Jimin’s POV
Havíamos voltado à rotina normal. Novamente estávamos na empresa. E a preparação do novo álbum está a todo o vapor! Até mesmo contrataram uma fotógrafa nova para tirar nossas fotos, ela vai trabalhar exclusivamente para a empresa, espero que seja alguém legal.
Namjoon e Yoongi estão no estúdio trabalhando em novas músicas enquanto o resto de nós treina nossa dança e canto. Decidimos fazer um intervalo e eu corro até meu telefone, apenas para me sentir frustrado mais uma vez.
Nos últimos três dias tenho andado incomodado com o fato de S/n ainda não ter entrado em contato. Sempre que posso, olho meu telefone, esperando ter alguma notícia. Por que ela ainda não havia entrado em contato?
- Jimin, se isso te incomoda tanto, por que não vai falar com ela pessoalmente? Afinal de contas você sabe onde encontrá-la. – Jungkook diz ao ver minha reação ao segurar o celular, apontando para o mesmo.
- Não acha que seria estranho eu aparecer lá assim, do nada? – Pergunto. Ele parece pensar um pouco antes de responder.
- Não acho, mas se ela achar ruim, é só falar que foi buscar o casaco. – E, dando de ombros, ele volta para a sala de dança, retomando o treinamento.
Guardo meu celular. Talvez ele tenha razão. Talvez eu deva ir até ela. Ah, isso é tão frustrante!
- Ela ainda não entrou em contato? – Taehyung pergunta quando me vê entrar na sala.
- Ainda não... – Bufo, decepcionado. – Jungkook disse que eu devia ir até ela, já que ela não entrou em contato....
- Mas essa é uma ótima ideia! – Taehyung diz animado.
- Não é? Eu sempre tenho ótimas ideias! – Jungkook vira a cabeça em nossa direção sem parar de dançar, exibindo um sorriso convencido.
- Você vai hoje, não é? – Taehyung me pergunta.
- Não sei...
- Então está decidido! E nós vamos com você, não é mesmo Jungkook? – Ele pergunta ao maknae, fingindo não ter me ouvido.
- Mas é claro! – Jungkook concorda. Reviro os olhos. Não adianta querer discutir.
Aparentemente, irei revê-la hoje, só esse pensamento já é suficiente para que meu coração acelere. Talvez eu realmente deva ir vê-la.
Deixamos a empresa de noite e como combinado, eu, Jungkook e Taehyung vamos até a Guest House. Assim que avisto o prédio sinto minhas mãos suarem. Essa garota... é realmente um mistério para mim como ela consegue ter esse efeito sobre mim.
Entramos no prédio e os meninos me empurram em direção à recepcionista.
- Com licença. – Ela levanta os olhos da revista que estava lendo.
- Em que posso ajudá-lo? – Ela pergunta, simpática.
- Eu gostaria de ver a hóspede do quarto 5.
- Só um momento. – Ela tira o telefone e disca o número do quarto. Após alguns segundos ela desliga. – O hospede já está a caminho.
- Obrigado.
Olho para os meninos que me desejam força. As portas do elevador se abrem, revelando um cara de quase dois metros de altura. Ele se dirige a recepcionista.
- Esse é o homem que estava te esperando. – Ela fala para ele, apontando em minha direção.
- Em que posso te ajudar? – O homem me pergunta.
- Ahnn... – Olho para meus amigos em busca de ajuda, mas vejo eles rindo da minha cara.
- E então? O que deseja? – O homem continua me perguntando.
- De-desculpe, acho que ocorreu um engano. – Me viro em direção à recepcionista. – Eu estou procurando a hospede do quarto 5, é uma mulher.
- Eu estou no quarto 5. E até onde eu sei, não sou uma mulher, nem me pareço com uma! – O homem diz, bravo.
- É claro que não parece. Não é você que estou procurando, mais uma vez, peço desculpas por tomar seu tempo. – Ainda parecendo bravo, o homem volta para dentro do elevador. Tento novamente falar com a recepcionista.
- Senhorita, eu estou procurando uma mulher, o nome dela é S/n, estava no quarto 5 não tem nem quatro dias. Você pode checar para mim se ela mudou de quarto? – Peço educadamente. E ela checa o computador.
- Ah sim, ela fez check out à três dias atrás. Eu me lembro agora, eu que fiz todo o processo.
- Ela fez o que?! – Não, como vou encontrá-la agora?! – Por acaso ela disse para onde ia?
- Hm... Acho que ela voltou para o país dela. Por que?
