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História Remember Me - Cravo Púrpuro


Escrita por: ChoMinnie

Notas do Autor


Voltei mais cedo, me amem
Fevereiro é um mês bugado pra mim, então eu gosto de presentear os outros -Q
Agradeço a linda da Danbi por ter feito essa capa, muito obrigada babu
Ah, antes que eu esqueça: LEIAM AS NOTAS FINAIS.

- Capítulo não betado e sujeito a mudanças para correções.
- Fanfic de minha autoria, plágio é crime.
- Os trechos em itálico no começo dos capítulos se referem aos pensamentos ou sonhos que o personagem em foco do capítulo tem.
- A contagem do tempo, na fic, será realizada e demarcada por palavras em negrito.

Boa Leitura.

Capítulo 5 - Cravo Púrpuro


Fanfic / Fanfiction Remember Me - Cravo Púrpuro

Porque tenho a sensação de que algo não faz sentido? Porque parece que estão escondendo algo de mim? Eu tenho recordado, com um pouco mais de dificuldade de coisas que antes eram fáceis. Mas no fim de cada tentativa, eu me vejo aqui de novo. Nesse maldito corredor, encarando as mesmas malditas portas. Porra, uma semana se passou e eu não saí do lugar! Dessa vez, pelo menos duas portas estão abertas. A farda deu lugar a uma roupa mais casual, enquanto da outra porta tudo o que eu via eram imagens sem cores. Já ouvi falar disso uma vez, existe uma síndrome clínica que impede as pessoas de enxergarem parcialmente ou totalmente as cores. Porque essa doença assolaria as minhas memórias? E, o mais importante de tudo, quem é Hongseok?

 

Uma semana.

Jinho observava enquanto o médico fazia pequenas anotações, ergueu uma sobrancelha ao ver a forma atenta com a qual ele agia. O doutor Im Hyunsik era alguns anos mais velho, poderia ser considerado mais novo se você ignorasse as rugas de expressão ou a aliança que enfeitava seu dedo. Jinho estava cansado, não fisicamente, mas mentalmente. Desde o ocorrido com a flor, sua memória andava de vento em polpa até simplesmente estacionar. Ele se lembrou de quase 100% da vida que tivera ao lado de seus amigos, mas a sua vida particular ainda era confusa. Havia lembranças? Havia.

Coisas bobas como quando caiu pela primeira vez de bicicleta.

Ou coisas importantes como o aniversário de casamento de seus pais e o dia em que conseguira passar na universidade.

Mas além das memórias, ele também enfrentava dores absurdas em sua cabeça.

– Não vejo nenhuma anomalia em seus exames senhor Jo, as dores de cabeça são comuns para o seu estado... Elas passarão quando você se acostumar com a quantidade absurda de informações que andas recebendo. Continue com as medicações e venha me visitar pelo menos uma vez a cada sete dias, preciso atualizar seu quadro médico. – informou enquanto retirava os óculos de grau. – Existe mais alguma coisa que queira me contar fora as supostas lembranças?

– Não.

– Nem mesmo perguntar?

– Não senhor.

– Ótimo, então-...

– Doutor, trouxe os exames, a declaração e o laudo médico do senhor Yang Hongseok para serem visados. – a enfermeira adentrou de forma apressada. – O senhor Kim Hyojong informou que passava aqui depois do meio dia.

Jinho encarou o médico com uma expressão confusa, Hyunsik notando a situação pediu licença à enfermeira. Pretendia pegar a pasta com os dados de Hongseok, mas Jinho foi mais rápido. O Jo movia os pequenos olhos de forma rápida, lia as linhas e entrelinhas do que havia ali. Abriu a boca em um perfeito “o”, as mãozinhas tremiam de nervoso.

Não podia ser.

Nome do paciente: Yang Hongseok.

Observações: Chegou desacordado, mas sem danos externos além do ombro deslocado. Ao acordar foi indagado a respeito de dores ou possíveis recordações do que acontecera, o jovem afirma que estava ao volante e que a culpa do acidente é sua.

