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História Reprise - Interativa - 021 - As quatro capetinhas


Escrita por: _Stilisnki_

Notas do Autor


Muito bem, boa noite meus amores.

Enfim, no capítulo de hoje eu vou tratar de uma assunto meio delicado. Não é minha intenção ofender, humilhar ou qualquer outra coisa do tipo. Pelo contrário, eu postei o capítulo justamente como um incentivo, para ajudar vocês.

Bem gente, infelizmente, esse tipo de coisa acontece em todo lugar, pode estar acontecendo do nosso lado e a gente nem percebe. Há cada 11 minutos, uma mulher é assediada seja em transporte público, no trabalho, ou até mesmo na escola, em todo lugar. Temos cerca de 180 abusos POR DIA, somente no BRASIL, isso é muito grave, gente.

Então, meus amores, fiquem ligados naquela coleguinha que está tendo um comportamento estranho com algum menino, ou até mesmo parente, que não gosta de ficar sozinha com ele, ou coisas do tipo. Isso é importante e vocês podem estar salvando uma pessoa.

Embora mereça, não faça justiça com as próprias mãos, comunique um responsável que ele saberá o que fazer. Pode ser um professor, o diretor de seu colégio ou até seus pais.

Sem mais delongas, fiquem com o capítulo, bebês.

Capítulo 21 - 021 - As quatro capetinhas


14 de Fevereiro de 1995

Escócia - Hogwarts

Um dia antes de irem para Hogwarts, Coralinne esperou que os outros fossem jantar para conversar com alguns membros da Ordem da Fênix. Assim que percebeu que todos estavam distraídos demais com as piadas dos gêmeos, a garota saiu disfarçadamente da mesa e foi em direção ao quarto de Bicuço no terceiro andar. Abriu a porta e se esgueirou para dentro, fechando a porta rapidamente. Notou que Arabella havia levantado a bota de cano alto alguns centímetros do chão para espiar a sola do salto com expressão de nojo, o hipogrifo parecia não gostar de toda aquela gente ali, mas continuava com sua pose majestosa, enquanto arrastava a pata no chão em busca de pedacinhos de rato que talvez ele tivesse deixado cair no almoço. Murilo Hawke conversava com Albert Scamander, que parecia meio perdido em estar ali. Assim que a garota fechou a porta, os três focaram o olhar na mesma, esperando explicações do motivo da garota ter convocado os três, assim que eles apareceram no Largo Grimmauld, número doze.

— Você nos fez esperar bastante tempo, ruivinha, espero que tenha um bom motivo. — Arabella murmurou, enquanto cruzava os braços em frente ao corpo e focava o olhar na garota.

— Desculpe... — Coralinne disse agitada, enquanto caminhava em direção a janela, depois se virava para os três. — Eu vou ser bem rápida, olhe... aconteceu uma coisa há alguns dias...

— E porque você não falou com os outros? — Albert perguntou, enquanto erguia uma das sobrancelhas.

— Eu... ah... — Coralinne suspirou, enquanto gesticulava com as mãos. — bem, eles já estão com problemas demais...

— Nós fazemos parte da Ordem da Fênix, meu bem, também temos problemas demais! — Albert disse, enquanto olhava a menina com reprovação.

— Vocês dois podem pelo menos ouvir a garota? — Murilo disse impaciente, olhando para os dois.

— Obrigada... — Coralinne agradeceu, enquanto começava a andar pela sala, sendo vigiada de perto por Bicuço e os outros três membros da Ordem. — Hum, em uns dias atrás... eu meio que... tive uma visão...

— Visão? — Albert arregalou os olhos. — Olhe, eu espero que isso não seja uma brincadeira, porque não tem a menor graça...

— Não é mentira, você não sabe quem é a mãe dela? — Arabella perguntou, enquanto olhava para o homem ao lado de seu marido.

— DEIXA EU FALAR! — Coralinne gritou, parando no mesmo lugar. Os três voltaram seu olhar assustado para a menina, que ficou envergonhada por alguns segundos, tanto que um rubor se tornou visível em seu rosto. — Desculpe... — sussurrou.

Ficaram em silêncio por algum tempo, até que a garota voltou a falar, após ter certeza que não seria mais interrompida.

— Haverá uma fuga em massa de Azkaban, Comensais da Morte, Bellatrix Lestrange está entre eles... — ela sussurrou, enquanto voltava a andar, agitada.

— O que?! Como assim? Nos diga exatamente o que viu! — Arabella arregalou os olhos, enquanto se aproximava da garota.

Ethan havia acabado de sair do Largo Grimmauld, Coralinne finalmente se permitiu soltar algumas lágrimas assim que o garoto bateu a porta. Subiu as escadas correndo, esbarrando no ombro de alguém assim que passou pelo corredor para entrar no quarto que estava dormindo. Assim que a mesma fechou a porta, sentiu a mesma tontura que indicava que a mesma teria uma visão. Dessa vez, não relutou contra isso, apenas se apoiou na porta e esperou as imagem passarem como um filme em sua mente.

