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História Relíquia do Amor - Revelações


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Olá meus amores!
Desculpem o atraso para postar, é que eu realmente não estava com muito tempo para escrever.
Mas aqui está, esse capitulo ficou bem básico.
Espero que gostem ^^
Ah, e eu gostaria de agradecer pelos comentários e favoritados e dar um oi aos que só leem!
Boa

Capítulo 9 - Revelações


Pov Harry On

 

O olhar da sra. Weasley é realmente assustador. O que é ainda mais assustador é pensar em uma forma de escapar disso sem contar nada.

– Vamos, respondam! – brandou ela. – Vocês fazem alguma ideia do quanto ficamos preocupados? Pensamos que tivessem partido para aquela...missão absurda!

– Desculpe sra. Weasley. – disse Hermione. Abaixei a cabeça, me sentindo culpado.– Nós só saímos assim por que precisávamos muito, e sabíamos que se pedíssemos vocês não deixariam.

– Mas é claro que não deixaríamos! O Harry está correndo um perigo imenso e...

– Molly, deixe que, pelo menos eles digam por qual motivo tiveram que sair. – disse Lupin, recebendo uma carranca da sra. Weasley.

– Pois muito bem, digam. – falou ela.

Por um momento me senti apreensivo. Sei que não há como esconder por muito tempo o que Hermione e eu havíamos descoberto, mas não me sinto nada seguro em contar a eles agora. Além do constrangimento, não estou nada interessado no interrogatório que se iniciaria. Para mim já basta o de Mione, que sei que logo vai começar.

– Nós fomos ao St. Mungos. – respondeu ela, sem exitar. Senti meu coração parar por um segundo, e olhei para a garota, com medo. – Harry precisava se consultar com um Curandeiro.

– Um Curandeiro? Está doente, Harry? – perguntou o sr. Weasley, preocupado.

Tossi para limpar a garganta, me sentindo nervoso.

– E-eu...é... – gaguejei.

– Não é bem uma doença. – disse Hermione, depois cruzou os braços e olhou para mim. – Diga a eles o que você tem, Harry.

– E-eu...estou... com uma doença trouxa! – falei, sendo fuzilado pelos olhos da menina, por mentir. – M-mas, não é nada grave, não se preocupem.

– Não deveria sair assim, Harry. – disse Kingsley, sério. – Eu estava protegendo o Primeiro-ministro trouxa, quando recebi um patrono dizendo que vocês tinham desaparecido, e então vim para cá o mais depressa possível.

– Desculpem, nós só... – comecei.

– Ele tem razão, Harry. E se alguma coisa acontecesse a vocês? – disse Hagrid.

Abri a boca para argumentar, mas o enjoo veio tão rápido que não pude segurar, me virei rapidamente, evitando vomitar em Hermione. Enquanto eu vomitava, pude ver pelo canto do olho todos se entreolhando preocupados.

– Harry ainda está doente? – perguntou Lupin a Hermione.

– Ele ainda vai ficar vomitando por algum tempo. – comentou ela. – Porque, por incrível que pareça, ele está...

– NÃO HERMIONE! – gritei, quando pude tomar folego. Respirei fundo sentindo o enjoo passar, e me levantei. – Eu estou bem, não é nada!

– Como não é nada, Harry? Você está vomitando assim dez de que chegou, e já que foi a um Curandeiro você deve saber o que é. – disse a sra. Weasley, que pareceu ter esquecido a raiva depois de me ver vomitando. – Se nos contar o que tem, talvez possamos ajudar ou...

– Não podem. – a interrompi.

Ninguém pareceu intender minha reação. Mas não me importei. Hermione tinha que intender que não estou pronto para contar a ninguém sobre minha...situação. Até por que, eu ainda não consigo acreditar que isso está mesmo acontecendo comigo.

– Harry, você precisa falar logo, você sabe que... – começou Hermione, mas parou quando viu minha expressão.

– Eu não vou falar! – exclamei, com raiva. Suspirei tentando manter a calma antes de voltar a falar. – Hermione, intenda, não estou...preparado para falar nada agora.

Ouve alguns segundos de silencio e então Kingsley afirmou que, agora que sabia que eu estava bem, ele precisava voltar ao Primeiro-ministro. Depois que ele saiu, a sra. Weasley suspirou.

– Harry, querido, espero que saiba que, independente do que tenha, nós estaremos aqui para ajudá-lo. Quando estiver pronto para nos contar, estaremos prontos para ouvir. – falou ela, de forma carinhosa.

