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História Relíquia do Amor - O Patrono que não é meu


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Oiiii....
Eu quero agradecer aos favoritados e aos comentários que eu nem preciso dizer que amo, preciso? haha
Gente, eu peço que não me matem quando lerem esse capitulo...

A foto a baixo mostra como a barriga do Harry foi ficando até o momento.

Enfim...
Boa leitura!

Capítulo 16 - O Patrono que não é meu


Fanfic / Fanfiction Relíquia do Amor - O Patrono que não é meu

 Pela primeira vez desde que os conheci, Fred e Jorge pareciam estar tão chocados que não sabiam o que dizer.

– Rony, não... por favor... volte aqui! Volte aqui! – gritava Hermione do lado de fora da barraca.

Permaneci quieto, em silêncio, à ouvindo soluçar e chamá-lo por entre as árvores. As lágrimas lavavam meu rosto por saber que, provavelmente, eu havia acabado de perder meu melhor amigo. Eu não queria ter dito aquilo, mas foi necessário, pois Rony estava descontrolado. Se eu não tivesse dito nada, talvez ele pudesse ter cometido alguma loucura. E agora Mione está sofrendo, e não posso evitar de me sentir culpado.

Eu odiei a forma que Rony me olhou, com aquele desejo assustador que havia estampado em seus olhos. Odeio o fato das pessoas sentirem atração por mim por causa desse núcleo.

– ODEIO ESSE MALDITO NÚCLEO! – berrei furioso, os gêmeos pularam com o susto e as luminárias que haviam na barraca explodiram.

– Calma, Harry. – disse Jorge, com a mão no peito. – Sabemos o que está sentindo, mas explodir as luminárias não resolverá em nada... E tenho certeza que nos matar de susto também não.

– Pois eu achei incrível. Ele nem precisou usar uma varinha! – comentou Fred. – Reparo! – ordenou, e as luminárias se concertaram. – Vamos lá, Harry, não reprima sua raiva. Pode quebrar novamente que eu concerto!

Não pude evitar de revirar os olhos. Passei as mãos por meu rosto com um suspiro pesado.

Decorrido algum tempo, Hermione voltou para dentro, os cabelos escorrendo, colados no rosto.

– Ele f-f-foi embora! Aparatou!

Ela se atirou em uma poltrona, se enroscou e caiu no choro.

Me levantei sentindo-me aturdido. Abaixei-me, recolhi a Horcrux e coloquei-a em torno do meu próprio pescoço. Puxei os cobertores da cama de Rony e fui até Hermione, mesmo ela ainda estando abraçando os joelhos, usei a varinha para secar suas vestes e a cobri. Fred e Jorge afirmaram que só partiriam ao amanhecer por causa da chuva, e logo se recolheram para o outro quarto. Subi no beliche de cima e fiquei olhando para a lona escura do teto, escutando a chuva bater.

 

Quando acordei no dia seguinte, levei vários segundos até lembrar o que acontecera. Desejei, infantilmente, que tivesse sonhado, que Rony continuasse aqui e jamais tivesse partido. Contudo, ao virar minha cabeça no travesseiro, vi a cama dele vazia. Pulei da minha cama, evitando olhar para a de Rony novamente. Hermione, já ocupada na cozinha, não me desejou um bom dia, mas virou depressa o rosto quando passei.

Ele partiu. Ele realmente partiu. Permaneci repetindo isso a mim mesmo enquanto me lavava. Ele partiu e não vai voltar. Essa era a verdade mais simples. Até por que os feitiços que Hermione havia lançado a nossa volta, o impossibilitaria de nos encontrar, quando saíssemos desse local.

Tomamos café em silêncio. Nem mesmo Fred e Jorge disseram nada ou fizeram alguma piada. Depois, os gêmeos nos ajudaram a recolher nossos pertences, e desmontar a barraca. Fizemos tudo vagarosamente, pois queríamos prolongar nosso tempo nas margens do rio, para o caso de Rony retornar. Vi várias vezes, Hermione erguendo a cabeça, esperançosa, afirmando ter certeza que havia ouvido passos, mas ninguém aparecera.

Por fim, tendo tudo arrumado na bolsinha de contas, não haviam mais razões para retardar a partida.
Nos despedimos de Fred e Jorge, agradecendo novamente pela comida e ouvindo seus lamentos pelo irmão fraco e idiota. Demos as mãos e aparatamos.

Reaparecemos em um urzal, na encosta de um morro assolado pelo vento. No instante em que chegamos, Hermione soltou minha mão, sentou-se em um pedregulho, com o rosto nos joelhos e o corpo sacudindo. Eu sabia que ela estava chorando. Precisei de muito esforço para não fazer o mesmo. Suspirei puxando a minha varinha e pronunciando os feitiços de segurança ao nosso redor.

Senti meu bebê agitado, e essa foi a única coisa que pude considerar boa nesse dia, considerando que passei todo o resto do dia esperando que Draco me chamasse, mas isso não aconteceu.

Nos dias que se seguiram, não falamos em Rony. Várias vezes durante a noite, quando Hermione achava que eu estava dormindo, eu podia ouvi-la chorando e isso só me partia o coração. Por que afinal a culpa disso tudo é minha, não? Sou eu que estou grávido e se não fosse por esse fato, Rony não teria surtado.

Eu também me sentia magoado pelo fato de que mal tenho conversado com Draco. Sempre que o chamo, ele diz que está ocupado e que logo poderá vir me ver (isso quando ele se dá o trabalho de me responder). Não sei o que está havendo com ele. Talvez eu tenha feito algo que ele não gostou ou que o tenha magoado, não sei. Mas sinto meu coração doer com um medo gigantesco que tenho de perdê-lo.

