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História Relentless - Fight Hard. Love Harder.


Escrita por: jdbpower

Notas do Autor


vcs me fazem tãaaaaaaaaaaaaao feliz ai ai... eu amo os comentário de vcs e amo saber que vcs gostam do que eu to fazendo! é tão bom receber esse retorno, eu fico tão inspirada com isso. obrigado!!!!! Mari (party.. alguma coisa q eu não lmebro agr) amei seu comentário, seja bem vinda!!! NOVAS LEITORAS SEJAM TODAS BEM VINDAS, mesmo agr na reta final...

Capítulo 25 - Fight Hard. Love Harder.


Fanfic / Fanfiction Relentless - Fight Hard. Love Harder.

Eu não podia ter beijado ela. A porra do sinal de alerta vermelho disparou na minha cabeça quando a soltei, mas era tarde. Merda, eu amava aquela garota. Amava mais do que qualquer coisa. O jeito que ela puxou meu lábio inferior com os dentes e sorriu fraco fez meu corpo arrepiar. O gosto dela ainda era um mesmo.

Havia se passado somente uma semana desde a última vez. Sete dias desde que ela tinha estado na minha cama pela última vez. Sete dias desde o último beijo. Eu não sabia como tinha chegado são até aquele momento. Tudo ao meu redor sem Mackenzie parecia convergir para um desastre. Eu precisava dela por perto, comigo, sendo minha, seja como namorada ou amiga. Eu precisava dela mais do que precisava da porra do ar pra viver. 

Você não vai se livrar de mim. 

Fechei os olhos e suspirei.

– Vem comigo? – sussurrei. 

Pra qualquer lugar. – ela sorriu e entrelacei nossas mãos indo até a moto.

A chuva caía com força, podia ser uma péssima ideia andar de moto com ela naquele tempo, mas eu precisava dela na minha cama, abraçada comigo. Precisava ter mais uma vez  o que tínhamos construído naquele quarto. 

– Eu estou encharcada! – Mack riu subindo na moto. Seus braços me apertaram e eu sorri. Até daquilo eu tinha sentido falta. 

Estacionei a moto na frente do prédio e a deixei ali sendo tomada pela chuva. Eu e Mack corremos para dentro do prédio e ela riu quando entramos. Sua roupa aderia a seu corpo e eu tentava controlar a linha dos meus pensamentos ao vê-la daquela forma.  

– Sabe, eu nunca me dei conta de como esse prédio é deserto. É meio estranho. – ela fez uma careta abraçando o corpo enquanto subíamos as escadas.

– É um prédio antigo com apenas três andares, foi leiloado e Jeremy comprou. Ele tem dois inquilinos. A vizinha, a Sra. Perth e um cara que vive viajando, ele mora no terceiro. 

– Isso é sério? – ela me olhou por cima do ombro surpresa.

– Sim. 

– Você nunca me disse isso. 

– Há algumas coisas que você ainda não sabe sobre mim, Lucky.

Ela sorriu e parou no topo da escada. Mack se virou pra mim e abraçou meu pescoço, eu tive que me manter firme para não pender pra trás e cair escada a baixo.

– O que foi?

Ela não respondeu, Mack me soltou e segurou meu rosto me dando um selinho e saiu sorrindo até a porta do meu apartamento. 

Abri a porta com rapidez e entramos. 

– Eu estou congelando! – Mack reclamou esfregando os braços. 

Eu ri e fomos até o banheiro do corredor. 

– Quer tomar um banho quente? 

Ela olhou pra mim e sorriu travessa, havia malícia, mas não só isso. 

– Você vai comigo?

Karma era uma merda.

– Lucky...

Ela sorriu e tampou minha boca. – Sim, você vai. 

Eu iria pro inferno por isso. O silêncio se instalou, mas os olhos dela diziam muito sobre suas intenções. Ela era fogo. Eu era desejo. Mack me puxou para dentro do banheiro e deu um passo para trás. Ela tirou minha jaqueta que acabou se chocando com chão. Eu senti o vento bater contra a minha pele e me causar arrepios. Ela retirou suas roupas e meus olhos não conseguiam mudar de foco. Eu estava preso à ela. Mackenzie era a criatura mais sexy do mundo, ela não fazia de propósito. Ela não era o tipo de garota pra se fazer sexo, ela era o tipo de garota que se faz amor.

Porra, eu pensei mesmo nisso?

Ela não estava tentando me seduzir, ela fazia isso naturalmente. Sua lingerie era simples com alguns detalhes azuis e vermelhos, um conjunto provocante, mas apenas nela. Não era o seu corpo que a fazia sensual, embora ela tivesse um ótimo físico. Eram os olhos, o jeito inocente dela que a faziam ser tudo isso.

– Hey, você não vai entrar? – ela perguntou abrindo o box.

Balancei a cabeça e retirei o resto da minha roupa molhada deixando no canto do banheiro. Entrei no box atrás de Mack e foi instintivo abraçar o corpo dela debaixo da água quente. 

A sensação era deliciosa. Abraçar Mackenzie era como encontrar finalmente a linha de chegada. Quando meus braços estavam rodeando ela, eu sentia que finalmente estava fazendo algo certo. Ela era a minha maior certeza. 

– Eu senti sua falta, garotão. 

Ela ficou na ponta do pé e abraçou o meu pescoço querendo me beijar, mas eu afundei meu rosto na curvatura do seu pescoço a impedindo disso. 

– Eu também. 

Ela se soltou de mim e nós dois tomamos banho juntos . Foi exatamente da mesma forma de antes, era como se estivéssemos revivendo tudo.

– Justin? – ela me chamou.

– Sim.

Eu terminava de tirando o xampu da cabeça quando ela me chamou. Abri os olhos e encontrei Mack de costas pra mim me olhando por cima do ombro. 

A água quente caía na minha cabeça e escorria pelo corpo. Eu só não esperava pelo que veio a seguir. Mackenzie retirou o sutiã e deixou a peça cair no chão, ainda sem se virar pra mim. Eu senti todo o meu sangue sendo direcionado pro meu pênis e ele enrijeceu.

Ela não fez isso. Pra piorar Mackenzie colocou todo o cabelo para o ombro esquerdo deixando a área toda livre pra mim.

– Mack...

Eu a escutei rindo fraco. – O que foi?

– Isso não... Não. – me virei balançando a cabeça tentando pensar em outra coisa.

– Justin? 

– Não posso fazer isso sem ficar duro. Porra! – me virei de costas pra ela e bati meus punhos no azulejo da parede. 

