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História Reparo - Only Happy When It Rains


Escrita por: ageofholland

Notas do Autor


OI MEUS AMORES!!!!!
Vocês não sabem o quanto eu estava ansiosa para trazer "Reparo" pra vocês!
Antes de começar eu queria agradecer as minhas amigas que me incentivaram a escrever a história, principalmente a Laís que foi quase a coautora da fic. Amiga eu te amo tanto que não consigo mensurar. Aos meus amores: Nathalia, Raquel, Sabrina, Mary por me apoiarem e a Geizi e a Gabi por me aconcelharem e ajudarem tanto, vocês são incríveis e eu amo vocês demais!
Eu sempre quis uma fanfic de Naruto no universo de Harry Potter, então pra mim é uma honra escrever sobre esses dois universos que eu tanto amo aqui para vocês.
Obrigada por estarem aqui acompanhando isso comigo, foi escrito com o coração e todo o carinho que eu sinto pelos personagens.
Bom, aproveitem!
Vejo vocês nas notas finais.

Capítulo 1 - Only Happy When It Rains


Fanfic / Fanfiction Reparo - Only Happy When It Rains

“A verdadeira coragem está em fazermos sem testemunha o que seríamos capazes de fazer diante de todo mundo.” - François La Rochefoucauld


 

Os gritos da arquibancada tiravam a atenção de Sakura, por um momento do balaço que perseguia. O time da Grifinória estava na frente quando o narrador bradou no megafone que a Sonserina havia conseguido dez pontos. Naruto ainda não tinha capturado o pomo e Suigetsu avançava sem piedade pelos jogadores, que quase eram atingidos pelos balaços.

— Tudo bem aí, Mitsashi? — Foi nessa hora que Kiba Inuzuka, um dos batedores da grifinória, passou pelo Hozuki desviando sua atenção, dando tempo de Tenten agarrar a goles.

— Nossa, mas parece que Suigetsu está provocando a artilheira da grifinória! — Berrou Konohamaru no megafone.

Se existe algo que Tenten odiava, era ser subestimada; ainda mais por um palerma da sonserina. Ela pairou sobre o garoto e logo depois desceu em disparada, capturando a goles com uma peripécia que a fez ficar de ponta cabeça.

— Engole poeira, otário!

A artilheira seguiu até o arco mais próximo e lançou a goles, que passou longe das mãos do goleiro da sonserina. Os espectadores pularam de seus lugares e puseram-se a gritar quando foi anunciado mais um gol da grifinória.

— E a Tenten marca mais um para grifinória. Que mulher, meus amigos!

— Konohamaru! — A senhorita Senju, que estava ao seu lado na plataforma, puxou sua orelha.

A rosada levantou a palma da mão para a morena que, quando passou por ela, completou o toque com um sorriso orgulhoso. Sasuke encarou Suigetsu mortalmente antes de voltar à sua posição.

— Calma lá Sasuke. Ainda não é permitido matar seu companheiro. — Lembrou o narrador.

A embolação da arquibancada deixava a Yamanaka irritada, mas com certeza não havia nada melhor que ver a sonserina perder. Muitos estudantes tinham levado binóculos. Os lugares ficavam no alto, entretanto, na maioria das vezes era difícil ver o que acontecia.

— ACABEM COM ELES, MENINAS! — A loira se sacudia, procurando uma forma de descontar a sua raiva e euforia.

— Com essa escalação? Eu acho difícil. — Karin comentou.

Karin era integrante do time da sonserina, porém, por ter um braço quebrado após o último jogo contra a lufa-lufa, Kabuto não permitiu que jogasse novamente.

— Que você está falando aí, cabeça de fogo? —  Os olhos azuis encaravam, incrédulos, a ruiva.

— Nada demais. Só que a grifinória não ganharia da sonserina, mesmo comigo fora.

Dessa vez a Yamanaka cruzou os braços e a encarou com a sua clássica pose infame. A garota adorava desatar insultos sobre o time e às garotas da grifinória, mas a lufana não deixaria isso acontecer com ela por perto. Karin precisava se pôr no seu lugar.

