História Remember Me - Shawn Mendes - Decision

|Vanessa Anne|

Uma semana já se passou. 
Eu não compareço mais na faculdade. Tenho muita vergonha, já que minha intimidade foi exposta. Apesar de estar muito magoada, envergonhada, eu sigo sentindo um sentimento pelo Cam. Sou muito tola por ter isso comigo. 
Shawn está fazendo por mim tudo aquilo que eu fazia por ele. Cuidando e tentando ajudar. 

Mal saio do quarto. Quando eu saio é para ajudar o Shawn com alguma coisa ou limpar o apartamento. E isso tudo que sinto e estou passando é meio bizarro. Eu quero ser psicóloga, cuido das pessoas, dou ótimos conselhos e soluciono os problemas alheios. Mas quando é comigo tudo é diferente. Não tenho mais vontade de ir nem a rua. Garotos da faculdade me mandam mensagens maldosas. 
Acho que a pior parte é eu só perceber agora o quão idiota eu fui em ter me envolvido com Cameron. Talvez com Nash teria sido diferente. Ou talvez ter tentando com Shawn. 

Às vezes, os ponteiros se arrastam e nos castigam ao prolongar momentos ruins. Outras vezes, o tempo voa como um cometa e nos faz sentir roubados por ter andado tão depressa.

Continuo a encarar o teto do meu quarto enquanto tenho devaneios em meus pensamentos. Mas Shawn aparece mais uma vez para me ver. 

Escuto duas batidas na porta e logo ele entra. 

— Não aguento mais te ver desse jeito. – Ele diz. — O que posso fazer pra te animar? – Shawn se senta com cautela, me olhando. 

— Talvez sair. Mas estou tão para baixo. – Respiro fundo, fechando meus olhos. 

— Eu sei um lugar onde podemos passar um tempo até você melhorar. Mas talvez você não queira por causa da faculdade. 

Abro os olhos e o olho com a testa franzida. — Que lugar seria esse? 

Estou realmente precisando me distrair, absorver tudo isso e quando eu estiver preparada, encarar todos de frente. 

— Faltam só catorze dias para as férias de vocês mesmo. Nash me disse. Então, eu podia te levar para a casa da minha família. Te levar para conhecer minha cidade natal. E você ia adorar as paisagens que tem por lá. – Ele diz em um tom divertido para me animar. 

— Eu não sei... Será que sua família irá aceitar de boa? – Pergunto com receio. 

— Minha mãe adora você. Ela viu o quanto você se dedicava por mim. E agora é minha chance de retribuir. – Ele sorri e passa seus dedos em meu rosto. 

Deixo escapar um sorriso bobo. — Tudo bem. Vamos. 

— Sério? – Shawn sorri como uma criança que acabara de ganhar um brinquedo novo. 

Assenti. 

— Vou ligar para minha mãe e avisar. – Ele me dá um beijo rápido na bochecha, retira o celular do bolso e desaparece no corredor. 

{...}

Depois do meu banho, me sentei na cama para passar creme nas pernas,só que por ali eu fiquei. 

Fico a imaginar o que as pessoas pensam sobre mim, porque meus "amigos" não entraram em contato. Nem Sofia, nem Nash. Nem outros demais colegas próximos. 
Meus olhos se enchem de lágrimas quando lembro do colo e aconchego que minha vó me dava. 

Sentir falta é notar a ausência de alguma coisa. Saudade é quando o peito aperta, quando falta o ar, é quando parece díficil continuar vivendo. Saudade é a ausência de alguém. E nesse momento difícil, sinto falta do abraço de conforto da minha vó em momentos como esse. 

As lágrimas começam a escapar. Me levanto, retiro a toalha dos meus cabelos molhados, e começo a pentea-los. Chorando e penteando os cabelos. Não encaro meu reflexo no espelho. Me sinto tão humilhada. 

Shawn aparece do nada dentro do meu quarto. Ao ver seu reflexo, abaixo a cabeça e ele sente minha inquietação e coloca seus braços em volta da minha cintura. — Você não está sozinha. Você é forte. E isso tudo irá passar. Estarei aqui, você sabe. Nunca estará sozinha. – Shawn me vira de frente para ele e me abraça.
— É horrível ver as pessoas falando coisas horríveis sobre mim. - eu sussurro. — Mesmo que eu já tenha denunciado o Cameron, feito tudo o que podia, as pessoas continuam a me mandar mensagens e compartilhar a foto. Não suporto essa vergonha toda. 

Os braços dele se contraem entorno de mim. 

| Shawn Mendes | 
Com cada lágrima derramada, ela rouba mais do meu coração, até que ela o possui completamente. Eu percebo que mesmo nas horas difíceis, que eu tenho certeza que nós vamos enfrentar, eu nunca vou ser capaz de me afastar dela. 

— Eu queria soca-lo até arrebentar a cara desse babaca. – Esbravejei. 

Anne se abraça mais forte em mim. Seu corpo delicado está um pouco trêmulo. — Não. Por favor. Tudo o que ele quer é mais confusão. 

— Eu passo por cima disso por causa de você. Jamais vou aceitar um cara te tratar mal. Ou humilhá-lá. – Deposito um beijo em seus cabelos molhados. 

— Quando vamos partir? Quero muito ficar longe daqui. – Ela levanta o rosto e me encara. 

Contraio a vontade de beija-lá, por respeitar esse momento dela. 

— Podemos ir amanhã pela manhã. Eu compro as passagens hoje mesmo pela internet. 

Anne assente com a cabeça e logo se ajeita novamente em meus braços. 

— Quando eu voltar de viagem vou encara-los de frente. Eu só preciso agora é de espaço e me recompor. – Anne respira fundo. — Não posso parar meus planos e sonhos por conta dessas pessoas infantis. Me tornarei uma psicóloga com amor e muita dedicação. 

Eu sorrio pela forma convicta que ela diz as palavras. 

Uma das coisas que eu mais admiro em Anne é ela lutar por tudo que acendesse uma chama dentro dela. Ela é a única que tinha acendido uma paixão dentro de mim.
 Eu preciso dizer isso a ela. 

— Princesa... – A chamo com delicadeza. Anne levanta o olhar,e parecia não acreditar no que acabara de ouvir de mim. — Meu coração ... ele se acelera quando estou com você. – digo baixo. — E você acendeu uma chama em mim que não sei explicar. Só sei sentir. 

Ficamos nos encarando por muito tempo. Estava claro para mim que Anne tentava pensar no que dizer. Será que eu deveria ficar envergonhado por admitir que meu coração batia muito rápido? Não tenho medo do confronto, nunca tive. Não era o medo da discussão que me afetava. Era o medo gelado da rejeição.