Faziam três dias que ele havia sido levado ao hospital, e desde então ele só recebia os cuidados necessários para não acabar morrendo… e isso vinha apenas de algumas pessoas, a maioria delas prostitutas que viviam na zona vermelha e segundo o que ela descobriu tinham muito carinho por ele.
O garoto conhecido como Naruto era bastante gentil e muito prestativo, a enfermeira se perguntava que tipo de monstro iria querer o mal de uma criança, mas ela já havia vivido o suficiente para saber do que os humanos eram capazes e de toda a maldade que faziam por interesses fúteis. Nada mais a surpreendia naquele mundo.
Como os demais médicos e enfermeiros se recusaram a cuidar do garoto, ela estava sendo praticamente responsável por tudo, sorte que o veneno estava sendo bastante eficiente em cuidar dos ferimentos da criança.
Movida pela curiosidade, Kayena foi procurar saber o motivo que o pequeno loiro ser tão odiado, e suas buscas não poderiam ter sido mais satisfatórias… se tudo aquilo fosse verdade, sem dúvidas ela havia tirado a sorte grande ao dar a ele uma chance de sobreviver.
— Um Jinchuuriki, quem diria… — disse a enfermeira para si mesma sorrindo.
Sua raça por si só era bastante poderosa, mais rápidos e fortes do que qualquer humano e poucas raças sobrenaturais conseguem fazer frente a eles, sem contar que ao longo dos séculos eles se adaptaram e ficaram muito mais fortes. Muitas de suas fraquezas desapareceram e eles passaram a usar o chakra e seus benefícios, os tornando ainda mais letais.
Apenas a luz do sol os impedia de viver completamente entre os humanos, mas isso podia ser burlado de várias formas.
Lógico que aqueles que nasceram vampiros, recém criados ou os mais velhos não podiam contar com isso… mas ela podia usufruir de tais recursos… isso permitia que ela mantivesse seu disfarce.
Para que um humano pudesse ser um Jinchuuriki, eles tinham que ter uma resistência fora do normal, e também deveriam ter uma reserva de chakra gigante. Quando dominavam suas Bijuus se tornavam extremamente poderosos, mas isso não era tudo.
Suas investigações mostraram que o garoto era um Uzumaki, um clã poderoso com fortes ligações com o sobrenatural, seus membros eram dotados de grande vitalidade, tinham uma resistência absurda e grandes reservas de chakra.
Aquele garoto tinha tudo para se tornar um dos mais poderosos de sua raça, sem dúvidas seria interessante ver até onde ele poderá chegar dentro de alguns séculos.
— Ainda estou tentando encontrar a lógica que você usou para transformar ele. — perguntou o homem tentando entender a situação.
— Eu já te expliquei tudo, no início queria apenas dar uma chance dele sobreviver… mas depois de tudo que eu descobri... — respondeu Kayena sorrindo.
Assim como sua irmã, Kyron também possuía a pele negra, chegava a ser mais alto que Gunnar e tinha um corpo mais musculoso… Kayena o transformou na primeira oportunidade que teve, sabia que seu irmão aceitaria a imortalidade de bom grado.
— Se tudo o que me contou for verdade, esse garoto vai se tornar um dos mais poderosos entre toda nossa raça, podendo até mesmo rivalizar com um puro sangue.. — comentou o homem cruzando os braços.
— Confesso que também acredito que isso vá acontecer, mas isso não é importante agora. — disse Kayena sorrindo.
Se tudo aquilo desse verdade, Kyron sabia que tal boato iria se espalhar rapidamente entre os demais de sua raça. Para a segurança de todos, as habilidades do garoto e seu potencial deveriam ser guardados em segredo, pelo menos até que eles sejam capazes de rivalizar com os mais poderosos de sua raça.
Mesmo respeitando suas leis, Kyron sabia que entre sua raça haveriam aqueles que iriam querer se aproveitar das possíveis habilidades que o garoto poderia ter ao longo dos séculos… entre as características que eles herdaram dos humanos, a ambição era a pior delas
— Sabe que quando os outros souberem de sua existência irão querer ver ele, esse tipo de movimentação não vai passar despercebido aos olhos de nossos inimigos, não apenas aos nossos… mas aos de nossa raça. — advertiu Kyron.
