História Rescata mi Corazón - Capítulo II

           Assim que chego na garagem de casa, sinto um ótimo cheiro e assim que entro, descubro a origem dele. Violetta está preparando o jantar. Jogo meu paletó em cima do sofá e me dirijo em direção ao quarto, mas acabo parando no meio do caminho ao ouvir ela me chamar.

           —Como foi no trabalho, amor? —  Ela pergunta saindo da cozinha enxugando as mãos em um pano de prato. Dou de ombros, ignorando sua pergunta e continuando meu caminho.

           Entro no banheiro e ligo o chuveiro enquanto me dispo. Entro em baixo da água e tento relaxar o corpo enquanto absorvo os acontecimentos de hoje.

           —Amor? — Escuto Violetta chamar e toda minha paz vai por água abaixo.

           —Não me chame de amor, isso tudo que está acontecendo é só uma confusão e esse “casamento” é uma loucura. — Digo de dentro do banheiro, ao mesmo tempo em que desligo o chuveiro. Escuto u suspiro vindo dela e reviro os olhos. —O que você quer?

           Falo entrando no quarto e indo até a cama pegar uma toalha. Vejo pelo canto do olho que ela está um pouco sem graça, o que me faz dar um sorriso, o primeiro do dia.

           —Está surpresa com o que? Não é nada que não tenha visto. — Me viro para ela, sorrindo. Ela desvia o olhar rapidamente, mas logo volta a me olhar nos olhos.

           —O jantar está pronto. — É só o que ela diz antes de sair do quarto.

           Assinto com a cabeça e procuro uma roupa confortável, porém elegante para o que virá a seguir. Desço até a cozinha e a vejo sentada à mesa, comendo em silêncio. Depois de me servir, me sento na cadeira em sua frente, sem lhe dirigir um olhar se quer.

           Quando termino de comer, lavo ambas as louças e poucos minutos depois escuto a campainha.

           —É para mim. — Digo prontamente, indo até a porta. —Aliás, tem um quarto de hóspedes, pode ficar lá.

           Escuto um resmungo, mas não dou a mínima, principalmente ao abrir a porta e dar de cara com a garota de cabelos castanhos. A cumprimento com um beijo na bochecha, abro espaço para ela entrar e quando me viro vejo Violetta me fuzilando com o olhar. “Ótimo!” Penso.

           —Violetta, essa aqui é Sophia, Sophia essa é a Violetta, uma… Amiga. — Abro um sorriso largo, antes que ela possa dizer qualquer coisa tomo a palavra. —Como eu disse, o quarto de hóspedes está arrumado para você. Qualquer coisa não me chame.

           Seguro a mão de Sophia e subo com ela para o andar de cima. Eu acabarei com essa história, de um jeito ou de outro, por isso, no caminho do trabalho para casa liguei para Sophia, um contatinho para as horas vagas.

           Logo que entramos no quarto começo a beijá-la, a levando até a cama. Aproveito aquele momento ao máximo até Violetta quase esmurrar a porta do quarto. Peço licença a Sophia e abro a porta.

           —Eu disse para não me incomodar. — Digo irritado.
           Sou surpreendido ao vê-la empurrar a porta, terminando de abrir e ir até a beirada da cama. Ela me fuzilar com o olhar e depois olha para Sophia.
           —Sai daqui, agora. — Ela se direciona a garota, apontando para fora. —Você não vai vir até aqui e se envolver com o meu marido. — Ela dá ênfase no “meu”.
           Sophia me encara sem entender nada e penso em retrucar, porém, ela pega suas roupas no chão e corre até o banheiro para se trocar. Olho para Violetta com sangue nos olhos, mas ela se mantém impassiva.
           Assim que Sophia se troca, a levo até a porta, pedindo desculpas pelo ocorrido. Quando ela sai, bato a porta com força, indo atrás de Violetta. Ela ainda está no quarto, encarando a parede.
           —Quem você pensa que é? — Grito.
           —Sua esposa. — Ela se vira para mim, aparentemente mais calma, o que me deixa com mais raiva ainda.
           —Eu não pedi para me casar. Isso é, se é que estou casado mesmo. — A reação dela depois disso me deixa intrigada por um momento, ela começa a rir de maneira cínica.
           —Você tem razão, você não pediu para se casar, você me implorou para casar com você, de joelho e tudo. — O sorriso continua em seu rosto. —Você subiu em cima da mesa daquele bar e gritou para todos ouvirem que eu era a mulher da sua vida e que você queria viver comigo.
           Ela chega perto de mim conforme vai falando, colocando a mão sobre meu peitoral e fazendo pequenos movimentos.
           —Você fez o Diego achar um celebrante de madrugada, porque não aguentaria esperar amanhecer. — Ela aproxima a boca do meu ouvido. Fico sem reação. —E depois de tudo me trouxe para cá e fizemos amor a noite toda, naquela cama.
           Ela olha para trás e depois para mim novamente. Engulo em seco, perdendo a concentração por alguns segundos, até retomar novamente a consciência e tirar sua mão de mim.
           —Eu não devia estar em plena consciência, eu nunca me casaria com você em uma situação normal. — Dou uma risada irônica e vejo ela vacilar um pouco. —Amanhã mesmo resolverei a papelada do divórcio. — Me viro para sair do quarto, mas ela novamente começa a rir.
           —Leon Vargas vai desistir de algo assim tão rápido? Isso é novidade. — Olho para ela novamente, com uma expressão confusa. —Dê um mês, você vai querer estar casado comigo. Porém, se mesmo depois disso, ainda quiser se separar eu aceitarei de bom grado.
           —Você não está falando sério. — Ela apenas assente com a cabeça. —Tudo bem então. Te provarem que não nasci para o matrimônio.
           —Ah, mas tem uma condição. Vamos viver exatamente como casados. — Fico confuso por uns segundos até raciocinar. Ela estende a mão para mim. —Fechado?
           Pego em sua mão, selando o nosso acordo.
           Depois disso me preparo para dormir, não sem antes trocar toda a roupa de cama, porque ela me obrigou com o argumento de que não dormiria onde eu estava me pegando com outra.
           Me deito e pego o celular para dar uma última conferida antes de dormir, presto atenção no conteúdo da tela até ela entrar no quarto vestida com um pijama minúsculo e se deitar ao meu lado de costas para mim. A olho por alguns minutos e depois me acomodo, também de costas para ela.