão. Estamos sempre medindo nossos passos. É chato isso.

- E desgastante. Talvez seja nosso erro: Pensar muito. – Entrelaço nossas mãos. – Não tem nada de complicado aqui. Não mais.

- Nossa! – Ela se alonga. – Eu sinto como se tivéssemos colocado o último pá de terra em cima do passado.

- Me sinto exatamente assim também. – Sorrio, encarando-a. – Viu? Estamos no mesmo lugar dessa vez.

- Perfeito. – Passa o nariz no meu. – Sabe o que seria mais perfeito ainda?

- Sei, Samantha. – Me afasto para ela levantar. – Vai logo pegar essa torta.

- Eu amo uma namorada que me entende. – Ri, saindo da cama. – Posso pegar toda pra mim?

- Nem sonha. – Grito. – Samantha!


Notas Finais


Demorei porque vocês sabem que eu sou mais lenta em capítulos assim. É a verdade. ehwddweui
Agora sim, podemos dizer que a fic está entrando na fase final. Mas, como eu falei, ainda tem muita coisa pra acontecer. Só que as coisas acontecerão com o casal mais fortalecido. Certo? Elas agora aguentam tudo, portanto que estejam juntas... Não é isso? Bem, a gente espera que sim, pelo menos. ;)

E eu espero que vocês gostem. Digam o que estão achando, meus amores! E o que esperam!

Até o próximo capítulo! Beijo...

Twitter: linscrevi


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