— Freya e Gunnar já estão providenciando tudo, e caso Selina e Kakumei aceitem nosso convite, teremos poder suficiente para fazer frente a todos. — respondeu Kayena.
— Nem todos, "eles" não são os mais poderosos de nossa espécie a mais de vinte milênios a toa… — rebateu o homem suspirando.
Ela sabia que aquilo era verdade, Kayena já foi de perto quão terrível "eles" eram, sentiu na pele o poder poder deles e viu porque mesmo depois de incontáveis séculos quando muitos clãs poderosos surgiram e desapareceram, eles ainda estavam ali… por mais poderosos que eles pudessem ficar, ela sabia que não iria ficar a altura deles.
— Está na hora, se eu estiver correta ele vai acordar hoje, preciso garantir que ele não mate todos ao seu redor. — disse Kayena.
— Neste caso irei com você… assim podemos garantir a segurança dele, da forma que ele é odiado, não duvido que há outros que tentem terminar o serviço. — disse Kyron ficando de pé.
— Ótimo, espero que as coisas fiquem bem… não há garantias de que aqueles dois irão conseguir o que foram buscar. — disse a mulher suspirando.
— Isso não será um problema para eles, duvido muito que haja alguém que possa contra eles. — disse o homem sorrindo.
Kyron apenas ficou de pé foi até a mesa onde havia uma taça grande feita de ouro, apesar de ter sido um grande guerreiro quando era humano, ele cresceu sob os cuidados de sua avó que era uma grande xamã nas terras onde ele e sua irmã viviam. Ela lhe ensinou tudo aquilo que ele sabia sobre as ervas sagradas e seu poder.
As ervas que ele e sua irmã usavam suprimiram seu lado sombrio de tal forma que eles poderiam perfeitamente se passar por humanos, assim poderiam viver entre os mortais e se esconderem daqueles que poderiam ser uma ameaça. Assim poderiam viver e se mudar sem problemas.
— O gosto está ficando cada vez pior. — reclamou Kayena.
— Tive que deixar a mistura mais forte, isso está ficando perigoso. — advertiu Kyron.
Os dois apenas saíram do apartamento onde a enfermeira morava, se tudo desse certo seu tempo naquele apartamento e no hospital iria chegar ao fim, e eles finalmente poderiam viver como bem entenderem.
Ao entrar no hospital os seguiram em direção ao quarto onde o loiro estava, o quarto ficava no primeiro andar em uma parte mais afastada dos demais, isso garantia que pouquíssimas pessoas iam até ele, o mantendo em segurança.
Ao chegar no quarto, viu que haviam quatro pessoas lá… isso não era bom, um recém criado já era difícil de controlar, e estavam falando de uma criança que não teria nenhum controle sobre seus instintos e não teria noção do que estava acontecendo.
— Você finalmente chegou. — disse uma mulher de cabelos roxos sorrindo.
— Meu turno começa em meia hora… o que desejam? — perguntou Kayena de forma amigável.
— Viemos ver como ele está, e soubemos que você é a única que está cuidando dele. — disse um jovem mascarado. — Obrigado, era nossa função garantir que esse tipo de coisa não fosse acontecer… mas estávamos em missão.
— Fiz apenas meu trabalho. — respondeu a enfermeira sem jeito.
Enquanto sua irmã conversava com os visitantes, Kyron estava atento a todos os detalhes, as janelas estavam completamente abertas e a luz do sol estava iluminando todo o quarto… aquilo não poderia ser possível, levando em conta o tempo desde a mordida ele já deveria ter se transformado, mas ali estava ele recebendo toda a luz do sol.
— E você seria? — perguntou uma jovem de cabelos pretos.
— Sou irmão dela, Kayena me pediu para cuidar dele enquanto ela estiver trabalhando. — se apresentou o homem.
— Ainda temos que entregar o relatório da missão… mais uma vez obrigado por tudo, assim que possível voltaremos. — disse a jovem sorrindo.
