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História Renúncia - Capítulo Único


Escrita por: eveelima

Notas do Autor


Olá a todos, sejam muito bem-vindos!

Então, como alguns sabem (ou não), eu concluí a minha longfic Unintended há algum tempo e com isso abri disponibilidade pra continuar escrevendo outras histórias SesshxRin que são a minha paixão!
Finalmente saiu o primeiro dos meus projetos, essa singela one-shot.

Nota 1: Para deixar claro, caso haja confusão durante a leitura, os fatos narrados aqui acontecem cronologicamente depois de Inuyasha Kanketsu-hen, quando a Rin já e adulta e voltou a viajar com o Sesshomaru.
Nota 2: Texto em itálico indica pensamentos/lembranças.

Espero que gostem :)

Capítulo 1 - Capítulo Único


Na escuridão da caverna, apenas os passos lentos de botas pisando sobre rasas poças de água turva podiam ser ouvidos, enquanto o daiyoukai avançava em seu percurso, a perfeição de seus longos cabelos lisos de forma alguma sendo afetada pela incômoda umidade do lugar.

Sesshomaru tinha os olhos dourados afiados, focados no caminho a frente, sua expressão determinada e impassível. Em sua mente, somente uma imagem parecia ressonar, e esta era sempre banhada de cabelos negros como a noite e adoráveis olhos castanhos.

A lembrança daquela humana funcionava como um combustível que impulsionava o youkai a prosseguir, que afastava suas dúvidas e seu cansaço após uma jornada tão extensa em busca de um objetivo que ele não sabia ser possível alcançar com certeza.

Por aqueles olhos castanhos, ele faria isso e muito mais. Para retificar os erros do passado, para apagar cada uma das lágrimas já derramadas por eles até então, não havia limites para o que ele estava disposto a fazer.

Por Rin, ele faria qualquer coisa.

 

Sesshomaru fechou os olhos, seus cílios longos varrendo a superfície macia da pele de marfim enquanto ele a acariciava a lateral do rosto com a sua própria, seu nariz a tocando desde o queixo até a têmpora, seguido de perto pelos lábios entreabertos.

A humana liberou um longo suspiro, suas delicadas mãos pousando levemente nos músculos firmes dos braços que a prendiam no lugar, apertados firmemente ao redor de sua cintura. O youkai aspirou seu cheiro, com uma satisfação que jamais imaginou que fosse possível sentir apenas por finalmente se permitir fazê-lo de tão perto.

--

Já estavam naquela situação por meses. Meses de longos olhares e não tão sutis provocações. Era impossível esconder o desejo que brotava entre os dois toda vez que estavam perto um do outro, toda vez que seus olhares se cruzavam por acaso. Ele tentara por muito tempo ignorar o calor no peito toda vez que ouvia a risada dela e tentara mil vezes mais esconder a atração com qualquer mísera mostra de pele alva e convidativa, como quando ela erguia o quimono para entrar no rio e pescar, ou quando ela prendia o cabelo para espantar o calor e lhe dava uma visão perfeita do pescoço delicado.

Ele não conseguia suportar estar perto dela e muito menos manter distância. E Rin não parecia pretender lhe facilitar as coisas nem um pouco, quando sorrateiramente se permitia adentrar o território proibido que eram os contatos físicos.

Começou de forma contida, quando ela gentilmente lhe pegara pela mão, a fim de lhe mostrar a coroa de flores que havia feito para Ah-Un. E foi apenas no outro dia, quando ela havia insistido em colher as maçãs frescas do topo de uma macieira, cuja sombra o youkai usava para descansar, sentado contra o tronco.

Rin escalara a árvore habilidosamente, com a prática de anos tendo que procurar a própria comida, e se esticara pelos galhos para colher o mais vermelho e suculento exemplar da fruta.

Sesshomaru ouviu a madeira estalar e olhou para cima brevemente, vendo-a se arrastar como uma serpente, o braço se estendendo ao máximo para pegar a maçã na ponta.

- Rin, esse galho não vai suportar seu peso. - Ele avisou.

- Está quase... - Ela respondeu com esforço, insistindo na captura impossível.

E, dito e feito, com um som agudo o galho se rompeu e a humana caiu com um grito assustado, embora a maçã ridiculamente vermelha estivesse firme em sua mão.

Em um segundo ele estava tranquilamente descansando na sombra da árvore, avisando-a sobre os riscos e, no outro, ele estava de pé e habilidosamente aparando a humana em seus braços quando o galho em que ela estava sofreu o destino previsto.

