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História Renascer - 068: Escuridão.


Escrita por: SaturnChild

Notas do Autor


E vamos de mais um capítulo, não é mesmo? <3

Espero que possam gostar e comentar :3


BOA LEITURA!

(Desculpe qualquer erro).

Capítulo 68 - 068: Escuridão.


Fanfic / Fanfiction Renascer - 068: Escuridão.

KIRITO.

Desde o primeiro segundo em que vim ao mundo, eu imaginava como seria minha vida. Eu me lembrava de cada mísera coisa que aconteceu comigo desde as primeiras horas que abri meus olhos. Lembro do calor dos braços da minha mãe, lembro do olhar apaixonado e carinhoso que ela me lançava enquanto acariciava minha cabeça, mas acima disso, lembro do olhar daquele a quem jurei destruir assim que o reconheci, meu pai.

O grande Rikudou Sennin me olhava atento, um olhar vago, sem brilho, quase como se em seu subconsciente ele soubesse de tudo, ele soubesse que eu seria aquele que traria o inferno, e eu queria tanto ter arrancado seu coração naquele exato momento, porém ao imaginar sua reação quando ele descobrisse quem eu era acabou me impedindo de fazer aquilo. E também o fato de estar num corpo ainda extremamente frágil para ao menos me mover direito contribuiu para que eu não o matasse naquele momento.

Em algum momento da minha infância, eu até cogitei a ideia de não matar todo mundo, mesmo que não me importasse completamente com absolutamente ninguém, sempre que sentia o calor da minha progenitora acabava me sentindo bem, entretanto sempre que olhava para o Nidaime Rikudou e notava aquele olhar distante e frio, meu interior se contorcia em ódio.

Ele me odiava, e ele sabia, seu interior gritava o quão monstro eu era. Ele me evitava, se afastava de mim como se para ter certeza que não me feriria. Ele era fraco contra mim, mesmo me odiando, mesmo me desprezando como seu próprio filho, ele se recusava a me matar, se recusava a estar presente no mesmo ambiente que eu, e eu o odiava na mesma intensidade, eu o odiava com todas as moléculas do meu corpo.

O fato dele nunca conseguir me tocar com carinho, sempre relutante, o fato dele sempre querer justificar sua ausência, o fato de seu subconsciente sempre lhe alertar sobre mim, o fato de mesmo ver seus amigos e família estar morrendo a sua frente e ainda assim ele não conseguir me ferir, tudo isso me deixava ainda mais furioso, meu ódio não cabia mais apenas dentro de mim, eu queria destruir cada um que ele amava, queria destruir tudo o que ele lutou para proteger, e eu irei!

— MORRA UZUMAKI NARUTO!!! – Gritei avançando contra ele que já não lutava mais, estava entregue com Mina em seus braços sem vida, ele levantou seus olhos para mim e o brilho em seus olhos, com as lágrimas que ele derramava por ela, por mim, fez com que um urro de ódio saísse da minha garganta, rasgando minhas cordas vocais. Por que ele tinha que ser tão fraco? Por que ele tinha que me olhar daquela forma? Por que ele não lutava? Por que ele não revidava? Por que ele estava sempre desistindo de fazer seu papel como meu assassino? Por que em todas as vezes que esse momento acontece, ele sempre desiste?!

Meu corpo se movia na força do mais puro ódio, mas ainda assim ele se levantou, deixando o corpo de Mina no chão, caminhou para frente e abriu os braços, continuou me encarando com aquele olhar pesaroso, aquele olhar de quem não poderia me ferir, aquele maldito olhar que dizia o quanto me amava, ele morreria em minha mãos, ele não revidaria, ele se deixaria morrer não por Mina, não por Hinata, mas sim por mim, ele morreria por mim, ele...

— Está tudo bem Kirito, eu amo você com a mesma intensidade que você me odeia...eu sempre amarei você.

Mas não será dessa vez que você vencerá, Kirito”. A voz daquela maldita novamente ecoou por todo campo, enquanto eu tentava alcança-lo, eu precisava acabar com tudo daquela vez, sem que ela me impedisse de fazer isso outra vez.

— NÃÃÃÃÃÃO!!!!!!! – Seu corpo desaparece no último segundo que tento lhe acertar, um urro ecoa por todo lado quando meu ódio explode em forma de poder, antes de tudo parar, antes do meu corpo parar, antes de todo o tempo parar. Senti meu corpo pesar conforme os segundos naquele estado parado se passava.

