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História Remember Me - Esperar


Escrita por: Helpyou

Notas do Autor


Este é o último capítulo, irei postar qualquer dia desses o final original da fanfic, vai ser algo triste, só pra avisar.

Capítulo 4 - Esperar


Remember Me.

Capítulo Quatro.

Esperar.

Sonho é algo que preenche o vazio interior. Algo que, caso vire realidade, fará toda a dor ir embora.

 

— Você tem noção do que fez? — A voz do senhor Jeon soou irritada por minha sala.

— Sou médico, o que eu fiz não prejudica em nada a saúde dele. — Afirmei calmamente.

— Você não tinha o direito de segurá-lo lá nas condições em que ele está. — Rosnou enquanto batia com força na minha mesa.

— Estamos em um hospital. — Avisei começando a me irritar.

— Claro. — Sorriu ironicamente. — Você sempre deu mais valor a esse lugar do que ao próprio noivo, se não iria perceber a mudança no comportamento de Jungkook. — Soltou me olhando de forma afiada.

Fechei os olhos massageando as têmporas cansado, aquilo era verdade, eu não podia refutar aquela acusação, muito menos não concordar com ela, mas ele não sabia das brigas que tínhamos, e isso também não era uma desculpa, era mais uma forma deu buscar uma escapatória para meus erros.

— Jungkook pediu para ficar. — Contei mordendo os lábios. — Ele estava pintando quando cheguei lá. — O observei retesar o corpo.

— Ele causou toda aquela confusão para brincar? — Se perguntou com uma expressão de repúdio.

— Quem parece que está brincando é você. — Sussurrei e ele me lançou um olhar inquisitivo. — Está tudo bem com ele, Namjoon fez os exames e ele apresentou melhoras na coordenação motora e nos impulsos nervosos. — Contornei tentando evitar uma discussão.

— Você sabe muito bem que meu interesse não é esse. — Comentou friamente enquanto pegava um porta retrato de minha mesa. — Quero que se afaste, deixe meu filho te esquecer de vez, não quero ter essa conversa mais uma vez. — Falou observando Jungkook e eu na foto.

— Não vou me afastar, até porque foi seu filho que se aproximou. — Respondi duramente. — Jungkook já é maior de idade, tem um trabalho, casa e logo terá uma família, tudo isso vai passar. — Afirmei.

— Não brinque comigo, Park. — O senhor Jeon resmungou e se levantou ajeitando o terno. — Se afaste dele, não gosto de você. — Sugeriu mais uma vez.

— Se afastar de quem? — A voz de Jungkook nos assustou.

— Você não deveria estar em observação? — Perguntei me levantando preocupado.

— Senti saudades. — Confessou e me abraçou fortemente. — O quarto está muito frio e vazio, você poderia ficar comigo lá. — Propôs animado.

— É melhor você ir para seu quarto. — Falou ao receber um olhar acusativo do mais velho.

— Pai. — Jungkook chamou suspirando. — Para de tentar controlar a minha vida, já sei muito bem o que o senhor está tentando fazer. — Disse de forma séria enquanto segurava meu braço com força.

— Jeon. — Uma enfermeira surgiu ofegante em minha sala e observou Jungkook com os olhos surpresos. — Você precisa voltar para seu quarto. — Falou seriamente enquanto ajeitava a postura.

— Estou com o Jimin. — Apontou para mim enquanto sorria.

— Eu vou embora. — O senhor Jeon resmungou saindo enquanto batia o pé.

— Pode deixar ele comigo. — Falei sorrindo simpático para a enfermeira que assentiu receosa.

— Ah, como é bom ser o noivo de um médico. — Jungkook cantarolou sentando-se em minha cadeira e esticando as pernas sobre minha mesa.

— Eu tenho prontuários, tire os pés. — Mandei revirando os olhos.

— Ah, desculpe. — Sorriu constrangido enquanto obedecia. — Quero ir para casa. — Pediu com um olhar esperançoso.

— Assim que tiver uma melhora significativa pode voltar para casa e prosseguir com o tratamento lá. — Sorri.

— E quando isso vai acontecer? — Jungkook indagou e eu percebi que ele sabia que poderia demorar um pouco.

