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História Redenção - Hold on.


Escrita por: linscrevi

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 41 - Hold on.


Coloco minhas coisas no armário da sala dos professores e caminho para a quadra do colégio. O lugar já está cheio de cadeiras. As caixas de som estão posicionadas. De longe, eu vejo Lica gesticular exageradamente para os rapazes que estão montando o palco. Tenho certeza que ela não pregou os olhos nenhum minuto essa noite. Hoje iniciaremos a semana da saúde mental e ela está tão envolvida nesse projeto, que eu entendo suas noites viradas para programar tudo direito. Ela perguntou se eu gostaria de cantar algo e, obviamente, eu disse que sim, porque também quero contribuir.

Os últimos dias foram tranquilos, apesar de estarmos lotadas de trabalho. Nosso namoro está melhor do que nunca. Acho que é a primeira vez que nos conhecemos tão bem. Contamos tudo uma para outra. Nossa confiança só tem aumentado, assim como vários outros pontos de um bom relacionamento. Resolvemos assumir o namoro para nossos colegas de trabalho. Não queríamos ter que fingir enquanto estivéssemos com eles. Foram pegos de surpreso e, confesso que foi um pouco engraçado ver suas reações, mas sabíamos que todos nos apoiariam. E nos apoiaram.

Bruno está mantendo distância para seu próprio bem. Eu o entendo. Soube que ele está mesmo em processo de separação. Desejo, do fundo do meu coração, que ele encontre a pessoa certa. Trocamos algumas palavras outro dia. Ele me pediu desculpas pela situação que ficamos e eu pedi para que ele não se preocupasse com isso. Somos adultos e trabalhos juntos. Somos profissionais e nada melhor do que sabermos separar assuntos pessoais em casos assim. Isso deixou a Lica a feliz. Tivemos um dos melhores sexos nesse dia. Eu teria conversado com ele antes, se soubesse desse bônus.

Quando resolvi cantar no encerramento do primeiro dia, logo depois das palestras e rodas de conversas que estão programadas, demorei para achar a música certa. Lógico que eu não queria cantar nada aleatório. Precisava de uma que se encaixasse com nosso principal tema. Lica me ajudou com isso também. Virei e revirei minhas listas até achar a perfeita. Me aproximo, acenando para meus colegas.

- Demorei?

- Um pouco. – Minha namorada responde, sorrindo de lado. – Conseguiu?

- Sim. – Digo, entregando-a uma maleta com dois microfones sem fio. – Tua sorte é que eu sabia exatamente onde eu tinha guardado.

- Minha salvação! – Pega o equipamento, abraçando-o. – Me lembra de anotar na agenda para comprarmos outros.

- Vou lembrar. – Rio. – Clara, posso arrumar o som?

- Deve. Eu fico completamente perdida com isso. – A loira acena para as caixas. – Que instrumentos você precisará? Vou pedir para pegarem.

- O teclado e a bateria, por favor. – Peço, me abaixando. –Vocês estão precisando de mais alguma coisa?

- Heloísa de um rivotril. – Clara brinca.

- Engraçadinha, tô morrendo de rir. – Lica faz uma careta. – Bóris! – Ela sorri grande. Eu me viro, vendo o casal se aproximar. – Dóris, que prazer enorme te receber aqui.

- Eu que eu o diga, Lica. – Se abraçam. – O projeto de vocês é maravilhoso. Vou pegar a ideia sim, porque ideias boas precisam ser compartilhadas, não é verdade?

- Você não sabe o quanto é importante te ouvir falar isso. – Diz, meio emocionada.

- É verdade. Você é a mulher maravilha da Lica. – Clara ri, cumprimentando eles dois. – Que bom que vocês vieram.

- A gente admira vocês demais. – Bóris comenta. – Não poderíamos recusar esse convite. Participar disso aqui vai ser uma honra! – Cruza os braços, olhando ao redor. Eu me levanto. – Samantha! Bom te ver de novo.

- Tudo bem? – O abraço. – Olá! – Aceno para a mulher.

- Dóris, você lembra da Samantha, né? – Lica me traz para perto e eu cumprimento a diretora do Cora. – Ela agora é nossa professora de música.

- Claro que eu lembro. – A morena sorri. – Eu lembro de todo mundo daquela turma. Foram anos interessantes. – Nós rimos, concordando.

- Bem, ela é minha namorada também. – Lica conta, me pegando de surpresa.