Durante os dias que se passaram, Hermione e eu só nos ocupávamos em determinar os possíveis esconderijos da espada de Grinffindor, pois Hermione havia descoberto que ela poderia destruir a Horcrux. Mas, quanto mais discutíamos, mais impossível parecia nossas chances de encontrá-la e mais desesperados nós parecíamos.

Draco se dignou a vir nos visitar exatamente um mês após a visita dos gêmeos. Ele trouxe alguns mantimentos, pois os nossos já estavam acabando. E então, me arrastou para o quarto, onde fez amor comigo sem se importar que Hermione talvez pudesse ouvir algo enquanto ficava de vigia, ou com o fato de que minha barriga tenha crescido um pouco mais depois que completei seis meses de gravidez. Após o sexo, ele abraçou minha cintura deitando sua cabeça sobre meu ventre, e ficou sentindo nosso bebê se mexer pelo que me pareceram horas, e então, sem ao menos conversar comigo decentemente, ele se levantou, vestiu-se, afirmou que precisava ir e partiu. Sem me abraçar ou me beijar em despedida.

Chorei por horas naquela noite, pois sei que há algo errado. Minha mente se encheu de perguntas tentando encontrar desesperadamente a razão por ele ter mudado tanto. Talvez ele tenha se enjoado de mim. Ou, quem sabe, ele tenha se apaixonado por outra pessoa? Todas essas possibilidades me ferem de forma agoniante. A única coisa boa nesse meu estado deplorável, foi que fez com que Mione voltasse a se aproximar de mim, pois quando a garota retornou da vigia e me encontrou seminu e chorando como nunca, ela veio até mim, se deitou ao meu lado e ficou ali a noite toda, me abraçando, acariciando minha barriga e afirmando que ficaria tudo bem.

Faz quase um mês que isso aconteceu. Draco voltou a me chamar mais vezes para conversar, sempre perguntando como estou e se estou me alimentando direito. Ouve certo dia em que eu quase acreditei que ele havia voltado ao normal, pois nós havíamos passado algumas horas conversando e até caímos na gargalhada quando vimos minha barriga dando pequenos saltinhos, e Hermione afirmou encantada, de que meu bebê estava com soluços. Mas logo ele voltou a me ignorar e a mágoa me dominou novamente.

 

– Harry, tudo bem, acorde, acorde! – chamou Hermione, me tirando de meu pesadelo.

Abri meus olhos e me vi na barraca novamente. E então, me lembrei da noite passada. Havíamos decidido visitar Godric's Hollow, aonde meus pais e Dumbledore já haviam morado, pois contávamos com a possibilidade de que talvez a espada estivesse escondida lá, mas não estávamos somente enganados, como também havia uma armadilha no local. Nagini, a cobra de Voldemort, havia me segurado para que seu mestre viesse até mim, mas por sorte Hermione conseguiu fazer com que a cobra me soltasse e Aparatou comigo, bem no momento em que Voldemort havia chegado.

– Harry, você está se sentindo... bem?

– Estou. – menti. Meu corpo estava um pouco dolorido.

Percebi que estava deitado na cama de baixo de um dos beliches, sob uma montanha de cobertores. Pude ver pela luz pálida além do teto da barraca, que o céu estava clareando.

– Escapamos.

– Sim. – disse Hermione. – Precisei usar o Feitiço de Levitação para deitar você no beliche, não consegui levantá-lo. Você esteve... bem, não esteve muito...

Percebi que haviam olheiras arroxeadas embaixo de seus olhos e que ela segurava uma esponja em sua mão; o que deu a entender que ela esteve enxugando meu rosto.

– Você esteve doente. – ela terminou a frase. – Muito doente.

– Quando tempo faz que partimos de lá?

– Horas. Está quase amanhecendo.

– E eu estive... inconsciente?

– Não exatamente. Esteve gritando e gemendo e... bem, chamando o nome de Draco. – acrescentou corando, em um tom que me deixou inquieto. O que diabos eu havia dito em quanto estive desmaiado? – A Horcrux... ficou presa em seu peito. Eu não conseguia tirá-la. Deixou uma marca; lamento. Tive que usar o Feitiço de corte para cortá-la. A cobra também o mordeu, mas limpei o ferimento e apliquei um pouco de ditamno...

Rapidamente, arranquei a camiseta suada que eu vestia e olhei para baixo. Havia uma marca de formato meio oval, sobre meu coração, onde a Horcrux havia queimado. Vi também marcas de furos quase cicatrizados em meu braço.

– Onde guardou a Horcrux?

– Na bolsa. Acho que não devíamos usá-la por um tempo.

Me encostei nas almofadas.

– Onde está minha varinha?

– Harry...

– Onde está minha varinha, Hermione?

Ela foi até a bolsa e retirou de dentro minha varinha de azevinho e fênix, que estava partida ao meio. Senti meus olhos se encherem de lágrimas. Eu gostava tanto dessa varinha. Ótimo, agora estou ferido, grávido e desarmado. Que situação perfeita. Voldemort ia festejar se me encontrasse assim.

– Harry, sinto muito mesmo. Acho que fui eu. Eu atirei um Feitiço Detonador na cobra, e ele ricocheteou para todo lado e... Bem, não há jeito de consertar, lembra quando a do... a do... Rony quebrou no segundo ano? Não deu para concertar e...

– Tudo bem. Foi um acidente. – falei rapidamente. Senti-me estranho por ouvi-la pronunciar o nome de Rony depois de tanto tempo. – Bem, acho que por ora precisarei pedir sua varinha emprestada. Em quanto vigio.