O grupo de ninjas saiu do quarto deixando os dois sozinhos, Kayena imediatamente foi ver a ficha que estava ao lado da cama.
— Não se deram ao luxo nem de ver ele, mas isso é bom. Também pensei que ele já teria se transformado… porem acho que é melhor assim, seria desastroso se isso acontecesse. — comentou a enfermeira suspirando.
Kyron não respondeu, apenas começou a examinar o loiro… a musculatura, a estrutura óssea, tudo não deixava dúvidas do que aconteceu. Mas nada daquilo estava fazendo sentido… a menos que...
— A transformação está completa… — o homem falou chamando a atenção de sua irmã. — Pra ser sincero, nesses séculos eu nunca vi um recém criado assim, sua estrutura física chega ser melhor que a nossa, chegando a parecer a de um puro sangue.
— Mas como? — perguntou Kayena olhando para janela. — Ele deveria estar morto, isso não faz sentido... A menos que…
— Isso mesmo, confesso que nunca vi um… sempre acreditei que fosse apenas uma lenda. — disse Kyron sorrindo. — Estamos diante de um diurno.
Vistos como uma lenda até mesmo entre os seres sobrenaturais, os diurnos eram aqueles que de alguma forma eram completamente imunes à luz do sol… seres de grande poder que eram temidos até mesmo entre os antigos.
— Bem que aquela raposa velha me disse que vocês iriam reagir ao saberem disso. — comentou o loiro se sentando. — Mas isso não explica como andam durante o dia.
— Temos nossos truques, pelo o que posso ver você e seu Bijuu tem uma boa relação… — respondeu Kayena. — Isso é ótimo, deixa tudo mais fácil… seria saco ter que tentar te controlar ou de explicar tudo.
— Não importa, eu estou vivo… para mim isso é o suficiente. — disse Naruto tirando as faixas de seus olhos.
Antes azuis como duas belas safiras, agora os olhos de Naruto estavam acinzentados e sem vida. Nem mesmo o veneno havia feito os olhos do loiro se recuperarem, mas isso não importava agora.
— Bom, eu já esperava por isso. — disse Naruto suspirando.
— Pensei que o veneno iria ajudar… mas já deve ter percebido que isso sera irrelevante para você daqui pra frente. — disse Kyron sorrindo.
Bem, aquilo era verdade… Naruto não estava totalmente cego, enxergava apenas um borrão preto e branco e isso a apenas uns dois metros vá sua frente… mas em meio a isso ele conseguia visualizar várias vibrações vermelhas ao seu redor.
— Posso ver… o coração das pessoas batendo. — comentou Naruto confuso.
— Somos os predadores perfeitos, todos os nossos instintos nos auxiliam a matar nossas presas. — explicou Kyron. — Sua cegueira não irá lhe enfraquecer… o tornará mais forte, sua visão lhe limitava a apenas o que você podia ver, agora tudo ao seu redor se tornou sua presa.
O loiro apenas sorriu, parece que sua vida não tinha acabado… as coisas iriam ficar bastante interessantes dali pra frente… ele teria todo o poder que precisará dali pra frente.
— Dentro de dois dias começaremos seu treinamento, agora espere enquanto vou pegar alguma coisa para você comer. — disse Kayena.
— Não sabia que Konoha era tão descuidada com seus suprimentos médicos. — comentou o loiro.
— Seja grato a isso, por enquanto é daqui que toda da comida virá. — disse Kyron, sério.
[...]
Freya apenas suspirou, esperava ser recebida o quanto antes por seu anfitrião, mas até agora nada… mas não importa, uma hora ou outra ele terá que aparecer. Toda essa demora estava apenas atrapalhando sua missão.
Cercada de dezenas de corpos, ela apenas bebeu mais um pouco do sangue que tinha pego dos pobres coitados que haviam a atacado, até agora tudo aquilo estava sendo uma grande perda de tempo… mas ao menos comeu algo melhor que o sangue gelado do hospital.
— Ao menos comi bem hoje. — disse a albina entediada.
O portão principal se abriu saindo um homem de idade com metade do seu corpo enfaixado, ele estava acompanhado de vários mascarados que rapidamente se colocaram em posição de combate.