– Não sabemos qual o problema, mas não iremos pressioná-lo a dizer. Diga apenas quando se sentir pronto. – falou Lupin, com um sorriso.

Notei que Fred, Jorge e Rony não concordavam com isso, pois me dirigiram um olhar indignado. Hermione suspirou, e eu sabia que era de preocupação, por conta de todos os problemas que teríamos pela frente.

– Obrigado. – falei, e a sra. Weasley sorriu, mas eu podia enxergar claramente a preocupação por trás de seus olhos. – E-eu...preciso ficar sozinho... Desculpe pela preocupação. – suspirei e sai dali a passos firmes, entrando na casa. Pude sentir o olhar de todos sobre mim, e isso só me incomodou ainda mais.

Subi as escadas correndo, entrei no quarto em que eu dividia com Rony, e me atirei na cama. Pude senti novamente as lágrimas lavando meu rosto. Tantas perguntas. Tantos medos. Tantas preocupações. O fato de estar...grávido só complicou ainda mais minha vida.

Me ajeitei na cama, de modo que pude fitar minha barriga. Saber que estou carregando outro ser humano é assustador, mas de certa forma me emocionou um pouco. Talvez, eu disse talvez, se isso estivesse ocorrido em outra ocasião, eu poderia me sentir...feliz. Pois, além de ser outro ser humano, também é um pedacinho de mim e da pessoa que eu mais amo. Eu deveria me sentir feliz, não? Afinal, o bebê não tem culpa de estar aqui, a culpa é toda minha...e daquele professor maldito, que merecia levar um crucio!

Aqui, olhando para minha barriga me pergunto o que Draco diria se soubesse de tudo isso. Ele já corre tanto perigo por gostar de mim, e já tem tantos problemas, e agora eu venho lhe trazer mais um. Talvez fosse melhor que ele não soubesse de nada, mas as palavras do curandeiro ecoam em minha mente:

“A criança precisa se alimentar da magia do outro pai também, se não, haverá um grande risco de que ela nassa com a saúde fraca, e sem nenhuma magia...”

Como poderei ter Draco por perto? Ele é um Comensal da Morte, isso seria loucura. Suspirei preocupado, fechei meus olhos para tentar ver o que Draco estaria fazendo, mas não pude ver nada. Talvez ele não esteja pensando em mim nesse momento.

Olhei novamente para minha barriga novamente, sentindo as lágrimas escorrerem sem parar. Por pura curiosidade, levei minha mão até a pele lisa e a pousei sobre o ventre. Pude sentir meus dedos formigarem levemente, por causa da magia que há no local. Ah como eu queria que Draco estivesse aqui...

A porta do quarto abriu e Hermione entrou, acompanhada de Rony, Fred, jorge e...Gina? Retirei rapidamente a mão de minha barriga e me sentei, enxugando os olhos desfasadamente.

– Harry, precisamos conversar. – disse Hermione decidida.

– Mione, eu...

– Poxa, Harry, eles nos ajudaram a sair, e merecem, no mínimo saber o que você realmente tem. – falou a menina.

– É, cara, pensei que eu fosse seu melhor amigo! – falou Rony, me fazendo revirar os olhos.

Uma das pessoas que eu mais temia que descobrisse, era Rony, mas sei que ele descobriria mais cedo ou mais tarde. Suspirei novamente, olhei para Hermione e assenti, me sentindo derrotado.

– P-poderíamos contar só para o Rony? – perguntei, esperançoso.

– Quanta consideração em Harry. – exclamou Jorge, parecendo indignado.

– Principalmente depois de praticamente arriscarmos nossas vidas para te ajudar a sair. – concordou Fred.

– Não exagerem. – falei, revirando os olhos.

– Você já viu a mamãe furiosa? – perguntou Fred. – Por que se tivesse visto, intenderia o que quero dizer.

Olhei para eles, pensando. Já imagino que os gêmeos achariam hilário o fato deu ser um homem, e estar esperando um bebê.

– T-tudo bem, mas você conta. – falei para Hermione. Ela assentiu e se sentou ao meu lado.

Os meninos sorriram e se sentaram na cama de Rony. Gina já ia se sentando quando olhei desesperado para Mione, deixando bem claro com meu olhar, que não a deixaria abrir a boca com a garota no quarto. Já era muito difícil para mim ter que contar aos meninos algo tão constrangedor, para agora ainda ter minha ex namorada (que havia tentado me convencer a transar com ela ontem) ouvindo também.