— Ah, qual é?! Qual foi a poção que você tomou para o seu ego inflar desse jeito?

A ruiva revirou os olhos, ignorando completamente a pergunta da outra. Não tinha nada contra a grifinória, só das garotas abusadas que se jogavam em cima de Sasuke.

— Quero ver se essa sua confiança não vai ficar abalada quando ver a sua amiguinha perder.

— Quer pagar para ver? — Desafiou.

As duas se encaravam tão mortalmente que Hinata revirou os olhos, pensando se aquela era sua deixa para interferir.

   De volta ao campo, Suigetsu finalmente tinha conseguido tirar a goles das garras do Inuzuka e se aproximava dos arcos. Ele arremessou a bola, mas foi facilmente impedida de passar por Lee, que estava no gol e a recebeu com um sorriso orgulhoso.

— Olha só, o goleiro da grifinória foi tão rápido que pensei que ele tinha aparatado para o gol. Mandou bem, Lee! — o garoto com cabelo de tigela levantou a mão com o polegar para cima em sinal de positivo para o resto do time que o elogiou de onde estavam.

    Esporadicamente, um dos balanços foi rebatido por Sasuke, que passou como um foguete pelos outros jogadores,  indo em direção ao gol, ou melhor, na cara do goleiro.

— Essa não! Um dos balanços está desgovernado e prestes a atingir o… — Konohamaru estava tão inclinado que, se Tsunade não o segurasse, com certeza já teria caído do topo da arquibancada.

   O que o Uchiha não esperava era ver a mancha rosa que ricocheteou o balanço assassino para bem longe. E como se não bastasse toda aquela humilhação, a garota ainda lançou uma piscadela, que ele recebeu com um olhar mortal, não intimidando nem um pouco a artilheira. Muito pelo contrário, fez ela rir.

— Wow, não foi dessa vez, Uchiha! A espetacular Sakura Haruno mandou o balaço para outra dimensão com aquela força. Essa garota é incrível! — Concluiu o narrador depois de um suspiro aliviado.

Sasuke lançou um olhar furioso para o Sarutobi, que pareceu não perceber. Estava ocupado encarando descaradamente a figura rosada que acenava para os torcedores, o que deixou o garoto ainda mais irritado.

— Que foi, Sasuke? — A garota com a camisa sete voou para perto dele, que fingia não notar o quão bonita era. Quando os raios de sol acariciavam seus cabelos, o leve tom de rosa se tornava dourado. — Não se garante mais?

O sonserino inalou o ar profundamente, empenhando-se em tirar os devaneios da cabeça e focar no jogo. A adrenalina maculou seu cérebro?

— Você não perde por esperar, Sakura.

O jogo teve continuidade. Contudo, apenas para o Uchiha e a Haruno, que trocavam farpas entre si e quase não davam passagem para os outros jogadores pegarem a goles. Tenten já estava ficando irritada, seu coração batia rápido demais pela adrenalina. Se tinha algo em que ela e o Hozuki concordavam era: aquelas provocações que o Uchiha e a Haruno faziam, ia acabar com o jogo.

Uma movimentação estranha no gramado fez Sakura desviar sua atenção e dar brecha pra Suigetsu alcançar a goles. Todavia, Naruto, que estava estabacado no gramado, todo sujo de terra e, por incrível que pareça, sem os sapatos, tinha algo que brilhava entre os seus dedos do pé.

— Naruto, seu idiota! — Berrou Sakura, irritada, sobre a vassoura.

— E chegamos ao fim do jogo! Naruto Uzumaki acaba de resgatar o pomo de ouro com… Os pés?! Isso é permitido, professora? — Senhorita Senju sussurrou alguma coisa para o garoto antes dele se pronunciar.

— Bem, está dentro das normas. Grifinória venceu!

      Os berros da arquibancada vermelha quase fizeram Karin tomar um susto.

      — O que você tinha dito mesmo, Uzumaki? — Replicou Ino

       A garota grunhiu antes de partir em retirada, esbarrando em todos como se um gnomo tivesse mordido o seu calcanhar.

