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História Resilience - Euphoria


Escrita por: anatopeira

Notas do Autor


Oiii gente ! Sei que fui péssima por ficar esse tempo todo sem postar e estou muito triste por decepcionar vocês, mas estive muito ocupada recentemente.
Amo todos vocês !!! Muito obrigada pelo apoio sz
p.s : Este capítulo tem o ponto de vista do Finn

Capítulo 8 - Euphoria


Consigo sentir o sangue escorrendo por meu peito, mas o desespero ao observar a imagem ao meu lado anestesia minha dor.


 

- Nick ! Levanta Nick ! - Puxo seu braço dormente na esperança de que ele se mova, mas nada acontece. Como sempre.

 

Meus olhos se abrem abruptamente e suor já domina minha pele. Solto um grunhido de raiva e afasto o cobertor, me levantando rapidamente e indo de encontro ao meu banheiro.

 

Enquanto a água cai sobre meu corpo, sinto lágrimas fazendo o mesmo por meu rosto. Aquele maldito dia ficou gravado na minha mente como uma maldição pessoal.

 

Depois de colocar o uniforme, volto ao meu quarto e dou de cara com Holmes. Ok, não exatamente de cara, porque ele é minha tartaruga marinha e está dentro de um grande aquário perto da minha estante de livros. Holmes é o único ser vivo que conseguiu conviver comigo por mais de dez anos, além dos meus pais.

 

 - Querido, o café já está na mesa - A voz de minha mãe ecoa alto pelos meus ouvidos e desço a escada lentamente em direção á sala de jantar, onde meus pais me aguardam com um grande sorriso.

 

Ninguém é perfeito, mas a família Wolfhard acredita que está quase lá. Minha mãe, Mary, um prodígio acadêmico desde dos 10 anos de idade. Formada em psicologia por Yale, sua brilhante mente sempre foi alvo de admiração, mas nunca superou seu belo coração altruísta e gentil. E foi por esse motivo que o renomado biólogo Eric Wolfhard se apaixonou por ela e juntos os dois tiveram dois lindos filhos.

 

Essa seria uma linda história familiar se minha mãe não fosse depressiva , meu pai não fosse desempregado, eu não fosse um jovem problemático e meu irmão não estivesse morto.

 

 - Então Finn, sua mãe disse que teve uma visita ontem - Meu pai diz enquanto coloca mais café em sua xícara. Ele meio que ficou viciado em cafeína depois de perder o emprego.

 

 - Não tive não - Coloco uma fatia de torta de maçã na boca com a esperança de que eles não me façam mais perguntas.

 

 - Teve sim, ou acha que eu estava imaginando quando vi você rolando por cima e atacando os lábios dela ? - Minha mãe me questiona com um sorriso no rosto e ouço a risada escandalosa de meu pai - Querido, vocês podiam ter entrando, nós não iríamos atrapalhar a pegação de forma alguma - Deus, se você estiver aí em cima mesmo, essa é a hora de me levar.

 

Era esse tipo de questionamento que eu estava tentando evitar quando fiz aquela merda. 

Mas como sou idiota pra caralho, isso só serviu para fomentar mais questionamentos.

 

 - Mãe, por favor, não começa - Eu consigo sentir o sangue subir por meu rosto e tenho certeza de que, alguma pessoa com problemas de visão não iria conseguir me diferenciar de um tomate

 - Tarde demais - Meu pai diz e enche sua xícara pela terceira vez.

 - Não é isso querido, só quero que você saiba que sempre pode contar com a gente e que estamos muito felizes pelo fato de que finalmente está se envolvendo com mais pessoas desde… - Ela engole em seco e vejo sua mão esquerda tremer - Desde do Nick, e é por isso que quero que saiba que não importa com quem seja, só que é importante pra mim ver que você não está se fechando novamente, como fez por muito tempo.

 - Ok - Respondo em um sussurro. Poderia argumentar e apresentar fatos que refutam sua teoria e provar que eu continuo agraciado pela dádiva da boca virgem, mas prefiro me calar ao notar sua feição desolada.Ela sempre fica assim quando fala sobre Nick.