Eu respirava com dificuldade sentindo a água caindo na minha cabeça. Eu não podia pensar nela, não daquela forma. Eu queria ter Mackenzie tanto, que doía. Todo o meu estresse se concentrava na minha necessidade sexual. Eu precisava me libertar, mas só queria se fosse com ela.

Ela riu baixo nas minhas costas e eu senti seus seios contra as minhas costas e suas mãos abraçando o meu abdômen.

Mack, não.

– Por que não? Eu quero você, Justin. 

A pressão do corpo dela atrás do meu só estava chutando a sanidade ainda mais pra fora de mim. Não, não...

Você não pode. Você não pode. 

– Vire-se. Eu quero que você olhe nos meus olhos.

Desliguei o registro e me virei indo contra todos os limites e alertas da minha cabeça.

Olhei nos olhos dela e foi como mergulhar no mar mais profundo sem saber nadar. Eu não sabia mais como sair dali, eu não sabia mais como negar ao que ela me pedia. Ela estava semi-nua na minha frente, mas ainda sim eu só conseguia olhar nos olhos dela. Eu podia escutar as batidas do meu coração.

Ela enlaçou os braços ao redor do meu pescoço e eu segurei em sua cintura prestes a beijá-la novamente, mas fomos interrompidos pelo som do telefone tocando. Eu não daria a mínima em outra situação, mas foi como recobrar a consciência. Eu não podia fazer isso de novo. Era errado.

Fechei os olhos e a soltei saindo debaixo do chuveiro e enrolando uma toalha ao redor da cintura sem dizer nada. Pensei em todas as coisas que eu mais odiava no mundo pra porra da ereção ir embora e não demorou muito pra que isso acontecesse. Atendi o telefone e era Brian, ele perguntou sobre Mack e eu apenas confirmei que ela estava comigo.

Sentei-me na cama do meu quarto tentando pensar direito e me acalmar.

Mackenzie

Ele saiu para atender o telefone e suspirei frustrada terminando meu banho. Eu estava quase lá, Justin estava voltando a ser o cara de antes. Aos poucos ele voltaria a ser o meu Justin.

Enrolei uma toalha ao redor do corpo e saí em direção ao quarto dele. Quando entre havia uma roupa dele pra mim encima da cama, ele não estava lá. Deveria estar na cozinha. Vesti-me sentindo o cheiro dele nas roupas e meu coração foi se acalmando aos poucos. Aquilo estava mesmo acontecendo. Eu estava de volta no lugar que eu havia chamado de casa.

O ambiente ainda era o mesmo, o mural com as nossas fotos ainda estava preso a parede e eu não pude deixar de sorrir ao ver. Ele não tinha nos tirado dali. 

A porta se abriu e ele entrou segurando uma caneca fumegante.

– Eu trouxe chocolate.

Sorri e me aproximei quando ele me ofereceu uma.

– Você não desmanchou o mural. – comentei apontando pra parede enquanto me sentava na cama. Ele se virou e o olhou.

– É o melhor presente que eu já ganhei. Eu nunca vou desmanchar.

Sorri tomando alguns goles da bebida quente. Nós ficamos em silencio tomando o chocolate trocando apenas olhares e sorrisos, ele estava sentado na mesa, parecendo querer manter distância de mim. Ele me analisava.

– Você não vai vir se juntar a mim? – perguntei deixando a caneca de lado.

Ele me olhou indecifrável e assentiu se levantando e vindo até mim. Ele apagou a luz e se deitou ao meu lado com cuidado. Eu quis rir, ele parecia ter medo de me tocar. Ele se deitou atrás de mim, mas não colado ao meu corpo, me virei e sentei no colchão.

– Qual o problema, hein? Você está com medo de dormir com uma garota?

Ele juntou as sobrancelhas ofendido e eu ri alto.

– É claro que não. Eu só...

Quando Justin se sentou na cama ficando a mesma altura que eu, me aproximei e sentei-me em suas pernas segurando seu rosto e encostando nossos lábios com carinho. Ele estava falando demais e agindo e pouco.

Nossos olhares ficaram fixos um no outro e sorri.

Aquele momento. Era tudo.

– Eu pertenço a você agora, Justin. 

Não havia mais medo dentro de mim. Eu queria ter ele e queria tanto que ele me quisesse de volta. Justin olhou nos meus olhos sem saber o que dizer, até afundar o rosto no meu peito me abraçando.

– Eu não posso. – ele murmurou baixo e meu coração quebrou em pedaços.

– Justin, seja honesto comigo. Você não quer transar comigo?

Segurei seu rosto e eles brilhavam em lágrimas não derramadas.

– Não posso fazer isso com você, Mack. Eu te... Eu me importo demais com você. Você é a garota mais linda e encantadora do mundo. Eu não posso estragar você dessa forma.

– O que? Justin, eu amo você. Eu pertenço a você, o meu coração e o meu corpo. - admiti olhando no fundo dos seus olhos.

Não. Não podemos ter isso. Eu e você. podemos ser amigos, Lucky. 

Eu não iria chorar, não iria chorar.

A sinceridade de suas palavras afetava tanto a mim quanto a ele. Justin estava triste, algo parecia estar o torturando. 

– Eu não vou dormir com você, Mack.

Humilhação cobriu meu corpo e eu senti o meu rosto esquentar em vergonha. Levantei-me de suas pernas e sai a procura das minhas roupas.

– Mack, não...

Justin segurou meu braço quando eu me curvei para pegar minha calça, as lágrimas que antes eu tentava conter, agora caiam silenciosas.

– Por favor, me deixa terminar de explicar.

– Eu já entendi, eu não sou boa o suficiente. Por que você iria quer uma virgem ridícula, mesmo né? Por quê?

Eu chorei frustrada comigo mesma. 

– Não. Porra, não é isso. Você é... Você é melhor do que isso. Eu te quero tanto, quero ter você tanto, Mack, que até dói. Mas eu não posso. Eu não mereço você. – ele me abraçou pelos ombros e me apertou enquanto eu ainda chorava. 

Eu o odiava, mas eu odiava ainda mais a mim mesma por acreditar que nós dois poderíamos funcionar. Era impossível. Eu me sentia um pedaço de nada. O cara mais desejado da cidade não queria fazer comigo o que fazia com todas as outras garotas. Eu deveria estar me sentindo privilegiada, mas era diferente, ele tinha me chutado.