Com o rosto lavado de lágrimas, Hermione me entregou sua varinha. Sai da barraca rapidamente, usei alguns feitiços para me lavar, me troquei e fiquei sentado olhando para o céu.

“Harry.” – chamou Draco.

Sua voz fria soou baixa, mas não pude evitar de me sobressaltar, pois havia quase duas semanas que ele não me chamava e eu já havia me desacostumado com sua voz ecoando em minha cabeça.

– D-Draco? Oi... Nossa, faz tantos dias, como você está?

“Como eu estou?” – perguntou sarcástico. – “Como acha que estou depois que o Lorde das Trevas esteve esbravejando aqui na mansão por ter quase capturado Harry Potter?”

Me senti gelar. Droga, ele já estava zangado comigo antes, nem quero imaginar como está agora.

– Draco... ouça, eu posso explicar... Nós precisávamos achar um objeto e...

“Não importa!” – ele me interrompeu, e então suspirou e falou com uma voz mais calma. – “Não importa mais. Só... me diga aonde vocês estão agora, estou indo para aí.”

O que?

– Está vindo para cá? – perguntei animado. Estava morrendo de saudade. – Estamos na Floresta do Deão.

“Ótimo, sei aonde fica. Daqui a alguns minutos chego aí.”

Corri para dentro, animado para dizer a Hermione que teremos visita, mas a garota dormia profundamente sobre uma das camas. Senti-me um pouco culpado por ter me zangado com ela, afinal ela não teve culpa se minha varinha havia quebrado. Aproximei-me e puxei a coberta até seu pescoço, pois hoje estava muito frio por causa da neve.

Alguns minutos depois, avistei Draco de longe e o guiei até nossa barraca. Adentramos o lugar e em silêncio fomos até o outro quarto, pois não queríamos acordar Mione.

Ele se acomodou em uma cadeira e eu me sentei na cama, sentindo-me desconfortável. Eu queria confrontá-lo e perguntar o que havia de errado, qual era a razão para seu afastamento, mas ao olhar para seu rosto me contive. Havia tristeza ali. Seus olhos estavam avermelhados, como se ele tivesse chorado.

– Eu tentei te chamar ontem... para te desejar um feliz natal, mas... bem, não tem problema. – falei, brincando com meus dedos distraidamente.

– E quando eu não pude responder, você foi até aquele bairro trouxa em uma tentativa quase certa de suicídio? É essa sua forma de comemorar o natal?

– Não foi isso que fui fazer. – falei me sentindo indignado por ele pensar algo assim. Suspirei cansado, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. – V-você quase não me chama mais... e quando chama é só para perguntar do bebê. Não me diz mais que gosta de mim, ou qualquer coisa que me faça acreditar que ainda... – me interrompi, tossindo para que minha voz não se embargasse por causa do choro. – Você está estranho. N-não percebe que está me machucando, Draco? S-se não me ama... desculpe, se não gosta mais de mim, por favor... por favor, me diga.

Funguei, encarando minhas mãos, e esperei por uma resposta. Talvez eu já saiba qual será, mas meu coração gosta de me enganar, me dando esperanças de que ele vai rir de mim e me chamar de idiota por pensar algo assim. Mas ele não disse nada, muito menos riu.

– Eu... trouxe mais poção para repor magia – disse ele quebrando o silêncio. Senti mais lágrimas escorrerem por meu rosto. –, eu sei que as que você tem não vão durar até o fim da gestação, então, pedi para meu amigo fazer um pouco mais.

Ele retirou um caixote pequeno do bolso de seu sobretudo preto e o estendeu para mim.

– Humm... O-obrigado. – falei apanhando o caixote e o colocando sobre o criado-mudo.

Ouve mais um breve silêncio, e então, de repente Draco se levantou, veio até mim e me puxou para seus braços, num abraço apertado. Eu queria empurrá-lo, mas tudo que pude fazer foi suspirar sentindo seu cheiro que tanto me fazia falta, e retribuir o abraço. Como eu senti falta disso. Meu coração se apertou de forma dolorosamente angustiante. Se ele não gosta mais de mim, por que me abraça assim? Será que sente prazer em me ferir?

– D-Draco, você... Por que está fazendo isso? – perguntei fungando.

– Eu só... quero te sentir. – comentou, apertando ainda mais o abraço.

Que droga! Eu sinto que há algo errado, que talvez ele não me queira mais, mas não consigo me afastar.

– Sabe que s-sempre pode me sentir. Sou seu, lembra? – falei, me lembrando da noite que passamos juntos no apartamento. Naquela noite tudo estava bem. Pude ver em seus olhos o amor que sei... ou pelo menos pensei que soubesse que ele sentia por mim.

Solucei ao me lembrar de como ele parecia me amar, e rapidamente apertei o tecido de seu sobretudo sobre suas costas, para aumentar o contato com seu corpo. Apertei-o tanto que senti uma dorzinha no peito onde a Horcrux havia queimado, mas ignorei. Tenho a incomoda sensação de que não o verei mais... que isso é uma despedida. Mas isso deve ser coisa da minha cabeça, afinal, teremos um filho juntos, não há como ele me deixar sem deixá-lo também.

– Merlim, Harry, não diga isso. Não sabe o quanto é difícil... – ele se interrompeu. Franzi o cenho e me afastei um pouco, sem me soltar do abraço, para poder ver seu rosto. Ele suspirou, passou os polegares por baixo dos meus olhos enxugando minhas lágrimas e encostou sua testa na minha. – Eu... quero você, Harry.

Senti meu rosto esquentar. Eu sei que meu corpo ainda está ferido e fraco por causa da mordida da cobra e da queimadura no meu peito, mas isso não importa agora. Tenho tanto medo de perdê-lo. Respirei fundo e assenti.