Ela reconheceu que era Azkaban. Viu uma mulher muito parecida com Mérida, então percebeu que era Bellatrix Lestrange. A mulher ria descontroladamente, enquanto levava o pulso aos lábios e lambia a grande Marca Negra até seu antebraço. Também viu a mulher se levantar em um pulo e saltitar em direção aos outros Comensais, que observavam com surpresa a Marca se movendo e ardendo em seu antebraço. O tempo não estava tão bom do lado de fora quando Madelaine Biws se aproximou da grande abertura da parede. O céu cinza estava repleto de nuvens escuras, barulhos de relâmpagos eram ouvidos de longe, os Comensais não conseguiram conter o sorriso.

—, e foi assim... — Coralinne terminou, enquanto gesticulava com as mãos, ainda bem agitada.

Coralinne deixou seu olhos pousar nos três membros da Ordem da Fênix, que pareciam boquiabertos com a recente informação. Os três se olharam rapidamente, trocando olhares significativos, enquanto se dirigiam a porta.

— Vou mandar uma coruja a Dumbledore... — Albert foi o primeiro a sair com rapidez, parecendo bastante preocupado.

— Tem previsão de quando isso pode acontecer? — Arabella perguntou, erguia uma das sobrancelhas com interesse.

— Não... — Coralinne negou, enquanto esfregava uma mão na outra em sinal de nervoso.

— Bem... — Murilo coçou a nuca, enquanto pegava a mão da esposa e ia em direção a porta. —, você fez bem em nos contar, Coralinne. Melhor você ir comer... — e ele saiu junto com a esposa, deixando uma Coralinne tensa para trás.

(...)

O que aconteceu para deixar Lord Voldemort tão feliz? Essa pergunta foi respondida no dia seguinte, no Salão Principal, durante o café, quando Adhara Black recebia o seu Profeta Diário e soltava um gritinho que fez com que todos ao seu redor a encarassem.

— Quê? — Yvaine e Coralinne perguntaram ao mesmo tempo.

— Você está bem, Dhara? — Cedrico, que estava sentado ao lado de Adhara a olhou com preocupação, desviando o olhar para o jornal em suas mãos.

— É, Coralinne — Adhara murmurou, levantando o olhar do Profeta Diário para a ruiva. —, acho que você estava certa...

A Black estendeu o Profeta Diário sobre a mesa, ignorando Coralinne, que a olhava com o cenho franzido em confusão. Dez fotografias - todas em preto e branco -, ocupavam a primeira página. Cinco bruxos e cinco bruxas. Muitos deles zombavam em silêncio, outros faziam gestos obscenos com os dedos. Cada foto continha um nome e uma legenda, o motivo pelo qual foi enviado a Azkaban.

Damon Biws, informava a legenda sob o bruxo dos olhos - aparentemente - claros e rosto meio quadrado com barba rala que dava um sorriso maldoso para Harry, condenado pelo brutal homicídio de Gideão e Fábio Prewett.

Alexa Blanchard, lia-se sob a foto de uma jovem bruxa de cabelos mediados que se apoiava na barra da foto com tédio, condenada por passar informações confidenciais do Ministério da Magia para Àquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

Madelaine Biws, Harry notou que ela tinha os mesmos traços de Damon Biws - assim como o sobrenome - a mulher fazia um gesto obsceno com os dedos do meio, responsável pelo desaparecimento de Carátaco Dearbon.

Julie Evelyns, uma mulher loira levantava sua blusa, deixando seu sutiã à mostra, assim como algumas tatuagens que ela tinha na barriga, condenada pelo assassinato de Julius e Hildegard Evelyns.

Mas o olhar dos quatro pousaram em uma única foto assim que eles viraram a página. Ela dava um sorrisinho arrogante para os quatro, os longos cabelos escuros pareciam malcuidados e desgrenhados, embora Adhara já tivesse os vistos sedosos e brilhantes.

Bellatrix Lestrange, condenada pela tortura e incapacitação permanente de Franco e Alice Longbottom.

Cedrico cutucou Adhara e apontou para a manchete no alto das fotos, por estar focada na foto de Bellatrix, ainda não havia lido.

FUGA EM MASSA DE AZKABAN

MINISTÉRIO TEME QUE BLACK SEJA O "PONTO DE REUNIÃO" PARA ANTIGOS COMENSAIS DA MORTE

— Black? — Cedrico exclamou em voz alta, subindo o olhar para Adhara — Não é o...

— Shiu! — Yvaine disse exasperada, levando o dedo indicador aos lábios. — Não fale alto... só leia!

O Ministério da Magia anunciou durante à noite passada que houve uma fuga em massa de Azkaban.

Em entrevista aos repórteres em seu gabinete, Cornélio Fudge, ministro da Magia, confirmou que dez prisioneiros de segurança máxima escaparam no início da noite de ontem, e que ele já informou ao primeiro-ministro dos trouxas a natureza perigosa dos fugitivos.

"Nós nos encontramos, infelizmente, na mesma posição de dois anos e meio atrás quando o assassino Sirius Black fugiu." comentou Fudge. "E achamos que as duas fugas estão relacionadas. Uma fuga nessa escala aponta para ajuda externa, e devemos nos lembrar que Black, a primeira pessoa a escapar de Azkaban, estaria em posição ideal para ajudar outros a seguirem seus passos. Cremos que muito provavelmente esses indivíduos, entre os quais se inclui a prima de Black, Bellatrix Lestrange, se agruparam em torno de Black como seu líder. Estamos, no entanto, envidando todos os esforços para capturar os criminosos, e pedimos à comunidade bruxa que se mantenha alerta e cautelosa. Em nenhuma circunstância devem se aproximar desses indivíduos. Se alguém tiver qualquer informação sobre qualquer um deles, entre em contato imediatamente com o Ministério."