- Ah, eu sabia que vocês iam voltar. – Bóris fala, vibrando. Lica me olha, tão confusa quanto eu. – Por favor né, Heloísa? Você trabalha com isso agora! Sabe bem os que os alunos aprontam. Principalmente os mais saidinhos, como vocês eram. – Nós abrimos a boca. Eu sinto meu rosto arder forte. – Dóris, você teve sorte, porque elas não estudavam juntas lá. Mas, aqui... – Balança a cabeça. – Se agarravam em todos os cantos. – Clara solta uma gargalhada sonora.

- Eu vou morrer. – A diretora limpa as lágrimas da risada. – Que momento icônico! Eu mal posso esperar para contar pra todo mundo.

- Cala a boca. – Lica sussurra. – Para a nossa defesa: Eram os hormônios. – Aponta, arrancando mais risadas.

- Sim, sempre culpa dos hormônios. – Dóris sorri. – Mas, que bom! Fico feliz por vocês.

- Obrigada. – Falamos ao mesmo tempo.

- Venham. – Clara pede, quando se recupera. – Vou mostrar a mesa dos palestrantes. – Os três sobem no palco.

- Meu Deus, esse foi um dos momentos mais constrangedores da minha vida. – Digo. – Nós éramos discretas, não éramos?

- Muito. – Lica passa a mão na cabeça. – Eu não lembro de ser pega assim pelo Bóris. Não quero nem pensar no que ele viu.

- Para! – Coloco as mãos nos ouvidos. – Não põe coisa na minha cabeça, senão eu não conseguirei mais olhar pra ele.

- Ok. Vamos esquecer essa conversa. Eu preciso dar uma olhada nas turmas.

- Vai, vou terminar de configurar tudo aqui. – Beijo a bochecha dela.

Volto a ligar os microfones e ajustar o volume certo. Mais cedo, Lica veio correndo atrás de mim, falando que os microfones usados para aulas e reuniões na quadra estavam ruins. Os que temos na sala de música são com fio e ficaria mais difícil por causa do espaço. Eu tenho essa maleta guardada há tempos, não costumo usá-la. Quando eu contei que tinha, minha namorada faltou ajoelhar para agradecer aos céus. Lógico que eu fui rápido para casa, conseguir os microfones logo. Não quero nada dando errado, principalmente hoje.

*

 

Estamos esperando o próximo toque para podermos ir para quadra, porque os alunos serão liberados. As cadeiras já estão cheias. Muitos pais estão vindo, isso é muito importante. Os alunos do primeiro turno também estão aparecendo. Eu termino de arrumar a mesa de comidas e vou para a diretoria.

- Vai dar tudo certo. – Garanto. – O Bóris já elogiou horrores.

- Eu espero mesmo. – Suspira, me abraçando.

- Sua mãe vem assistir?

- Acho que não. Ela vai mais tarde no Roney. Você vai, né? Eu vou pra casa dela quando sair daqui e nós iremos de lá, porque o Luís vai também.

- Meu pai ainda não respondeu minhas mensagens, mas eu vou de qualquer jeito. – Beijo sua testa. Alguém bate na porta e Lica resmunga para entrarem.

- Ok, atenção na tia aqui! – Luana pede. – Quando a Vivi falar que a barriga está maior, vocês concordam. Ouviram? Quero todo mundo falando que está mesmo!

- E não está?

- Samantha, repete comigo: Wow, como cresceu! – Encena. Eu gargalho alto e Lica balança a cabeça. – Vocês não estão me levando a sério.

- Lógico que iremos concordar com ela. Não somos insensíveis. – Minha namorada fala. Luana cruza os braços, olhando por cima. – Você fez isso, né? Você discordou. Ai, Luana, como você é otária.

- Não foi de propósito, tá? Talvez eu tenha dormido no sofá? Talvez sim.

- Mereceu. – Lica ri, batendo no ombro da outra artista, que ri também. – Ela está enjoando menos? Porque vai ter cheiro de comida e tudo mais lá no Roney.

- Então, eu estava meio preocupada com isso. Mas, ela falou que está acontecendo mais com cheiros muito doce.

- Seus perfumes, nem pensar. – Lica vira para mim.

- Meus perfumes não são doces, idiota. – Viro os olhos. – Lica não sabe classificar perfumes.

- Não sei mesmo. – Dá os ombros.

- De qualquer jeito, evitem o perfume. – Luana aconselha. – Melhor não arriscar.

- Gente? – Clara empurra a porta. – Vamos?

- Já? – Lica olha o relógio. – Que rápido!

- Cinco minutos para o toque. Melhor irmos logo.