– Tudo bem. Eu disse que sou seu... Podemos fazer amor, só precisamos tomar cuidado por causa do beb... – seus lábios me calaram.

Sua boca pressionou a minha com urgência, como se estivesse com medo de que eu fugisse. Nossas línguas se encontraram nos causando um suspiro, e se moveram juntas explorando a boca um do outro de forma apressada. Senti meu coração palpitar com força. Como eu precisava disso. Como eu precisava desse beijo.

Logo o contato de nossas bocas se tornou molhado e escorregadio, onde as línguas constantemente se enroscavam fora das bocas causando um formigamento gostoso em meus lábios, e provavelmente nos dele também, pois ele suspirou e apertou ainda mais nossos quadris juntos, o que era um pouco difícil por causa da minha barriga.

Em poucos segundos eu estava deitado de costas sobre o lençol da cama, e Draco estava sobre mim por entre as minhas pernas. Ignorei a dor que senti no meu peito e no local onde fui mordido pela cobra, e senti meu baixo ventre se repuxar.

– Draco... – gemi, passando meus dedos por sua nuca, e suguei sua língua com vontade. Ele gemeu sob minha boca.

As lágrimas ainda lavavam meu rosto, e senti meu coração martelando sobre meu peito, uma vontade de dizer tantas coisas, mas nada sairia. Não quando o tenho sobre mim assim. Não quando ele passa a língua por baixo da minha orelha dessa forma, fazendo com que eu me dividisse entre o prazer dos arrepios que me causava ou a angustia que eu sentia por causa do medo de que ele não me ame mais.

Preferi me concentrar no prazer. Gemi e cravei minhas unhas sob a pele de sua nuca, esfregando minha ereção já evidente sobre a dele. De repente me senti com um tesão inexplicável, e me mantive esfregando minha ereção sobre a dele sem pudor. Ele gemeu em meu ouvido, também se movimentando sobre mim. Era tão boa a sensação de tê-lo sobre mim, e de saber que esse prazer que ele sente sou eu quem está proporcionando.

Ele afastou o rosto do meu pescoço, para me olhar. Pouco me importei, continuei rebolando e esfregando nossas ereções, um pouco incomodado pelas roupas que atrapalhavam.

– Merda, Harry, como pode ser tão... Tão... – ele me olhou angustiado, e não terminou sua frase. Passei a mão por seus rosto encarando seus olhos que pareciam enxergar meu interior.

Não tive chance de dizer-lhe nada, e nem teria dito se tivesse, pois eu não saberia o que dizer. Ele puxou minha camiseta para cima a retirando e quase chocando sua cabeça no teto do beliche, o que acabou me fazendo rir em meio ao choro. Eu nem sei mais por que estou chorando, mas não consegui parar. Ajudei-o a retirar seu sobretudo e sua camisa. Rapidamente nossas peças de roupa estavam espalhadas pelo chão do quarto, e só permanecíamos vestindo nossas boxers. Agora, o contato entre nossos pênis era melhor, separado apenas pelos tecidos fininhos da cueca. Revirei os olhos gemendo enquanto ele se movia sobre mim. Estava frio, e nós tremíamos enquanto movíamos nossos corpos, cobertos por uma fina camada de suor formada apenas pelo calor corporal que transmitíamos um ao outro.

Estou consciente de que Hermione pode acordar e nos pegar assim a qualquer momento, mas meu nível de tesão e desejo por ele não permite que eu pense direito. E caramba, só de pensar em ser pego nesse momento já aumenta meu tesão.

Pousei minha mão sobre seu peito, querendo desesperadamente pôr para fora tudo o que sinto. Cravei minhas pequenas unhas no local e fui descendo, parando sobre a barra da cueca. Corando de vergonha, porém sob uma onda repentina de coragem, adentrei minha mão por dentro do tecido, tocando timidamente em seu membro pulsante e quente.

Harry... – gemeu Draco, tremendo ainda mais sobre o aperto da minha mão.

Movi minha mão para frente e para trás, e continuei nesse ritmo, enquanto ele gemia e chupava meu pescoço sem dó. Ele não havia notado a queimadura em meu peito, tão pouco a mordida da cobra, o que foi um alívio. Apertei seu membro em meus dedos e ele gemeu longamente. Logo sua boca foi distribuindo beijos por minha bochecha até se encontrar com a minha boca novamente.

Eu posso sentir o sangue ferver por entre minhas veias. Eu o quero tanto, que não posso mais aguentar.

– D-Draco...

– Sim...? – ele chupou meu lábio inferior e foi para lóbulo da minha orelha. Aumentei a velocidade dos movimentos da minha mão sobre seu membro. – Ahn... Harry... Pare se continuar eu vou... gozar.

Soltei seu membro rapidamente e voltei a deslizar minha mão por seu peito.

– Eu quero você. – falei suspirando ao senti-lo morder meu pescoço. Ele se afastou para retirar minha cueca e logo retirou a sua também. – V-Vai logo, Draco... – pedi de forma manhosa.

Caramba, o que está havendo comigo hoje? Aonde foi parar minha vergonha?

Draco distribuiu beijos por minhas coxas e até deu algumas mordidas. Logo começou a acariciar meu membro de forma lenta a agoniante. Gemi alto, e então mordi meu lábio inferior, ao me lembrar que Hermione podia nos ouvir. Mas ela foi imediatamente lavada de meus pensamentos, quando senti os lábios do loiro sugando minha glande com certa força.

– Ahn... Uhm...

Logo, todo meu membro estava em sua boca, enquanto ele o chupava com vontade. Revirei meus olhos de prazer, ainda tentando conter meus gemidos. Draco pareceu perceber isso, por que rapidamente me estendeu três de seus dedos e eu os chupei sem pensar duas vezes. Quando estavam suficientemente molhados, ele pressionou minha entrada e logo dois de seus dedos haviam me preenchido.