— Granger... — Medusa murmurou, depois de ter sentado na mesa da Grifinória e Gina Weasley ter acabado de ler a página do Profeta Diário sobre os Comensais.

— Eu concordo. — Hermione disse, enquanto se levantava. — Vou ir chamar a Luna... — ela alertou, já se dirigindo à mesa da Corvinal.

— E eu, a Yvaine. — Medusa já ia se levantando, mas Cameron segurou no braço da mesma.

— O que vocês vão fazer?

— Vamos enviar uma carta... — Medusa sorriu inocente, se dirigindo à mesa da Lufa-lufa.

— Detesto quando elas fazem isso — Rony resmungou amargurado, observando as quatro saírem do Salão Principal às pressas. — Custa nos contar algo?

Na mesa da Lufa-lufa eles não estavam com um humor melhor, quando Adhara Black terminou de ler a mesma página que Gina Weasley.

— Oh, droga... — Coralinne escondeu o rosto nas mãos. —, esse era o motivo de Harry dizer que ele estava feliz...

— Não acredito que estão culpando meu pai! — Adhara rosnou, fechando o punho com força.

— Eles não tinham outra opção, Adhara. — Cedrico disse, ainda olhando o jornal. — O que ele iria dizer? "Dumbeldore me avisou há meses, não dei ouvidos, agora, os Comensais se juntaram à Voldemort." — Cedrico tentou imitar a voz de Fudge, uma imitação fajuta, apenas para aliviar o clima tenso que havia se instalado na mesa. — Ele passou meses anunciando que éramos mentirosos, tem que pôr a culpa em algu...

Cedrico parou de falar assim que ouviu um soluço. Os três viraram o rosto, ao mesmo tempo, em direção a Coralinne, que tinha o rosto escondido nas mãos trêmulas.

— Cora... — Yvaine sussurrou, pondo a mão no ombro da menina.

Eu... eu não consegui... — A voz de choro soou abafada. — Eu não consegui fazer nada...

- Claro que ajudou, Coralinne! - Yvaine disse exasperada. - Você avisou a Ordem dias antes de acontecer, você preveniu a todos, você ajudou bastante!

Coralinne não pareceu convencida, mas a mesma levantou a cabeça e acenou, limpando o rosto com as costas da mão e tentando dar um sorriso mínimo aos três que a olhavam com preocupação.

— Você foi ótima, Weasley. — Cedrico chamou a atenção da menina.

Adhara ignorou a conversa que os três haviam acabado de iniciar, percorrendo seu olhar por todo o Salão Principal. Viu que muitos lançavam olhares assustados para Mérida, que parecia nem notar, estava ocupada demais comendo sua torrada com geleia de jabuticaba. Viu o momento exato em que um garoto loiro se levantou da mesa da Grifinória e foi andando em passos longos até a mesa da Sonserina. O mesmo parou atrás da morena e jogou algo parecido com o Profeta Diário na frente da garota, que fez barulho ao cair na mesa. Mérida deu um sobressalto de susto, mas observou o papel aberto por alguns segundos, viu a foto de sua mãe e leu rapidamente sobre o que se tratava, a mesma não conseguiu conter o largo sorriso de seus lábios. Mas ao olhar por cima do ombro, viu um garoto não muito alegre a olhando.

— Mas que merda você pensa que está fazendo? — A garota gritou, recebendo a atenção de todo salão assim que se levantou de seu lugar e olhou o menino com ódio. 

— A sua mãe, ela ferrou com os meus pais! — Ele apontou para a garota, depois apontou para a foto de Bellatrix no jornal. — Eu quero saber aonde ela está, ela vai pagar por tudo que fez!

— Leonardo, não! — Mérida, ainda surpresa, voltou seu olhar para a garota de sua mesa. Cassidy havia acabado de levantar, andando rapidamente na direção dos dois, mas ela estava sentada na ponta da mesa...

— Olhe, meu bem, escute com atenção, porque eu não vou repetir... — Mérida sorriu com inocência, se aproximando em passos curtos do garoto. Estava tão próxima que conseguia sentir a respiração acelerada do mesmo bater contra seu rosto. — Mesmo se eu soubesse aonde minha mãe está, eu não diria à você.

Mérida observou o garoto ficar vermelho de raiva, os olhos faiscando ódio. No entanto, para a sua surpresa, o menino deixou um sorriso maldoso brotar no canto de seus lábios, enquanto se inclinava mais ainda na direção da garota.

— Você — Ele sussurrou lentamente, pare ter certeza que a menina fosse entender cada palavra — é uma vadia como a sua mãe, e vai terminar igual ela, sozinha em Azkaban. — O menino ajeitou a postura. — Não ache que ela vai ficar impune, ela vai pagar por todas as merdas que fez, filhote de Comensal.

O sorriso inocente de Mérida foi substituído por um sorriso amargo em resposta. O garoto já ia virar as costas, mas Mérida segurou o uniforme do mesmo, impedindo que ele saísse do lugar.

— Por falar em pagar pelas merdas que fez — ela também disse lentamente, mas diferente dele, dizia alto. —, quando você vai ser punido por tentar assediar Brooke Sommers?