— Ino, você não deveria ser tão dura com ela. — A garota que tinha olhos claros comentou.

— Você só pode estar brincando, não é Hinata? Aquela garota vive importunando todo mundo. Não sei como consegue conviver com ela na mesma classe.

Os alunos se apertavam para sair pela pequena porta no final da arquibancada. Ino pensava se não seria mais fácil simplesmente aparatar dali. Regras idiotas.

       — Karin é uma boa pessoa. Só é um pouco explosiva às vezes.

Hinata recebeu um olhar descrente da amiga, que congelou o passo e respirou fundo antes de olhar pra ela, que às vezes parecia inocente demais. Ainda bem que ela tinha uma amiga como Ino. Não que ela tivesse pensamentos inóspitos. Muito pelo contrário. Pelo menos era o que ela achava.

       — Você é boa demais para este mundo, amiga. — Segurou a garota pelas bochechas antes da morena reclamar do aperto. — Vamos, a Sakura deve estar nos esperando.


 

[...]

 

  

       — Você viu a cara do Uchiha? Aquilo foi impagável! Queria ter tirado uma foto. — Apenas relembrar a cena fazia Ino ter uma vontade enorme de rir.

As garotas estavam na frente do vestiário feminino esperando Sakura buscar o resto de seus pertences.

   — Eu não vou negar que iria adorar uma foto daquele momento. — Analisou mais uma vez se havia pegado tudo antes de fechar seu armário e ir em direção à saída.

   — Eu tenho que concordar, Sakura. Você deixou o Sasuke estático. — Até Hinata, que vivia dizendo que não era certo julgar sem conhecer e toda essa baboseira que Ino detestava, tinha adorado a cena.

— E a cara de apaixonado do Lee? Sakura, você deveria dizer logo que não gosta dele. — Ponderou alto.

Uma das garotas da corvinal passou por elas e Ino fez cara de nojo para as roupas que elas vestiam. Quem usa cardigã com gravata? Sinceramente, não tem como defender aquela junção. Deveria ser proibido usar uma coisa assim; causa cegueira momentânea nas pessoas.

— Não fale assim, Ino! Eu gosto do Lee, mas não como ele acha. — A loira permaneceu com o mesmo semblante quando voltou o seu olhar para Sakura.

Elas seguiram até o final da escada que dava para o salão comunal da corvinal, o que fez Sakura lembrar de um detalhe. A rosada olhou para Hinata, que já tinha captado a provocação que ela faria só pelo sorriso malicioso e para a pessoa que ela direcionou olhar depois. A morena arregalou os olhos e balançou a cabeça estericamente, o que não adiantou muito porque a amiga já havia aberto a boca grande.

— Pelo menos não sou eu que sou a musa inspiradora de um certo alguém.

Ino paralisou e olhou para os lados para ver se alguém tinha de fato ouvido o que sua amiga escandalosa havia dito. Qual foi a surpresa da mesma em notar que a pessoa de quem elas estavam falando a encarava descaradamente? Puxou as amigas pelos braços e andou o mais rápido que suas pernas presas pela saia colada deixavam.

— Você não começa! Quando eu aceitei ser desenhada eu não sabia que aquele pervertido já tinha milhões de desenhos meus.

Hinata mordia o lábio para não deixar a risada sair, enquanto Sakura, claro, estava quase rolando no chão de tanto rir.

— Ele só te achou bonita demais, Ino. — Admitiu a morena.

— Eu sei que eu sou linda, mas ele me desenhou em situações constrangedoras. — Cruzou os braços e resmungou mais alguma coisa que elas não conseguiram entender.

— Eu nunca vou superar o desenho que ele fez enquanto você dormia. A baba era ultra realista.

Agora foi a vez dela de lançar um olhar mortal para a melhor amiga enquanto sussurrava um “cala boca, Testuda”. Ademais, desviou o olhar das amigas e reparou o garoto loiro que conversava descontraidamente com Lee, que parecia pedir a ajuda dele para alguma coisa, pois estava notavelmente agitado.

— E você, Hinata?

— Eu? — A garota voltou o olhar para o piso quando percebeu que a amiga já tinha entendido para quem ela olhava.