– Ah... – gemi com o incomodo. E para me distrair ele sugou minha glande com força, movi minha cabeça de um lado para o outro no travesseiro, aturdido de prazer. Eu não aguentava mais esperar. – Ahn... Draco... Vem logo...

Ele soltou minha glande com um estalo.

– Tem certeza? Você ainda não está bem preparado...

– Tenho, vem logo! – falei ofegando. E então me lembrei. – Lança um Abaffiato na porta...

Ele assentiu, puxou a varinha que estava no bolso de seu sobretudo caído no chão e lançou o feitiço.

E então, se posicionou em cima de mim novamente.

– Eu vou bem devagar, para não te machu... O que é isso? – perguntou olhando para a queimadura em meu peito.

Mais que droga! Por que ele tinha que reparar nisso agora?!

– Não é nada... Vem logo... – falei de forma manhosa, tentando fazer com que ele esquecesse da queimadura.

– Como assim, não é nada? É uma queimadura horrível e deve estar doendo... E, caramba, isso é uma picada de cobra? – ele pegou meu braço para ver de perto, mas eu o puxei. – Harry... Como você se machucou?

– Não importa agora... – eu estou aqui, morrendo de tesão e com medo de que ele me abandone, e ele decide falar sobre meus machucados? Meus olhos se encheram de lágrimas novamente. Eu preciso dele agora, será que ele não pode ver isso? – Draco... Venha logo, por favor... Esqueça isso...

Ele pensou um pouco, depois suspirou e se posicionou em cima de mim novamente, me olhando de forma angustiada. Não consegui encará-lo enquanto ele me preenchia lentamente. Cravei minhas unhas em seus ombros, descontando ali a dor que senti, mas ela não se comparava com minha dor emocional. Lágrimas escorreram por meu rosto sem que eu pudesse controlar. Ele apoiou os cotovelos, um a cada lado do meu corpo, sem se mover, para que eu me acostumasse.

– P-pode se mexer... – falei e movi meu quadril para frente dando permissão para que ele se movesse.

– Olhe para mim, Harry... – pediu ele, sua voz estava um tanto embargada, o que me deixou curioso.

Virei meu rosto e nossos olhos se encontraram, foi um susto para mim quando vi seus olhos azul acinzentados, que eu tanto amo, cheios de lágrimas que ele parecia querer conter. Já eu, como sempre não conseguia conter as minhas. Por que ele quer chorar? Draco raramente chora... Meu coração se apertou.

Antes que eu pudesse ter qualquer reação ou dizer alguma coisa, ele se moveu lentamente, retirando quase todo seu membro de dentro de mim e depois me preenchendo novamente. Mantive-me firme, tentando de tudo para não desviar novamente o olhar, e ele se manteve nesse ritmo, e foi quase uma tortura, pois logo eu já não sentia mais dor. O que pareceu evidente a ele, já que começou a se mover com mais velocidade e força. E a dor em meu peito foi completamente esquecida, subsistida por um prazer. E eu não consegui mais resistir.
Olhei mais uma vez para seus olhos brilhantes pelas lágrimas, e joguei minha cabeça para trás.

– Ohn... Ah... Draco... M-mais, mais rápido... – pedi desnorteado, arranhando suas costas suadas.

Ele levou uma de suas mãos ao lado do meu rosto o puxando de encontro ao dele. Me beijou de forma intensa, necessitada... agarrei sua nuca o puxando contra mim, enquanto me perdia no prazer de suas estocadas cada vez mais fundas, e em seus lábios sob os meus. Senti como se meu coração estivesse pronto para saltar peito à fora de tão forte que estava batendo.

Aumentando ainda mais o ritmo das estocadas, foi difícil manter o beijo, mas antes que seus lábios se afastassem, pude sentir um gostinho salgado na minha boca. Abri os olhos e vi, Draco estava chorando. Fiquei um pouco paralisado com isso, e ele parou de me estocar por alguns segundos quando viu que eu havia visto.

Eu não sei o que há com ele, mas eu preciso confortá-lo. Vê-lo chorar me fere. Ele sempre foi tão forte.

– E-esta t-t-tudo bem. – falei com a voz e o corpo tremendo por causa do frio. Subindo minhas mãos que estavam em suas costas. Pousei-as em suas bochechas e usei os polegares para enxugar as lágrimas que escorriam. Puxei seu rosto até o meu, e encostei sua testa suada na minha. – N-não importa o p-problema...eu t-t-te a-amo...

Ele não disse nada, simplesmente voltou a me estocar rapidamente. Pude sentir suas lágrimas caindo, mas não pude enxugá-las, pois ele segurou minha mão, entrelaçou nossos dedos e ergueu acima da minha cabeça, ainda se movendo com fervor. Balançávamos conforme ele me penetrava, levando com conosco o beliche que grunhia alto. O barulho de nossas peles se chocando ecoava pelo quarto, juntamente com nossos gemidos.

– Argh... Ah... – gemi quando o senti acertar minha próstata.

Ele continuou acertando o mesmo lugar, deixando a minha vista turva de tanto prazer. Meu quadril formigou e fechei minhas pernas em torno de sua cintura. Logo senti meu corpo ter alguns espasmos e então suas mãos soltaram as minhas, ele agarrou minha coxa com uma e a outra segurou meu membro, iniciando uma masturbação, subindo e descendo freneticamente. Arfei girando meus olhos e cravando minhas unhas em seus braços, juntamente com os espasmos que se tornaram mais fortes. Então, arqueei minhas costas, gemendo alto quando me desfiz sujando seu abdômen.