– Gina, eu sinto muito, mas Harry não se sente confortável em deixar você saber. Poderia sair? – Hermione disse sem delongas.

– Mas...

– Tchau, maninha. – disseram Fred e Jorge em uníssono.

A garota se levantou zangada, e saiu batendo a porta. Ouve um breve momento de silencio. Nervoso, olhei para minhas mãos.

– Então? – perguntou Rony, impaciente.

Foi então que me lembrei de algo que eu não havia pensado antes. Rapidamente fechei meus olhos para checar se Draco poderia ouvir essa conversa. E nada. Suspirei aliviado, deixando com que Mione prosseguisse.

– Nós fomos ao Curandeiro, como vocês já sabem. – começou Hermione, e os três concordaram impacientes. – E então descobrimos... que o Harry...vai ter um bebê.

Senti meu rosto corar fortemente. Ouve um longo silencio, então ergui a cabeça para verificar suas expressões. De inicio, pareciam pensar que se tratava de uma piada, mas depois de alguns segundos viram que continuávamos sérios, e então seus sorrisos murcharam, sendo substituídos pela surpresa.

– … a Gina? – perguntou Fred, se dirigindo a mim.

Demorei alguns segundos para intender o que ele queria dizer, e me aprecei a negar com a cabeça. Olhei para Rony e ele estava pensativo.

– Então, era esse o problema? – perguntou Jorge, olhando para Hermione. – Harry engravidou uma garota que não é a Gina?

– Não, vocês não intenderam. – informou a garota. – O Harry vai ter um bebê. Ele não engravidou ninguém.

Fred e Jorge franziram o cenho, Rony continuava ouvindo tudo em silencio e eu queria correr para o mais longe que pudesse.

Não pude deixar de sentir um certo medo quando notei a compreensão, aos poucos tomando conta do rosto dos três.

– Como isso é possível?! – perguntou Fred, olhando para mim.

– Pois é, o Harry não é mais virgem? – perguntou Jorge com certa indignação. Confusos, olhamos para ele, que deu de ombros. – Ah, qual é, vão dizer que também não acham que ele tem cara de virgem?

O constrangimento está sendo maior do que eu esperava. Tenho plena consciência de que estou parecendo um tomate agora. Ele acaba de descobrir que estou grávido, mas só se surpreende por eu não ser mais virgem?

– Isso é sério? – perguntou Rony, atraindo nossos olhares para ele. Nossos olhos se encontraram, eu desviei o olha e assenti timidamente. – Mas... como?

– Irmãozinho, em Hogwarts nunca te explicaram como se faz bebês? – perguntou Fred, caçoando.

– Eu s-sei como se faz bebês! – falou o ruivo, indignado. Seu rosto extremamente vermelho. – Mas eu também sei que Harry é homem, e homens não engravidam.

– Eu também pensei isso quando descobrimos, Rony, mas Harry realmente está grávido. – falou Hermione. Eu podia sentir o olhar de Rony sobre mim, mas não consegui encará-lo. – O Curandeiro pesquisou, descobrimos que Harry engravidou por cousa de uma poção muito poderosa, chamada “Poção Gestante”.

– Deixa-me ver se intendi; Harry engravidou por que tomou uma poção para engravidar? – Jorge parecia falar consigo mesmo, como se lutasse para entender o que dizia. – Por que diabos ele tomaria uma poção assim?

Foi então que ergui meu olhar, e percebi que Hermione também se perguntava isso. Tomei fôlego para falar.

– E-eu não tomei de propósito. – fitei minhas mãos, minha vós era quase um sussurro. – No dia do velório do Dumbledore, o professor Slughorn me deu uma poção. Ele disse que era uma poção estimulante então eu há tomei. Eu...n-não fazia ideia que era...

Minha vós morreu. Hermione estava pensativa.

– O professor Horácio? – perguntou ela, franzindo o cenho. – Por que ele te daria uma poção assim?

– Não faço ideia. No dia, eu cheguei a pensei que ele há tivesse preparado de maneira errada, mas agora... eu realmente não sei o que pensar. – falei, ainda fitando minhas mãos.

– Como se você já não tivesse problemas o suficiente, esse velhote vem e apronta uma dessa. – comentou Fred.

