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História Reflexões da Alma - O poder de uma verdadeira amizade: a história de Shion


Escrita por: Dasf-chan

Notas do Autor


Olá, queridos!
Boas notícias trazem boas consequencias!
Aprovação no mestrado me lembra de postar um capítulo antecipado da fic!
A euforia ajuda a escrever melhor.

Um abraço a todos que leem, um beijo especial aos que comentam!
Boa leitura!

Capítulo 13 - O poder de uma verdadeira amizade: a história de Shion


A sensação que tinha era de que todos, sem exceção, estavam a cumprir as ordens da deusa. Apesar de saber que teria muitas explicações a dar ao Grande Mestre quando retornasse, Afrodite sentia o coração mais tranquilo ao saber que seu kerub estava seguro, e ainda poder auxiliar verdadeiramente naquela missão nas terras geladas da Rússia. Realmente, seu plano nada secreto parecia estar dando certo. Certo até demais.

-----*-----

O entardecer alaranjado no Santuário, com seus matizes avermelhados derramados sobre o Mar Egeu, era vislumbrado pela deusa do ádito sagrado, na expectativa da visita que receberia.

Conseguia perceber cada movimentação de energia, o cosmo de cada cavaleiro, nada lhe passava despercebido. O que fazer diante do que percebia... Esse, sim, era o alvo de sua meditação.

A flora da externa ao Templo preparava-se para o inverno que iniciara-se, assim como os cavaleiros treinavam com a esperança da paz vindoura em seus corações.

A jovem virginiana estreitou as pálpebras, suspirando ao sentir o cosmo preocupado e levemente irritado do Mestre, que se aproximava dela a passos firmes e resolutos. Sabia que sua conversa com ele seria decisiva para o rumo das decisões do velho amigo de tantas batalhas de outrora.

Mesmo percebendo que precisaria de paciência para com o ariano, continuava sentada no jardim do Templo à espera daquela conversa que sabia que aconteceria, mais cedo ou mais tarde. Como deusa, vivenciara e compartilhara experiências com os cavaleiros as guerras santas, e conhecia a personalidade de cada um como se fossem delicados seres que voejavam o jardim de sua vida terrena. Do século dezoito, ainda compartilhava as experiências de Dhoko e Shion, e imaginava o quando deveria ser confuso para os dois conviverem com ela em personas diferentes, em suas duas últimas encarnações.

Athena vivenciara diferentes experiências em suas duas encarnações, como Sasha e como Saori, o que influenciara sua personalidade atual, sem interferir no âmago de sua centelha divina como deusa filha de Zeus.

Da mesma forma que diferentes frutos de uma mesma árvore, o gérmen divino que eclodia era o mesmo, apesar de utilizar-se de corpos diferentes para se expressar. Sabia que preexistia ao corpo como Saori Kido e que continuaria viva após aquele corpo perecer, tal qual aconteceu na época em que conviveu na guerra santa anterior como Sasha. Para a deusa, o conceito de reencarnação era simples, contudo, para seus amados cavaleiros, era algo difícil de compreender como duas pessoas podiam ser a mesma deusa Athena.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo cosmo inquieto do Mestre, que se aproximava, pedindo licença para conversar um assunto importante. A deusa sabia, em seu íntimo, do que se tratava a tal importante questão, mas precisava auxiliar seu cavaleiro, seu amigo e seu protetor de tantos séculos a compreender o que acontecia, sem expor as suas reais intensões como a deusa da sabedoria e da estratégia.

Alguns detalhes precisariam continuar em segredo para o bem da missão de Camus e Shun. Os cosmos hostis oriundos da região siberiana lembravam-lhe a batalha travada por Hyoga e a morte da jovem Natássia em Bluegraad, logo após o dilema sofrido quando lutaram contra o tempo que extinguia-se por meio do apagar das chamas do relógio de fogo, ao se esforçarem por salvar sua vida da flecha de Ptolomeu de Sagita.

Aquele diálogo com Shion era um momento inadiável. Portanto, tomou novamente uma profunda respiração, suspirando à espera das palavras que chegariam aos seus ouvidos, vindas do educado ariano.

– Senhorita Athena, minhas desculpas por interromper sua meditação...