E por um momento, todos pareciam ter prendido a respiração, principalmente a ruiva da Grifinória que virou seu olhar assustado para os dois. Seu melhor amigo, Ryan Buttler, já ia se levantar da mesa da Lufa-lufa e ir em direção ao garoto da Grifinória, mas um de seus amigos o impediu, apontando a cabeça para Mérida, indicando que a menina não havia acabado.

— O que...?

— Ah, não se faça de desentendido, babaca — A Lestrange fez um biquinho, fingindo estar chateada. — Ela estava com medo de falar, mas eu percebi seu comportamento quando estava perto dela e o quanto ela ficava desconfortável... — Mérida já pressionava o indicador contra o peito do menino, como se a intenção fosse perfurar o mesmo com a sua longa unha. — Mas eu não poderia acusar você sem provas, não é mesmo? — ela deu um risinho desdenhoso — Eu vi quando ela entrou na sala de Poções e você foi logo atrás, achou que eu iria acreditar mesmo naquele desculpa esfarrapada que você só ia pegar um livro no armário atrás dela? Pensa que está invisível só por fazer essas coisas escondido? — A menina riu, dando dois tapinhas na cara do garoto com mais força que o necessário. — Não, meu bem.

Mérida nem viu quando McGonagall parou atrás de Leonardo, observando a cena com total descrença.

— Detenção, Sr. Montez, enviarei uma coruja aos seus pais e vamos decidir o que faremos com você. 

— Só mais uma coisa... — Mérida pediu, ainda segurando o uniforme do menino. O garoto virou o rosto para ela, ainda muito abalado por McGonagall estar atrás de si. Assim que seu rosto virou, o mesmo sentiu o impacto do punho da garota contra seu olho. — Não me importo se me chamar de vadia, mas se chamar minha mãe de vadia de novo, vou deixar bem mais que só uma marca no seu olho. — e com agilidade, a mão que estava segurando o uniforme foi para o pulso do garoto, torcendo o mesmo com tanta força que foi possível ouvir um estalo e a expressão de dor no rosto do menino, acompanhado por um grito. — Se eu souber que tocou em mais alguma menina sem a permissão dela, eu quebro sua mão.

McGonagall não conseguiu conter a expressão assustada. A mesma não demorou em separar os dois, pegando o uniforme do garoto e o empurrando em direção a irmã furiosa, que saiu do Salão Principal aos gritos com o garoto.

— Você — McGonagall disse, os lábios finos tremendo enquanto ela se voltava para Mérida, que continha um sorriso triunfante nos lábios. —, já para a minha sala!

Os alunos das quatros mesas observaram quando as duas saíram do Salão Principal. Elas foram o caminho todo em silêncio até a sala da McGonagall, assim que chegaram, McGonagall se sentou em sua mesa e indicou a cadeira em sua frente para a menina sentar.

— Pegue um biscoito... — A mulher disse, estendendo o pote para a menina que negou, mas ao ver o olhar de McGonagall, pegou um. —, mais dez pontos para a Sonserina. — O sorriso de Mérida se aumentou, mas o mesmo desapareceu assim que a mulher continuou. — Mas a senhorita vai ficar de detenção, às seis, na minha sala, quarta-feira.

(...)

Hagrid estava em observação pela própria Umbridge, mas para a indignação de Harry e seus amigos, ninguém parecia se importar com isso, uns - em destaque os irmãos Malfoy, exceto Nathair - pareciam ter gostado da notícia. Havia apenas um único assunto que rondava nos corredores, os dez Comensais que fugiram de Azkaban. Os que pertenciam a família de bruxos, foram criados temendo os Comensais da Morte tanto quanto Voldemort. Os crimes que eles cometeram durante o reinado de terror do Lord das Trevas eram lendários. Haviam diversos alunos de Hogwarts, parentes de algumas das vítimas de um dos dez Comensais que haviam escapado, o que fazia diversos olhares atravessados irem em direção a Mérida Lestrange, que parecia não se importar. No entanto, tinha alguém que se importava demais. Adhara Black estava sofrendo, como sofreu no terceiro ano em que seu pai fugiu de Azkaban. O nome de Sirius só foi citado algumas vezes na matéria, mas foi o suficiente para os olhares de julgamento voltarem para a sua direção.

No entanto, não eram só as duas meninas que tinham a atenção voltada para si, Harry Potter também era alvo dos sussurros dos colegas. A única diferença, era que os sussurros direcionados a Harry eram bem menos hostis e grosseiros, Harry também ouviu fragmentos de conversas que as pessoas não estavam muito satisfeitas com a versão do Profeta Diário sobre a fuga dos dez Comensais da fortaleza de Azkaban. Na confusão e no medo, eles estavam indo para a única explicação que tinha: a que Harry, Cedrico e Dumbledore vinham contando desde o ano anterior. Harry notou que não foi só a atitude dos alunos que mudou, não era surpresa encontrar os professores sussurrando entre si em algum canto da escola, parando assim que visse algum aluno passando.

— Eles não podem mais conversar na sala dos professores... — Lily murmurou para Sirena, quando os dois passaram por McGonagall, Flitwick e Sprout agrupados à porta da sala de Feitiços —, não com aquela mulher repugnante lá.