Olhei de soslaio para o campo de batalha. Destruição, morte, caos, eu havia feito aquilo, eu havia feito todos temerem meu poder. Olhei para o corpo de Mina a minha frente, sem vida, sem cor e sorri o máximo que conseguia, aquilo me deixava extasiado, como se eu tivesse usado a droga mais relaxante e viciante existente.

Olhei para a Hyuuga, minha progenitora, ela estava parada de uma forma que demonstrava que corria em minha direção, provavelmente ela queria proteger seu amado marido. Seus olhos carregados de dor, demonstravam a mais pura e sincera dor. Ela me amava, mesmo eu sendo um monstro, ela me amava com toda sua alma, porém também amava completamente seu marido, por isso ela não pode ficar contra ele, por isso ela lutava ao lado dele, mesmo que isso custasse minha vida, mesmo que no fim, ela morresse por minhas mãos, ela lutava ao lado dele para “me trazer de volta”.

Hinata nunca aceitou que eu tivesse nascido assim, minha mãe acreditava que eu só estava adormecido, que seu amado filho estivesse em algum lugar desse corpo e que se lutasse com toda sua força, ela conseguiria me salvar. Patético, era simplesmente patético.

Vi seus olhos brilharem com as lágrimas que ela derramaria se o tempo não tivesse parado, lágrimas pelo filho amado e pelo marido. Trinquei os dentes. Eram todos tão fracos, eram todos seres desprezíveis e nojentos, todos esses sentimentos os tornavam perdedores, e era por isso que eu os destruiriam, não importa quanta vidas eu possa ter, não importa quantas vezes eu terei de renascer até conseguir exterminar todos eles, eu voltarei, voltarei quantas vezes forem necessárias, porque eu sou a escuridão de Uzumaki Naruto, eu sou toda sua imensa e invencível fraqueza, eu e mais ninguém sou seu pior inimigo, SEU ETERNO PESADELO!

— EU VOLTAREI UZUMAKI NARUTO, NÃO IMPORTA QUANTAS VEZES VOCÊ APAGUE ESSE FUTURO, EU VOLTAREI PARA DESTRUIR SUA VIDA PERFEITA!

Meu corpo tremeu com raiva e meus olhos borraram, finas lágrimas correram por meu rosto pingando no chão abaixo de mim, grunhi vendo a ponta dos meus dedos se desfazer em poeira, minha existência estava sendo apagada novamente. Rugi com os dentes cerrados.

Meu interior se contorcia com o ódio por novamente estar sendo impedido de mata-lo, minha garganta ardia com vontade de gritar o quanto eu pudesse, até que aquele mundo fosse engolido pelo meu ódio. Solucei quando olhei para o corpo de Mina, solucei quando visualizei o rosto de Hinata e as lagrimas dela dessa vez desciam por seu rosto. O tempo voltava ao normal, enquanto minha existência era apagada daquela linha temporal, seu corpo começou a se mover cada vez mais rápido vindo em minha direção.

Eu quero destruí-la. Por que ela não entende isso de uma vez por todas?! Por que ela insiste em me amar dessa forma? Por que ela tem que demonstrar esse amor através de todo seu corpo desesperado para me alcançar a tempo? Por que ninguém entende que eu farei tudo de novo?! Por que mesmo sabendo que eu desprezava sua existência ela continuava a correr em minha direção com aquele olhar?! Por que os dois faziam isso?! Por que eles não me odiavam de volta?! Por que eles continuavam fracos e patéticos assim?! Por que eles não revidavam meu ódio?! Por que minha mãe me amava?! Eu era o pesadelo deles, a infelicidade deles, era por minha causa que eles nunca poderiam ter paz, era por minha culpa eles não poderem ficar juntos, então por quê?!

Por que ela insistia em me abraçar? Por que ela insistia em correr até mim e me envolver naquele calor que eram seus braços? Por que ela continua me amando mesmo eu destruindo tudo e todos que ela ama? Me odeie! Me odeie com toda sua força! Tente me matar com todo o seu ódio! ME ODEIE!!

— Eu te amo, Kirito...eu te amo! – Dizia ela me abraçando enquanto meu corpo se apagava junto ao dela. – Eu sempre vou amá-lo, por todo seu ódio, eu irei amá-lo em dobro, em triplo, sempre que seu ódio crescer o meu amor crescerá muito mais, não importa quantas vezes isso acontecer, eu ainda irei amá-lo...até que esse amor seja grande o suficiente para derrotar seu ódio, Kirito...eu vou sempre amá-lo.