– Por que você não quer ficar comigo? Por que você não faz comigo o mesmo que fez com as outras. Assim eu ia me convencer de que tudo acabou, mas... Você nem deixou começar. – disse entre soluços. 

– Olha para mim. – ele segurou o meu rosto e enxugou as minhas lágrimas. – Você é perfeita. Você é melhor do que qualquer garota daqui. E é por isso, é por você ser tanto que eu não mereço você. Eu não mereço você, Mack. Mas eu não consigo mais viver sem você do meu lado, porra eu enlouqueci nesses sete dias longe. Eu não sei como cheguei vivo até aqui. Eu só preciso que você entenda que eu preciso de você na minha vida, mas não da mesma forma. Eu quero minha amiga de volta. Só ela.

Eu poderia não compreender, mas eu estava começando a entender. Ele não me queria como mulher, eu não era boa o suficiente. É claro, Justin pertencia às easys, ele nunca ficaria com uma garota como eu. Doeu, é claro que doeu. O cara que eu amava estava falando que não queria ficar comigo, mas eu não podia fazer muita coisa. Eu não podia fugir disso. Por mais que nós não pudéssemos ter algo, do jeito que eu queria, ter Justin ao meu lado já me satisfazia.  Ter um pedaço era melhor do que não ter nada. Eu precisava do meu garotão, precisava saber que a qualquer hora eu podia abraçá-lo e sentir seu cheiro em mim.

– Por favor, diga que me entende e que vamos fazer isso. 

Assenti com a cabeça, se eu ousasse abrir a boca o choro sairia novamente. Justin me abraçou forte e eu o abracei de volta com toda a força que eu tinha. Afundei meu rosto no pescoço dele e deixei algumas lagrimas caírem. 

Eu queria voltar no tempo. Eu queria voltar e poder mudar as coisas, se eu não tivesse me apaixonado seria mais fácil. Eu continuaria vivendo como sempre vivi. O mundo continuaria a girar sem ele e eu não estaria chorando por isso.

Justin sentiu as minhas lagrimas molhando sua pele e me apertou com mais força.

Me desculpa. 

Ele me soltou e segurou meu rosto beijando o rastro das minhas lágrimas. Minha testa encostou-se a sua e respirei fundo. Não ousei abrir os olhos, isso poderia ser fatal. 

– Eles tinham razão. Isso é um belo desastre, não? – brinquei fungando.

– Eu sempre fui um desastre, a parte bela é você. – Justin acariciou o meu rosto e os meus lábios com os dedos e respirei fundo parando de chorar.

Eu o tinha ao meu lado pelo menos. – Eu quero tanto te beijar, Justin. – disse sorrindo triste e os olhos dele caíram.

– Mack...

– Eu sei. Só amigos, eu posso lidar com isso. Só não sei se posso resistir.  – disse e passei a mão pelo meu rosto. 

Não tocamos mais naquele assunto.

– Você pode me explicar algumas coisas?

Justin se virou e me olhou, nós estávamos na cozinha preparando algo pra comer.

– Eu não sei, pergunte.

– Por que você foi preso? 

Sentei no balcão e o olhei com seriedade. Justin suspirou de costas pra mim e se virou.

– Bati no Nolan, ele me denunciou. 

– Não, eu estou falando da primeira vez.

– Eu disse a você sobre o cara que causou o acidente da Debby. Eu disse que tinha o feito pagar. Ele pagou com duas costelas quebradas, quatro pontos na parte interior das bochehcas e uma fratura no tornozelo. O cara ficou inconsciente por dois dias. Mas quando acordou prestou queixa contra mim. 

Escutar tudo aquilo me deixou assustada. Ver Justin batendo em caras dentro de um ringue era uma coisa, saber que ele fazia isso fora era ruim. Eu não conseguia me sentir bem sabendo disso. 

– Fiquei algumas horas na sala do delegado até o meu pai ir me buscar. Eles me liberaram por eu ser réu primário. 

Nervosismo cobria meu corpo toda vez. Meus olhos passeavam pelo chão da cozinha e meus pensamentos vagavam por varias áreas.

– Eu não sou um monstro. – ele esclareceu se aproximando.

– Eu não estava pensando nisso. Eu sei que você não é. 

Seus olhos estavam curiosos sobre os meus, Justin parecia querer desvendar os meus pensamentos.

– Eu estava pensando em como a vida é louca e como as coisas mudam. 

Ele sorri e ficou a minha frente, abri as pernas esperando que ele entrasse ali e eu pudesse enroscá-las ao seu redor, mas isso não aconteceu.

– O que você quer dizer?

– Eu te odiava no inicio do semestre e agora eu te amo. – ri fraco – As coisas mudam. 

Justin não acrescentou nenhum comentário, o ar ficou tão pesado no ambiente que foi até difícil respirar. 

– Você quer comer? Ainda tenho os seus biscoitos aqui. – Justin se virou abrindo os armários e pegando um pacote de Oreos. Eu sorri quando ele se virou segurando o pacote.

– Pra falar a verdade eu estou morrendo de sono. 

Justin me olhava de soslaio e dava sorrisos quando pensava que eu não estava vendo. Eu sentia que ele estava finalmente relaxando e aproveitando a minha presença, assim como eu fazia com a dele. 

– Então vou te colocar pra dormir. – ele disse e eu sorri largo. Justin andou de costas até mim. – Sobe. 

Eu amava aquele homem demais. Subi em suas costas e ele segurou minhas pernas me levando até o quarto. A nossa amizade começava a renascer, aos poucos. Eu já me sentia bem novamente.

– Você emagreceu?

A verdade era que sim, eu tinha perdido algum peso em torno da semana já que eu não estava me alimentando direito. Justin evitava o refeitório no intervalo, e eu fazia isso pra poder me esgueirar e ficar o observando de longe. Agora, isso tudo parecia tão patético que eu ri.

– O que foi?

Justin foi apagando todas as luzes do apartamento. Ele abriu a porta do quarto e adentrou conosco ainda me segurando sem dificuldade alguma.

– Eu perdi algum peso sim. Por sua culpa. – ele me colocou na cama e foi até o closet.

– Por minha culpa?

– Você não ia ao refeitório, bem, eu também não. Quero dizer, eu te persegui pelo campus esses dias e então não tinha tempo pra almoçar. Isso soa patético agora. – eu ri entrando debaixo das cobertas.

– Você não almoçou nenhum desses dias porque ficava me seguindo na faculdade?

Justin voltou ao quarto em uma calça de moletom cinza. Seus olhos estavam abertos em pura descrença e surpresa.