— Ainda não disse o que sente para o Naruto, né?! — Ela compreendia a insegurança da lufana, mas como poderia ajudar a ela, se a garota não agia? Isso com certeza deixava a Yamanaka fora dos eixos.

— E-eu…

— Falando nele.

Quanto mais o Uzumaki se aproximava, mais o coração da garota parecia acelerar. Droga. Ela queria de verdade conseguir controlar isso.

— Sakura! — Acenou e foi correspondido por um sorriso da amiga. —  Me falaram que você acabou com o Sasuke hoje. Não consegui assistir isso.

— Com a cara enfiada na grama eu também acho difícil você ter visto algo. — O garoto fez cara feia, o que desencadeou os risos.

O grifinório recaiu o olhar para a pequena em sua frente.

— Oi Hinata! — Abriu o seu melhor sorriso.

— Olá Naruto! Como está o pé? — Respondeu, retribuindo o sorriso e apontando para o pé enfaixado do garoto.

— Ah, não foi nada demais. Só um arranhão. — Coçou a nuca, sem graça.

Eles continuaram a falar como se as duas ao seu lado estivessem usando a própria capa da invisibilidade.

— O casalzinho já se instalou na cápsula do amor. — Comentou Sakura.

— Ele estão evoluindo. O Naruto nem olhou pra minha cara quando notou a Hinata.

Passados dois longos minutos de sorrisos e assuntos puxados, eles finalmente pareceram lembrar que ainda tinham aula e estavam atrasados.

— Você e a Sakura tem aula de herbologia juntos agora, né?!

— Sim, e já estamos atrasados.

— Nós também. Vamos logo, Hyuga.

Os garotos foram puxados pelas suas respectivas parceiras de estudo.

— Então nos vemos na abertura do Torneio Tribruxo. — Completou, tentando se livrar inutilmente dos apertos do braço de Sakura.

— Tudo bem, até lá!

— Até! — Foi a última coisa que Sakura deixou Naruto dizer antes de arrastá-lo para o outro corredor.

    [...]

 

Já era possível ouvir o murmurinho dos alunos esperando o Professor Yamato chegar quando soltou o saco de batatas loiro que estava carregando.

— Você deveria parar com isso e chamar logo a Hinata para sair. — Advertiu.

— Amor, quando é amor, não definha, chiclete.

Sakura franziu as sobrancelhas ao ouvir a frase conhecida e confirmou sua teoria mental quando notou o que ele carregava.

— Espera aí… — Apontou para o livro que o garoto carregava. — Você está lendo Shakespeare? Desde quando você lê Shakespeare?

O livro foi ligeiramente roubado das mãos do garoto, revirou as páginas e sacudiu, esperando cair pelo menos a foto de alguma modelo de biquíni. Se surpreendeu quando a única coisa que se destacava no chão era o marca texto vermelho com o símbolo da grifinória. Naruto resmungou algo sobre ela ter tirado o marcador da página, mas Sakura estava chocada demais para retrucar.

— Desde quando eu descobri que é o autor favorito da Hinata. E além do mais, o coroa fala uns negócios maneiros. — Pegou o livro e o marcador da mão da amiga.

— Eu nunca achei que ia viver pra te ver lendo Shakespeare para conquistar uma garota. Tem certeza que não foi azarado?  — Riu, descrente.

— Você duvida muito do meu alter ego conquistador.

O tom da sua risada aumentou quando viu a sobrancelha erguida e a cara de panaca do melhor amigo.

— Você, conquistador? Por favor! Só a Hinata para ver alguma coisa nessa tua cara de gárgula. — Naruto tentou contestar, mas quando finalmente tinha pensado num argumento válido, Sakura já havia sumido de sua frente.

Encontrou a garota na porta, logo eles entraram um após o outro na estufa que parecia mais clara, talvez poderia ser por causa das lâmpadas que eles haviam trocado essa semana, Sakura observou. As janelas estavam abertas, mas, por incrível que pareça, não havia nenhum tipo de espécie exótica sobre a mesa, o que a fez estranhar. O lugar que eles se sentavam sempre estava vazio e a garota tratou logo de tomar o seu. Yamato entrou dando o seu monótono “Bom dia, classe” e se apossou de seu lugar à frente do quadro negro.