– O senhor é sempre bem-vindo, Mestre. Por que não se senta e contempla esta maravilha de pôr-de-sol... – Perguntou a deusa, mesmo sabendo da resposta. Nada em seu Santuário passava desapercebido.

– Não há tempo para contemplações. Preciso informá-la que percebi a ausência de três cosmos agora à pouco.

– Entendo... Quem se ausentou do Santuário? – Inqueria, como se não soubesse a resposta, apenas para oferecer a oportunidade de ter uma conversa mais franca com Shion.

– O guardião da décima-segunda casa, o cavaleiro de Cisne e o discípulo de Mu. Eles partiram sem autorização e não sabemos exatamente onde estão.

– Compreendo. E qual atitude pretende tomar, Mestre?

– Amanhã, convocarei uma reunião de urgência com os cavaleiros de ouro para inquiri-los sobre a atitude do cavaleiro de Peixes. Já estamos sem o cavaleiro de Aquário, que está em missão com aquele franzino menino de Andrômeda. Precisamos manter a guarda do Santuário.

À voz firme e decidida de Shion diante da situação, Saori não conseguiu conter um sorriso que não passou despercebido pelo Mestre.

– Senhora Athena, eu não compreendo. O que há de engraçado na insubordinação dos cavaleiros de Peixes e Cisne e do discípulo de Áries?

– Ah... Mestre... Lamento se não pude conter-me... Insubordinação? Quando foi que tornou-se tão austero e rigoroso?...

– Senhora! Essa questão requer uma medida enérgica e...

Como a tentar acalmar Shion, a deusa iniciou um assunto sobre o qual o ariano desejava nunca mais lembrar-se.

– Ainda me lembro de quando possuía a mesma idade dos jovens cavaleiros de bronze... Treze, quatorze anos... Você era muito impulsivo e desrespeitoso, principalmente quando contrariado... Chegou a brigar com seu amigo Manigold, não é mesmo? Não se importava com o risco que sua impetuosidade traria para si mesmo...

– Isso já faz muito tempo... – Afirmava Shion, desviando o olhar da deusa, que o fitava inundada de carinho. Seu cosmo calmo o transmitia tamanha paz que era impossível iniciar qualquer discussão mais acalorada.

– Vejamos se ainda me lembro... Só se tornou mais sereno e calmo, meditando antes de agir, quando atingiu a maioridade, ciente dos sacrifícios que enfrentaríamos na Guerra Santa, não foi?

As memórias pareciam se descortinar aos olhos do ariano com a vivacidade de uma imagem real. Com a maioridade, Shion também mostrou ser extremamente leal a seus amigos e aliados, sendo incapaz de cometer traição por qualquer oferta que fosse. Como seu mestre Hakurei, também se tornou devoto da vontade de Athena, que sempre declarou abertamente que todos os Cavaleiros do Santuário eram parte de uma família que possuíam como meta proteger a paz, o amor e justiça na Terra. Shion seguia essa crença tão firmemente, que, em todas as ocasiões, se mostrou disposto a dar sua vida pela deusa, bem como também suporte, respeito e admiração pelos Cavaleiros que morriam pelo mesmo ideal.

O Mestre ainda estava impactado com o rumo que a conversa estava tomando, e volveu o olhar violáceo atravessando as imagens mentais até as luzes que tingiam o céu de um laranja peculiar e belo.

– Eu não imaginava que se lembrava de tantos detalhes, Athena...

– Hoje, você nem parece o mesmo Shion que deu tanto trabalho para o meu querido amigo Cavaleiro de Prata, Hakurei de Altar...

– Como a senhora... Por que este assunto, agora?

– Percebo que ainda tens alguma dificuldade na convivência com os atuais cavaleiros de ouro e com meus cavaleiros bronze mais próximos Seiya, Shun, Hyoga, Shiryu e Ikki. Excetuando Dhoko, todos lhe parecem estranhos, como se não tivessem o direito de serem cavaleiros, ou como se não fossem dignos...

– Não é isso... Eu não confio que conseguiriam... Quer dizer, eu...

Neste momento, a deusa levantou-se e caminhou pelo jardim até o ponto mais alto, sendo seguida de perto pelo Mestre, que não compreendia o que a jovem tentava lhe explicar.