Jinho largou a pasta no chão, os olhos cheios de lágrimas enquanto ele murmurava várias vezes a palavra não. Seus amigos não mentiriam dessa forma, mentiriam?

“Você bateu o carro.”

Não, ele não batera. Nem mesmo estava ao volante. Porque Hyojong mentiria?

“Hongseok não é importante, ele era apenas um amigo de infância e uma paixonite de escola, esqueça ele Jinho, é passado.”

Amigo? Que espécie de amigo ele era? E como Jinho ainda fora capaz de se apaixonar por ele?

Jinho não podia acreditar. Sentiu as pernas bambearem e foi preciso muita força de vontade para não cair, sua mente novamente ficou em branco enquanto ele sentia os olhos transbordarem em lágrimas. Em sua mente nada ecoava mais do que a maldita frase recordada dias atrás.

“Hyung, de que cor é essa flor?”

 

 

Hwitaek estacionou o carro em frente à casa de Jinho, virou o rosto para o mais velho e tentou iniciar uma conversa. O doutor Im informara, às pressas, o que acontecera. Hwitaek suspeitava que seu plano não fosse durar tanto tempo, mas parecia tão promissor quando Jinho acordou e informou que não se lembrava de ninguém. Seria mais fácil ainda apagar a existência de Hongseok, mas o mundo não colaborava. O Lee tentou explicar as coisas no hospital, durante o percurso e até mesmo dentro do carro. Mas o Jo simplesmente não disse nada e, quando o carro parou, desceu sem pensar duas vezes. O Lee tirou o cinto e desceu do automóvel. Travou o carro e antes de adentrar na casa, ele mandou mensagem para o grupo. Demorou alguns minutos para todos chegarem, Hyojong foi o último. Alegou estar na casa de um amigo, todos assentiram, mas a risada de Jinho se destacou no meio do silêncio.

– Seu sapato está sujo de terra, tem pólen na sua roupa e pelo cheiro é-...

– Cravo púrpuro, a flor que representa antipatia e capricho. Uma das que você menos gostava do significado, mas que amava a cor. – respondeu cruzando os braços. – Todos nós conhecemos flores por sua causa Jinho, não há ninguém nesse maldito recinto que não saiba identificar uma maldita flor.

– Então me responda Hyojong, qual é a cor dessa flor?

O olhar que Jinho lançou na direção de Hyojong poderia ser considerado assustador, mas não era. Ele estava magoado.

Chateado.

Hyojong sorriu de canto ao ver a expressão de espanto na face dos outros.

– Como o próprio nome diz, ela é púrpura, hyung.

Jinho levou as mãos à cabeça e chorou, não sabia pelo quê, mas precisava chorar. Chorar pela dor que sabia ter sentido na hora do acidente, por estar sem memória por culpa de outra pessoa, por não conseguir lembrar-se de seus pensamentos pessoais. Porque sim, seus sentimentos e pensamentos a respeito da sua vida, não eram os mesmos de antes.

Quem era Hongseok?

Porque estavam juntos no acidente?

Que importância ele tinha na sua vida?

– Porque não me contaram que eu não estava sozinho? – Jinho murmurou com a voz trêmula. – Porque esconderam algo tão crucial de mim?

– Jinho...

– Eu só quero saber o por que! – gritou irritado. – O que ele tem de tão importante que eu não posso saber? Porque alguém seria parte da minha vida, estaria comigo no acidente e depois simplesmente sumiria sem ser importante?

Silêncio.

– Respondam porra!

– Você lembrou? – Hwitaek indagou enquanto passava as mãos suadas pela calça. – Lembrou-se dele?

– Não. – suspirou. – A voz ecoa na minha mente, mas ela não tem forma física… Nem sei se é dele.

– Então como sabe sobre o que ocorreu no acidente? – Yan An indagou de forma séria.