— Acha que eles sabem de alguma coisa? — Sirena perguntou, espiando os três professores por cima do ombro.

— Se souberem, tenho certeza que não vamos saber. — Lily disse irritada, voltando seu olhar para um novo quadro no corredor. — Não depois desse novo decreto idiota...

POR ORDEM DA ALTA INQUISIDORA DE HOGWARTS

Os professores estão proibidos de passar quaisquer informações que não sejam as que são pagos para ensinar.

A ordem acima está de acordo com o Decreto Educacional Número Vinte e Seis

Assinado: Dolores Joana Umbridge, Alta Inquisidora.

Esse último decreto foi motivo de bastante piada pelos alunos, já que na aula de Dolores Umbridge, Lino Jordan interviu quando a mulher foi chamar a atenção de Fred e Jorge por jogarem Snape Explosivo no fundo da sala.

— Snape Explosivo não tem nenhuma relação com Defesa Contra as Artes das Trevas, professora! Não é uma informação pela qual você é paga!

Quando viu Lino Jordan de novo, as costas da mão do garoto sangravam muito. Harry recomendou essência de murtisco.

Harry achou que a fuga de Azkaban fosse deixar a convivência com Umbridge mais suportável, já que dez prisioneiros de segurança máxima escaparam bem debaixo do nariz de seu querido Fudge, mas pelo contrário, Umbridge parecia decidida em controlar cada canto de Hogwarts e ter pelo menos uma demissão. A pergunta era de quem iria primeiro, Trelawney ou Hagrid.

Cada aula de Adivinhação e Trato das Criaturas Mágicas eram supervisionadas por Umbridge e sua prancheta. Umbridge sempre interrompia a voz cada vez mais histérica de Trelawney, exigindo que a mulher dissesse as respostas dos alunos antes mesmo deles responderem. Hagrid não estava melhor que Trelawney, parecia mais avoado que nunca, perdia a linha da aula e muita das vezes dava respostas erradas as perguntas. Umbridge parecia estar privando todas as coisas boas de Hogwarts, principalmente as coisas para Harry. Ele não podia receber cartas de Sirius, não poderia visitar a cabana de Hagrid - já que ele se encrencaria, caso algum dia Umbridge os pegasse - não tinha sua Firebolt e não podia jogar Quadribol. Por vingança, Harry redobrou seus esforços na AD.

Harry ficou satisfeito em ver que todos trabalhavam com mais vigor que nunca ao saberem que mais dez Comensais da Morte estão a solta. Mas ninguém melhorou tanto quanto Neville, a notícia da fuga da Comensal que prejudicou seus pais surtiu um efeito estranho e até assustador nele. Harry teria dado qualquer coisa para ter o mesmo progresso em Oclumência que Neville em feitiços. As sessões de Harry com Snape, começaram bem ruins, não melhoraram. Pelo contrário, Harry tinha a impressão de estar piorando a cada aula.

Antes de começar as aulas de Oclumência, sua cicatriz formigava durante a noite ou quando ele tinha estranhos vislumbres dos pensamentos e das emoções de Voldemort. Agora, dificilmente sua cicatriz não doia, ele tinha a impressão de ser algum tipo de antena alinhada com as emoções de Voldemort, e tinha certeza que isso só aumentou depois das aulas de Snape. E agora, todas as noites ele sonhava com aquele porta sem enfeites no fundo do corredor do Ministério.

— Vai que é uma doença — Bianca disse, com o olhar preocupado quando Harry confidenciou seus pensamentos. —, tem que piorar antes de melhorar.

— Posso te afirmar que as aulas com Snape estão piorando — afirmou Harry — Estou cansado de andar pelo corredor toda vez e cansado da minha cicatriz doendo. — Ele esfregou a testa com raiva.

— Você tem que se esforçar mais nas suas aulas, Dumbledore não quer que você continue sonhando com essa porta... — Nathair alertou, o que fez Harry olhar para ele exasperado.

— Estou me esforçando! — Harry resmungou — Experimente uma vez, Snape tentando entrar na sua cabeça...

— Talvez... — Noah disse lentamente, como se estivesse escolhendo as palavras. — Talvez não seja sua culpa que não consiga fechar a mente... — apontou com a cabeça para Harry.

— O que você está insinuando, Miller? — Nathair ergueu uma das sobrancelhas.

— Talvez Snape não queria que Harry feche a mente, talvez esteja tentando abrir ela mais ainda, facilitando a entrada de Voldem...

— Tudo bem, já chega! — Ariana o cortou, assim que viu o assombro no rosto de seus amigos — Snape faz parte da Ordem, porque ele iria querer fazer isso?

— Bom, eu vejo vários motivos — Noah franziu o cenho — Nunca tivemos uma prova concreta que ele realmente deixou de ser um Comensal!

— Dumbledore confia nele! — Ariana rebateu — E se não pudermos confiar em Dumbledore, não podemos confiar em mais ninguém.

(...)

Com o tanto para se preocupar e tanto para fazer - já que uma assustadora quantidade de deveres crescia a cada dia, as reuniões secretas da AD e as aulas com Snape ‐, o mês de janeiro passou tão rápido, que quando menos perceberam, fevereiro já havia chegado. Junto com ele, trouxe o clima mais úmido e mais quente, também trouxe a expectativa da segunda visita a Hogsmead. Na manhã do dia 14 de fevereiro, o dia dos namorados, Harry se levantou animado, passaria o dia todo com Cho Chang. Assim que Harry e Rony chegaram no Salão Principal, viram que uma coruja desconhecida entregava uma carta para Hermione, que com agilidade pegou a mesma e abriu, não antes de cochichar algo no ouvido de Alisson.