— Finalmente, já estou cheia de cuidar dos seus bichinhos. — disse Freya sorrindo.
— O que você quer? — perguntou o homem de forma fria.
— O que eu quero está em sua cela especial no subsolo… e estou disposta a pagar por isso, todos nós podemos sair ganhando caso aceite negociar comigo e com meus companheiros. — disse Freya sorrindo.
O homem apenas deu o sinal para que todos os seus subordinados saíssem… por mais incerto que ele estivesse, queria ouvir o que aquela mulher a sua frente tinha a dizer.
— Boa escolha. — disse Freya sorrindo.
— Apenas me siga… — disse o homem voltando por onde veio.
Eles seguiram até o subsolo, Freya estava bastante animada… no fim havia conseguido o que foi buscar ali, se seu irmão também conseguisse fazer sua parte bastaria aguardar para saber se Selina e Kakumei iriam aceitar o convite.
Se elas aceitassem, contariam com um poder grande o suficiente para dar início aos planos que tinham para o garoto que Kayena salvou da morte… depois de incontáveis séculos apenas observando o rumo que sua raça tomava, ela finalmente iria fazer parte da história.
— Me pergunto o que você pode querer com essa coisa. — comentou o homem quebrando o silêncio.
— Ela pode ser bastante útil futuramente, sem contar que precisaremos de muita coisa… e pagaemos muito bem por elas. — explicou a albina.
— Dinheiro não é um problema para mim, mas sei que seu acordo não envolve nada financeiro. — sugeriu o homem. — E levando em consideração seu poder, você poderia muito bem entrar aqui e levá-la sem nenhum problema.
— Minha mãe criou uma dama, não uma ladra… vim até aqui de forma pacífica, seus guerreiros me atacaram. — rebateu Freya. — E para que iremos roubar se podemos negociar, assim os dois saem ganhando.
— Conheci alguns de sua e eles não negociavam com humanos. — disse o homem sorrindo.
— Apenas retrógrados que enxergam os humanos como gado, eu prefiro os ver como uma fonte de ganhos. Sei que vocês tem mais a oferecer do que aquilo que corre em suas veias. — disse Freya suspirando.
— E o que me dará em troca do que veio buscar aqui? — perguntou o homem, estava bastante curioso.
— A única coisa que realmente interessa para vocês humanos… poder, muito poder. — respondeu Freya. — Imagine alguns recém criados sob seu comando, se já teve contato conosco sabe do que somos capazes… mas é claro, enquanto respeitar nosso acordo sempre terá nosso apoio.
— "Nosso apoio"? — questionou o homem.
— Não estou sozinha e você não é o único que temos interesse, mas será o único que terá retornos imediatos… estou neste mundo desde muito antes dos ninjas andarem sob a terra, sou velha Danzou… muito velha, mais velha do que pode imaginar. — explicou a albina. — Sei bem de suas intenções e enquanto estiver do meu lado posso garantir que consiga tudo o que deseja… Quer poder? Lhe entregaremos os ninjas mais mortais que já existiram. Quer governar Konoha? Lhe transformaremos no senhor da guerra de todo oriente… tudo o que queremos é seu apoio para o que vamos fazer.
O conselheiro ouvia tudo atentamente, as maiores e mais poderosas civilizações que já existiram contavam com o apoio deles por debaixo dos panos, e quando as mesmas tentaram virar as costas elas simplesmente desmoronaram. Se ele aceitasse esse acordo, levaria Konoha a um novo patamar… e se ele pensasse em dar as costas a eles, seria descartado ou Konoha conheceria sua ruína.
Não demorou muito para chegarem a uma cela no subsolo, a porta estava sendo guardada por vinte mascarados… aquele lugar era antigo, Freya lembrava dele quando se infiltrou em Konoha como assistente pessoal do shodaime Hokage, ver que agora ele estava sendo usado como uma prisão secreta era curioso. Com certeza o conselheiro passou um bom tempo o modificando para atender a tal propósito.