Nós assentimos seguindo-a. Clara e Luana saem na frente e eu aproveito para puxar Lica, ainda na diretoria. Minha namorada me olha confusa, mas eu beijo sua boca antes que ela pergunta algo. A professora de artes vira em meus braços, me beijando de volta.

- Te amo. – Sussurro.

- Te amo. – Sorri, segurando meu rosto.

Agora sim, com as cadeiras praticamente todas ocupadas, Clara e Lica dão início a Semana da Saúde Mental. As duas falam os motivos que as motivaram a fazer isso, falam dos diversos problemas que os alunos enfrentam, muitas vezes em silêncio. Citam também a pressão nos alunos do ensino médio por causa do vestibular. Eu olho para os pais e vejo muitos deles concordando, outros prestando bem atenção, outros nem tanto. É interessante observar as reações deles.

Bóris é o próximo a falar. O homem conta diversos casos da época que ele trabalhava aqui, sem citar nomes ou anos. Ele sempre foi tão bom com as palavras, poderíamos ouvi-lo por horas. Dóris também fala muito. Ela é inteligente demais, eu posso ver e entender toda admiração que a Lica tem nela. Aliás, admiração que todos que estudaram no Cora têm. Eu nem vejo o tempo passar. E pelas caras ao meu lado, todo mundo parece no mesmo sentimento que eu.

Meu celular vibra e eu tento sair despercebida da quadra, acenando para alguns alunos.

- Oi, pai. – Atendo. – Que difícil falar com vocês hoje!

- Desculpa, filha! Só tive tempo agora.

- Por que? Aconteceu alguma coisa? – Me preocupo.

- Nada sério. Acho que sua mãe comeu algo ruim ontem. Está com dor de barriga desde cedo, quase não saiu do banheiro.

- Ah, droga. – Lamento. – Será que ela melhora daqui pra mais tarde?

- Pode ser que sim, ela está deitada agora. Mas, acho melhor não sairmos hoje.

- Tudo bem. Eu tento passar por aí depois. Qualquer coisa me liga, tá?

- Certo, não se preocupa. – Pede. – Nós fomos para um restaurante diferente ontem. Talvez tenha sido isso.

- Deve ter sido. – Suspiro. – Quer que eu compre algum remédio?

- Eu já pedi na farmácia. Ela tomou e melhorou mais.

- Bom... Se cuidem. Manda um beijo para ela.

- Vou mandar. Diga ao Luís que depois combinamos um churrasco.

- Vou dizer. – Rio. – Preciso desligar, pai. Beijo, te amo!

- Te amo, beijo e beijo na Lica.

- Tchau!

Assim que as palestras acabam, as pessoas saem para comer o lanche que preparamos ao lado da quadra. Todos estão debatendo sobre o assunto. Ouço diversos comentários e tento ouvir mais, porque quero repassar para Lica mais tarde. Tenho certeza que ela vai ficar muito feliz. Na volta, a roda de conversa é aberta e tudo fica ainda mais interessante. Agora os pais interagem com nossa equipe. Todos os professores participam, inclusive eu. Os alunos falam muito também. A gente recebe um feedback melhor do que o esperado.

Clara apresenta nossa nova colega, agora psicóloga do colégio, Camila. A mulher fala sobre suas experiências com alunos e sobre como pretende ajudar, arrancando mais dúvidas e perguntas. Vai entardecendo, passando do horário previsto para terminarmos, mas ninguém vai embora.

- Boa tarde, quase noite. – Falo no microfone e todo mundo me responde. – Como vocês já sabem, é o meu primeiro ano ensinando aqui. E eu queria dizer que, mais do que nunca, eu estou muito orgulhosa de fazer parte dessa equipe maravilhosa que o Grupo tem. Eu estudei nesse colégio minha vida toda. Tive problemas, vi colegas meus com muitos problemas também. – Conto. – Todos nós já fomos alunos e entendemos bem o lado deles. E é meio assustador saber que os mesmos problemas continuam acontecendo e alguns andam se agravando. Acho que eu não tenho muita coisa para acrescentar, essas pessoas incríveis aqui já falaram tudo. – Aponto para a mesa dos palestrantes. – Só queria reforçar que sempre estaremos aqui para tentar ajudar quem estiver precisando. E que, mesmo que esteja tudo desabando, sempre existe uma saída. Como meu negócio é música, eu trouxe uma que fala justamente sobre isso. Mas antes, eu quero chamar três lindos aqui no palco. Eduardo, Rodrigo e Gabriela, do terceiro B.