 - Com licença, vou pegar alguns documentos lá em cima - Minha mãe se levanta e corre em direção ás escadas, e sei que vai só se trancar no banheiro e chorar descontroladamente. È engraçado o quão hipócrita e contraditória ela é. Quero dizer, elas é psicóloga e atende umas 50 pessoas por dias, mas ela nunca fez questão de procurar ajuda e age como se não precisasse.

Meu pai respira fundo antes de me lançar um olhar de acolhimento muito conhecido por mim. Eu e meu pai nunca fomos ‘’melhores amigos’’, mas depois da morte do meu irmão, passamos a ter uma relação estranha. Nós mal conversamos, e quando isso acontece sempre fica um clima estranho depois, então a trocas de olhares e sorrisos se tornaram a solução.

 - Finn, você viu a pasta de amendoim ? Eu tinha certeza de que tinha as guardado na dispensa ! - Quase engasgo com o suco que estava tomando com o questionamento dele. 

 - Não, claro que não - Digo e desvio meu olhar para o chão. Qual o meu problema ?

 - Eu sei que foi você filho, te vi pela câmera - Arregalo meus olhos. Como eu consigo ser tão burro ?! Eu moro nessa porcaria de casa, merda.

- Viu errado - Por que eu não calo a boca ?

 - Não vi não - Meu pai balança a cabeça em forma de negação enquanto ri - Finn, eu sei que você possui gostos peculiares, e respeito isso, mas nenhuma pessoa se sente atraída por pessoas que só a oferecem pasta de amendoim como presente.

 - Meu Deus pai, que saco ! - Me levanto da cadeira e vou até minha mochila jogada no sofá da sala e logo em seguida procuro as chaves do meu carro - Pai, onde está a chave do carro, preciso ir para o colégio agora - Na verdade não precisava, só queria me livrar dele.

  - Não se preocupe, eu te levo 

 - O quê ? - Arregalo meus olhos

 - Bom, pensei que depois que saísse do colégio poderíamos aproveitar que sua mãe vai ficar até tarde no consultório hoje para termos um dia de pai e filho, como nos velhos tempos - Ele diz de forma relutante, e reviro os olhos sabendo que não irei conseguir me livrar dessa proposta idiota.

 - Tá legal, mas vamos logo porque não posso me atrasar - Pego a mochila e me encaminho até a porta

 - Parece que você não se importou muito com isso quando fugiu do colégio ontem, não é ?- Ele passa por mim e entra no carro e noto um sorriso em sua face

 - Como você… 

 - Eu sei de muitas coisas que você não faz nem ideia Finn

 

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Estou trancado no banheiro do colégio como um idiota. 

 

Já fazem 30 minutos que meu pai me deixou na escola, mas não consigo sair daqui.

 

Só de pensar que terei que encarar Millie novamente, minha mente começa a se embaralhar e sensações passeiam pelo meu corpo. Eu sou idiota pra caralho.

 

 - Tá legal Finn, provavelmente ela já se esqueceu do que rolou ontem e nem vai olhar pra sua cara- Digo para mim

 

 - Não esqueceu não - Dou um grito com a voz que surge atrás de mim e quando me viro pra ver quem o culpado por minha quase morte, tenho certeza de que seria melhor ter sofrido um ataque cardíaco.

 

Millie me encara com um sorriso maroto e com uma expressão de deboche no rosto.

 

 - Você estava aí há muito tempo ou… - Tento, inutilmente, sair daquela situação

 

 - Tempo suficiente Finn. - Ela se aproxima de mim - E, se te tranquiliza, eu me lembro muito bem do que quase aconteceu ontem - Meus Deus, ela tá muito perto do meu rosto - Mas que pode acontecer agora - E então, sinto finalmente seus lábios em contato com os meus e…

 

 - Finn ! - Abro os olhos depois de sentir algo sendo pressionado contra meu rosto - Mas que merda ein garoto - Sadie Sink  está ao lado da enfermeira que passa algum tipo de pomada sobre meu rosto. E é só aí que noto que estou deitado em uma maca na enfermaria. Mas que porra está acontecendo aqui ?

 - Acalme-se querido - A enfermeira diz como se fosse fácil - Pelo o que parece, você teve um colapso nervoso e desmaiou no banheiro - Noto que o amigo de Millie, Caleb, também está na sala - Colapsos nervosos são comuns, geralmente motivados por ansiedade ou pensamentos frequentes, você tem algum destes sintomas ? - Pensei em responder que sim, mas apenas maneei a cabeça em sinal negativo.