O homem de cabelos castanhos falava e gesticulava sobre alguma coisa do baile de inverno que Naruto não se importou de prestar atenção. Tocar na dormideira que fechava e logo depois abria parecia muito mais interessante, até sentir o tapa que levou da rosada ao seu lado.

— Um poço de delicadeza, como sempre. — Sussurrou.

— Quer fazer algum comentário, Sr. Uzumaki?

Os alunos olhavam para o garoto, que só depois percebeu que a pergunta era direcionada a ele.

— Existe alguma erva medicinal para curar burrice, Professor? — provocou o garoto com a camisa do time. No fundo dava para ouvir as risadas e sussurros do resto da turma.

Contudo, ele não iria deixar o idiota do Inuzuka ofendê-lo, não Naruto Uzumaki.

— E existe alguma erva para prevenir pulgas, Professor Yamato? — Perguntou e as risadas aumentaram.

— O que você quis dizer, idiota? — Questionou o Inuzuka, que se levantava da carteira do outro lado da sala.

— A carapuça serviu pra você, cachorrinho? — Naruto acompanhou o movimento.

— Garotos, garotos! — Rock Lee, que estava na mesa atrás do moreno, se postou entre os garotos. — Isso não leva a nada. Temos que juntar a chama da juventude que existe dentro de nós para fazermos coisas boas, como, por exemplo, não brigar.

— Não adianta, Lee. Aqueles dois não vão te ouvir. — Neji, que parecia mais focado na lição de história da magia, aconselhou.

Do outro lado da sala, a Mitsashi cutucava o curativo que evidenciava que seu rosto fora machucado no último jogo. Os gritos só faziam sua cabeça latejar mais do que já estava.

— Só pode ser brincadeira! Eles parecem ter cinco anos. —  Apoiava o corpo sobre os braços para alcançar o campo auditivo de Sakura, que estava na sua frente.

— A idade mental do Naruto é quase essa aí. — Virou-se para trás e soltou uma risadinha após o comentário.

— Eu não duvido muito que a do Kiba também seja. — As garotas ao redor que ouviram o comentário não seguraram a gargalhada.

— EU VOU LANÇAR UMA AZARAÇÃO TÃO FORTE QUE VOCÊ VAI FICAR COM CARA DE LESMA PARA SEMPRE. — Berrou o Uzumaki.

— VOCÊ NÃO CONSEGUE NEM FAZER UM FEITIÇO DE LEVITAÇÃO SEM COLOCAR FOGO NAS COISAS! —  Lembrou Kiba. — EU DU-VI-DO!

— Ora, seu… — A varinha dos dois já estavam a postos quando, em um estalar de dedos, foram parar nas mãos do professor.

— UZUMAKI E INUZUKA SENTADOS, JÁ! — Os dois obedeceram e, para o susto dos mesmos, seus calcanhares foram presos ao chão por pequenos galhos que se entrelaçam entre as pernas dos garotos. — Para se libertarem dos galhos, precisaram usar o feitiço que ensinei na aula passada. A mesma em que vocês dormiram. — Os garotos engoliram em seco. — Boa sorte para fazerem isso sem as suas varinhas até o final da aula.

    [...]

 

As quatro enormes mesas estavam em seus respectivos lugares. O teto, que simula o céu estrelado, parecia mais brilhante que o normal. Os alunos aguardavam o anúncio em seus respectivos lugares. Naruto usava o garfo de catapulta para as suas ervilhas voadoras, que tinham como único alvo Shikamaru, aluno da corvinal que dormia com a cabeça encostada na mesa.

Na mesa da sonserina Sasuke tentava refutar as histórias que Karin contava sobre ter saído com ela nas férias de verão, mas cada vez que ele abria a boca a ruiva o cortava. Assim, ele desistiu de falar qualquer coisa e focou sua atenção na mesa vermelha. A garota de olhos verdes sorria espontaneamente para a morena, que parecia contar uma história muito engraçada. Por breves momentos, ele pensava como poderia ser se ele tivesse ido para a grifinória desde o princípio.