Rin era tão despreocupada, escalando árvores com a barra de seu quimono amarrada na cintura, deixando suas pernas nuas à mostra para todos verem - na verdade, era apenas ele as vendo. Sesshomaru gostava desse arranjo, de não haver tais limitações entre os dois, tanto que ele mesmo não se importava em se despir do próprio haori quando necessário, na presença dela. Ele sabia que ela ficava olhando mais do que o senso comum de decência permitiria, o que era ainda melhor, pois, assim, ele podia muito bem fazer o mesmo, como fazia agora enquanto sua mão segurava as pernas dela para apoiá-la propriamente.

Tinha parecido um jogo razoável, pelo menos até ali. Olhar, mas nunca tocar. Aquilo parecia seguro o suficiente para o inu-youkai. Infelizmente, até mesmo o mais seguro dos métodos tinha seus riscos, o que ele percebeu muito bem agora, quando seus dedos pressionavam a superfície macia das coxas pálidas de Rin. O rosto dela estava demasiadamente perto do seu, tão perto que ele podia quase sentir o gosto da respiração dela, mas não o suficiente para impedi-lo de imaginar como seria realmente conhecer os verdadeiros sabores daquela fêmea.

O corpo dela era quente contra o seu, ainda mais com o sangue que lhe subia para o rosto e tingia-o de uma cor que rivalizava diretamente com a fruta em suas mãos. Relutante, o daiyoukai percebeu que não tinha o menor desejo de soltá-la, por mais que agora estivesse fora de perigo. Inconscientemente, ele a aproximou ainda mais e seus rostos quase se tocavam quando ela fechou os olhos lentamente.

Antes que pudessem avançar os limites, o inu a colocou de pé no chão finalmente. Ela quase caiu com o movimento, segurando-se no ombro dele no último instante. Sesshomaru quase rosnou em frustração ao senti-la ainda tão perto apesar de seus esforços para romper contato. Poderia ser possível que aquele estranho anseio pudesse ser tão grande? Que pudesse crescer ainda mais?

Alheia, Rin tratou de tomar uma generosa mordida de sua maçã, mais para se distrair do constrangimento do que para apreciar o prêmio que quase lhe custara um belo tombo. Sesshomaru assistiu ao espetáculo com uma fixação que poderia ser um sinal claro de hipnose, os olhos focados nos movimentos dos lábios rosados, do suco que escapava pela beirada e da ponta da língua se mostrou para recolher a gota de néctar sorrateira antes que escorresse pelo queixo. Algo dentro do youkai pareceu se romper.

As mãos se apertaram ao redor da cintura esguia, a puxando de volta para si. A maçã caiu ao chão, esquecida, enquanto toda a atenção da humana era focada nos olhos dourados que a encaravam como uma fera. Sem pensar duas vezes - sem pensar nem uma única vez, na verdade, - o youkai a beijou, os dois liberando o fôlego ao mesmo tempo como se estivessem respirando pela primeiríssima vez desde que vieram ao mundo.

 

Sesshomaru seguiu em frente, a mente enublada com as constantes memórias dela, o que apenas fortalecia sua resolução e, ao mesmo tempo, o fazia querer dar meia volta e deixar aquela ideia para trás. Voltar até Rin e cobri-la de beijos e carícias, sussurrar seu nome em seu ouvido apenas para vê-la se arrepiar em seus braços.

Ele balançou a cabeça, sabendo que precisava manter o foco e não podia deixar os pensamentos egoístas entrarem em seu caminho agora. Estava fazendo aquilo por ela. Precisava fazer aquilo por ela, por mais que fosse significar o fim de tudo o que ele mais prezava.

Após avançar por uma última rocha, ele ergueu o olhar para encarar a súbita névoa que se erguia o cercava. Sua visão se tornou turva, os ouvidos foram tomados por um chiado agudo. Em sua mente, no entanto, ainda havia apenas ela.

 

Seus longos dedos traçavam linhas ao longo dos braços despidos da humana, deixando pelos erguidos por todo o percurso. Rin suspirou contra seu pescoço, o hálito quente o atiçando a apertá-la mais forte contra si. Ambos estavam semi-despidos, apenas as partes de cima dos quimonos abertas para permitir algum tipo de contato, embora ainda estivesse longe de ser o suficiente.

Mas Sesshomaru conhecia as limitações que vinham com a inocência feminina e, portanto, cuidou para manter seu controle em equilíbrio, seus toques delicados gentilmente seduzindo a parceira até a entrega absoluta. A respiração de Rin era pesada e errática, os olhos fechados com força e o coração acelerado que parecia tamborilar em seus ouvidos.