— Veio em boa hora... — Comentou, enquanto seus olhos corriam da esquerda para a direita, tendo uma expressão de enorme satisfação no rosto.

— Harry — era a primeira vez que Alisson falava com o garoto, a menina parecia estar fugindo do mesmo desde o acontecimento na Sala Precisa. — Hum, você poderia encontrar as meninas no Três Irmãos... digo, Três Vassouras, por volta de meio-dia?

— Bem... — Harry trocou um olhar significativo com Rony, escolhendo as palavras com calma — Hum, acho que Cho espera que eu passe o dia com ela...

— Tudo bem... — Harry viu a garota dar de ombros, percebeu que a menina não queria discutir, tanto que a mesma deixou seus olhos caírem no seu prato de pudim. Mas então, Harry viu quando a garota levantou o olhar para ele, um sorriso duro nos lábios. — Se precisar, leve ela. Eu não deixaria de ir, se fosse você.

— Tudo bem, mas o que houve?

— Não temos tempo de contar — Hermione disse, se levantando com a carta nas mãos —, preciso responder logo essa carta, não deixe de ir, Harry. — Ela ia dizendo, enquanto ia rapidamente para fora do salão.

Harry e Rony focaram o olhar em Alisson, que ainda mexia com o pudim sem a intenção de comer. Sentindo o olhar dos dois em cima de si, a garota ergueu o olhar e franziu o cenho.

— O qu... — Mas ela logo entendeu, o que fez a garota revirar os olhos. — Não vou contar, não é um problema meu.

— Você não vai estar lá? — Harry perguntou, vendo a garota negar com a cabeça.

— Nah, tenho algumas coisas para fazer. — Ele disse simples, pegando a sua bolsa jogada no banco e abrindo a mesma na frente dos dois. Um passarinho com a asa estranhamente torta estava deitado em um pano que a menina havia posto. — Ele está com a asa quebrada, vou cuidar dele...

— Porque não pede ao Hagrid? — Rony perguntou, recebendo o olhar de indiguinação da menina.

— Ele apareceu para mim, eu vou cuidar!

— Ok, então... — Rony levantou as mãos em rendição, vendo a menina revirar os olhos e sair do Salão Principal. — Está vendo, Harry? Cada dia ela está mais maluca!

(...)

— Vim aqui com Cedrico no ano passado. — Cho Chang olhou em volta da pequena lojinha de chás, em que ela mesma havia escolhido ir.

Harry não acreditava que a menina realmente quisesse conversar sobre o ex-namorado, enquanto tinha casais se beijando e querubins sobrevoando suas cabeças.

— Queria perguntar algo a você... — ela disse lentamente, enquanto olhava para baixo. — O que aconteceu no labirinto? Digo, depois que teve... tudo aquilo. Ele voltou estranho, sabe? Sei que ele não está ficando com Júpiter Malfoy, porque ela não tem olhos para outra pessoa que não seja Noah Miller. Mas tem aquela sua amiga... Medusa, eu reparei na maneira que os dois se olham e...

— Escute — Harry disse com a voz controlada, suspirando para não soar grosseiro. — Não sei o que acontece com os dois, se realmente acontece algo, isso não é da minha conta...

— Então quer dizer que você não conversa com suas amigas? — Não tinha controle na voz de Cho, na verdade, ela dizia de uma maneira bem agressiva.

— Claro que converso, mas...

— Então, porque você não quer conversar comigo? — A garota o cortou, se levantando.

— Eu só não quero falar sobre o Cedrico, Cho, e...

— Acho melhor você ir encontrar suas amigas sozinho. A gente se vê por aí, Harry Potter.

E sem dizer mais nada, a garota foi em passos duros para fora do local. Sem entender o que estava acontecendo, Harry deixou um galeão em cima da mesinha e foi atrás da menina, mas não viu nenhum sinal da mesma. Suspirou, se dirigindo ao Três Vassouras, não poderia fazer nada se Cho não queria ser encontrada.

— Ei, Potter. — Silvester acenou, assim que o garoto entrou com Três Vassouras.

— Como vai, em? — James perguntou, oferecendo um sorriso amigável para o garoto.

— Oi, meninos. — Harry cumprimentou os três. Marcus, que atendia alguns clientes, pegou uma garrafa em baixo do balcão e entregou para Harry.

— Você está com uma cara péssima, por conta da casa. — O menino riu, vendo Harry agradecer com um sorriso mínimo.

— Harry, aqui! — Yvaine chamou, acenando para indicar a localização delas.

Assim que Harry chegou na mesa, percebeu que não era somente as quatro amigas ali. De frente a Cedrico Diggory, ninguém menos que Rita Skeeter, a ex-jornalista do Profeta Diário.

— Você chegou cedo! — Hermione sorriu, puxando a própria cadeira para abrir espaço para ele sentar.

— Ainda pensamos que você nos deixaria esperando por causa da Cho. — Yvaine comentou, também afastando sua própria cadeira.