– Não, mas está tudo bem. A culpa não é sua, foi uma brincadeira. Eu não sentia fome de qualquer forma. – dei de ombros me deitando de lado e olhando ele. Justin parou por alguns segundos e respirou fundo.

– Você não vai vir se deitar?

– Preciso de um minuto. – ele disse entre dentes inspirando e expirando com força. Ele estava com raiva. Sentei-me na cama não entendendo o porquê daquilo.

– Justin?

Ele se virou de costas pra mim e começou a andar pra lá e pra cá praguejando a si mesmo.

– Justin...

– Não! Porra, eu não estava lá quando você sofreu a porra do acidente, você ficou sem comer porque estava atrás de mim. Merda, Mackenzie! Se isso tivesse durado um mês você não iria sobreviver. – ele grunhiu puto da vida.

– Você tem razão. - ele parou de andar e virou o rosto pra mim. – Eu não ia aguentar ficar um mês sem você. – disse sorrindo.

– Eu estou falando sério, Mack. Essa sua cicatriz, porra, eu me sinto um filho da puta inútil quando vejo isso. Eu sinto que fui incapaz de te proteger. Eu estou aqui pra cuidar de você e eu não fiz isso direito. Eu sou um fodido inútil. – Justin estava prestes a entrar em mais um surto. Levantei-me da cama e andei até ele abraçando o corpo dele pelas costas e beijando sua pele quente.

– Ei, está tudo bem, garotão. Nós estamos bem. – disse tentando acalma-lo. Ele tocou as minhas mãos por cima do seu corpo e deixou a cabeça baixa. Ele suspirou e eu toquei seu peito sentindo a vibração do seu coração, seus batimentos estavam acelerados. 

– Nós estamos juntos, não? Você vai me proteger agora. – sussurrei beijando suas costas lentamente. Seu coração foi se acabando junto com sua respiração. Eu sorri largo.

– Nós ficar bem, não vamos?

Ele se virou pra mim e suspirou, eu o abracei e ele segurou meu rosto beijando a minha testa. – Vamos.

Eu sorri e fiquei na ponta dos pés pra beijar a bochecha dele, o beijo caiu no canto de seus lábios e ele percebeu, seus olhos me encararam com um brilho indecifrável e eu sorri o puxando pra cama.

Deitei-me e puxei Justin comigo. 

O cheiro daqueles lençóis me trouxe paz. Eu me senti em casa de novo, o sorriso custava a deixar meus lábios.

Eles sentiram sua falta.

Justin disse sorrindo e abri os olhos encontrando ele deitado de frente pra mim.

– Quem?

– A cama, o quarto, esses lençóis... Eu.

Eu sorri olhando para o quarto ao nosso redor. 

– Também senti falta de vocês.

Ele sorriu e tocou meu rosto com delicadeza, fechei os olhos sentindo todas as sensações, o tato, o olfato com o cheiro daquele lugar, a audição escutando a respiração calma de Justin e a visão, quando vi seus olhos encima de mim me olhando com admiração. 

– Amanhã isso vai continuar, não é?

Justin não assentiu. Ele ficou calado, mas seu silêncio disse muita coisa, assim como seus olhos.ele se curvou e beijou a minha bochecha sussurrando no meu ouvido.

Pra sempre.

Não foi preciso mais nada. Aquilo era real. Finalmente.

Depois de lágrimas, choro, dor, dúvidas, incompreensão, medo, angústia, raiva eu finalmente tinha encontrado o caminho de volta pra casa. Ou melhor, o caminho tinha me encontrado.

••

– Eu posso dizer que você faz os melhores ovos mexidos com bacon que eu já comi. – elogiei com a boca cheia.

– Eu sou o melhor, você sabe.

Ele sorriu convencido trazendo o outro prato pra mesa.

– Acabou de ficar 3% menos perfeito por ser convencido.

– Fatos, Lucky. Fatos.

Ele se sentou ao meu lado e não a minha frente, coloquei minhas pernas pro cima do seu colo e ele sorriu fraco. Eu estava tentando ser natural.

– O que vamos fazer hoje?

– Vamos?

– Oh, você não me incluiu nos seus planos? Ok. 

Ele riu e tomou mais um gole de café.

– Eu não tenho planos. Ia acabar dormindo até tarde pra curar a ressaca, mas ter você aqui e aquele analgésico me fizeram bem. – ele sorriu massageando a minha perna.

Sorri dentro da caneca e ele riu.

– A minha cabeça também dói. – franzi o nariz. – Me lembre de não beber mais, eu nem sei por que ainda faço isso.

Na verdade eu sabia, pra esquecer Justin.

– Vou estar lá para isso.

– Ah, já ia me esquecendo. – ele se ajeitou na cadeira e trouxe o tronco mais pra perto. – Nunca, nunca mais pense em subir em um bar e fazer aquele show que você fez ontem.

Eu quis rir, mas ele falava sério. – Você começou.

– Mas você não precisava terminar. 

– Eu estava com raiva!

– Me bata. Me xingue, faça qualquer coisa contra mim. 

Deixei minha caneca na mesa e o avaliei.

– O que foi?

– Posso mesmo te bater?

– Eu não esperava aquele tapa ontem, você tem um belo pulso ai. 

Eu ri alto e me levantei.

– Mack? Pra onde você vai?

Fui até o quarto e procurei pelas luvas dentro do closet, encontrei-as na mesa de estudos e voltei a sala vestindo-as.

Justin riu alto jogando a cabeça pra trás ao me ver em posição de ataque vestindo uma camiseta de mangas longas que pertencia a ele e um par de luvas para treino. Meu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo que chicoteava nas minhas costas quando eu me movia bruscamente. Justin afastou a cadeira e se levantou vindo até mim.

– Vamos, lá. Estou com raiva de você agora.

Provoquei e ele cruzou os braços inflando o peito. O corpo dele era um templo de músculos, poder e sedução.

– Ok. Vamos lá, tente me tocar.

Ele se achava. Lancei meu punho direito contra ele, mas Justin foi rápido e segurou meu braço.

– Ei! Quem disse que você pode se defender? Não são essas as regras. – argumentei juntando as sobrancelhas e puxando meu braço de volta.

– Ah, é? E quais são as regras, senhorita? 

– Eu bato e você apanha. Sem tentar se defender ou reagir. Como um daqueles bonecos de academia, só que vivo. Essas são as regras.

– Não é justo.

– Não tem que ser justo. – pisquei.