Chegando ao local de onde não poderiam mais seguir, de onde apenas conseguiam vislumbrar a beleza da paisagem do entardecer grego, Athena segurou delicadamente a mão do antigo cavaleiro de Áries e tocou-lhe o rosto com extrema amorosidade.

– Olhe para mim... O que vê?

– Eu vejo... Vejo a deusa Athena...

– Por favor, me diga o que realmente vê...

– Eu... Me desculpe... – Dizia, desviando o rosto daquele magnetismo que a moça transparecia.

– Durante esta Guerra Santa, você não conviveu comigo... Sua vida foi ceifada quando eu ainda era um bebê, naquela triste noite, em Star Hill. E quando Hades lhe concedeu uma nova oportunidade, não chegou a tempo de me ver, apenas ao meu sangue derramado aos pés da estátua, não foi?

– Sim... Realmente... Mas eu lutei por ti, Athena... Sempre fui fiel!

– Eu sei... Também sei do carinho que devotou por mim quando estive reencarnada como Sasha...

– Mas como...

– Meu querido... Percebo sua dificuldade em chamar os cavaleiros deste século por seus nomes... Sei que sente falta de Albafica... Como se punir Afrodite ausentar-se sem sua autorização pudesse consola-lo pela saudade que sente... Afrodite nunca substituirá Albafica... Cada um tem uma personalidade diferente e contextos de vida diferentes. Afinidades diferentes...

– Quando renasci nesta nova oportunidade de existência, não imaginava que sentiria...

– Que sentiria saudades? Sei que sente falta da Yuzuriha de Grou... De Manigold, que lhe acompanhou em sua busca pela armadura de Áries... Sempre fostes tão lógico e pragmático. Ainda não percebestes sua dificuldade...

– Mas Dhoko se adaptou muito bem a essas novas condições... Até me aconselhou em nossas conversas quando estávamos nos Sete Picos, sobre como agir nesta nova oportunidade que nos destes, contudo... É muito difícil ver as armaduras dos meus amigos sendo vergadas por outros...

– Seu amigo libriano treinou Shiryu desde pequeno, e, apesar de não deixar o posto de vigília em Rozan, sempre esteve à par de tudo que aconteceu desde que reencarnei como Saori Kido...

A deusa interrompeu sua fala, ao perceber que lágrimas teimavam em escorrer do expressivo olhar do Mestre, que desviava das brilhantes íris que o fitavam.

– Por favor, meu querido, veja este entardecer...

Ao pedido singelo, Shion fitou o Mar Egeu tão belo naquela tarde de inverno. A brisa fresca, quase fria, esvoaçava de forma suave os cabelos castanhos claros da deusa, que se misturavam às vastas madeixas loiras do ariano.

Ela, tão pequena ao seu lado, exalava um perfume singular, que não podia ser identificado nem comparado a nenhuma fragrância conhecida. Era o aroma de quem pertencia verdadeiramente a uma linhagem divina, oriunda do Olimpo.

– O astro-rei é mesmo desde imemoráveis milênios, contudo, é único em cada vez que se põe no horizonte... Mesmo que outro cavaleiro ou amazona tenha a honra de envergar uma das oitenta e oito armaduras, sempre haverá de dar continuidade em sintonia com a caraterísticas da constelação guardiã que guia seu destino. O processo de evolução é inevitável. Em novas experiências, os humanos aprendem a respeitar a vida…

– Realmente... Eu não consigo aceitar que outros verguem as armaduras de meus amigos...

– Entendo... Por isso Hakurei hesitou tanto em permitir que se tornasse o cavaleiro de Áries. O irmão do antigo Mestre lhe ensinou a sentir os espíritos dos mortos que usaram uma armadura bem como a arte de reparação delas, não é?

– Sim, minha deusa. Em minha infância, sempre visitei uma caverna repleta armaduras, pois gostava de aprender sobre a vida dos cavaleiros. Conseguia saber sobre a vida e sobre a morte deles com apenas um toque na armadura. Estava em constante comunhão com elas.

– Mas esse excessivo contato lhe atrapalhou um pouco, não foi?