— Depende de você. — Respondi e ouvi um suspiro pesado.

— Então onde que iremos colocar minhas ferramentas de trabalho? — Indagou amargurado.

— Não é pra tanto. — Sorri e me sentei na mesa de frente para o mesmo. — Do jeito que está poderá ir para casa rapidamente. — Disse pegando meu pequeno bloco de notas. — No máximo em cem dias. — Comentei observando algo no mesmo.

— Isso é mais que três meses. — Jungkook falou irritado.

— É um curto período se levarmos em consideração sua situação anterior. — Murmurei sentindo a garganta apertar ao me lembrar dos meses anteriores.

Jungkook me observou em silêncio e então se pôs de pé me abraçando apertado, senti seus lábios entrarem em contato com meu pescoço e acabei soltando um leve gemido, fazia tanto tempo que não sentia o toque dele dessa maneira que qualquer contato já ascendia meu corpo. Passei meus braços por sua cintura e apertei o tecido de sua roupa enterrando minha cabeça em seu pescoço e aspirando seu cheiro. 

Ouvi um riso curto do mesmo e o senti me pressionar mais contra a mesa enquanto deslizava suas mãos em meus braços e pernas, dando mordidas em meu pescoço.

— O que está fazendo? — Indaguei arfando quando senti um chupão na área sensível.

— Nada. — Respondeu dando uma risadinha.

— Alguém pode entrar aqui. — Avise recebendo uma risada como resposta.

— Não estamos fazendo nada de errado, Jiminie. — Murmurou e para me provocar gemeu meu apelido.

Arfei ao sentir um aperto mais forte em minha coxa e não pude controlar a vontade que me ocorreu de marcar seu pescoço, sentir sua pele sobre meus lábios novamente era extremamente prazeroso, eu não conseguia descrever a sensação de alívio e bem estar que se acometia sobre mim ao ouvir os gemidos que ele soltava hora ou outra durante aquilo.

Afastei nossos corpos e deslizei minhas mãos por dentro de sua camisa sentindo a pele macia sobre os palmos, estava arrepiada, eu não sentia mais os gominhos que outrora ele havia tido, aqueles seis meses fechados naquele quarto haviam lhe tirado isso, mas não diminuía meu desejo, muito pelo contrário, ele parecia crescer cada vez mais e eu sabia que deveria me controlar, estávamos em um hospital e na minha sala, onde eu atendo pacientes.

— Tem que voltar para o seu quarto. — Avise em um sussurro.

— Só mais um pouco. — Pediu e eu assenti fracamente, não tinha forças para ir contra seus desejos, principalmente quando os meus próprios eram semelhantes aos seus.

Nos beijamos profundamente enquanto sentíamos a pele um do outro, parecia que finalmente, depois de todo esse tempo, meu combo de vida perfeita estava quase completo, eu tinha certeza que logo iríamos para casa juntos, dessa vez isso duraria.

.

.

.

Segurei sua mão cuidadosamente, não querendo mexer muito a intravenosa, acariciei-a levemente procurando sentir o pulsar de seu coração por seu pulso, sorri comigo mesmo ao notar que seu rosto já ganhava uma cor avermelhada típica de alguém saudável.

— Logo ele acordará, a cirurgia foi cansativa, mas deu tudo certo. — Namjoon avisou sorrindo enquanto ajeitava o jaleco. — Jungkook poderá fazer quimioterapia por algum tempo, para termos a certeza que o tumor não cresça mais, daqui três meses realizaremos outra para a retirada de tudo que sobrou, se nada der errado, e creio que dará tudo certo. — Explicou enquanto anotava algo no prontuário.

— Sim, eu acredito que sim. — Sorri concordando.

— Vá para casa descansar, agora não terá nenhum problema. — Aconselhou e assenti.

— Agora posso realmente descansar. — Falei satisfeito. — Quando ele acordar me ligue, não irei vir imediatamente, mas já ficarei feliz por notícias. — Pedi.