Ao entrar na cela, havia uma garota acorrentada e presa com vários selos em seu corpo, ela tinha aproximadamente sete anos de idade e tinha a pele e cabelos tão brancos quanto o da própria Freya.
— Tanto para comer uma criança? — perguntou a albina sem entender.
— Ela sozinha matou mais de cinquenta dos meus melhores homens, não a subestime. — rebateu Danzou.
— As vezes me esqueço de como vocês humanos são patéticos…. — debochou a albina. — Liberem os selos de contenção e deixe o resto comigo.
— Liberem o selo. — ordenou o conselheiro.
Mesmo receosos, os mascarados fazerem o que foi ordenado, sabiam que não tinham escolha a não ser acreditar nas palavras daquela desconhecida.
No momento em que os selos de contenção foram retirados, a garota não teve nenhuma dificuldade em quebrar as correntes e avançar contra Freya. Mas a mesma não mostrou nenhuma dificuldade, agarrou o rosto da pequena albina e a bateu contra a parede quebrando a mesma.
— Não me confunda com esses pobres coitados criança, meu poder vai além de tudo o que conhece. — disse Freya sorrindo. — Yuki no Midori, herdeira dos lobos de gelo… uma alfa de puro sangue, não há muitos como você… sua irmã não pensou duas vezes em se livrar de você para roubar seu posto, mas ela era fraca, tão fraca que que levou o glorioso clã dos lobos do Norte ao seu fim.
A pequena albina apenas encarou a mulher à sua frente, tudo aquilo que ela falou era verdade. Ela era a última de seu clã, por isso ela tinha que sair dali e criar uma nova alcatéia… ela não podia deixar seu clã desaparecer, não daquela forma.
— Venha comigo e irei garantir que tenha todo o poder que precisa, irei lhe treinar e lhe tornar a mais poderosa de sua espécie. — disse Freya erguendo a mão até a pequena albina.
Mesmo receosa, Midori aceitou a ajuda de Freya, ela sabia que os vampiros só ajudavam quando tinham algo a ganhar em troca. Mas isso era irrelevante, daria qualquer coisa para garantir que alcançasse seus objetivos.
[...]
Enquanto isso longe de Konoha, um grande grupo corria pelas montanhas ao leste do país do fogo, uma criança havia desaparecido, mas não era qualquer criança era o filho dos líderes da aldeia que ficava situada ali.
A babá que estava responsável pela criança teve seu pescoço quebrado, seja quem fosse que fez isso, queria que eles fossem atrás dele, pois deixou seus rastros bem visíveis para que pudessem ir até ele.
— Eu não estou gostando disso. — comentou uma mulher de cabelos verdes aflita.
— Seja quem for, quer que a gente chegue até ele. — disse um homem ruivo visivelmente preocupado. — Ele entrou em nossa vila sem ser visto, se não quisesse ser encontrado ele não teria muita dificuldade em fazer isso.
— E se for algum caçador querendo alguma coisa? — questionou uma mulher ruiva.
— Nós caçadores sabemos como atrair e matar criaturas sobrenaturais, mas nem de longe chegamos ao nível de se infiltrar entre youkais. — rebateu a mulher de cabelos verdes. — Nunca vi ninguém fazer o que esse indivíduo fez… não estamos diante de qualquer um.
A ruiva estava atenta a tudo, estava com um mal pressentimento… só havia sentido aquilo uma vez, e ela se lembrava até hoje de quando isso aconteceu.
— Por aqui, ele foi por aqui… — gritou um dos homens.
Toda aquela busca havia levado até ali, uma enorme caverna na parte mais escura da floresta… aquilo não era bom, seja quem fosse, queria que estivessem ali.
— Ele está lá dentro, consigo sentir o cheiro dele. — disse o ruivo. — mas estou sentindo o cheiro de outra kitsune, uma kitsune negra.
Kitsunes negras e vermelhas eram inimigos mortais, se elas estivessem envolvidas isso seria um grande problema. Sequestrar o filho do líder era praticamente uma declaração de guerra.
Ao entrarem na caverna viram o garoto dormindo tranquilamente no colo de um homem usando a pele de uma kitsune negra, aquilo estava estanho.