- Fique calma. - Ele aconselhou em voz baixa, beijando sua mandíbula com delicadeza e sensualidade.

Rin apenas balançou a cabeça em negativa, o rosto abaixado. Repentinamente, o aroma delicioso do desejo foi tomado pelo cheiro ocre de lágrimas que preenchiam o ar.

 

A névoa se concentrava aos poucos, deixando de cerca-lo e sufoca-lo, reunindo-se no centro da caverna e tomando um tom brilhante esverdeado. O som estridente cessou e, no lugar dele, uma voz clara e profunda soava, ecoando nas paredes rochosas.

- O que um inu-youkai faz no templo oculto do deus do acaso?

Sesshomaru encarou a névoa disforme, ponderando pela milésima vez dar meia-volta e retornar para o lado de sua humana. Mas parecia que ainda podia sentir o cheiro das lágrimas dela mesmo ali, tão longe, que ainda podia ouvir cada relato de violência do passado, do sofrimento, cada grito de pavor quando acordava após seus constantes pesadelos dos quais ela nunca queria falar e ele nunca quis perguntar. Até aquele dia em que ela lhe contara tudo. Um dia que às vezes preferia esquecer.

 

- Por que chora? - Ele perguntou, intrigado, colhendo uma das lágrimas sorrateiras com o polegar. Ela se escondia em seu peito nu, recusando-se a olhá-lo. - Rin.

A humana soluçou em um som abafado, como se estivesse lutando para ocultá-lo, sem sucesso. Suas mãos apertavam em punhos cerrados porções das roupas do youkai, puxando-o para si, prendendo-o ali.

- Por acaso pretende me rejeitar? - Ele perguntou diretamente, a fim de esclarecer logo aquela questão se fosse o caso. Não perderia seu tempo com rodeios quando claramente o objeto de seu desejo procurava evitá-lo intimamente. Não havia mágoa em seu tom de voz, apenas a seriedade da pergunta. Por baixo da superfície, no entanto, não poderia dizer que não havia receio pela resposta.

Rin negou com a cabeça, ainda mantendo-a abaixada, ainda molhando seu peito com as lágrimas mornas.

- Não tem nada a ver com o senhor. - Ela explicou em uma voz baixa e trêmula. Pausou. Respirou fundo. Prosseguiu. - Isso me traz más lembranças.

E a voz dela se quebrou, a barreira que continha seu choro discreto se rompendo para revelar a real dor por trás dele. E era uma dor tão profunda que o penetrou com a mesma intensidade, mesmo que não soubesse do que se trata.

- Os meus pesadelos, - ela continuou, apesar da dificuldade de pronunciar as palavras com clareza. - A minha família... Eles partiram...

- Você sente falta deles. - Ele atestou, embora não fizesse ideia de como isso se conectava com o que estavam fazendo momentos atrás.

Finalmente, Rin ergueu a cabeça para olhá-lo e ele desejou que ela não tivesse. A dor era ainda mais direta, parecia cavar um buraco por seu peito. Ele desejou que pudesse protegê-la de tamanho sofrimento, mas não podia fazer nada além de ouvir o que ela lhe contava.

- Já faz tanto tempo que acho que vou esquecer. Mas não se consegue esquecer assim, não de verdade. Está sempre lá. - Disse ela, forçando um pequeno sorriso em seu rosto por um momento. - Eu tinha dois irmãos, mas era a única menina. Era o tesouro da minha família. Eles me protegiam de tudo, até...

Sesshomaru conhecia o resto da história. Rin a havia contado a Jaken anos atrás, embora na época ela parecesse lembrar da tragédia com menos desespero. Mas ele sabia que, para que a criança tivesse perdido a motivação de falar após tal episódio, não devia ter sido nada menos do que traumático para ela.

 -  O senhor pode imaginar que uma criança sem a proteção de alguém, uma criança que é incapaz de contar para outra pessoa se alguém mau quiser lhe machucar... - A voz dela perdeu a força aos poucos, à medida que as lágrimas aumentavam.

Enquanto ela falava, a própria voz de Sesshomaru pareceu se esvair por completo, sua garganta secando enquanto ele começava a compreender do que exatamente ela estava falando. Não era a morte de seus pais e irmãos, mas sim os eventos que a ausência de proteção desencadearam, os horrores que essa ausência possibilitou.