Ouve mais alguns minutos de silêncio. Tenho certeza de que eles devem estar absorvendo o que acabaram de descobrir, afinal não é algo fácil de se acreditar, eu mesmo só acreditei por que vi.

– Mas... – disse Jorge, chamando a atenção de todos. – Se o Harry está grávido...Nossa como isso é bizarro. – acrescentou dando uma rizada sem graça. – Mas, enfim, pelo que eu já li sobre poções para engravidar, é necessário que a pessoa que a tomou tenha relações sexuais com um homem, pois nem mesmo com magia uma mulher pode engravidar sozinha... Harry não pode ter engravidado de uma mulher, então isso só pode significar que...

–...ele transou com um homem. – completou Hermione. – Sim, foi exatamente isso que aconteceu.

Senti minhas bochechas queimarem. Fred e Jorge me encararam boquiabertos, e era esse era o momento que eu queria evitar, o momento em que todos me olhariam assim, surpresos por saber que tive relações com um homem. Eu teria me incomodado mais com essa situação, se não tivesse começado a me senti enjoado novamente. Me levantei e comecei a caminhar até a porta, mas algo segurou meu pulso.

– Não tente fugir, Harry. – avisou  Hermione.

– Eu só vou vomitar. – falei irritado e puxei meu pulso.

– Ah... desculpe. – ela parecia constrangida.

Sai do aposento e me dirigi ao banheiro. Assim que terminei de vomitar, lavei minha boca e fiquei fitando meu reflexo no espelho. Eu estava pálido, parecia doente. Não queria voltar para aquele quarto, muito menos continuar a ouvir aquele interrogatório, mas fiz um esforço enorme e voltei. Entrei no quarto, e vi que Hermione contava a eles sobre os efeitos da poção.

Me sentei em silencio ouvindo-a contar. Percebi que Rony me observava, mas o ignorei. Fechei os olhos por um segundo esperando não ver nada novamente, mas dessa vez vi uma biblioteca enorme. Draco ainda estava procurando a razão de nossa ligação nos livros.

– Harry? – chamou Fred, me fazendo abrir os olhos de repente. – Quem é o homem que te engravidou?

Estranhei o fato deles não fazerem nenhum comentário sobre eu ter dormido com um homem, me peguei agradecendo-os mentalmente por isso. Eu já sabia que iam me perguntar quem era, mas obviamente, essa é uma informação que eu ainda prefiro ocultar. Suspirei cansado.

– Me desculpe, mas... – comecei.

– Ele não vai contar. – Hermione me interrompeu. – Eu já perguntei a ele, mas ele se recusa a contar quem é. Acho que é mais prudente não insistirmos, por hora.

– Ele é feio, então? – perguntou Jorge rindo.

– Não, claro que não, ele é... – me interrompi corando e voltando a fitar minhas mãos. – Ele só não é feio.

– Então por que não diz quem é? – disse Jorge, e então seus olhos fitaram Rony, e de repente se arregalaram. – Espera aí, não é o Rony, é?

Rony que até então esteve em silencio, arregalou os olhos, ficando quase roxo de vergonha. Tenho certeza que se fosse em outra ocasião, isso teria sido muito engraçado.

– Não, não é o Rony. – falei rapidamente. Por que, diabos todos pensam que é o Rony?

– Ah... Eu pensei que fosse, já que vocês são muito próximos e Rony tem se mostrado muito, qual é mesmo a palavra? Atencioso, com você. – Jorge riu e deu uma piscadela para o irmão.

– Isso é só efeito da poção. – disse Hermione. – A magia da poção atrai as pessoas para o Harry, especialmente adolescentes.

– É, eu tenho reparado que o Harry está mais...bonito ultimamente, mas achei que fosse coisa da minha cabeça, e que eu estava enlouquecendo por achar atraente um ocludos magricela. – comentou Fred, senti minhas bochechas queimando novamente. Sem intender se isso era para ser um elogio ou uma ofensa.

– Hermione... – falou Rony, que permanecia pensativo. – Se pelo que você falou, Harry estava sobre o efeito da poção, e foi ela que o atraiu para os braços desse...cara, então pode-se dizer que ele se aproveitou do Harry, não? Quero dizer, já Harry estava sobre efeito da poção e ele tinha plena consciência de seus atos.

Me senti um pouco irritado. Draco não havia se aproveitado de mim, afinal fui eu quem se jogou em seus braços, e, apesar de estar sobre efeito da poção, eu quis fazer isso. Eu o queria também.