Ele mordeu meu lábio inferior e continuou com as estocadas por mais alguns instantes, até que enfim se desfez dentro de mim, enterrando-se no meu corpo uma última vez.

Ele saiu de dentro de mim e se deitou ao meu lado, ofegando. Adiantei-me e deitei minha cabeça em seu peito. Ficamos assim até nossas respirações se normalizarem.

– Foi a Nagini, não foi? – perguntou ele de repente, apontando para a mordida de cobra em meu braço.

Droga, ele não esqueceu isso ainda? Suspirei, optando por falar a verdade.

– Foi, sim. Havia uma emboscada e, bem... Mas não foi nada de mais, como pode ver Hermione deu um jeito.

– Humm, sim nada demais. – falou irônico. – Já parou para pensar, que agora talvez ele saiba sobre sua gravidez, já que a cobra te viu com essa barriga?

– Eu não sou idiota, Draco. É claro que eu não ia sair por aí com essa barriga a mostra. Hermione usou um Feitiço ilusório, todos que me viam não podiam ver minha barriga.

Ele bufou e ficou em silêncio. Permaneci com a cabeça em seu peito. Ainda me sinto um pouco chocado por ter visto Draco chorar enquanto fazíamos amor. Há algo muito errado. Não sei o que é, mas acho que já está na hora de eu descobrir. O único problema é esse medo que sinto, de que ele não goste mais de mim.

– Draco?

– Hum?

– O que está havendo com você? Primeiro você fica estranho comigo, depois você simplesmente some e me ignora... – respirei fundo e me sentei para encará-lo. –, e agora você estava chorando enquanto nós... Quer dizer, eute vi chorando antes, mas na época em que você tinha que matar Dumbledore... É isso o que está acontecendo agora? Você tem que matar alguém? Se for, pode me contar, eu juro que não vou te culpar, por que eu sei que não é sua culpa.

Ele me encarou sério por quase um minuto e então revirou os olhos e deu uma risadinha.

– Você é muito idiota, Potter. – disse por fim. Desde quando ele voltou a me chamar de “Potter”? – Eu não tenho que matar ninguém. A única ordem que os Comensais tem é matar Harry Potter, ou entregá-lo. Mas eu não vou fazer isso, não se preocupe.

Engoli em seco.

– Então... Qual era o problema? Tem algo que você queira me falar?

Ele se sentou e passou as mãos pelo rosto, e então me encarou.

– Sim, tem uma coisa que tenho que te dizer. – ele olhou paras as próprias mãos por um momento, antes de me encarar novamente. – Nós... não vamos mais nos ver, essa foi a última vez. E não espere mais que eu te chame... por que eu não vou mais fazer isso também.

Demorei alguns segundos para processar o que acabei de ouvir. Eu não devo ter entendido direito. É como se meu maior medo estivesse se concretizando. Não, com certeza eu não entendi direito.

– Draco, eu acho que não entendi o que quis dizer... Por que não nos veríamos mais?

– Porque eu estou terminando com você, Potter. – disse friamente, olhando bem no fundo dos meus olhos.

Senti meu coração parar por um segundo. Ele não pode estar falando sério. Ele não pode estar terminando comigo depois de vir aqui e fazer amor de forma tão apaixonada. Não pode. Seria cruel demais. Mesmo que eu já desconfiasse que ele fosse fazer algo assim, no fundo eu tinha esperanças de estar enganado.

– D-Draco... Não brinque assim, por que não tem a menor graça. – falei trêmulo.

– Não estou brincando, Potter. E você disse quando cheguei aqui, que se não gostasse mais de você era para eu dizer, por que está te machucando. Bom, você não vai mais se machucar.

Tudo bem eu disse isso, mas poxa eu estou sensível. E eu realmente não esperava que ele dissesse mesmo.

– Você não pode estar falando sério... – minha voz era quase um sussurro.

Ele suspirou e usou a varinha para apanhar suas roupas que estavam espalhadas pelo chão.

– Eu sou um Comensal da Morte. Tenho que terminar isso antes que acabe te machucando de verdade. – disse começando a se vestir.

– Você nunca vai me machucar... Eu sei que não!

– Como pode ter tanta certeza?!

– Eu simplesmente sei.

– Pois pare de achar que sabe de tudo!

A dor que estava crescendo rapidamente em meu peito era tão avassaladora que estou começando a perder o ar.

– Draco... Por favor, seja lá o que esteja fazendo pare. – falei, tentando conter minhas lágrimas. – Se realmente não quer me machucar, pare.

– Ainda acha que estou brincando? Sempre se achando importante demais, não é, Potter?

– Draco... por favor... – pedi, respirando com dificuldade por causa da dor que estava sentindo. – Não faz isso... Quer dizer... Você disse que me amava...

– Eu nunca disse isso. – ele me interrompeu. – Eu sempre deixei bem claro que apenas gostava de você. Não me culpe se tirou conclusões erradas.

Respirei fundo. Sim, ele está certo. Ele nunca disse de fato que me amava. Talvez eu tenha entendido errado desde o início. Talvez ele nunca tenha me amado e... Será que Rony tinha razão?

Não. Isso não pode ser verdade, até por que eu mesmo vi o amor em seus olhos.

– Draco... eu sei que tem algo de errado! Eu sei que você está me escondendo algo... ou você nunca faria ou diria nada disso...! Conte-me... me conte o que é que eu te ajudo!

– Você não pode me ajudar, Potter!

Me levantei e me aproximei dele.

– Então, há mesmo algo de errado, não é? Diga-me! Draco, me diga e eu posso...