Tentei o atacar de novo e ele desviou com facilidade e me segurou. 

– Atenção, Mack. Preste atenção nos movimentos.

Rolei os olhos e lancei minha perna contra o estômago dele, mas Justin a segurou no ar.

– Ei! – pulei em um pé tentando me equilibrar e cai pra trás no sofá.

Ele riu alto de mim e abaixei minha blusa cobrindo as minhas pernas e tampando a visão dele da minha bunda.

– O Taylor disse quando ia voltar?

– Não, eu só sei que ele levou a Penélope pra um lugar cheio de frescura. O cara ia usar até gravata. – ele riu e se sentou comigo.

Deitei-me sobre o peito de Justin e ele me segurou. Entrelacei nossas mãos e ele me olhou sorrindo. O cheiro dele era tão bom. 

O telefone começou a tocar e ele atendeu, aproveitei isso e comecei a beijar seu peito e clavícula.

– Oi, Brian.

– Sim, ela está comigo. Não. Talvez. O que você quer? Você está falando sério? 

Justin resmungou e eu suguei seu pescoço, ele fechou os olhos e mordendo o lábio inferior.

– Mack...

Ele sussurrou pra mim.

– Não, eu não estava falando com você. – ele se corrigiu e se endireitou no sofá. Ajeitei-me no colo de Justin e sentei com as pernas abertas em seu colo, de frente pra ele.

Toquei em cada tatuagem que cobria seu peitoral e beijei sua clavícula arrastando meus dentes pela extensão.

Minhas unhas subiram até seu pescoço e eu arranhei sua nuca. Seus olhos estavam presos nos meus. Eu poderia dizer que ele nem escutava mais o que estava sendo dito do outro lado da linha.

– Nós vamos. – ele encerrou a chamada e me segurou.

– O que você está fazendo?

Ele perguntou em um sussurro rouco.

– Cheirando você. 

– Não, Mack.

– Posso beijar você? – perguntei em um tom de falsa inocência. Eu queria tanto sentir o gosto dos lábios dele novamente, a sensação era vivida na minha cabeça, mas o gosto não era lembrado na minha boca. 

Ele fechou os olhos e balançou a cabeça levemente.

– Não, Mack.

– Você pode me beijar?

– Não. Não faz isso comigo. 

– Você não quer me beijar?

– Eu quero. Quero muito, mas eu estou fazendo a coisa certa e sendo um cara legal dessa vez.

Eu ri com a expressão de sofrimento que ele tinha.

– Eu quero o meu badboy de volta. Será que você pode ser o cara mau de novo, só mais uma vez? Por favor, só um beijinho. – pedi o olhando, faltavam apenas alguns milímetros pra que nossos lábios se chocassem. Seus olhos passearam pelo meu rosto, ele fitou meus lábios e depois meus olhos. Uma batalha intelectual parecia acontecer dentro de sua mente e ele optou por levantar do sofá me deixando sentada ali. Sozinha. Sem beijo.

Mais tarde Justin e eu decidimos que íamos estudar um pouco na biblioteca. Nós conversamos sobre tudo o que o outro tinha feito nesses sete dias de distancia e foi incrível saber que ele não tinha feito muita coisa sem mim. Até que caímos em um assunto que se tornou uma discussão.

– Eu quero!

Não, Mackenzie!

– Você não quer me beijar, não quer me levar pra fazer uma tatuagem! Que saco! Vou arranjar alguém pra fazer isso comigo, então. – murmurei irritada.

– Então vai! – ele rebateu bravo comigo fitando os livros na nossa mesa de estudos. Arrastei a cadeira para trás e levantei.

– Pra onde você pensa que está indo?

– Procurar alguém que me beije e me dê uma tatuagem! – sorri e pisquei me virando e andando até um grupo de garotos que estavam me olhando da outra mesa. 

– Oi. – sorri.

– Hey. 

O mais alto falou dando um passo a frente. – Posso ajudar?

Volta pra mesa, Mackenzie.

Escutei a voz ríspida e dura de Justin atrás de mim, mas não me virei e sorri pro cara a minha frente.

– Na verdade, pode sim. 

Mackenzie!

– Você pode me beijar?

O louro olhou pra Justin e depois pra mim, mas eu continuei de costas. Eu não me atreveria a me virar e encontrar a raiva no olhar dele.

– Você ainda pergunta? - o moreno deu um passo a frente e segurou na minha cintura. Mas pânico cobriu meu corpo, eu não queria beijar ele.

Adivinhando meus pensamentos Justin me puxou e empurrou o moreno pra longe. Ele saiu me arrastando pra fora da biblioteca. Ele me empurrou com força contra a parede e eu senti minha pulsação acelerar. Meu badboy estava de volta.

– O que você estava pensando, caralho? 

– Você me mandou ir procurar o que você não pode me dar. Bem, eu fui. – pisquei e ri.

– Mackenzie, eu não estou brincando, porra! Você vai me mandar pra cadeia. Eu vou matar cada filho da puta que encostar em você! Eu vou...

– Shh... Você só precisa fazer duas coisas e tudo vai ficar bem: primeiro me beije. E segundo: eu quero uma tatuagem! Senão me der essas coisas aquele moreno lindo vai me dar. – provoquei e ele me fuzilou com os olhos. Eu via sua veia saltando no pescoço e ele socou a parede atrás de mim.

Precisa de um minuto, Bieber? – murmurei tocando o rosto dele. Ele sempre dizia aquilo quando estava prestes a explodir. Ele segurou minha mão e saiu me puxando.

•••

– Estou em dúvida entre fazer essa pena ou... O que você acha da bússola? E tem esse pássaro aqui... Justin? Você nem está me escutando! – briguei.

Ele estava em pé apoiado na parede da frente me olhando sério por trás dos óculos escuros.

– Você não deveria estar aqui.

Rolei os olhos e olhei pra ele.

– Sério que você vai bancar a criança mimada e ficar emburrado por que eu quero fazer uma tatuagem?

Ele não respondeu e se desencostou pegando o maço de cigarros do bolso.

– E então, o que a moça bonita vai fazer? – Denny, o tatuador perguntou.

– Eu ainda estou em dúvida, mas acho que vou fazer essa aqui. – apontei para a frase no catálogo. 

– É uma ótima escolha. Já decidiu onde?

– Qual lugar mais dói?

Denny e riu e começou a me dizer todos os locais mais doloridos. E eu decidi fazer em um deles. Justin deve ter fumado um maço inteiro de cigarros, pois só voltou alguns minutos mais tarde enquanto eu estava tentando me acalmar para começar.