Antes que Hermione pudesse abrir a bocar eu falei, apesar de estar completamente constrangido.

– Não foi bem assim, Rony. – falei, ainda fitando minhas mãos. – Vocês querem mesmo saber o que ouve? – indaguei, sentindo uma pequena onda de coragem me invadindo e ignorando a vergonha.

Eles assentiram.

– Tudo bem, naquele dia eu tomei a poção e comecei a me sentir estranho. Eu fui ao velório, e não consegui prestar a atenção em nada. E então, eu terminei com a Gina, afinal eu já pensava em fazer isso por causa do perigo que ela corria por me namorar. Me sentei na beira do lago, lembram? – perguntei a Rony e Hermione, e os dois assentiram. – Depois que vocês sairam, meu corpo ficou ainda mais...estranho. E então eu escultei alguém me chamando. Vinha da Floresta Proibida, então me levantei e fui até lá... – parei por alguns segundos, tomando coragem para continuar. Meu rosto tão quente que comecei a suar. – Ele estava ali. N-nós conversamos um pouco... E então meu corpo foi saindo do meu controle, e-eu me senti completamente... atraído por ele. Eu pedi para que ele se afastasse, já que meu corpo não me obedecia, mas ele pensou que eu estava passando mal e se aproximou...Se aproximou demais. E então... eu... bom, vocês já devem saber.

Rony estava vermelho novamente, Fred e Jorge pareciam se segurar para não comentar nada desnecessário, e Hermione me encarava sem expressão.

“Isso não é algo meio pessoal para você contar a eles, cicatriz?” – a vós de Draco ecoou em minha cabeça, me dando um susto tão grande que acabei gritando.

– Droga... – resmunguei.

– O que aconteceu? – perguntou Fred alarmado.

– Está sentindo alguma dor? – perguntou Rony.

– A criança já está chutando? – indagou Jorge, rindo com uma falsa expressão de preocupação.

Arregalei os olhos. Tenho certeza que o Draco ouviu...

“O que ele quis dizer com isso?” – perguntou ele em minha cabeça.

– N-não é nada. – falei.

– Harry, tem certeza? – perguntou Hermione, preocupada. – Sentiu alguma coisa diferente? É que por causa da gravi...

– Não, Hermione, eu não senti nada, não se preocupe. – felei rapidamente.

Senti um medo desesperador de que Draco ouvisse mais do que deveria.

“Nossa, eles são bem exagerados não é?” – comentou Draco. – “Pensei que você não fosse contar a ninguém sobre nossa “brincadeirinha”. Além da Granger, você ainda contou a esses três? Não consegue manter a boca fechada?”

– Como você sabe que eu contei a Hermione? – falei em vós alta, ignorando sua grosseria e a cara de surpresa dos demais.

“Bom...” – sua vós era um pouco constrangida. – “Eu acabei ouvindo algumas coisas... por acidente.”

Senti meu coração parar por um segundo.

– O-o que exatamente você ouviu? – perguntei a ele.

– Harry, com quem você está falando? – perguntou Hermione, me fitando como se eu fosse um maluco.

“Eu ouvi algo sobre uma poção de nome estranho, e também ouvi alguma coisa sobre “você só ser gay comigo”, mas fora isso, não ouvi mais nada.”

– Harry! – chamou Hermione.

“Você poderia ir para outro lugar? Não que eu me incomode que seus amiguinhos te achem maluco, mas é realmente irritante que eles fiquem te chamando.”

Pensei um pouco, e tomei uma decisão.

– Espere um minuto, já falo com você. – falei. Depois fiz o maior esforço do mundo para não pensar em Draco, e olhei para Mione. – Hermione, lembra-se do que o Curandeiro disse sobre a poção criar uma ligação entre os dois pais? E que haviam boatos de que essa ligação era tão forte, que eles poderiam se comunicar a distancia?

Hermione assentiu, prestando a atenção.

– Isso já aconteceu. – contei, ainda me esforçando para não pensar em Draco. – Nós podemos conversar... nós estávamos conversando agora!

Os olhos dela se arregalaram por um instante.

– Harry, tem certeza? – perguntou ela, totalmente pasma.

– Como assim? Você e o cara que te engravidou podem se falar a distancia? – perguntou Fred. – Mas nós não ouvimos nada. Tudo o que vimos foi você falando coisas sem sentido.