— Claro, ele irá repousar por algum tempo aqui no hospital até que esteja mais forte e logo voltará para casa. — Meu amigo me acompanhou até a saída. — Você terá sua vida completa novamente, Chim. — Deu um tapinha em meu ombro.

Assenti e fui em direção a minha sala para organizar o que restava, mesmo que não houvesse trabalho naquele dia, e no anterior, ainda sim deixei tudo organizado. Havia passado três meses após todo o acontecimento do pequeno desaparecimento de Jungkook, sua cirurgia havia sido no dia anterior, iniciada às cinco da tarde e finalizada na madrugada de hoje, realmente foi cansativa, acompanhei todo o processo, não é algo nem um pouco bonito de se ver, muito pelo contrário, ver a pessoa que você ama deitada inconsciente sobre uma maca enquanto tem a cabeça cortada só traz angústia.

Mas Namjoon é um ótimo médico, um dos melhores do ramo de neurologia, Jungkook e, principalmente eu, tivemos sorte em tê-lo lidando com o caso. Independente de todo o dinheiro gasto, eu nunca conseguiria agradecê-lo.

Quando cheguei em casa naquela manhã, perto do meio dia, tive a certeza de que tudo ficaria bem, de que eu seria completo novamente. Passar café nunca me deixou tão satisfeito em toda minha vida, eu celebrava ela, celebrava Jungkook, celebrava à mim, celebrava à nós. 

Minha vida inteira foi programada, desde o início meus pais sabiam em qual escola eu estudaria, quantos idiomas aprenderia, meu horário de comer e a programação dos finais de semana. Quando já podia decidir por mim mesmo o que queria, as aulas de danças eram na academia do centro, ao lado da escola de idiomas, duas quadras para baixo se localizava a lanchonete que eu almoçava depois da escola, que ficava à três quadras virando a direita, e se eu andasse um quarteirão e meio chegava a minha casa. A faculdade sempre se manteve a mesma, desde o fim do ensino fundamental eu já estava decidido.

Eu estudaria na Yonsei, trabalharia nos horários vagos e após os dois primeiros semestres iniciaria meu estágio e por fim a internação. Moraria em um bairro se classe média, a casa teria três quartos, sendo um suíte, um banheiro, sala de jantar, sala, cozinha e lavanderia, um pátio razoável para apenas um cachorro, e pelo menos dois pés de figo.

Tudo programado, exceto pelo fato de Jungkook entrar nela de repente.

Era para ser apenas um almoço normal se o estudante desajeitado não estivesse atrasado para o curso de desenho e não levasse um copo de suco de framboesa em mãos. Talvez eu também não deveria ter saído de casa com o uniforme branco da escola, mas sem dúvida nenhuma ele havia sido passado na tarde anterior especialmente para ser usado naquela manhã.

Independente do que nos levou a esse momento, eu não me arrependia de nada.

Jungkook era a pessoa que deixava a toalha molhada na cama enquanto eu era aquela que a estendia após isso. Ele era a pessoa que esquecia o frango no congelador e eu era aquela que tirava antes que congelasse mais do que já estava. Ele era a pessoa que deixava copos molhados sobre móveis de madeira sabendo que poderia manchar, e eu era aquela que os lavava e guardava, tendo o cuidado para limpar a sujeira. Ele era, basicamente, a pessoa que tinha meu coração, e eu, basicamente,era aquela que tinha o dele.

E eu estava satisfeito com aquilo.

Sempre estaria.

Ele acabou de acordar. — Namjoon disse assim que atendi a ligação.

Olhei a hora e eram quase nove da noite, sorri meio grogue com aquilo e assenti desnorteado, mesmo sabendo que meu amigo não veria.

— Como ele está? — Perguntei me sentando.

Está bem, acabei de terminar alguns exames. — Explicou. — Logo que ele acordou perguntou de você. — Contou e eu pude notar um leve sorriso se formando na face dele.

— Eu estou indo. — Informei não podendo conter o meu próprio.

Eu iria até ele quantas vezes fossem necessárias, e ele esperaria por mim quantas outras fossem.


Notas Finais


Pra quem acompanha Empédocles saiba que irei atrasar a postagem do capítulo cinco, minhas provas se iniciam semana que vem ;-;


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