– Eu vi a pasta do doutor Im, agora me respondam! – Jinho disse impaciente. – Quem é Yang Hongseok?

– Acho que já está passando da hora de contar a você quem ele era. – Hyojong informou enquanto sentava ao lado do mais velho. – Hyung, preciso que escute com atenção o que vou te dizer.

– Por quê?

– Porque Hongseok era seu namorado.

 

Namorado...

A palavra ecoava por sua mente, não tinha sentido. Hongseok era apenas a porcaria de um nome associado a uma voz – que ele nem sabia se pertencia realmente ao rapaz -, ele era apenas o infeliz que estragara sua vida. Jinho bufou irritado. Estava sentado no chão de seu quarto, a cortina cobria a janela aberta, mas não impedia que alguns feixes de luz iluminassem o quarto. Encarou a caixa a alguns centímetros de distância, Hyojong afirmara que a maioria das coisas que se remediam ao seu passado estava ali. Que o Jo não deixava ninguém encostar um único dedo naquela caixa. Então porque, para si, nada ali tinha sentido?

Receitas médicas para um paciente cujo nome estava riscado.

Anotações sobre cores, flores e sensações.

– O que é tudo isso?

Retirou a tampa da caixa e, novamente, leu o que tinha escrito ali. As mesmas coisas, os mesmos cuidados, as mesmas prescrições médicas. No entanto, depois de muito analisar, Jinho resolveu fazer uma pequena comparação. Levantou-se e correu até sua escrivaninha, a perna reclamou pelo esforço repentino, mas ele não se importou e pegou um de seus cadernos junto com uma caneta. Será que ainda sabia escrever?

Rabiscou algumas palavras e comparou as caligrafias.

Eram idênticas.

– Eu escrevi tudo isso? – murmurou confuso. – Por quê?

Analisou novamente as anotações, não fazia sentido. Espera aí...

– Acromatopsia, isso é... Cegueira das cores?  – indagou enquanto lia a descrição. – Meu Deus... Isso não é meu!

Agora a sua preferência por uma casa parcialmente escura, o fato de sempre observar atentamente cada coisa ao seu redor, até mesmo a organização do guarda-roupa fazia sentido. As cores uniformes e neutras dos móveis, da pintura, de tudo. Novamente seus amigos mentiram, novamente ele estava perdido na possibilidade de não saber o que era verdade e o que era mentira. Jinho gostava de flores, ele sentia isso. Mas o tratamento delas, a forma como eram quase humanizadas…

– A pulseira não é minha, esses papéis não são meus… – encarou a cortina fechada e a forma como se sentia confortável no escuro. – Eu aprendi a bloquear o sol, aprendi a gostar de flores, aprendi a viver com a imparcialidade das cores.

“Hyung, poderia me dizer qual é a cor dessa flor?”

– Hongseok era meu namorado… – repetiu a informação que lhe fora dada. – Essas coisas são dele…

Encarou novamente as anotações, a cortina, as flores que repousavam na escrivaninha. As cores sempre vibrantes como a luz do dia – quando Hyuna as trazia cedo ou quando ele as comprava na volta da padaria – ou então, leves e delicadas como a noite tinha que ser. Coisas que ninguém notaria se não tivesse uma visão ampla do mundo como um todo e foi, nesse momento, que Jinho notou algo importante.

Ele morava comigo.


Notas Finais


Sobre a "cegueira": Eu vou abordar e explicar melhor em um capítulo próprio para isso, não se preocupem ok?

Para quem curte HwiDawn e JinHongseok, eu estou planejando uma fic com foco total nesses couples. Os outros serão abordados, mas eu vou focar mais nesses dois. Ela vai ser com um tema diferente, universo alternativo e tudo mais.
Mas eu preciso saber se vocês são a favor e tals, me deem suas opiniões.

Enfim, o que acharam do capítulo?
Espero que tenham gostado.

Kyusses e até o próximo.


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