– Somente eu posso ouvir o que ele diz, mas ele pode ouvir tudo o que vocês dizem. Então, por favor não falem sempre da gravidez e nem do bebê, por que ele não sabe de nada, e pode ouvir.

– Mas, não seria mais correto contar a ele? – perguntou Jorge.

– Eu sei, mas... – olhei para minhas mãos. – Estou com medo.

Fred e Jorge se entreolharam. Rony e Hermione me fitavam calados.

– Você vai ter um bebê no meio de uma guerra, a onde tem um doido cheio de Comensais querendo te matar, e o seu medo é que o outro pai do bebê descubra? – comentou Fred, me fitando. – Quero dizer, você tem alguma ideia do quanto você está ferrado?

– E-eu sei. – falei, meus olhos se enchendo de lágrimas, quando o desespero que eu tentava não mostrar, começou escapar. – Eu sei que eu estou ferrado! Assim como eu sei que estou trazendo uma criança para o meio dessa guerra, mas o que eu posso fazer? – perguntei angustiado, as lágrimas lavavam meu rosto. Droga, eu to chorando muito ultimamente. – S-se tiverem alguma ideia, por favor me digam, por que eu não sei mesmo o que devo fazer.

– Desculpe, Harry, eu não queria que você se desesperasse. – murmurou Fred, envergonhado por me fazer chorar com seu comentário.

– Nós vamos pensar em alguma coisa, cara. – falou Rony, tirando um lencinho meio sujo do bolço e me entregando.

Sequei minhas lágrimas, e suspirei, fechando os olhos, pude visualizar um quarto que eu já havia visto antes.

– Eu preciso falar com ele. – murmurei.

– Como funciona essa comunicação? – perguntou Hermione. – Nós falamos do bebê várias vezes hoje, será que ele pode ter ouvido alguma coisa?

– Felizmente, as únicas coisas que ele ouviu foi sobre a poção que tomei, mas ele não sabe qual. E ele também ouviu o Jorge me perguntando se “a criança já estava chutando”, mas, graças a Merlim ele não intendeu o que ele quis dizer.

– Ah, desculpa. – pediu Jorge.

– Tudo bem. – falei. – Nossa comunicação é através dos pensamentos, sempre que penso nele ele e ele em mim, nós podemos nos falar, e até mesmo ver o local em que o outro está. Tudo o que temos que fazer é fechar os olhos. – contei, e eles se entreolhavam incrédulos. – Mas ele não deve ter ouvido nada do que conversamos agora, por que eu estou me esforçando para não pensar nele.

– Desde quando vocês se comunicam assim? – perguntou Hermione.

– Desde ontem a noite, depois do jantar, quando vim me deitar. – contei, e não pude deixar de corar um pouco, ao me lembrar do constrangimento que havia passado, por ele ter me visto cheirando sua capa. – Nós conversamos, e ele me desejou feliz aniversário. Nós também ficamos muito surpresos com essa comunicação, e hoje ele passou a tarde toda na biblioteca tentando encontrar uma explicação, mas obviamente, não encontrou nada.

– Isso explica a razão para você estar falando sozinho quando entrei no quarto. – comentou Rony.

Fechei os olhos por um segundo e visualizei novamente o aposento.

– Eu não me importo em conversar com ele na frente de vocês, mas, vocês poderiam fingir não saber de nada? – indaguei. – Era para tudo isso ser... um segredo.

– Claro. – disse Hermione se levantando e indo se sentar na outra cama. – É só você olhar para o outro lado do quarto, que ele não saberá que ainda estamos aqui.

Concordei, fechando os olhos.

– Hmm...ainda está ai? – perguntei, e aguardei ouvir sua vós, mas ele permaneceu quieto. – Aconteceu alguma coisa? Me responde!

“Você parou de pensar em mim, para que eu não pudesse ouvir o que ia dizer, não foi?” – disse ele.

– N-não foi bem isso... e-eu só me distrai um pouco. – gaguejei.

“Você mente muito mal.” – comentou friamente. – “Está me escondendo alguma coisa?”

– Não, não estou escondendo nada. – gaguejei, e pude ouvi-lo bufar, então acrescentei. – Pelo menos nada que eu queira te contar assim.

“Então, como quer me conta?”

– Tem que ser pessoalmente, é algo meio...delicado.

“E quando poderemos nos ver pessoalmente?”

– Eu não sei. – suspirei.

“Você está bem?” – perguntou ele, de repente depois de alguns segunsdos. “Te vi vomitando, pensei que os enjoos tinham parado.