– Creio que sim, pois acabei me tornando extremamente sensitivo... Captava não só as memórias das armaduras que tocasse, mas também sua dor e sofrimento. Mesmo quando não desejava sentir, bastava que me aproximasse... Contudo, essa sensibilidade me trouxe o conhecimento para despertar sua armadura de deusa Athena na batalha contra Hades...

– Sim, e sou muito grata pelo que fizestes. Voltando à você, Hakurei teve muito trabalho contigo... O seu hábito e gosto de ficar constantemente em comunhão com as armaduras a fim de aprender o máximo possível sobre as vidas passadas de seus detentores anteriores, deixou o mestre de Altar preocupado. Essa sua habilidade em comunicar-se com as armaduras poderia se tornar um perigo em sua vida, Shion...

O atual Mestre do Santuário demonstrava cada vez mais surpresa, com o conhecimento que a deusa demonstrava sobre sua vida. Era como se houvesse convivido com ele em seu treinamento e em suas dores.

– Por muito tempo teve pesadelos com o último cavaleiro de Áries, Avenir... Você ouvia sua voz a chama-lo, não é?

– Como sabes disso?

– Ah, querido Shion... Conheço profundamente a história da vida de cada um de meus amados cavaleiros... Lembra que quase ficou preso com Manigold naquela prisão temporal?

A deusa tentava fazer eclodir as remotas memórias de quando Shion conseguira sua armadura dourada. Talvez, assim, conseguisse ajuda-lo a conformar-se com as mudanças e com os cavaleiros daquele século, em vez que buscar a imagem dos amigos de outrora cada vez que via uma das armaduras de ouro.

– Como era mesmo o nome do jovem que alertou vocês sobre o selo de Chronos?

– O nome dele era Yuugo.... Ele nos contou que o vilarejo e a armadura de Áries ficaram presos no naquele espaço-tempo por Kairos, que estava em conflito contra o deus do Tempo. Chronos criara um selo que protegia a armadura desde a época da briga entre os dois. Yuugo pensou que eu não conseguiria a armadura, mas consegui destruir o selo usando a Túnica de Cristal.

– E você venceu Kairos para honrar a memória de Avenir, não foi?

– Sim... Contudo, não compreendo onde esta conversa poderá nos levar... São águas passadas há muito tempo... O nosso foco não deveria estar na transgressão dos cavaleiros de Peixes e Cisne, do aprendiz de Mu?

– Simples... Você não está enxergando além dos fatos... Não está enxergando além das armaduras... Além dos acontecimentos... Venha, sente comigo aqui no gramado... Sinta a energia que paira no ar...

Ao pedido da deusa, o grande mestre sentou-se ao seu lado, segurando a delicada mão da moça, tão jovem e tão sábia. Realmente, sentia falta de Sasha, e ainda tinha alguma dificuldade em vislumbrar a deusa Athena no corpo daquela moça que havia sido criada e educada fora do Santuário, detentora de uma herança tão significativa em termos financeiros, mas que ainda assim, continuava orientando e auxiliando os jovens que lutavam pela esperança e pela paz.

– Sinta... Realmente achas que o rastro do cosmo de Afrodite e Hyoga, transportados por Kiki, tem características de quem deseja fugir?

– Eu... Creio que não...

– Vamos... Concentre-se um pouco mais... Consegue perceber para onde foram?

Tendo o cosmo da deusa como força diretriz, o ariano elevou sua energia e pôde enxergar o rastro luminoso sobre o qual a moça se referia.

– Consigo... Eles foram atrás do cavaleiro de Aquário e do menino de Andrômeda! Como puderam fazer isso sem meu consentimento?

– Ora, Shion... Você quase morreu no Seikishiki pelo Ondas do Inferno que Hakurei lhe aplicou para impedir que saísse em busca de sua armadura de Áries... Como pode repreender estes jovens por tentarem auxiliar seus amigos? Esqueceu que eu mesma orientei que seguissem suas intuições?

– Então...

– Sim, eu pressenti o que poderia acontecer quando enviasse Camus e Shun para a Sibéria. Eles iriam precisar de ajuda na missão para a qual os enviamos.

– Não compreendo... Se sabia que precisariam de ajuda, por que não enviou logo outros cavaleiros junto com os dois?

– Porque existem coisas que precisam ser descobertas em vez de demonstradas. A caminhada é sempre um processo mais importante que o objetivo final. Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem e a harmonia.