 - Mas o seu deve ter sido dos fortes - Sadie abre a boca novamente. - porque você dormiu por um tempão, só acordou agora. - Ela cora antes de dizer a próxima informação -  Por sorte, Caleb e eu entramos no banheiro e vimos você estirado no chão - A enfermeira levanta a sobrancelha em sinal de confusão com a constatação da ruiva.

 - Tudo bem - Ela lança um olhar de soslaio para Caleb e Sadie - Finn, já pedi que a secretária ligasse para sua casa e, seu pai disse que já está a caminho. - A enfermeira diz e se encaminha para a saída, restando na sala somente os três adolescentes. 

 - Tá legal Wolfhard, eu vi o que rolou ontem com a Millie e sei que não devia me meter entres vocês mas, - Ele lança um olhar divertido para Sadie - você é lerdo pra caralho lobão. - Eu não acredito que estou sendo ofendido neste após quase morrer em um banheiro mofado.

 - E por isso, - Agora quem me dirige a palavra é a garota - decidimos te ajudar.

Só entendo o que ela quer dizer quando vejo Millie Bobby Brown entrando, aparentemente,  desnorteada pela porta da enfermeira. Ok, de verdade Deus, este é o momento para que você me leve pra sempre.

 - O que aconteceu Leb ? Vim o mais rápido que pude - Ela para ao observar a cena em sua frente e sua feição de preucupação muda rapidamente para raiva - Mas que porra Caleb ! Você me disse que estava passando mal seu retardado - Millie avança até Caleb e difere um tapa em sua cabeça.

 - Aì, eu não estou, mas ele sim - Ele se defende a aponta pra mim.

Millie olha rapidamente para mim e suspira antes de virar os calcanhares e se encaminhar para a porta.

 - Que se foda - È a única coisa que ela diz antes de se retirar.

 

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 - Vamos lá campeão, vai ser divertido - Eu não aguento mais meu pai.

 

Depois de toda aquela cena ridícula na enfermeira, meu pai veio me buscar e resolveu concretizar seu plano idiota de se tornar meu novo melhor amigo. E para concretizar este plano inútil, ele resolveu me trazer ao J.E.M (Jovens Em Reabilitação ) , também conhecido como manicômio juvenil.

 

Tá legal. A verdade é que nunca vim á nenhuma reunião do J.E.M. Mas, em minha defesa, eu não estou disposto a ficar sentado em círculo por 1 hora com um bando de adolescentes desconhecidos e possivelmente psicopatas.

 

No entanto, meu pai literalmente me obrigou a participar de um encontro do grupo, já que, após eu quase morrer de traumatismo craniano é mais importante me cercar de jovens problemáticos do que me levar até o hospital.

 

 - Confia em mim Finn, vai te fazer bem conversar com outras pessoas da sua idade sobre coisas que afligem sua mente e te perturbam diariamente - Ele literalmente me empurra até a sala - Imagine que todos ao seu redor são tartarugas marinhas e você é um explorador disposto a salvá-las - Eu não quero salvar ninguém e… essa frase nem fez sentido.

 

Infelizmente não consigo contestar sua afirmação pois, quando percebo, já estou sentado diante de um bando de pessoas esquisitas pra caralho ( È sério ! Eu juro que vi uma arma na cintura do garoto ruivo sentado em minha frente ).

 

 - Bom, sejam bem vindos queridos ! - A psicóloga diz assim que assenta em uma poltrona rotativa no centro da roda. - Hoje, como podem notar, temos a presença de um novo amigo, Finn Wolfhard - Ela diz muito animada, no entanto os jovens ao seu redor não compartilham do mesmo sentimento e eu tenho certeza de que vi uma garota apontar um canivete para minhas…partes íntimas. 

 - E como nós damos boas vindas aos nossos novos amigos ? - Ela realmente acha que eles se importam ?

 - Bem vindo, Finn - Eles dizem em uníssono e posso sentir que seus corpos não possuem nada que os sustentem além dos pés. È como se não tivessem alma. Perfeito, finalmente pessoas que me compreendem.