– JB, sua garota já está pronta. 

– Onde ela vai fazer?

– Costelas.

Justin me olhou surpreso e assustado.

– Ok. Acho que estou pronta. – avisei depois de respirar.

– Você pode tirar a roupa no biombo ali atrás. – Denny indicou e eu assenti.

Olhei pro Justin e sorri largo, ele negou com a cabeça e cruzou os braços. Fui até o biombo e retirei a blusa ficando apenas de sutiã. 

– O que ela vai fazer?

Escutei Justin perguntar baixo.

– Não, Denny. Não fala pra ele.

Denny me olhou e Justin também. Eu sorri e me aproximei para deitar.

– Vai ser surpresa. 

Ele negou com a cabeça e eu me deitei da forma que Denny havia dito. 

– Você pode segurar minha mão? 

O som da agulha começou a soar e eu senti um enorme frio na barriga sabendo que em seguida viria a dor. – O que eu não faço por você.

Justin se sentou no banquinho a minha frente e entrelaçou nossos dedos, eu sorri mais calma.

– Pronta?

– Sempre pronta. – ri fraco.

O tempo nunca demorou tanto pra passar. Era como se Denny estivesse com uma faca rasgando a minha pele aos poucos, lenta e tortuosamente. Eu podia estar exagerando, mas eu odiava sentir dor. Mesmo com as lágrimas pinicando os meus olhos eu não ia bancar a garota chorona ali. Justin estava tão tenso quanto eu, ele alternava seu olhar sobre a minha pele sendo riscada e minha face. Eu mordia os lábios reprimindo gemidos e minha expressão deveria estar um horror.

– Ande logo com isso Denny. Porra, ela está sofrendo. 

Ou, agora ele se importava com o meu sofrimento? Era interessante já que ele tinha causado uma grande demanda desse sentimento na semana interior, é claro que eu não fiz tal comentário e simplesmente sorri abobalhada por ele estar preocupado. Nossos dedos entrelaçados me passavam segurança, eu podia estar esmagando os dedos de Justin me alguns momentos, mas quando o som incessante da agulho parou eu respirei finalmente. 

– Pronto, cara. Está feito. – Denny disse passando um algodão por cima da minha pele. Ainda sim doía, uma dor latejante e incômoda, mas eu iria sobreviver.

– Finalmente! – Justin respirou tranquilo também e se levantou da cadeira se aproximando para ver a escrita.

Você não fez isso. 

Fight Hard. Love Harder. – eu sorri me sentando na cadeira. Os olhos de Justin ficariam enevoados. Cobertos por uma nuvem de algo que eu não soube classificar. Eu não pude interpretar a expressão dele.

Ele não acrescentou nenhum comentário, Denny começou a me orientar sobre os cuidados que eu teria com isso e eu escutei atenta sentindo os olhos de Justin queimarem minha pele. 

– Ok. Vou fazer tudo certo. - assenti enquanto ele passava a pomada cicatrizante na marca. Justin estava de costas pra mim, encarando a janela de vidro a nossa frente parecendo irritado, ombros curvados e uma pose irritadiça. Eu não entendi o porque, a frase fazia alusão a ele, é claro. Lute com força. Ame com mais força ainda. 

Era isso que eu tinha aprendido com ele. Era a verdade. Era o que eu sentia.

– Justin.

– Você sabe que vai ficar com isso pra sempre no corpo, não sabe? – ele perguntou ainda de costas para mim.

– É claro que sim. Qual o problema? Você não gostou?

Seu corpo finalmente virou-se pra mim e eu pude ver seu semblante preocupado e irritado.

– Mack... Merda, eu não quero que você faça as coisas por impulso. Eu não quero que você mude só pra me agradar. A Mackenzie Rosie Manson nunca teria feito isso. Essa não é você. Eu já disse que não vamos ter mais nada, então para. Para de tentar me convencer a voltar pra você. 

Um soco no estômago teria sido menos intensamente doloroso. Até mesmo cogitei a voltar naquela cadeira e ser rasgada novamente. Justin estava voltando a ser o cara rude. Eu odiava aquele cara. 

– “Essa” sou eu. Você sempre pensou que eu fosse ingênua demais, que eu fosse boba demais. Mas eu não sou, Justin. Eu sou uma garota! Eu não sou intocável! – meu tom de voz subiu gradativamente durante toda a fala e eu só me dei conta de que havia gritado a última sentença quando senti Denny olhando pra nós.

– Está tudo bem ai, pessoal?

Assenti e ele levou alguns segundos para voltar ao que fazia.

Justin balançou a cabeça e suspirou. Na mente dele eu era intocável, ele não queria me tocar. Ele não queria ser meu e não me queria pra ele. Era tão confuso! As lágrimas que antes queriam sair por conta da dor física, subiram aos meus olhos por conta da dor emocional. 

– Não. Você não é isso. 

Seus passos em direção ao caixa me impediram de rebater sua fala. Ele foi até lá e pagou a minha tatuagem, eu iria protestar, mas a tristeza não deixou eu me mover.

Dali partimos para casa. Justin me deixou no dormitório e eu sabia que todo o bom momento tinha acabado. A paz tinha ido embora e as coisas voltariam a ficar estranhas entre nós. Assim que ele parou na frente do Morgan as garotas que conversavam ali em grupinhos nós olharam. Elas pareciam se perguntar qual era p problema de Justin por estar comigo ou coisas assim. 

– Obrigado.

Agradeci formalmente fitando minhas mãos. Eu já tinha até esquecido da dor da tatuagem. Ele acenou. 

– Você tem que cuidar dela, se infeccionar vai doer ainda mais. – seu comentário sobre a tatuagem me pegou de surpresa. – Lave com cuidado e...

– Você não gostou nenhum pouco?

Justin parou para pensar e desviou o olhar do meu, nós ainda tínhamos algum público nos observando.

– Você não entende. Essa tatuagem... É a coisa mais fodidamente linda e sexy do mundo, Mack. Mas você a fez pelos motivos errados.

– Você não sabe! – o cortei e ele riu sarcástico.