– E eles tinham, mas parece que comi algo estragado novamente.

“A Weasley mãe te deu comida estragada?” – perguntou, bufando.

– Não é isso. Não se preocupe, eu estou bem.

“Como espera que eu não me preocupe?”

Não pude deixar de corar com esse comentário. Ouve um breve momento de silêncio.

“Eu fiquei a tarde toda na biblioteca hoje.” – contou ele. – “Mas não achei absolutamente nada, sobre contato mental.”

– Acho melhor você parar de procurar. Eu acho que já sei por que podemos conversar assim, mas isso é outra coisa que só quero falar pessoalmente.

“Sabe? Mas que droga, Potter! Tem ideia de quantas horas eu passei naquela biblioteca?” – disse ele irritado. – “E agora você me diz que sabe a razão para essa ligação mental, e não quer me dizer?”

– Por favor, eu realmente não quero falar nada desse jeito.

“Você não quer mesmo falar desse jeito, ou isso é só uma desculpa para me ver pessoalmente e matar a saudade?

– Um pouco dos dois. – falei, corando novamente.

De repente pude ver a porta de seu quarto sendo aberta, e Narcisa entrar com um olhar amedrontado.

“Mãe, por que entrou no meu quarto sem bater?” – perguntou Draco.

Ele está aqui novamente, Draco.” – disse ela, parecia muito nervosa. – “Eu não aguento mais te ver sendo torturado desse jeito! Você não tem culpa se há um traidor...”

Senti meu coração gelar. Draco havia mentido para mim, ele ainda continuava sendo torturado por ter me salvado. O peso da culpa e a dor de saber que quem eu amo está sofrendo, me invadiu.

“Diga a ele que já vou, preciso resolver um assunto antes.” – falou Draco.

Sua mãe concordou e saiu do aposento. Ouve um breve silencio. Ainda com o coração apertado, senti meus olhos se encherem novamente de lágrimas.

“Harry, eu...” – ele começou.

– Você mentiu para mim! – acusei interrompendo-o, as lágrimas escorrendo por meus olhos fechados.

“Eu só não queria que se sentisse culpado! Eu te conheço Potter, é bem provável que você queira se distanciar só para tentar ser nobre e me manter em segurança. É coisas típicas de Grifinórios.”

– Mesmo sendo um Grifinório, eu não iria me afastar! M-mas eu também não acho justo que você passe por isso por minha culpa. – falei, com vós um pouco falha por causa do choro.

“Está tudo bem, Potter.” – ele disse calmamente. – “Eu vou ficar bem, eu aguento. Então não chore, por favor.”

– T-ta vou tentar. – falei, secando as lágrimas.

“Eu preciso ir...”

– Não! – exclamei abrindo os olhos, vi que Rony, Hermione, Fred e Jorge ainda estavam aqui, me fitando com o olhar preocupado. Eu havia esquecido completamente da presença deles.

“O que eles estão fazendo ai?”

– N-nada...eles acabaram de chegar. – falei depressa, voltando a fechar os olhos.

“Sei... Bom, eu preciso ir. Se cuida cicatriz.”

– Não! – exclamei novamente. – Por favor, não vá!

“Harry, eu preciso ir. Vai ficar tudo bem, O.k? Eu gosto você.”

– Não... – falei, mas pude vê-lo sair do aposento, e depois de alguns segundos, nossas mentes se desconectaram quando ele parou de pensar em mim. Abri os olhos lentamente. – Ele foi... ele vai ser torturado d enovo... – falei para mim mesmo, as lágrimas desciam sem parar.

– Harry? – chamou Hermione se aproximando. – Foi ele não foi? A pessoa que você viu sendo torturada na noite da sua transferência para cá? – perguntou ela. – Eu me lembro bem, você disse; “Ele está torturando ele! É tudo minha culpa.” Era ele não era?

Não havia mais razões para esconder isso deles, então simplesmente assenti.

– Você parece gostar muito dele, Harry. – comentou Jorge.

Abri a boca para argumentar, mas Rony foi mais rápido.

– É claro que não. O Harry jamais gostaria de um aproveitador como ele!

– Rony, não é bem assim... – comecei.

– Até por que, Harry só dormiu com ele por causa da poção. – continuou Rony, me ignorando.

– Se é isso que quer pensar, tudo bem maninho. – falou Jorge, rindo.