Harry sentiu o estômago embrulhar. Era estranho falar que estava saindo com a ex-namorada do amigo, ainda mais na frente dele.

— Não se preocupe, Harry. Cho é passado. — Cedrico ofereceu um sorriso reconfortante a Harry, quando o mesmo olhou para ele.

— Cho? — Rita perguntou na mesma hora, se virando para Harry. — É uma menina? — O sorriso da mulher aumentou ao perceber a situação de Cedrico e Harry. — Você roubou a namorada dele?

— Não, um menino. — Medusa respondeu, observando a mulher abrir a bolsa de couro de crocodilo e começar a vasculhar a mesma — Os dois estão brigando por um menino.

— Pode guardando isso daí, não é da sua conta a vida amorosa do Harry e do Cedrico. — Hermione disse exasperada.

Rita já havia tirado uma pena verde-ácido da bolsa, fazendo uma cara de insatisfação assim que a menina falou.

— O que vocês estão tramando? — Harry perguntou, revezando o olhar entre as quatro garotas.

— A Srta. Perfeição, ia me dizendo quando você apareceu... — disse Rita, tomando um gole de sua bebida. — Eu tenho permissão de falar com ele, não tenho? — a mulher debochou, se virando para as três garotas ao lado de Harry. — É uma garota bonita, pelo menos, Potter? — a mulher sorriu maldosa, voltando seu olhar para o menino.

— Mais nenhuma palavra sobre a vida amorosa do Harry, ou o trato está desfeito. — Yvaine disse, fazendo Rita a olhar com indiferença.

— Que trato, Srta. Certinha? — Rita ergueu uma de suas sobrancelhas — Vocês não falaram em nenhum trato, só me chamaram para... hum, aparecer há um dia desses.

— Claro, e em um dia desses você poderá escrever mais uma dessas histórias ridículas que Harry namora alguma de nós. — Hermione retorquiu com indiferença.

— Não estão todas aqui, na verdade. — Rita debochou, fazendo Hermione a olhar com desdém.

— E que diferença faz, no momento?

— Muitas histórias ridículas foram publicadas sem a minha ajuda, como você se sentiu, Potter? — A mulher ignorou Hermione, se virando para Harry.

— Olha, ele se sentiu muito feliz, na verdade — Medusa, disse com um falso entusiasmo —, mas muito feliz mesmo, mal podia conter a alegria.

— Poupe-me do seu sarcasmo, Srta. Debochada. — Rita revirou os olhos, fazendo Medusa sorrir.

— Então nos poupe das suas perguntas idiotas, Sra. Fofoqueira.

— Então vocês continuam a afirmar que Você-Sabe-Quem retornou? — Rita voltou a ignorar as quatro garotas, pousando seu olhar penetrante em Cedrico e Harry, por cima dos óculos. — Vocês sustentam todas as idiotices que Dumbledore tem dito sobre Você-Sabe-Quem ter retornado e vocês dois serem as únicas testemunhas?

— Não somos as únicas testemunhas! — Harry vociferou.

— Ah, não venham me dizer que a filha dos Malfoy estava lá, porque a garota já disse que não estava. — A mulher resmungou impaciente.

— Ela não disse que não estava — lembrou Cedrico, pacientemente. —, disse que não se lembrava. — o menino olhou para Harry e depois para a mulher. — O que Harry está tentando dizer, é que havia bastante... gente presente.

— Havia cerca de uma dúzia de Comensais da Morte, quer saber o nome deles? — Harry ergueu uma das sobrancelhas, em tom de desafio.

— Oh, adoraria. —Rita sussurrou, voltando a vasculhar sua bolsa sem tirar os olhos dos dois meninos, como se eles fossem a coisa mais linda que a mulher já havia visto. Uma enorme manchete: "Potter e Digorry acusam..." Um subtítulo "Harry Potter e Cedrico Diggory citam Comensais da Morte entre nós". E duas belas fotografias em baixo "Adolescente perturbado que sobreviveu a um ataque de Você-Sabe-Quem, Harry Potter, 15 anos e adolescente querendo um minuto de fama, Cedrico Diggory, 16 anos, provocaram indignação durante a tarde do dia dos namorados ao acusarem membros respeitáveis e destacados da comunidade bruxa de serem Comensais da Morte..."

A pena de Repetição Rápida já estava próxima da boca da repórter, quando a expressão de satisfação se desfez do rosto da mulher.

— Certamente — disse baixando a pena e fuzilando Hemrione e Yvaine com o olhar —, a Srta. Perfeição e a Srta. Certinha não gostariam de ver essa história divulgada, não?

— Na verdade, — Hermione disse com meiguice — é exatamente o que a Srta. Perfeição e a Srta. Certinha desejam.

Rita arregalou os olhos para as duas, assim como Cedrico e Harry, ignorando as risada que Medusa deu. Luna, diferente dos três, cabtarolou baixinho "Weasley é nosso rei", e mexeu a sua bebida com a cebola do coquetel na ponta do palito.

— Você quer que eu divulgue o que eles dizem sobre Àquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado? — Rita perguntou com a voz abafada.