– Não sou idiota, muito menos você. Ela é incrível e em você... Merda, pensei que perfeição era coisa pra idiotas, mas você ficou perfeita com ela, quero dizer, ainda mais. – ele disse atrapalhado e eu sorri. – Mas a garota que fez essa tatuagem não é a garota que odeia cigarros e gosta de assistir comédias românticas sem graça.  Essa não é você. – seu tom era pacífico. Ele desencostou da moto e deu um passo à frente ficando perto de mim. O ar fugiu dos meus pulmões e eu levantei o rosto, pronta pra sentir as borboletas entrando em colapso, mas ele não me beijou. Justin colocou uma mecha do meu cabelo de volta no lugar e tocou a minha bochecha.

– Eu sou a mesma garota, eu sou a sua Lucky. – sussurrei deixando as guardas baixas.

– Você é, quando olho nos seus olhos vejo você ai dentro. E eu não quero que você mude, nem por mim, nem por ninguém. Ok?

Eu estava me sentindo ridícula aquela altura do campeonato. Senti o rubor cobrir as minhas bochechas e Justin segurou meu rosto com as duas mãos beijando a minha testa com cuidado e carinho.

O cheiro dele estava ali. Enlacei meus braços ao redor do seu estômago e o abracei afundando meu rosto em seu peito. Aquela era uma proximidade que era muita, mas não era suficiente. Eu queria mais. Queria poder ter de Justin aquilo que o meu coração e meu corpo queriam. 

– Tenho que ir agora. Te vejo no almoço amanhã. – ele se separou de mim e beijou a minha bochecha demoradamente. Eu sorri feliz por isso.

Justin se afastou e eu senti sua falta instantaneamente. Ele montou na moto e colocou o capacete. Nossos olhares se encontraram e eu sorri. Ele deu partida e acenou com a cabeça antes de ir. 

Assisti ele sumir na estrada e enfrentei o campo a minha frente. As garotas olhavam conversando entre si e eu me sentia incomodada por ser o centro daquilo, era horrível você ver as pessoas falando de você e não ter ideia do que. Cumprimentei algumas das garotas que eu conhecia de vista na entrada e subi para o meu quarto. Penélope arrancaria minha pele quando visse o que fiz, mas não estava em suas mãos julgar. 

Quando abri a porta a encontrei sentada na cama falando ao telefone andando de um lado pro outro. Ela acenou pra mim sorrindo iluminada, e continuando a chamada e fui pro banheiro. Tomei banho com cuidado lembrando de todas as instruções de Denny em relação à tatuagem. Quando sai do chuveiro olhei pra tinta presa a minha pele e sorri, eu gostava daquilo, gostava de saber o porque dela estar ali, e ainda mais da frase. 

Eu não desistiria fácil nem do meu amor e nem da vida.

Cresci com a minha mãe me mandando engolir o choro, levantar e tentar de novo, toda vez que eu caia da bicicleta e jurava que nunca mais tentaria outra vez. Ela estava certa, não podemos desistir só porque tem uma pedrinha no caminho, ou porque a queda foi dura e as feridas ainda não cicatrizaram. Eu aprendi desde pequena a nunca desistir do que eu quero, a lutar por meus sonhos e pelas coisas que eu amava. Eu só estava colocando tudo isso em prática. 

– Mack?

Penélope bateu na porta e enrolei a toalha de volta no corpo.

– Sim?

– Saia logo! Eu tenho algumas coisas pra te contar! 

Seu tom de voz era animado. Suspirei e assenti mesmo sabendo que ela não veria. Passei pomada na cicatriz e vesti uma roupa larga e quente. Voltei ao banheiro encontrando ela com seu iPad a postos.

– O que foi?

– Já arranjei nossas fantasias! 

– Pra que? 

– Às vezes você me envergonha! – rolei os olhos – Pra festa de Halloween! 

Ergui a sobrancelha confusa e ela bufou irritada pela minha falta de conhecimento.

– A festa de Halloween da Brown! Vai ser incrível! Fynn tem um amigo que trabalha em uma loja de fantasias perto do shopping! Ele vai nos arranjar pela metade do preço! 

Minha cabeça estava ocupada com tantas coisas que eu nem me lembrava mais em qual época do ano estávamos. Talvez eu devesse ter percebido as pequenas decorações ao redor do ginásio, mas tudo passou despercebido pra mim.

– Que seja. Eu não me importo de verdade com tudo isso. 

– Você é patética!

Eu sabia que ela não falava na maldade, mas me irritava a preocupação de Penn com coisas fúteis. Ela sempre foi assim, eu a amava daquele jeito, mas era irritante às vezes. 

– Ah, me desculpe se eu me preocupo mais com a bagunça que está a minha vida do que as festas do ano! – cuspi e peguei meu notebook me jogando na cama. 

– Você ainda está assim por causa do idiota do Justin? Que porra, Mackenzie! 

– Você não sabe de nada! Não se meta na minha vida, Penélope.

– Me meto sim! Você é a minha irmã. O que foi agora? Ele te deu um pé na bunda e você não superou? Foda-se. Eu te avisei que ele era um idiota! Eu te avisei! – ela gritou me acusando.

Meu limite tinha sido excedido.

– É só isso que você tem a dizer? Ótimo! Sinta-se melhor, você tinha razão. Agora se me da licença vou pra algum lugar onde eu possa encontrar a merda de um pouco de paz. Guarde seu veneno pra si mesma, Penélope.

Me levantei e caminhei pra fora batendo a porta com força irritada.

Justin Bieber

Estacionei a moto em frente a casa e desci. Bati na porta e a Sra. Archibald abriu a porta com um sorriso.

– Olá, Justin! Que surpresa.

Acenei com a cabeça. – Tudo bem, Sra. Archibald? – ela assentiu me dando passagem pra entrar. – Zoey está por ai? Eu precisava falar com ela.

– É claro, ela está no quarto.

Lisa me indicou o caminho e eu subi as escadas indo até o quarto de Zoey. Bati duas vezes na porta antes de entrar, abri uma brecha da porta e Zoey desviou a atenção do notebook para mim.

– Justin!

Eu sorri com o tom alegre dela, terminei de entrar no quarto e fechei a porta. 

– Oi, gata.

Ela me abraçou pela cintura e eu a levantei em um abraço de verdade.

– Merda. Senti sua falta! – ela praguejou apertando o meu pescoço e eu ri algo.

– Wow, desde quando você fala essas coisas? 

– Eu cresci ok? – a devolvi para o chão e ela sorriu arrumando sua roupa.

– Sua mãe sabe que você anda praguejando por ai? – Zoey corou.

– Não! E você não vai dizer, senão eu conto que aprendi com você! – ela rebateu e eu levantei as mãos rendido.

– Temos um acordo então! 

Nós dois rimos.