— Sasuke, me passa a gelatina. — Pediu o Hozuki, já com a mão estendida.

O Uchiha encarou aquele alimento colorido e molengo e fez uma careta antes de entregar a tigela ao garoto.

— Você vai se entupir de gelatina de novo?

Suigetsu tinha o vício em comer todo tipo de alimento que tivesse bastante água como ingrediente, mas ele não entendia o porquê disso incomodar a garota.

— E o que você tem a ver, Karin? Quer gelatina também?

O garoto devorava a substância gelatinosa verde como se fosse a melhor coisa do mundo.

—  Argh! – rosnou depois de revirar os olhos.

O Diretor já estava posicionado no palanque e todos os professores estavam lá também. A Senhorita Senju estava ao lado do Sarutobi, sorria abertamente, a não ser quando ela lançava um olhar mortal para algum aluno que falava ou agia irregularmente  – em boa parte das vezes o Uzumaki – e logo voltava à carranca sorridente. Os outros professores se encontravam na grande mesa atrás do palanque principal. Kakashi e Asuma pareciam discutir sobre algum assunto importante enquanto Jiraya tentava a todo custo ter a visão privilegiada do traseiro da Tsunade, que estava a sua frente.

    — Alunos, Hogwarts não será só o lar de vocês este ano, mas também o lar de convidados mais que especiais. Nossa escola foi escolhida para sediar o lendário Torneio Tribruxo. — Aplausos e gritos inundaram o salão. — Para aqueles que não sabem, este torneio reúne três escolas. De cada uma, apenas um aluno é escolhido para competir. E acreditem quando eu digo, esta não é uma competição para covardes.

Shikamaru, que a essa altura já estava acordado, ria da imitação muda de Naruto na mesa da grifinória. O garoto imitava desde o movimento dos lábios aos das mãos do diretor. No entanto, o show durou pouco tempo, depois de Sakura perceber o que o loiro fazia e dar um pescotapa nele.

— Vamos dar as boas vindas às adoráveis moças da Escola de Magia Beuxbatons e sua diretora, Mei Terumi. —  Continuou o Diretor.

Da porta principal várias garotas vestidas de azul e com uma postura de se invejar entraram. Ao ver de Chouji elas pareciam voar sobre o chão enquanto cada uma suspirava, sonhadora, a todo passo que davam. A mulher ruiva que chegava logo depois era Mei, uma mulher de meia idade, mas com uma postura e modos tão impecáveis que a fazia parecer mais nova do que realmente era.

As garotas reverenciavam a todos e tomavam seus lugares na mesa que lhes foi reservada. O lufano comia suas batatinhas, porém, com a cabeça na garota que mais parecia um anjo quando entrou, olhou para trás para buscar aquela beldade mais uma vez e encontrou seus olhos sobre ele. O garoto sorriu e o sorriso logo foi retribuído, fazendo ele corar e voltar o olhar para frente, dando de cara com a Ino. A garota estranhou a agitação do amigo mas não disse nada.

— Agora recebam a delegação da Durmstrang e seu diretor, Baki.

A porta principal abriu-se novamente e de lá saíram garotos que faziam uma dança ritmada com os sons que seus cajados emitem ao tocar o chão. Saltos e piruetas em meio ao fogo carregado na tocha por um deles. Com toda certeza sabiam fazer uma entrada triunfal. Logo atrás, um trio de garotos muito bem vestidos entrou. O ruivo logo foi reconhecido como Gaara No Sabaku pelas seus fãs presentes.

— Caramba, é ele mesmo! —  Comentou Lee.

— Quem são eles? — Questionou o Uzumaki.

— Gaara No Sabaku, um dos maiores jogadores de quadribol que existem. Já recebeu o prêmio que antes só havia sido ganho pelo próprio Minato Namikaze. — Virou o olhar para a figura de vermelho ao lado do garoto. — A garota ao lado é a Temari, irmã dele. Tenho que admitir que ela tem muito estilo, apesar da cara de malvada. — Por fim indicou a pessoa que restou com a cabeça. — O outro garoto é Kankuro, também irmão do Gaara. Ele não é muito citado nos livros a não ser pelo seu gosto estranho por marionetes.