– Cale-se, Potter! Você não pode fazer nada! – me interrompeu. E então, respirou fundo e passou a mão sobre o rosto, antes de voltar a me encarar. – Eu só não posso... Não quero mais te ver! Eu quero terminar, será que dá para entender?  

Dei dois passos para trás.

– Você não pode estar falando sério. – respirei fundo, sentindo meus olhos querendo transbordar. – Nós acabamos de fazer amor... e...

– Foi só uma transa, Potter. – disse ele friamente. – Não ache isso algo tão grande.

Ele estava terminando de se vestir, quando me levantei rapidamente e coloquei minhas roupas também. Havia algo em seu olhar que eu nunca havia visto. Não era raiva ou rancor, ele parecia... angustiado. Como se travasse uma guerra contra si mesmo em seu interior.

Talvez ele esteja mentindo, ou sendo forçado a fazer isso.

– Você está mentindo, não está? – questionei, e seus olhos angustiados encontraram os meus novamente. – Alguém o está forçando a fazer isso? Você-Sabe-Quem descobriu algo sobre nós? Eu sei que está mentindo, por que eu vi o que sente por mim estampado em seus olhos!

Ele riu. Seu olhar estranho encontrou o meu novamente.

– Se o Lorde das Trevas tivesse descoberto, eu estaria morto. – disse ele, e tenho que reconhecer que ele tem razão. – Você me pediu para escolher de que lado eu ficarei na guerra, e eu já me decidi. Ficarei do lado dos meus pais.

Foi como se ele tivesse me estapeado. Senti uma dor tão forte que pensei que fosse sufocar e morrer.

Sem esperar que eu dissesse algo ele saiu do quarto e rapidamente o segui.

– Draco... Espera! – gritei correndo atrás dele, e ele parou na porta da barraca.

– Harry? – perguntou Hermione que estava lendo em uma poltrona, se levantando assim que nos viu. – Ah, oi Draco... O que está havendo?

– O que você quer, Potter? Eu preciso ir. – perguntou Draco, ignorando a presença de Hermione.

Eu precisava perguntar, não podia deixá-lo ir sem saber.

– Por que fez isso comigo? Recuso-me a acreditar que ficou comigo esse tempo todo sem sentir nada...

– Quer saber a verdade? Você ainda continua achando que estou fazendo isso por que tenho... algum problema não é? Acontece que o único problema é que eu gostei de você, mas não gosto mais. Foi algo passageiro, passou. – disse ele friamente, sem encarar meus olhos. – Eu não queria te dizer isso dessa forma, para que você não comece a chorar ou passar mal, como sempre faz. Mas foi você quem pediu.

Eu só conseguia sentir cada batida fraca do meu coração, meus medos se tornando tão presentes nesse momento só me restava a dor aguda de suas palavras. Eu acho... que... Acreditei nele, agora. Ele realmente não gosta mais de mim... Coloquei minha mão na cabeça absorvendo o que havia acabado de ouvir.

Estava doendo.

Eu sempre me feri, quebrei meu braço e até uma perna certa vez. Posso comparar o que estou sentindo com essas dores, mas de alguma forma elas perderiam, por que, infelizmente eu não quebrei nada agora. E acredite eu preferia ter quebrado. O que doí é meu peito, não é fisicamente. Ou quem sabe seja também, minhas pernas bambas incomodam e minha garganta está tão travada que eu não sabia se sairia algo daqui.

– E... E o Scorp? – perguntei quase sussurrando.

– Quando ele nascer eu venho buscá-lo. – disse simplesmente. Arregalei meus olhos. Ele quer tirar meu filho de mim?! – Não faça essa cara, Potter. Sabe perfeitamente que o melhor para ele é ficar comigo, vai ser a única chance que ele terá de sobreviver. E mesmo que houvesse uma chance dele sobreviver com você, eu não posso deixar meu filho vivendo com um pai suicida. Olhe para si mesmo Potter. Somente por ser quem você é, já é um risco na vida do meu filho.

– M-mas ele também é meu filho... – falei lutando para respirar e não desmoronar na frente dele.

– Sim. E por também ser seu filho, sabe que o melhor para ele é ficar comigo e não crescer fugindo com você do Lorde das Trevas.

– Você... Você disse que me ajudaria... Que ficaria ao meu lado! – coloquei a mão sobre meu coração, agarrando o tecido ali. Hermione veio até mim e me ajudou a me manter em pé.

Ele me encarou de cabeça erguida, sem expressão alguma.

– Eu sinto muito, por tudo, Harry. Mas eu não posso te ajudar. Acredite, vai ser melhor assim. – e então se virou e saiu da barraca.

De repente me senti usado, humilhado... dilacerado, e uma raiva avassaladora me tomou.

– EU TE ODEIO DRACO MALFOY! – berrei caindo de joelhos no chão.

Só percebi que Hermione havia me soltado, quando a ouvi dizer:

– Pode esperar aí, sua doninha oxigenada... Você vai me ouvir!

E ela saiu atrás dele.

Depois disso não pude ouvir mais nada, pois comecei a chorar alto. Chorei de raiva, de rancor... pelo meu coração que agora estava partido como se alguém tivesse aberto um buraco bem grande nele. Ele... Ele não me ama... Ele havia apenas me iludido com aquilo de que ele o bebê e eu seriamos uma família. Família. Está aí uma coisa que parece que nunca vou ter. Ele... brincou com meus sentimentos, e eu como um perfeito idiota caí direitinho.

Eu realmente acreditei que um Comensal estava apaixonado por mim? O pior de tudo é que eu já sabia. Antes mesmo que ele chegasse aqui hoje eu já pressentia. O único problema é que agora eu não posso mais contar com a chance de estar errado.