– Então, sabes exatamente o que está acontecendo?

– Não... Sei apenas que precisamos que Camus e Hyoga entendam as novas habilidades de Shun e que trabalhem juntos para solucionar e exterminar o mal que emergiu no leste da Rússia.

– E por que permitir que Afrodite vá junto?

– Porque ele é um dos que poderão mediar as relações interpessoais dos envolvidos na transição das eras. Shun é seu discípulo e representa em si mesmo as trevas e luz. Seu cosmo, em fusão com o Hades, permite a ele habilidades que nunca imaginaríamos que um cavaleiro de bronze fosse capaz de expressar.

– Mas senhora Athena...

– Ainda me lembro de quando você, mesmo contra as orientações de seu mestre, seguiu até o Castelo de Hades, e seu melhor amigo, o mestre ancião, decidiu acompanhá-lo... Não percebe que semelhante situação aconteceu hoje, com Afrodite e Hyoga? Ambos foram auxiliar Camus e Shun na missão, assim como você e Dohko foram atrás de Hakurei... Não fostes chamado de insubordinado pelo meu querido Sísifo... 

Pequenos pontos brilhantes se apresentavam no céu grego, como a mostrar os caminhos de luz que Athena explicava.

– Sim... Agora eu entendo... Mas ainda gostaria de saber exatamente o que Camus e Shun estão a enfrentar, e por que Afrodite e Hyoga foram com Kiki sem avisar a nós dois...

– Esses pequeninos segredos reforçam os laços de amizade... Perceba, já consegue chamá-los pelos nomes, em vez de chamá-los por suas constelações guardiãs...

Com um raro sorriso, Shion ainda lembrava-se de quando Dhoko tentou impedir-lhe de sair do Santuário. E, por não conseguir dissuadi-lo, o amigo se prontificou a acompanha-lo. A situação se repetia, não igual, mas de forma semelhante, mais de dois séculos depois.

Não podia deixar de achar graça em como algumas relações de amizade entre certos cavaleiros pareciam manter-se, apesar de serem pessoas diferentes a vergar as mesmas armaduras.

Percebendo que o Mestre assimilava aquela conversa não somente no pensamento, mas no coração, a deusa chamou-lhe a atenção para que pudesse ver os últimos raios do poente.

– Veja, meu querido Shion... Pela manhã cedinho estávamos a enviar Camus e Shun em missão e agora já escurece... As horas e os dias são tão fugidias quanto o sopro da vida dos seres humanos, sejam eles cavaleiros, amazonas, ou pessoas que caminham sobre a terra preocupadas com os afazeres que giram a roda da evolução da humanidade. Assim também ocorre com as armaduras, que se ofuscam quando a noite da morte de seu portador chega. Da mesma maneira que o sol voltará a brilhar no próximo dia, as armaduras também aguardam o passar da noite, esperando o próximo honrado cavaleiro que irá faze-las brilhar novamente. Assim o é desde o início dos tempos, desde que cuido da Terra e desde quando os cavaleiros me protegem.

– Senhorita Saori... Athena... Muito obrigado...

Vislumbrando o firmamento que começava a salpicar-se de estrelas, permitiram-se sentir a brisa que soprava mais fria do mar, os fazendo imaginar como estaria o quinteto na região para a qual haviam ido cumprir sua missão. Oficial ou extra-oficialmente, lá estavam cinco representantes de Athena, utilizando os raios luminosos de suas vidas em prol da justiça e da paz. Confiaria neles, assim como a deusa confiava. Com certeza, a deusa enxergava neles algo que ele mesmo, como Mestre do Santuário, não conseguia ver naquele momento e que apenas havia vivenciado no passado. O poder de uma verdadeira amizade.

(Continua...)


Notas Finais


Pois é, Shion... É a vida... Conviver com duas encarnações da deusa não é fácil pra ninguém!
No próximo, voltamos à Sibéria.

Link da fanart da capa deste capítulo:
https://66.media.tumblr.com/0494efa53ccff202c93e112da72ac3db/tumblr_o10tdfo6LB1tza8huo5_1280.jpg

Como sempre digo, adoro receber sugestões!
Obrigada aos que chegaram por aqui!
Bjs! ;-)


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