Grunhi sentindo toda a frustração que podia caber em meu corpo naquele momento.

— Não quero seu amor! Não quero nada que venha de vocês! Vocês são fracos! Esses sentimentos me causam nojo! Quero destruir vocês! Quero destruir cada um que vocês amam! Quero destruir qualquer resquício de paz e felicidade que possam ter! EU ODEIO VOCÊS! – Gritei com força, seus braços se apertaram ao meu redor.

— Eu amo você. – Disse ela em um sussurro choroso.

— NÃO! NÃO ME AME, ME ODEIE, EU ODEIO VOCÊ, ME ODEIE!! – Gritei ainda mais, impossibilitado de me mover para poder arrancar fora seu coração.

— Eu amo você, eu vou amar você sempre! – Disse ela mais alto, neguei grunhindo de ódio.

— Eu...odeio você...me odeie, merda... – Meu braço que ainda não havia sido apagado se moveu em direção de suas costas e minhas garras arranharam-na, cortando sua pele, me fazendo sentir o sangue correr por entre meus dedos para a palma da minha mão e braço. – Me odeie, me odeie, me odeie...eu matarei seu marido, eu juro que matarei ele e definitivamente destruirei esse mundo com todos vocês, com todos vocês neles! – Falei ouvindo um pequeno gemido de dor, Hinata apertou seus braços em mim.

— Não vou odiá-lo, nunca...você pode voltar quantas vezes quiser, você pode tentar destruir todos nós, mas eu vou amá-lo cem vezes mais... – Hinata se afastou e sorriu terna, enquanto um filete de sangue corria por sua boca. Seu corpo já estava pela metade não podia mais me abraçar, mas ainda assim aqueles olhos conseguiam me aquecer como seus braços. Rugi em frente ao seu rosto, demonstrando todo meu ódio, ela tocou sua testa na minha e deixando uma última lágrima correr por seu rosto, seu corpo desapareceu completamente.

O campo estava vazio, ninguém, além de mim, estava ali, toda a existência daquela linha temporal estava sendo apagada. Olhei para o céu cinza e um pequeno feixe de luz escapou pelas nuvens carregadas e acertou meu rosto. Suspirei fechando meus olhos e deixando novas lágrimas descerem pelo canto deles, enquanto meu corpo se desmanchava em pó aos poucos, aquele calor em minha testa, fez a imagem do último beijo que Hinata havia me dado vir em minha mente, me fez lembrar dos dedos de Sasuke tocando de leve e dizendo “Na próxima vez”. Aquela maldita luz calorosa me fez lembrar do sorriso de Mina enquanto ela tocava minha cabeça com sua mão e bagunçava meus cabelos, aquele feche fraco carregando todas aquelas lembranças perturbadoras me fez lembrar do olhar cheio de amor que Naruto me dirigiu quando desistiu de lutar contra mim.

O ar saiu do meu pulmão e eu abri meus olhos que transbordavam em lágrimas frustradas por não entender, por não conseguir entender aquelas lágrimas, aquelas memórias, aquela dor, aquele amor. A pequena luz cresceu rapidamente enquanto o céu azul expulsava as nuvens cinzas e carregadas com meu ódio, estreitei os olhos quando a luz me incomodou e então tudo que vi foi a última faísca do azul, antes da escuridão tomar conta de tudo. Azul aquele que me fazia lembrar dos olhos dele, do olhar daquele que eu odiava com todo meu ser, aquele que fazia sentindo a toda minha existência de ódio, era graças a existência dele que eu existia, era por culpa dele que eu insistia em voltar para poder odiá-lo, destruí-lo.

Não havia motivo, não havia nada mais, não existia nada além disso, eu existia para odiá-lo, minha existência era isso, eu existia para isso, destruir tudo que era dele, tudo que ele amava, e eu continuaria a existir para isso, apenas para isso.

Encolhi meu corpo naquela escuridão sem fim, enquanto meu corpo voltava a se tornar escuridão, enquanto todo meu ser se misturava com a escuridão, com o vazio, com a ausência de luz, até o dia em que eu renasceria mais uma vez para cumprir com minha existência. Apertei meus dedos em meus braços com força.

— Kaa-san...Tou-chan...


Notas Finais


Abraço Da Uzuu Neko-chan :3


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