— Finalmente me encontraram… — disse o homem chamando a atenção de todos.
— Larga o meu filho. — disse a mulher de cabelos verdes sacando sua espada.
— É melhor tomar cuidado, não vejo nenhum problema em esmagar a cabeça desse mestiço… — disse o homem tirando a pele mostrando seus cabelos brancos e seus olhos vermelhos como sangue.
— Gunnar… — disse a mulher ruiva completamente estática.
— A quanto tempo Udoka, vejo que conseguiu assumir o lugar de seu pai. — disse o albino sorrindo.
A kitsune estava completamente travada, de todas as criaturas que poderiam estar ali, ele era a que ela menos queria ver… ela o conhecia, sabia da extensão de seu poder. As coisas iriam ficar bastante complicadas.
— Um vampiro. — disse o ruivo com ódio. — O que você quer? Não devemos nada a vocês.
— Okada, se acalme. — ordenou Udoka.
— Obedeça sua mãe garoto, não vai querer ter o mesmo fim de seu avô não é? — perguntou Gunnar.
Nessa hora todo o grupo recuou alguns passos, o antigo líder das kitsunes vermelhas era considerado o youkai mais poderoso que já andou sobre a terra. Se aquele vampiro foi o responsável por sua morte sem dúvidas eles estavam diante de um problema sério.
— Vim apenas fazer uma proposta, minha oferta é a eliminação das kitsunes negras e a limpeza completa do nome do lendário clã Gin. — disse Gunnar sorrindo.
— E o que quer em troca? — perguntou Udoka.
— Que se juntem a mim em um projeto que promete abalar as estruturas do sobrenatural, terão um lugar cativo na cadeira de conselheiros, tudo estará garantido desde que Selina e Kakumei aceitem o acordo. — explicou o homem.
— E se recusarmos? — perguntou a mulher de cabelos verdes.
— Farei a mesma proposta as kitsunes negras e aos responsáveis por manchar o nome de sua família, oferecendo exatamente o que ofereci aqui. — respondeu Gunnar.
Aquilo os colocava contra a parede, só havia vantagens em aceitar tal acordo, sabiam perfeitamente que não tinham chances contra aquele vampiro e não queriam ter problemas com as kitsunes negras.
Já Udoka ouvia tudo atentamente, se aquilo fosse verdade sem dúvidas estariam diante de alguma coisa bem grande. Freya e Gunnar já eram poderosos demais sozinhos, se Selina e Kakumei se juntassem a eles teriam um poder inigualável.
— Podemos pensar a respeito? — perguntou a ruiva.
— Assim que retornar a Konoha enviarei uma mensagem ao conselho de Kuran os avisando da criação de um novo clã vampiro… eles irão enviar um representante para saber de quantos membros estamos falando, isso levará cerca de três meses… — disse o albino pensativo. — Caso aceitem, devem se dirigir ao meu castelo que fica na montanha atrás do monte Hokage em no máximo dois meses, se até lá não darem as caras farei a proposta aos próximos da lista. Estejam avisados…
Gunnar simplesmente desapareceu assustando a todos… aquela proposta era difícil, eles tinham que escolher entre vender a alma para o diabo ou ganhar uma passagem só de ida no inferno.
— Salto em sombra, apenas alguns ao longo da história aprenderam isso. — comentou a mulher de cabelos verdes. — Ele não é qualquer um.
— O que faremos? — perguntou o ruivo.
— Vamos consultar o conselho, temos dois meses para aceitar ou se preparar para a luta. — disse Udoka séria.
[...]
Enquanto isso, em um hotel de estrada, duas mulheres estavam trancadas em um quarto escuro. Elas estavam analisando a carta que haviam recebido de um velho amigo...
— O que acha? — perguntou uma mulher de cabelos pretos.
— Bem, a vida como nômade já estava começando a ficar tediosa. — disse uma mulher loira. — Vamos esperar anoitecer para caçar, será uma longa viagem até Konoha.
Kakumei apenas suspirou, sabia que Gunnar e Freya nunca iriam fazer aquilo sem mais nem menos. Mas parece que só saberiam do que se trata quando chegassem em Konoha.
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