— Sim, a história verdadeira. — Yvaine assentiu, sorrindo com gentileza — Exatamente como Cedrico e Harry contam, todos os fatos. Eles diram o nome de todos os Comensais que estavam lá, conhecidos ou não. Vai dizer exatamente como Voldemort está agora; ah, controle-se, mulher — Yvaine disse com humor, assim que Rita derrubou seu copo de uísque de fogo na roupa, por ouvir o nome de Voldemort.

Rita enxugou a frente da capa com um guardanapo que a própria Yvaine ofereceu a ela.

— O Profeta Diário não vai publicar isso. Caso vocês não tenham notado, ninguém quer saber dessa história chata. Todos acham que os dois estão ficando malucos, mais o Harry, mas se você me deixar escrever a história do outro ângulo... consigo fazer o Sr. Bonitinho parecer mais estranho que o Potter.

— Não precisamos de mais uma notícia chamando o Harry de maluco, ou deixando o Cedrico maluco. — Medusa resmungou, chamando a atenção da mulher. — Podemos dizer que estamos fazendo uma coleção delas, obrigada! Caso você não tenha entendido, queremos que eles tenham a oportunidade de contar a verdade.

— Não tem espaço para notícias como essa. — Rita disse com frieza.

— Você quer dizer que o Profeta Diário não pode publicar porque Cornélio Fudge não iria deixar? — Yvaine perguntou, deixando que uma expressão de irritação tomasse conta do rosto da menina.

— Ótimo, isso mesmo, Fudge está ameaçando o Profeta Diário! — resmungou a mulher, levantando as duas mãos em rendição. — O jornal não vai publicar uma história que irá favorecer Dumbledore, ninguém quer ler isso. Essa última fuga já deixou todo mundo preocupado, ninguém quer acreditar que Você-Sabe-Quem retornou.

— Então o Profeta Diário existe para dizer o que às pessoas querem ouvir e não a verdade? — Hemrione perguntou criticamente.

Rita se endireitou na cadeira, virando seu copo de Uísque de Fogo.

— O Profeta Diário existe para vender cada vez mais exemplares, tolinha.

— Pois meu pai acha que é um péssimo jornal — comentou Luna, entrando inesperadamente na conversa. — Meu pai divulga notícias importantes, não está interessado em ganhar dinheiro.

— Dá pra adivinhar o tipo de jornal que seu pai pública, então — Rita mirou seus olhos maldosos em Luna — Deixe-me ver, Vinte e Cinco Maneiras de se Misturar com os Trouxas?

— Não — Luna negou com a cabeça, parando de mexer sua bebida —, ele é editor do Pasquim.

— Notícias importantes, é? — Rita resmungou com desdém.

— Bom, então essa é sua chance de melhorar o conteúdo. — Hermione disse com gentileza — Luna disse que o pai vai ficar satisfeito de fazer uma entrevista com os dois. Ele quem vai publicar.

Rita encarou os adolescentes por alguns segundos, soltando uma alta gargalhada em seguida.

Pasquim? Sério, meninas? — ela limpou lágrimas teatralmente — Quem iria levar alguém que aparecesse no Pasquim à sério?

— Bem mais do que você imagina — Yvaine disse, pegando algo de sua bolsa e estendendo sobre a mesa. Logo eles perceberam que era um exemplar do Profeta Diário. — Não precisa ler duas vezes para perceber o tanto de furos que tem nessa história que o Profeta publicou. Acreditamos que muitas pessoas devem está se perguntando o que, de fato, aconteceu. E se há uma história alternativa do Profeta Diário, tenho certeza que muitas pessoas ficariam interessadas em ler.

Rita ficou em silêncio por um momento, a cabeça levemente inclinada para o lado.

— Tudo bem, vamos dizer que eu aceite — disse astutamente —, quanto vou receber?

— Papai não chega a pagar as pessoas para escreverem — Disse Luna — Eles escrevem porque gostam, se sentem honrada e, claro, para ver o nome delas em letra de imprensa.

Rita Skeeter estava mais pálido que o normal ao se virar para Hemione.

— Acha que vou fazer isso de graça?

— Bem, sim — Hermione disse calmamente, tomando um gole de sua bebida — Caso contrário, ficarei feliz em informar as autoridades que você nunca se registrou como animaga. Naturalmente, o Profeta Diário deve te pagar um bom cachê por fazer uma reportagem em primeira mão de como é a vida em Azkaban.

— Suponho que eu não tenha outra opção, não é mesmo? — Rita disse com uma falsa simpatia, já que, pela sua expressão, ela gostaria de tacar seu copo de bebida na cara de Hemione Granger — Realmente, quatro capetinhas. — resmungou, abrindo a bolsa de couro de crocodilo e apanhando um pergaminho e sua pena verde-ácido.

— Papai vai ficar muito feliz! — Luna disse animada, sem perceber que um músculo do queixo de Rita Sketeer tremeu.

— Tudo bem, vocês dois? — Yvaine sorriu amigavelmente para Harry e Cedrico, que só observavam a cena sem reação — Prontos para contarem a verdade para todo mundo?

— Sim. — Harry disse, ainda observando Rita. Que agora colocava a Pena de Repetição em posição, sobre o pergaminho.

— Acho que podemos lidar com isso. — Cedrico sorriu com animação.

— Então — Medusa chamou a atenção de todos, com sua voz serena. Observaram com atenção a menina tirar a cereja do palito e levar a mesma a boca. —, pode começar, Srta. Fofoqueira.



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