— A Sakura é uma enciclopédia ambulante mesmo. — Comentou Naruto.

— Você não seria nada sem mim.

— É verdade, mas eu nunca vou admitir isso.

Os rapazes se posicionaram na mesa ao lado das garotas da Beauxbatons, que sorriam e acenavam para os mesmos, principalmente o ruivo.

— A glória eterna é o prêmio para quem vencer este torneio, mas para isso o aluno deve sobreviver às três tarefas extremamente perigosas. — O velho passava as mãos pelos cabelos, tentando colocar os fios grisalhos para dentro do chapéu. — Dado este fato, o ministério achou necessário atualizar o livro de regras. — Um livro de capa dura e grosso foi aberto. — Apenas alunos com mais de dezessete anos poderão participar.

—  O quê? Mas eu vou fazer dezessete mês que vem! — Sussurrou para Sakura, que colocou os dedos sobre os lábios e soltou o familiar “Shh!”.

— Até parece que o Diretor Sarutobi iria deixar você participar depois de todas a besteiras que fez esse ano. — Disse Neji.

Contudo, não era apenas Naruto que tinha reclamações a fazer. Konohamaru berrava alguma coisa sobre ser o neto do diretor e desvantagens. Kiba falava com o seu cachorro Akamaru, que para Tenten, mesmo acostumada com este feito do colega, ainda achava estranho. Shikamaru tentava responder às perguntas inusitadas de Sai, mas visivelmente sem paciência. Enquanto isso, Shino estava completamente alheio em seu livro sobre aracnídeos.

— SILÊNCIO! — Sarutobi tinha a varinha colada ao pescoço. Isso explicava como o tom da sua voz ficou extremamente alto de repente.

Tsunade coçou a garganta antes de fazer o feitiço. Com o chacoalhar da varinha, a torre dourada se desfez como se fosse uma cortina, exibindo então um grande cálice. Deste cálice uma luz forte brilhou e logo depois o fogo azul acendeu.

— Quem quiser se candidatar, basta escrever seu nome em um pedaço de pergaminho e depositá-lo sobre a chama do cálice. Vocês tem até esse mesmo horário da noite de amanhã para isso. — Afirmou a diretora da grifinória.

— Lembrem-se, depois de escolhido, a inscrição não pode ser desfeita. A partir de agora o Torneio Tribruxo está começando! —  Foi a última coisa que o diretor disse antes de desaparatar dali.

 

[...]

 

A garota encapuzada subia as escadas que davam para o corredor do sétimo andar. As imagens dos quadros a olhavam de soslaio, talvez por já conhecê-la. A varinha com o Lumos em andamento era a única coisa que a possibilitava de saber onde estava perante toda aquela escuridão. A princesa loira, que se balançava em um balanço no quadro a sua direita, sorriu e acenou para ela. A mulher fez uma reverência antes de alcançar o andar desejado.

Com alguns passos, seguiu o mais silenciosa possível até o final do corredor. Da parede de madeira cheia de teias de aranha surgiu uma porta. Ela tocou na maçaneta e girou-a, tendo então acesso à Sala Precisa. Voltou seu olhar para trás e observou ao redor para ter certeza que não havia sido seguida. Após ser fechada, a porta desapareceu como se nunca tivesse existido.

No interior da sala a lareira crepitava. A mesa central, por incrível que pareça, estava vazia. Verificou as horas no relógio em seu pulso, confirmando sua teoria... Elas estavam atrasadas. Ocupou seu lugar e aguardou ansiosa. Seus pés balançavam e suas mãos começavam a suar. Quando ouviu o ranger da porta, três figuras, também encapuzadas, entraram. A porta foi fechada e os lugares ocupados.

— Estão atrasadas. Fiquei preocupada.

— Foi mal. Pensamos que estávamos sendo seguidas. Sakura teve que despistar o Kabuto. — Comentou a garota loira.