Meus alunos se levantam e todos aplaudem eles, enquanto sobem no palco. Eduardo vai para a bateria, Rodrigo e Gabi, os protagonistas da peça, que cantam lindo demais, sentam nos bancos ao lado do piano, com o outro microfone. Eu começo a tocar o piano sozinha.

- I believe if I knew where I was going, I'd lose my way

I believe that the words that he told you are not your grave

I know that we are not the weight of all our memories

I believe in the things that I am afraid to say

Hold on, hold on...

Eu olho para o lado e o Eduardo começa a tocar a bateria. Gabi e Rodrigo cantam junto comigo. Sorrio, olhando para Lica, sentada na primeira fila.

- I believe in the lost possibilities you can't see

And I believe that the darkness reminds us where light can be

I know that your heart is still beating, beating, darling

I believe that you fell so you would land next to me.

Cause I have been where you are before

And I have felt the pain of losing who you are

And I have died so many times

But I am still alive...

Fecho os olhos, sentindo a música. Uma sensação estranha me invade. Não sei dizer se é a emoção de estar cantando com meus alunos uma música assim ou qualquer outra coisa. Mas, sinto um nó se formando na minha garganta. Aproveito a pausa e olho para Gabi, acenando com a cabeça. No mesmo minuto, a garota aumenta sua voz, entendendo meu recado. Ela toma a música para ela.

- I believe that tomorrow is stronger than yesterday

I believe that your head is the only thing in your way

I wish that you could see your scars turn in to beauty

I believe that today it's ok to be not ok

Hold on, hold on.

 

Cause I have been where you are before

And I have felt the pain of losing who you are

And I have died so many times

But I am still alive.

Mordo o lábio com força, sem parar de tocar. Volto a cantar sozinha.

- This is not the end of me, this is the beginning

This is not the end of me, this is the beginning

Rodrigo entra comigo.

- This is not the end of me, this is the beginning

(Hold on)

This is not the end of me, this is the beginning

(Hold on)

Gabi se uni com outra frase e Eduardo bate sua bateria.

- This is not the end of me, this is the beginning

(Hold on) I am still alive...

This is not the end of me, this is the beginning

(Hold on) I am still alive...

This is not the end of me, this is the beginning!

Nós terminamos e todos se levantam para bater palmas. Eu olho para meus alunos e vejo os três emocionados. Sorrio, levantando para abraça-los. É um dos momentos mais bonitos da minha carreira. Apenas uma apresentação com alguns alunos e muito sentimento transbordando. Foi um dia intenso. Muitos assuntos que mexeram com todos. Clara sobe no palco para encerrar definitivamente o primeiro dia. Elogios e elogios dos pais, antes de saírem. Nada deu errado!

*

 

- Foi lindo. – Me beija de novo. – Acho que me apaixonei outra vez.

- Boba. – Sorrio, abraçando-a pela cintura. – Primeiro dia concluído com sucesso?

- Concluidíssimo! – Exclama, animada. É tão bom vê-la assim. – Hora de comemoramos.

- Na verdade, hora de arrumarmos tudo. – Lembro.

- Só vamos guardar os equipamentos e as cadeiras. O palco vai ficar montado para os outros dias. Ele não atrapalha as aulas de educação física.

- Menos mal, então. – Entrelaço nossas mãos. – Posso sair antes? Queria dar uma passada no apartamento dos meus pais.

- Claro. Algum problema? Eles irão? Dona Marta já perguntou mil vezes.

- Não. – Faço bico. – Minha mãe pegou alguma infecção, sei lá. Está ruim do estômago.

- Sério? Que pena! Ela estava tão animada para ir. – Lica passa os dedos em meu rosto. – Vai agora então. Deixa que a gente vai arrumando.

- Certeza?

- Toda. Pode ir! Se eu pudesse, ia contigo. – Eu sorrio de lado. – Manda um beijão pra ela e melhoras. A gente combina um próximo encontro depois.

- Sim, meu pai já está falando sobre um churrasco. – Viro os olhos, rindo. – Nossas famílias são bem famílias de novela, né?

- Ainda bem. Eu estou amando isso.

- Eu também. – Encho seu rosto de beijo. – Te vejo mais tarde, ok? Prometo que iremos comemorar muito.

- Mal posso esperar. – Sussurra.

*

 

Eu entro no bar do Roney e já encontro a mesa cheia logo na frente. Lica se levanta para me receber primeiro. Eu sorrio, sentindo seu beijo na bochecha. Minha namorada entrelaça nossas mãos, enquanto eu cumprimento todo mundo. Todos os professores vieram dessa vez. Nunca conseguimos fazer isso antes. Bóris e Dóris também estão aqui, assim como a psicóloga Camila, Dona Helena e vários outros funcionários. Amanhã temos que trabalhar, mas hoje nos permitimos essa folga.