 - Òtimo ! Agora quero que façam duplas para que possam discutir sobre o porque de estarem aqui - O quê ? Mas que porra de psicóloga é essa ? Ela quer que façamos o trabalho por ela ? - Para isso, quero que formem duplas com as pessoas á sua direita e que sentem de frente um para o outro - Faço o que ela pede e me vejo de frente de para uma garota de cabelo bagunçado e moletom amassado.

 - Rue. - A garota diz de repente de forma apática e fico confuso. Acho que ela nota, pois se explica depois - Meu nome é Rue.

- Ahh, entendi, bom meu…

 - Eu sei qual é seu nome, todo mundo ouviu. - Ela revira os olhos - Escuta aqui, eu quero acabar logo com essa merda, então será que dá pra falar porque está aqui ?

 - Sei lá, tenho ansiedade e não consigo lidar muito bem com ela, além de também achar que sou meio doido e meus pais não tem dinheiro pra me mandarem para um manicômio. E você ?

 - Sou viciada em drogas - Elas diz de forma tão simples que me surpreende - Todo o tipo.

 - Mas porque você usa ? - Parabéns Finn ! Seu dom para irritar pessoas é inacreditável.

 - Sei lá, é como euforia pura, desde a primeira vez que experimentei. - Ela suspira - Seu corpo se vicia neste estado eufórico e você deseja tê-lo a todo momento.

 - Parece ser uma merda.

 - È. Uma puta merda.

Fico encarando o chão pois não sei como sair dessa situação, mas para minha sorte, a psicóloga volta a falar e me vejo livre de uma longa conversa constrangedora.

 

Ela diz mais um monte de coisas das quais não me lembro e nem faço questão. Após sair da da sala vejo meu pai me esperando com um grande sorriso no rosto que combina perfeitamente com a camiseta do Greenpeace que usa e que possui a estampa de uma tartaruga marinha dizendo ‘’ Humanos fodem tudo’’. Pais biólogos são os piores.

 

- Como foi ? - Ele me questiona

- Você já sabe a resposta, não sabe ?

- Provavelmente.

- Emocionante, papi - Sorrio ao repetir o apelido que meu irmão usava para se referir á papai, e ele faz o mesmo. Esse foi provavelmente o momento mais amigável que tive com meu pai até agora.Uau.

 

Humanos realmente fodem tudo.

 

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Estou sentado na escadaria de casa com meus fones de ouvido que tocam ‘’ All for Us’’ enquanto leio um dos livros de autoajuda que minha mãe me obrigou a ler novamente. Que cena patética.

Este momento estupendo é interrompido pelo som da campainha e, como meu pai foi novamente entregar currículos pela cidade, sou obrigado a atender. E, puta merda, eu preciso imediatamente ir á um psiquiatra, pois o que vejo em minha frente só pode ser alucinação.

 

Millie Bobby Brown está parada na minha frente com um sorriso cínico no rosto. 

 

- Eu sou com toda certeza sonserina - Essa é a primeira coisa que ela diz e não consigo entender até ela me mostrar o exemplar de Harry Potter e a pedra filosofal que está sobre sua mão.

- Não sei se você é tão ambiciosa assim - Por alguma razão, sinto o impulso de me aproximar dela, que não se afasta.

- Não sei se você iria compreender minhas ambições 

- Me mostre, talvez eu entenda - Ela se aproxima e seus lábios finalmente se encontram com os meus e sei que dessa vez é verdadeiro, devido a toda a eletricidade que percorre meu corpo.

 

Rue tinha razão.

 

A única coisa que posso sentir agora é euforia. E isso é muito bom.

 

Sinto como se meu corpo estivesse viciado nela, mesmo esta sendo sendo a primeira vez que a beijo e que beijo qualquer pessoa.

 

- Me desculpa, por hoje cedo - ela diz ofegante - Eu não sabia o que… - A interrompo com mais e um beijo e ela pede passagem para língua, a qual cedo prontamente enquanto a tiro do chão e a trago para dentro de casa, fechando a porta com os pés.

 

Nossos corpos caem desajeitadamente sobre o tapete da sala e desejo que possamos ficar assim para sempre.

 

Millie é minha droga. 

 

E ela me dá euforia pura.




 


Notas Finais


Por favor, comentem e digam o que acharam, será muito importante pra mim sz


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