— Aquele homem só nos traz problemas. Acho que ele sabe de alguma coisa. — Tenten abaixou o capuz, liberando os fios amarronzados.

As outras garotas acompanharam o movimento da mais nova e se sentaram.

— Não podemos acabar com a organização a partir de suposições infundadas. Pessoas estão morrendo. — As unhas coloridas de verde estavam se chocando por conta da tremedeira das mãos da rosada. Ino, notando isso, segurou uma de suas mãos.

— Tem razão. É a segunda vez essa semana que um trouxa é ameaçado e não acontece nada. Sarutobi não toma providências. — Socou a mesa, fazendo Hinata tomar um susto.

— Nada me tira da cabeça que isso é coisa do… — Sakura rapidamente tapou os lábios da amiga antes que pronunciasse o que não devia.

— Não diga o nome dele! — Falaram em uníssono.

A garota sussurrou um “desculpa” e a de olhos claros soltou a respiração que nem sabia que tinha prendido.

— Temos que agir com mais cautela e procurar provas concretas sobre isso. — Todas balançaram a cabeça em confirmação.

Se olhavam nos olhos como se suas vidas dependessem disso e, na verdade, era quase isso. Uma se abanava com as mãos e a outra roía as unhas compulsivamente.

— Não sejam descuidadas, estamos sendo observadas. Não podemos confiar nem mesmo nos nossos próprios amigos. Eles podem estar sendo manipulados.

Ino olhava admirada para amiga. Era lógico que Sakura era inteligente – na verdade, a pessoa mais inteligente que ela conhecia, depois do seu melhor amigo – mas ela também sabia agir calmamente sobre pressão. Embora estivesse se corroendo por dentro, admirava isso nela.

— Como, com um feitiço proibido? — Cortou Hinata, que tinha as mãos sobre o peito, como se com o aperto toda a angústia e medo que estava sentindo fosse embora.

— Isso me dá arrepios. — Isso sim deixava Sakura nervosa. Tenten era a pessoa mais corajosa que conhecia. Se ela se sentia assim, é porque as coisas não andam bem.

Ela precisava ser forte por ela e pelos seus amigos. Se tinha uma coisa que ela sabia bem era que pessoas fracas nunca venciam. Aprendeu isso da pior forma. “Sempre espere o pior, é o melhor calmante. Possui o dom de amenizar qualquer golpe”. Tinha lido isso em algum livro que naquele momento não lhe recordava o nome. Mas desde então não tirava isso da cabeça. Não era sobre ser pessimista, mas sim realista. Não tinha ideia do que esperar do futuro.

— Não tenham medo, estamos juntas. É isso que importa.

O grupo deu-se as mãos e seguraram forte. Aquele gesto dizia mais do que aparentava. Por trás das sobrancelhas franzidas e olhares distantes existiam garotas fortes e destemidas. Sakura sabia que podia contar com cada uma delas para tudo, não importa o que fosse. Um sorriso encorajador se apossou dos seus lábios e Ino imitou o movimento. A loira apertou a mão da amiga artilheira e ela entendeu o que aquele olhar queria dizer. Hinata, que tinha pequenas gotas se formando em seu globo ocular, fechou os olhos e respirou fundo. Quando voltou, lançou um sorriso para as amigas que corresponderam. Não é hora de chorar ou ter medo. É hora de erguer as nossas varinhas e lutar.

 


Notas Finais


E aí? Ansiosos para o próximo? Porque eu estou, e não é pouco.
Então, existe algumas coisas que eu gostaria de ressaltar. Sim, existe alguns fatos retirados dos livros de Harry Potter, mas apenas com o que tem haver com o Torneio Tribruxo. Algumas das provas não serão iguais as dos livros e tem bastante coisa que foi adaptada. Bom, eu espero que isso não seja problema para vocês.
Muito obrigada por tirar o seu tempo e ler "Reparo", vocês são muito importantes para o andamento da história.
Sintam-se à vontade para comentar, eu fico muito feliz de saber a opinião de vocês. Lembrando que críticas não construtivas desmotivam a autora sensível. No entanto, as contruitivas são muito bem vindas!


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