Nunca me senti tão perdido em toda a minha vida. Estou sem minha varinha de fênix, perdi meu melhor amigo que tinha total razão sobre Draco, perdi a pessoa que mais amo mesmo que ela não mereça e ainda por cima estou todo ferido, e agora estou ainda pior, tanto em meu físico, quanto meu emocional. Eu definitivamente quero morrer. Minha vontade é largar tudo... Deixar que Voldemort destrua o mundo bruxo e não fazer absolutamente nada, somente me deitar e chorar até dormir de exaustão, e ficar assim até quem sabe um dia essa dor desgraçada acabe.

Eu não acredito que Draco fez isso comigo. Eu sei que ele me odiava na época de escola, mas... caramba, não pensei que fosse tanto. Saber que ele me odeia doí. Nesse momento, até chorar está se tornando algo dolorido.

Senti os braços de Hermione me envolvendo. De repente eu estava chorando e soluçando como nunca, enterrei meu rosto em seus cabelos e coloquei para fora tudo o que sentia. Eu só queria esquecer essa dor. Eu só queria que passasse... Eu poderia destruir tudo e esbravejar, mais só sinto vontade de chorar até que se acabassem todas as minhas forças e mais nada me restasse.

Tudo borbulhava de dentro para fora, por que o estado do meu corpo condizia somente a uma tempestade desvairada. Hermione parecia um pouco chocada, pois provavelmente não estava entendendo o que acontecera, e eu também não quero explicar.

Meu emocional estava um lixo, meu ego murcho e eu me senti tão frustrado por saber que todos os meus sentimentos não são o bastante se ele não me ama.

Mas que grande merda! Eu estou perdido, tão perdido por essas lembranças que passamos juntos. De cada beijo, de cada toque, cada sorriso e olhar. Em todos os momentos eu fui sincero. Me entreguei de corpo e alma. Fui somente dele, dei a ele meu coração e minha virgindade. Mas parece que isso não me fez merecedor de seu amor.

Passei quase uma hora chorando aqui no chão, sob o colo de Hermione. Meu rosto já está dolorido e inchado, minha cabeça está latejando e não tenho mais lágrimas para chorar. Passei minha mão embaixo dos meus olhos tentando secar o que sobrou das lágrimas.

Me coloquei em pé e Hermione se levantou rapidamente também, me olhando como se esperasse que eu aprontasse alguma coisa. Respirei fundo pesadamente, para tentar acalmar meu corpo que estava exausto de tanto choro.

– Eu... vou ficar de vigia. Vá comer alguma coisa. – falei com a voz completamente rouca e sem vida.

– Harry, depois você vigia, vá até a cozinha e coma. Você ainda não se alimentou hoje, e seu corpo ainda está se recuperando do que houve ontem, sem contar que o bebê precisa.

– Tá. Vamos comer, então.

Comemos algumas panquecas que Hermione havia preparado. Não senti a menor vontade de comer, muito menos senti o gosto da comida, mas me forcei por causa do Scorp.

– Eu... ouvi você chamando o bebê de Scorp, é algum nome que você escolheu? – perguntou Hermione hesitante.

Senti um aperto forte no coração ao me lembrar da tarde em que Draco e eu escolhemos o nome do nosso bebê. Percebi que uma lágrima desceu por meu rosto e a enxuguei rapidamente.

– Ah, Harry, me desculpe, eu não sabia que isso ia te ferir. Pensei que falar do bebê poderia te animar. Não precisa me dizer nada se não quiser.

– Não... tudo bem. Eu e ele decidimos que o nome do bebê será Scorpius.

– Scorpius? É um nome bem... original. – comentou ela. Fiquei em silêncio cutucando minhas panquecas. – Bem, eu vou ficar de vigia...

– Não, Hermione. Já está escuro, vá descansar que eu vigio. – falei me levantando.

– Mas...

– Eu preciso desse tempo sozinho. – cortei-a e saí antes que ela dissesse alguma coisa.

Me sentei embaixo de uma árvore, tentando não pensar no Draco. Meu bebê estava um pouco agitado, me chutando como nunca. Pergunto-me se ele sabe que seu outro pai havia nos deixado. Será que ele será feliz na mansão Malfoy? Será que devo impedir que Draco o leve de mim? Eu já o amo tanto, e ele vai nascer e ser tirado de mim. Draco parece querer me deixar sem nada...

Vi uma luz branca por entre as árvores a frente. Levantei-me depressa, já empunhando a varinha de Hermione. A luz perolada se aproximou e percebi que se tratava de um Patrono. Olhei em volta tentando ver de quem era aquele patrono, mas não vi ninguém. Dei alguns passos em sua direção, e me surpreendi ao ver qual era a forma do patrono. Tratava-se de um veado.

Mas como? Veado é a forma do meu Patrono, mas eu não Conjurei Patrono algum. Que estranho.

O veado prateado se aproximou depois se virou e começou a se afastar, como se quisesse que eu o seguisse. E assim o fiz. Segui o Patrono por alguns minutos, indo mais a fundo na mata da floresta. Depois de alguns minutos o seguindo ele parou bem a cima de um lago congelado. Seu brilho foi se esvaindo, até que ele se tornou apenas uma bolinha de luz, que foi descendo e então adentrou o lago.

Curioso, caminhei até o local em que ela entrou, me abaixei e passei a mão no gelo para enxergar dentro do lago congelado. Foi então que eu a vi, brilhando no fundo do lago. A espada de Godric Gryffindor.

 

Pov Harry Off


Notas Finais


Por favor não odeiem o Draco, nem me odeiem. Isso faz parte da historia e no próximo capitulo há a explicação, ok?
Deixem sua opinião nos comentários!
Beijinhos <3


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