Ela foi embora, sem nem ao menos se importar em entrar em contato comigo, nem mesmo para me devolver meu casaco. Ela realmente não queria falar comigo.
- Por nada, obrigado pela ajuda... – Dou as costas e saio do prédio. Acabou, eu nunca terei meu casaco de volta. Esquece isso Jimin, bola pra frente! Era só um casaco mesmo, só comprar outro!
Mas ao mesmo tempo, ouço uma vozinha dentro de mim dizendo que o problema é outro. Eu nunca terei a chance de conhece-la melhor e isso me deprime. Por que isso me deixa tão triste? Eu mal conversei com ela! Não faz o menor sentido! Para de pensar isso Jimin!
S/n POV
Ah Brasil! Impressionante como nada mudou no tempo que fiquei fora. Ok, eu tenho muuuuita coisa acumulada no trabalho e na faculdade, mas fora isso, tudo está do jeito que era. Ou quase, agora eu estou solteira, e isso é bom. A cada dia que passa eu penso menos no meu antigo amor. Agora é para valer, realmente estou superando. E esse é mais um motivo para celebrar.
É uma nova fase na minha vida! E eu estou muito feliz com isso. Esse mês que se passou desde que voltei me fez perceber o quanto eu senti falta do meu país. Mas é sempre assim, toda vez que eu voltava de um intercâmbio, quando era mais nova, sempre sentia isso.
Sinto falta de Seul, várias vezes, como agora, me pego olhando as fotos que tirei com as meninas. Surpreendentemente, tenho mantido contato com elas, e conversamos com frequência. Eleanor havia voltado para os Estados Unidos e, como eu, já voltou à sua rotina anterior. Sayuri se mudou de vez para a Coréia depois de conseguir emprego em uma empresa de prestígio. Luna está se preparando para voltar para a Itália em duas semanas. Aly começou a trabalhar na empresa que ela havia mencionado anteriormente, e segundo ela os artistas de quem está tirando foto são uns amores. Tudo está dando certo para nós e mesmo distantes e seguindo caminhos diferentes, ainda torcemos muito umas pelas outras.
Quanto ao casaco, não fui capaz de devolvê-lo. Quando cheguei tentei procurar na internet quem poderia ser o dono dele, mas, como já imaginava, não obtive qualquer resultado. O casaco podia pertencer a qualquer um, era impossível achar o dono. Ainda me sinto culpada por isso, mas agora não há nada que eu possa fazer.
De vez em quando, quando me sinto mal, nervosa, ou somente muito cansada, visto o casaco. Mesmo depois de lavar, ele ainda permanece com o mesmo perfume e eu estranhamente me sinto reconfortada por ele. É meio bizarro, mas já desisti de tentar achar uma explicação, e simplesmente aceitei que isso é um fato e não há nada que eu possa fazer quanto a isso.
Por um tempo, tentei recuperar a memória daquele dia, mas novamente não obtive nenhum resultado. Talvez algo tenha acontecido para que eu me sinta tão bem vestindo isso, ou talvez não, e eu só seja estranha mesmo. De qualquer maneira, acredito que nunca saberei a resposta.
Aly me chamou de louca quando contei o que aconteceu para ela. Além de me chamar de burra por não ter deixado o casaco na recepção da guest house. O tal P. J. sabia onde eu estava e poderia ir procura-lo lá. Quando ela me disse isso realmente não pude acreditar em quão idiota eu fui ao levar o casaco ao aeroporto comigo. Mesmo que eu entrasse em contato com ele, o aeroporto fica a quase uma hora de Seul, quais seriam as chances de ele ir até lá para buscar o casaco? Onde eu estava com a cabeça?
Ela também me chamou de irresponsável por ter ficado bêbada no dia anterior à viajem e por perder o avião. Mas quando terminou todo o sermão, ela riu da minha cara. Me fazendo rir também. Melhor rir do que chorar...
Olho o relógio ao lado da minha cama, já passam das onze da noite. Amanhã tenho que acordar cedo para ir trabalhar. Desligo meu computador, coloco meu celular para carregar e me deito, não demoro a pegar no sono e sonho com meu quarto na guest house, ao lado da minha cama está um homem, ele segura minha mão.
Acordo em um pulo. Quem é aquele homem? Isso é um pedaço da minha memória daquela noite? Por que eu acordei agora? Eu nem fui capaz de ver o rosto dele. Irritada, bufo e me forço a voltar a dormir, numa tentativa falha de retornar ao meu sonho.
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