Ela apontou pra cama e eu me sentei de qualquer jeito.

– Tire os sapatos, seu porco!

Rolei os olhos e deixei meus Vans caírem no chão. Zoey se sentou na cadeira que estava e arrastou-se pra perto.

– Me diga a razão da visita.

– Um cara não pode mais visitar sua melhor amiga de doze anos?

– Treze daqui algumas semanas, mas a resposta é: sim. Um cara talvez, você? Muito provavelmente não.

Ela me conhecia bem.

– Está com problemas? Da última vez que te vi, você está correndo pra fora da casa do seu pai como um bebê chorão. 

Eu não gostei da memória que tomou minha mente do dia em questão. 

– Problemas, mas isso é outra história. Eu só... 

– Tem uma garota. 

Minha ausência de resposta confirmou. – Claro.

– Ela é especial.

– Então você não transou com ela?

– Zoey! – balancei a cabeça.

– O que foi? Eu sei muito sobre você, Bieber.

– Mackenzie mudou a porra da minha vida, eu pensei que estava no céu quando estava com ela. Mas porra, eu estou no inferno agora. – deixei minha cabeça cair no travesseiro frustrado.

Você estragou tudo.

– Não, eu...

– Não foi uma pergunta. Eu sei que você estragou. 

Era verdade, suspirei fechando os olhos e deixando as imagens da ultimas horas com ela colorirem a minha mente.

– Você a ama?

Amor. Essa palavra de novo. Eu havia dito que a amava, era verdade. Mas agora eu não sabia traduzir esse sentimento. Era algo que beirava a loucura.

– É claro que eu amo, porra, sim. Ela é perfeita. Ela é a minha Lucky.

Lucky?

Ela riu e eu abri os olhos. Zoey me olhou sapeca e eu rolei os olhos.

– Sim, Lucky.

– Você perdeu as suas malditas calças? Homem, o que aconteceu com você?

Eu tive que rir. Eu tinha mudado. 

Pela próxima hora Zoey bancou a merda da conselheira amorosa. Ela era boa como isso, a inteligência daquela garota assustava a merda pra fora de mim. Ela era genial.

– O que é isso?

Ela fez um gesto estranho com as mãos.

– Linguagem de sinais. Você sabe, pra surdos e mudos. Mamãe me ensina. E isso quer dizer: “corra atrás do que você ama.”

Ela fez mais uns gestos estranhos e fiquei surpreso e confuso com aquilo. Zoey era excepcional. Lisa era professora em uma escola para deficientes auditivos. Isso era interessante.

– Assim, você diz “olá”.

Ela sinalizou com os dedos e eu achei tudo aquilo confuso.

– Ok, agora o que você acha que eu devo fazer?

– Resolver as coisas. Fale com Jeremy. Ele não pode simplesmente dizer que sua namorada pode ser sua irmã e ficar por isso mesmo. Isso não está certo. E você também não sabe se é 100% verdade. A mãe da Mackenzie pode ter tido um caso com Jeremy, mas não significa que ela seja filha dele. Você precisa decidir se vai querer viver com a incerteza, ou se quer encarar a verdade e acabar de uma vez com isso. 

– Que tipo de criança você é?

Ela sorriu.

– Eu não sou uma criança! – ela disse ofendida e eu ri.

– Tudo bem, adolescente. Levante, e vamos lá te pago um milkshake na Candy’s. – avisei me sentando na cama e calçando os meus tênis.

A Sra. Archibald não deixava Zoey subir na minha moto, ela até confiava em mim, mas havia certos limites. Zoey pulou nas minhas costas e a levei até a doceria. O lugar estava quase vazio, já era noite.

Zoey pediu um milkshake especial e eu fiz o mesmo. O restaurante era composto por paredes de vidro e eu pude ver do outro lado da rua uma movimentação estranha enquanto pagava as coisas.

– Justin? Hey, estou falando com você, besta.

Olhei pra Zoey na mesa, mas eu estava realmente preocupado com a situação do outro lado. Havia três caras importunando uma garota, e ela parecia estar se encrencando cada vez mais. Quando vi dois a segurarem, me levantei indo para a saída.

– Justin!

– Fique ai, Zoey!

Ela me olhou assustada, mas obedeceu. Atravessei a rua indo até eles.

– O que está acontecendo aqui?

– Cai fora, playboy. Você não tem nada com isso.

– Me soltem! – a garota estava sendo empurrada contra a parede e estava de costas pra mim. – Eu vou arrancar o pau de vocês!

Ela gritou furiosa. Os dois que a seguravam a olhavam de forma suja e nojenta, o que estava a minha frente tentando me intimidar era um porco filho da puta.

– Soltem ela.

Eles riram.

Balancei a cabeça e lancei meu punho contra o rosto do primeiro.

O primeiro caiu no chão depois de gemer, provavelmente eu tinha quebrado o nariz dele. Um dos que a seguravam a soltou e avançou em mim, mas fui rápido e soquei o rosto, costelas e cabeça. Eu estava em modo destruir novamente e não havia alguém para me dizer quando acabar, até que escutei um grito conhecido.

– Justin! – olhei pro lado e vi Zoey gritar pra mim da calçada do outro lado.

Acordei pra realidade com aquilo,  cara já estava apagado no chão e do outro lado escutei gemidos e socos. Me virei para atingir o outro cara, mas ele já estava no chão. A garota tinha feito aquilo com ele.

Ela se virou pra mim e eu a reconheci instantaneamente.

Brooklyn.

 


Notas Finais


so.................. eu realmente quero saber o que voces acharam desse cap! '--'
nao vou dizer mt, pq quero mt saber o que vcs acham... mas.... sdknfksadndalfs ok já chega!!!
Pra quem perguntou como imaginamos a Brooke : http://data1.whicdn.com/images/109703890/large.jpg (a mais parecido com a da nossa cabeça)
obrigado por lerem!

AH!!! NEWS!!! GNT, AS MENINAS ME PEDIRAM PRA CRIAR UM GRUPO NO WPP PRA COMENTAR/FALAR/ZOAR E TUDO MAIS SOBRE RELENTLESS, QUEM QUISER PARTICIPAR É SÓ DEIXAR O NÚMERO COM O DDD AI EMBAIXO OU NA ASK!!! VAI ROLAR SPOILER TBM HAHAHAAHAHASDKFJNSDLF VAI SER LEGAL, QUERO INTERAGIR MAIS COM VCS!!
xoxo,

http://ffbieber.tumblr.com e http://ask.fm/gojdrewb


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