Eu falo com Luís e Marta. Antes de sentarmos, Luana e Vivi chegam também. Coloquei uma colônia depois que sai do banho. Evitei os perfumes, como Luana havia pedido. E, pelo cheiro de neném que a Lica está, ela teve a mesma ideia que eu.

- Wow, como sua barriga cresceu! – Minha namorada solta. Eu mordo meu lábio com força, tentando não rir da cara de paisagem da Luana.

- Não foi? – Vivi se inclina um pouco mais. – Minhas calças já estão apertando.

- Tudo bem? – A abraço. – Menos enjoada?

- Menos, menos. – Ri. – Eu enjoo mais pela manhã e com cheiro doce.

- Ih, Luana vai ter que parar de usar perfumes.

- Lica... – Eu viro os olhos, puxando-a. Ela ri com a língua entre os dentes. – Besta.

- Você me ama. – Nós voltamos para a mesa. – Sua mãe está melhor?

- Eu cheguei lá e ela já estava fazendo janta e arrumando a cozinha. – Digo, me sentando. – Está ótima!

- E por que eles não vieram? – Senta ao meu lado.

- Chamei, mas meu pai achou melhor ficar. Por ela, teriam vindo. É sempre assim. – Balanço a cabeça. – Key! – Sorrio, vendo a mulher caminhar em nossa direção.

- Oi, oi... – Ela acena para todos. – Só assim para eu ver vocês. – Abraça Bóris e Dóris. – Cadê as gêmeas mais lindas do mundo?

- Estão com nossos vizinhos, que têm uma menina da idade delas. São grudadas.

- Ah, que sonho. – Keyla ri.

- E o Tonico, cadê?

- Não faço ideia. Acabei de chegar do trabalho. – Faz uma careta. – Ele deve estar lá em cima. Depois peço para ele descer. Vou tomar um banho e volto. – Ela se aproxima da gente. – Oi, meus amores. – Beija nossas bochechas.

- Chegando agora, Key?

- Sim, estou morta. Peguei uma encomenda imensa para desenhar.

- Amém! – Lica levanta o copo com refrigerante. – Quanto mais trabalho, melhor.

- Amém mesmo, amiga. – Ri. – E aí? Deu tudo certo lá?

- Perfeito. Foi tudo lindo e emocionante.

- Eu imagino. Falei que não precisava ficar nervosa.

- Impossível. – Lica apoia a cabeça em meu ombro. – Só a Samantha mesmo para me acalmar.

- Como se eu tivesse te acalmado muito.

- Olha, você me acalmou sim quando... – Eu coloco a mão na boca dela e olho para Keyla, negando.

- Melhor calmante mesmo. – A modista gargalha, entrando na brincadeira.

- Já soube da novidade? – Clara pergunta, abraçando Keyla.

- Pronto. Começou. – Viro o rosto para me esconder no pescoço de Lica.

- Bóris disse que via as duas se agarrando pelo colégio, quando estudávamos juntas. – Conta. Os olhos de Keyla crescem.

- Mentira, ele não falou desse jeito. – Lica protesta.

- Como é que é, Heloísa? – Ouço tia Marta perguntar e me encolho ainda mais na cadeira.

- Viu só, tia?

- Clara fala como se ela nunca tivesse feito nada.

- Ela não fez não. – Luís defende e dá pra perceber na voz dele que é brincadeira. – Minha filha era muito comportada.

- Muito! Um exemplo mesmo. – Clara concorda, nos fazendo rir.

E assim a noite a segue. Cheia de risadas, conversas e muita cumplicidade. É maravilhoso poder sentar aqui com eles, sem medo, sem precisar esconder nada, e apenas aproveitarmos o nosso momento juntos. A felicidade da Lica é contagiante. Eu desejo que ela sorria grande assim todos os dias.

 

Eu desejo que esse sorriso continue no rosto de todos nós. Sempre.


Notas Finais


MÚSICA DA APRESENTAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=nSio9kxe-C4

É casal amorzinho e unido que vocês querem? Pois é isso mesmo que vocês vão ter!
Ahh... Coisa mais linda é o amor, não é verdade? ;)

O que estão achando? Contem pra mim. Estão gostando?

A gente se encontra no próximo capítulo! Beijo, meus amores!

Twitter: Linscrevi


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