E, então, veio a compreensão completa de como toda aquela história se conectava com o que eles pretendiam fazer agora a pouco. O receio dos toques íntimos, da nudez, dos beijos... Não era nada difícil de imaginar de onde vinha.

Ele imaginou a Rin que ele conheceu, a pequena, alegre e inocente criança, aquela que nem ele mesmo, em toda a sua crueldade, ousou ferir. Ficou enojado com a perspectiva de que a raça humana podia descer tão baixo.

Naquele instante ele soube que não podia aceitar aquela realidade como algo irreversível. Devia haver algo que ele pudesse fazer para mudar os fatos, alguma forma tardia de salvar os pedaços quebrados da mulher que agora ele sabia que amava.

Se não pudesse fazer isso, então todas as vezes em que salvara a vida dela teriam sido em vão. E ele não podia permitir que nada na preciosa vida de Rin - aquela pela qual ele desistiria de tudo - fosse vão.

 

Determinado, Sesshomaru abriu a palma da mão e ofereceu seu conteúdo ao misterioso deus. Exibia um dente canino brilhante e afiado que, com uma breve infusão de seu youki, transformou-se imediatamente em um canino gigante que caiu pesadamente no chão de pedra.

- Venho fazer uma oferta, em troca de um serviço. - Ele anunciou com seriedade, apontando a oferenda. - Este é um dente de daiyoukai. Pode ser muito valioso.

- Eu sei o que é. - A entidade respondeu com desdém, a névoa envolvendo a presa, analisando-a. - Infelizmente, se eu fosse atender ao pedido de todos que vêm até mim com desejos egoístas...

- Não é um desejo egoísta. - Sesshomaru garantiu, nunca tendo tido tanta certeza de algo em sua vida. O que estava prestes a fazer seria a abdicação de tudo o que lhe era valioso. Seu único propósito era completamente em prol de outrem. Apagar por completo o sofrimento daquela que lhe era mais preciosa dentre todas as coisas do mundo.

Se fizesse isso, Rin sorriria de novo. Melhor ainda, ela jamais teria chorado.

- Você tem noção do que está prestes a fazer, inu-youkai? - Avisou o deus, cauteloso, lendo os desejos ocultos na mente dele. - O que pretende causaria uma alteração na linha temporal.

O visitante assentiu, sem se permitir hesitar.

- Mas eu exijo uma garantia. - Sesshomaru acrescentou, a expressão e o tom de voz deixando claro que não se tratava de um pedido. Precisava de uma garantia, uma forma de saber com certeza que seus esforços não foram em vão, que não falharia com ela de novo. - Eu preciso conferir o resultado final.

Ele precisava disso, precisava saber com certeza que Rin ficaria bem, que seria feliz. Só então poderia seguir em frente, sabendo que tinha feito o necessário. Só então poderia suportar seguir sem ela.

A névoa voltou a se agitar com uma súbita ventania que atirava os longos cabelos do daiyoukai por todos os lados. Ele permaneceu imóvel, resistindo à repentina onda de energia que tomou conta da caverna, causando um clarão que o cegou por um instante.

Quando sua visão retornou no segundo seguinte, não estava mais na toca do deus do acaso. Ao seu redor havia uma floresta ensolarada, um rio borbulhava por perto. Ele permaneceu confuso por apenas um momento, antes de uma voz familiar chamar sua atenção.

- Yu, olha só o que você fez! - Era a doce voz inconfundível de Rin, vinda de algum lugar da mata. Ela ria, uma gargalhada honesta que Sesshomaru nunca tinha ouvido antes naquele tom de genuína plenitude e felicidade.

- Vá buscar, irmãzinha. Nós já vamos voltar. - Uma voz masculina disse amigavelmente, mais distante e, enquanto ele falava, uma solitária maçã rolou até o pé de Sesshomaru, parando ao encontrar o obstáculo de sua bota.

O inu encarou a fruta antes de se abaixar para pegá-la e, quando se levantou, Rin estava bem na sua frente com uma expressão chocada, vestindo roupas simples de camponesa.

- Um youkai! - Ela murmurou em surpresa, dando um passo para trás. Em suas mãos, havia uma cesta de palha trançada transbordando de maçãs maduras e ela acabou derrubando-a com o susto.

Maçãs rolaram por todos os lados, mais duas delas vindo parar aos pés do inuyoukai que continuava a observar a bela moça fixamente. Rin engoliu em seco, olhando em volta como se procurasse uma rota de escapatória.