Suspirei desistindo de argumentar com Rony. Que ele pense o que quiser. Minha cicatriz começou a formigar e eu sabia o que estava acontecendo. Deitei na minha cama chorando sem parar.

– Vai ficar tudo bem, Harry. – disse Hermione, acariciando meus cabelos. – Eu nunca te vi chorar tanto.

– Devem ser os hormônios da gravidez. – Falou Fred, e quando notou nosso olhar sobre ele, acrescentou; – O que foi? Todo mundo sabe que grávidas são totalmente sentimentais.

 

Dois dias se passaram desde que descobri que estou grávido. E desde então, não consegui ter uma única noite tranquila de sono. Sou sempre atormentado por diversas preocupações. Draco mal falara comigo desde que eu havia descoberto sobre sua mentira, meu medo de perdê-lo só cresce, assim como o medo de lhe contar sobre o bebê.

Fred e Jorge haviam planejado com Hermione, uma forma de manter contato conosco, após nossa partida para a missão, assim, se algo viesse a dar errado, eles poderiam nos encontrar facilmente. Obviamente, nenhum deles desistiu de tentar me fazer contar quem é o meu suposto “namorado”, mas eu continuo mantendo segredo, por medo de suas reações quando souberem.

Os jardins d'A Toca se encontrava cheio de bruxos, para o casamento de Gui e Fleur. Tomei um pouco de poção Polissuco, me transformando em um homem de cabelos com de fogo, assim como o dos Weasleys, para que todos pensassem que eu era um primo distante da família. Após a bela cerimonia, a festa começara, muito animada.

– Alô, Harry. – cumprimentou Luna, radiante assim que me viu.

– Ãh... meu nome é Barny. – falei, surpreso por ela ter me reconhecido.

– Ah, você trocou o nome também? – replicou ela animada.

– Como soube...?

– Ah, a sua expressão.

Luna franziu a testa me encarando, depois abriu um enorme sorriso.

– Bebês são realmente maravilhosos, não acha? – perguntou, de repente.

– S-sim... eu acho. – gaguejei, surpreso com a repentina mudança no assunto. Não há como ela saber que estou grávido, há?

Ela ia dizer mais alguma coisa, mas seu pai, um homem alto, igualmente loiro e que trajava vestes estranhas amarelas, se aproximou. A garota nos apresentou e depois se afastou junto ao pai, parecendo ter esquecido completamente nossa conversa.

Me adiantei e me sentei em uma mesa desocupada, de onde fiquei observando Rony e Hermione dançarem. Vitor Krum apareceu e se sentou a minha mesa puxando assunto.

Conversamos um pouco sobre o símbolo estranho que o pai de Luna, Xenofílio Lovegood usava no pescoço. Alguns minutos se passaram e vi que Vitor observava Gina dançar.

– Essa garota é muito bonita. – comentou ele apontando para ela. – Também é sua parenta?

– É. – informei, afinal, Vitor pensa que sou primo dos Weasleys.

– Eu gostaria de chamá-la para dançar, será que ela tem namorado? – perguntou ele, claramente interessado.

– Ela não tem, fique vontade. – informei, sorrindo ao ver o rapaz agradecer e ir até a garota.

Depois de ter uma conversa desagradável sobre Dumbledore com tia Muriel, meus pensamentos foram até Draco. Fechei meus olhos e vi uma sala de estar bem grande, com uma lareira. Meus pensamentos foram interrompidos por Rony e Hermione, que voltavam da pista de dança.

– Simplesmente não consigo mais dançar. – ofegou Hermione, ao mesmo tempo em que Rony disse que ia buscar uma bebida. A garota parecia muito feliz, enquanto se sentava e começava massagear os pés.

“Harry!” – ouvi a vós de Draco me chamar, parecia desesperado. – “Você precisa sair daí, agora!”

– O que? – perguntei surpreso. Hermione me encarou com a testa franzida.

“O Ministério caiu!” – disse ele, quase gritando. – “O Ministro da Magia está morto!”

Senti um calafrio subir por minha espinha. O ministro estava morto? Isso significa que...

– Harry, você está bem? – perguntou Hermione, ao ver minha expressão.

“Harry, você precisa sair daí imediatamente!” – exclamou Draco. – “Eles sabem que você está ai!”

– O-o que...? – perguntei, totalmente sem reação.

“Eles estão a caminho! FOGE AGORA!” – gritou ele.

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Deixem bastante comentários *w*
Beijinhos <3


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