História Rescata mi Corazón - Capítulo X

Acordo debaixo dos lençóis com Violetta deitada sobre meu peito, dou um beijo no topo de sua cabeça e a ajeito delicadamente do meu lado. Me levanto e vou para o banheiro, tomo um banho demorado. Quando termino fico apenas de calça em frente o espelho, olho as marcas que ela deixou em meu corpo e depois para ela, dando um sorriso. Visto minha blusa e saio.

              Dou de cara com Ludmila na porta de minha cara, segurando dois cafés, lhe direciono um sorriso e vou buscar o carro. Abro a porta para ela e se senta no lugar do carona.

              —Aproveitou a noite? — Ela pergunta rindo, a olho rapidamente um pouco confuso e pegando o copo de sua mão. —Seu rosto, está bem relaxado.

              Dou de ombros tomando um gole do café, café Irlandês, nada melhor para começar o dia do que misturar café e whisky. Ela não tira seus olhos de mim, junto com um sorriso travesso.

              —Ainda não acredito que alguém conseguiu conquistar esse coração de pedra. — Ela brinca dando um soquinho em meu ombro. —E nem adianta negar, aquelas fotos pelos sites de fofoca são bem explicativas.

              Dou uma risada fraca, esse cruzeiro ainda vai acabar com minha reputação. Não respondo, apenas balanço a cabeça em negação, sinto seu olhar em mim por alguns minutos.

              —Lê. — Ela chama um pouco mais baixo. Aproveito o sinal fechado e olho para ela, seu olhar está um pouco caído. —Você realmente está apaixonado? Eu adoraria te ver feliz, mas você tem certeza que é isso que você quer? Ela?

              Desvio o olhar, voltando a dirigir. Ela me conhece melhor do que ninguém e parece estar preocupada e apreensiva. Tiro a mão da marcha e coloco por cima da sua, dando um leve aperto.

              —Ainda tenho 18 dias para decidir o que quero e bom, você me conhece. — Dou um sorriso convencido. —Chegamos ao seu destino, senhorita.

              Falo parando o carro em frente ao local onde ela está construindo sua loja de roupas. Olho para o local e vejo que ela está se saindo bem.

              —A Vilu pode te ajudar, se precisar de algo. — Falo depois que ela sai, apontando para o local. Ludmi concorda com a cabeça e se afasta.

              Percebo que esse desvio de caminho acaba gastando um pouco mais do meu tempo, então vou para a empresa o mais rápido que consigo. Logo que chego vejo Diego me esperando na entrada, ele vem até mim e passa um dos braços em volta do meu pescoço.

—Agora eu entendi o porquê daquele showzinho de ontem. — Ele diz com um sorriso, me levando para minha sala. —Você ficou com ciúmes?

Dou uma batidinha em seu abdômen, dando um sorriso fechado. Ele solta uma gargalhada de jogar a cabeça para trás.

—Eu não acredito que pensou que a Violetta e eu... Meu Deus, eu vou me casar. Mas eu entendo, ciúmes é uma coisa normal num relacionamento— Ele fala rindo inacreditado, abre a porta da sala e me dá passagem para entrar, entrando logo em seguida. —O que eu não entendo é você estar com ciúmes.

Ele fecha a porta, tomando uma expressão séria em seu rosto. Me viro para ele também sério, me recordando na mesa e cruzando os braços.

—León, nós dois sabemos que você não é do tipo que sente ciúmes. — Ele diz como se fosse algo óbvio. —Então não faz nenhum sentido aquela reação se não tiver sido causada exclusivamente por sua possessividade.

Dou uma risada, balançando a cabeça em seguida. Eu não acredito no que estou ouvindo e muito menos acredito que Violetta contou para ele o que aconteceu.

—Não gostei que vocês mentiram para mim. — Ignoro sua afirmação. —Ainda mais vindo de você.

—Eu sei que ela te contou o porquê da mentira, então não venha se fazer de vítima. — Ele chega mais perto, se sentando um uma das poltronas na sala. —Ela te ama muito, não machuca ela.

Ele sai antes que eu possa dizer algo, me deixando sozinho com meus pensamentos. Fico parado ali alguns minutos, ele não mentiu totalmente, mas algo realmente me incomodou naquela situação, não só a mentira ou o sentimento de posse.

Tento afastar aqueles pensamentos durante o resto do dia, me concentrando apenas em trabalho e trabalhos. Os dias ali dentro parecem se repetir sempre, o que me deixa extremamente irritado.

Decido dar uma caminhada depois do expediente, deixo o carro na empresa e vou à pé em direção ao “parque” ali perto. Ele está deserto a essa hora, o que me deixa mais à vontade para estar ali. Mas percebo que ele não está tão vazio assim quando uma voz me chama.

—León, quanto tempo. — Olho em direção a mulher, tentando me lembrar de onde a conheço, seu rosto me é familiar. —Não lembra de mim, sou eu, Macarena.

—Aaah, Ma, quanto tempo. — Digo com um sorriso forçado me lembrando dela. Nos envolvemos a um tempo, mas nem lembrava de sua aparência. Céus, como ela está bonita.

—Soube que se casou, meus parabéns. — Ela diz com seu jeito animado e agitado, como sempre. —Você deve estar muito feliz.

—Com certeza, ela foi a melhor pessoa que entrou na minha vida... Sem ofensas, claro. — Falo sorrindo e logo me corrijo. Ela balança a mão, pedindo para não me importar.

—Águas passadas. Nossa, você não sabe como eu fiquei feliz em te ver, me lembro de quando você era só um garotinho entrando na fase adulta. — Dou uma risada sem graça. Sou surpreendido por um abraço repentino. —Foi bom te ver, estava com saudades. Espero te ver em breve.

—Bom te ver também. — Falo de forma cordial, retribuo o abraço e a observo se afastar.

“Okay, é bom eu ir embora logo, antes que encontre mais alguém”. Volto para a empresa e busco o carro. Quando chego em casa Vilu conversa sério com alguém pelo telefone, enquanto cozinha. Dou apenas um aceno para mostrar que cheguei e subo para o quarto. Vou até o guarda-roupa e começo a separar minhas vestimentas, porém, fico muito indignado quando abro minha gaveta de cuecas e vejo as  roupas íntimas de Violetta junto com elas.

—Violeeeetta. — Grito, poucos minutos depois ela aparece um pouco desesperada no quarto. —O que significa isso? — Pergunto apontando para a gaveta.

—Nossas coisas. — Ela diz dando pouca importância. Olho para ela com os olhos semicerrados. —Não estava conseguindo espaço para guardar, aí pensei que seria uma boa ideia colocar minhas coisas aqui também.

—Exato, mas aqui deveriam estar as MINHAS coisas. — Dou ênfase na palavra minhas. —Eu detesto que mexam nas minhas coisas sem minha autorização e isso aqui — Aponto novamente. —É um ponto que não chegamos ainda.

Pego o que preciso e fecho a gaveta bruscamente e me tranco no banheiro. Escuto os passos de Violetta perto da porta.

—Amor, aconteceu algo? — Ela pergunta baixinho e um pouco cabisbaixa ao mesmo tempo em que ligo o chuveiro. Entro debaixo d’água e deixo ela cair um pouco, antes de responder.

—Não, só quero ficar sozinho. — Escuto-a dizer um ok baixo e sair do quarto. Fico ali estático enquanto a água cai sobre meu corpo.