Silenciosamente, Sesshomaru a ofereceu a maçã perdida e a humana o observou, embasbacada, por um longo tempo até finalmente dar um passo à frente e pegá-la delicadamente, com uma mão trêmula, mas com a mesma expressão de bravura da pequena criança que havia cuidado dos ferimentos dele anos atrás. Mas agora, aquela criança perdida nunca havia sequer existido e, ao mesmo tempo, não deixava de ser a mulher que ali estava.

- O-obrigada. - Ela agradeceu em voz baixa, desajeitadamente recolhendo a cesta do chão e começando a catar de volta sua colheita.

Sesshomaru tratou de ajudá-la, pegando as duas frutas que estavam mais perto de si, mas só entregou uma delas à proprietária, que o fitou com ligeira curiosidade.

- Eu vou ficar com essa, se não se importa. - Ele anunciou, indiscutível.

A humana assentiu com um sorriso tímido, parecendo estar prestes a dizer algo antes de a mesma voz de antes interrompê-la à distância:

- Rin! Onde você se meteu? Temos que ir!

Ela voltou a cabeça na direção da voz antes de olhar de volta para o misterioso youkai à sua frente, parecendo dividida.

- Vá com eles. - Sesshomaru instruiu calmamente.

Você não faz ideia do quanto eu renunciei para que você tivesse essa possibilidade.

- Rin! - A voz continuava chamando, agora mais de perto. Enquanto o ouvia, Sesshomaru notou com pesar que sua Bakusaiga parecia ficar mais leve.

Vá com eles, Rin.

Seu braço esquerdo começava a formigar.

Rin, por sua vez, imediatamente se decidiu ao imaginar o escarcéu que seria se seus irmãos encontrassem aquele youkai ali. Ela o olhou uma última vez, virou-se. Partiu.

À medida que ela desaparecia entre as folhagens, a mente de Sesshomaru começou a parecer mais leve e, pouco a pouco, algumas informações em sua mente começaram a se confundir com memórias que pareciam tão antigas que nem ao menos pareciam existir.

Quando a mulher humana sumiu por completo, já não restava nada. Sesshomaru já nem se recordava do que estava fazendo naquela floresta para começo de conversa.

Franzindo o cenho, ele notou que segurava uma maçã em sua única mão. Por algum motivo, sentiu-se compelido a dar uma mordida, por mais que fosse uma contradição aos seus gostos pessoais.

Tinha o gosto que ele imaginaria que teria um beijo. E isso era ainda mais estranho.

Confuso, largou a fruta indesejada no chão. Tinha coisas mais importantes para se preocupar do que aquilo.

Observou a espada solitária em sua cintura e sentiu repulsa ao vê-la. Uma espada que revive os mortos, uma espada que ele nunca havia usado nem pretendia. Olhou em frente, sabendo do que precisava.

A Tessaiga de seu desprezível meio-irmão, a única que poderia lhe conceder o verdadeiro poder que lhe pertencia por direito, aquela que estava nas mãos do responsável pela ausência incômoda de seu braço. E, uma vez que tivesse a lendária espada, finalmente mataria aquele Naraku.


Notas Finais


Aaah, um final infeliz (ou será que não tanto?)
Eu tive essa ideia, a princípio, como algo em que a Renúncia em si se referiria apenas ao Sesshomaru escolhendo ficar sem a Rin. Mas acabou que minha paixão por temas de Viagem no tempo / Mudança do passado me levou pra um rumo ainda mais pesado, onde além de perder a Rin, o Sesshomaru perde tudo que ele ganhou com ela, alterando completamente os fatos que levam ao final do mangá que conhecemos.
Por ter mudado o assassinato da família da Rin, ela nunca perambulou pela floresta naquele dia e eles nunca se conheceram e ele nunca aprendeu a ser compassivo nem nada disso. Inuyasha não ficou com o Meido Zangetsuha - que nem foi desenvolvido - e consequentemente eles ainda não derrotaram o Naraku.

Enfim, eu queria ver se o Sesshomaru seria capaz de provocar uma reviravolta dessas voluntariamente, apenas para ver a Rin ser feliz e viver uma vida sem trauma algum. Eu acho que seria, sim.
E vocês?


Ah, sobre os capítulos extras de Unintended, o próximo está na fila. Ainda estou começando a rascunhar uma fanfic sobre os pais do Inuyasha também, me digam se rola interesse rs

Aliás, me contem se vocês têm ideias do que eu poderia escrever em geral sobre SesshRin. Aceito sugestões.


Beijos a todos! Senti saudade disso aqui! :3


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