1. Spirit Fanfics >
  2. Resiliência >
  3. Esperanças

História Resiliência - Esperanças


Escrita por: Pettrov

Notas do Autor


Boa leitura, obrigada pela atenção ❤

Capítulo 2 - Esperanças


 

Ela acordou com barulhos de coisas sendo arrastadas e algum lugar do apartamento. 

A princípio não dera muita relevância para o agente da balbúrdia que interrompera seu sono, no entanto, no decorrer dos segundos que sua mente levara para despertar totalmente do estado de inércia em que se encontrava, o cérebro rapidamente ligou os pontos e mandou uma mensagem imediata para seu corpo levantar e ir ver o que se passava no cômodo.

Sakura levantou-se cuidadosamente para não tropeçar no edredom que pendia metade na cama e a outra no chão. No entanto, não precisou sair da cama para descobrir a origem do barulho. Na verdade, desejou estar com uma câmera fotográfica em mãos naquele momento.

A cena mais linda e fofa de seu mundo ocorria bem ali, em seu quarto: Sasuke estava de costas para a cama, no lado oposto do quarto e, ao que parecia, pintava algo em uma tela média com bastante afinco. O fato de estar trajando nada mais que um short folgado de cordão que estava bem abaixo da cintura também a deixava bastante satisfeita. Short esse que aliás mostrava um pouco da cueca boxer preta, dando à Haruno a visão de toda a extensão de suas costas e a contração dos músculos quando executava os movimentos de passar o pincel na tela.

Assim como a parte da frente de seu corpo, as costas de Sasuke também era repleta de tatuagens. O Uchiha as começara quando tinha apenas dezesseis anos, já faziam parte dele. Para Sakura, era como se ele sempre estivesse trajando uma armadura por baixo da roupa. Era como se quisesse se esconder.

Era lindo e hipnotizante.

— O que está fazendo aí? — Ela questionou-o chamando-lhe totalmente a atenção.

Ele virou o rosto em sua direção rapidamente com um pequeno sorriso. Aquele que crianças davam quando estão aprontando algo. Ela adorava aquele sorriso, era um sinal claro de que ele estava se sentindo melhor.

— Viva e verá. — Citou voltando sua atenção para o quadro que estava sobre um tripé.

Desde que ele levara aquele tripé e alguns materiais de pintura para o apartamento dela, às vezes Sakura acordava com pelos menos quatro obras de arte pintadas ao redor de sua cama. Ela muitas vezes admirava os desenhos, então olhava para o namorado dormindo ao seu lado, os pensamentos conflitantes: as pinturas eram lindas, mas ela sabia que ele as criava à noite quando não conseguia dormir.

Sakura ficou alguns milésimos de segundos sentada na ponta da cama, ainda hipnotizada com a cena que se desenrolava à sua frente, depois se aproximou afim de descobrir o que ele criava.

A intenção era espiar por cima do ombro dele, entretanto, o fato de seu namorado ser consideravelmente mais alto estava dificultando o ato. Ela então colocou as mãos na cintura dele, ficando bem grudada em suas costas e ergueu os pés, encaixando seu queixo exatamente no ombro dele. Ou teria encaixado se, num gesto rápido, Sasuke não tivesse se virado de frente para ela, libertando-se do aperto na cintura e impedido que ela espiasse.

Devido ao susto, Sakura quase tropeçou e tombou para trás, a queda só não aconteceu porque ela conseguiu se segurar agarrando um dos braços dele e apertá-lo bem forte para manter o equilíbrio. Ao fazer isso percebeu que Sasuke havia feito uma careta de dor, ela olhou para baixo pensando ter pisado em seu pé, então seus olhos passaram dos dedos, sujos superficialmente de tinta azul, para enfim pararam nas próprias mãos apertando o braço esquerdo dele.

As tatuagens não deixavam à mostra, mas ela sabia que ali havia marcas de furadas. Ela estava apertando a parte de dentro de seu cotovelo, bem onde o antebraço se dividia do braço. Justamente na parte em que ele aplicava a seringa com Heroína.

Quase sem pensar, ela o soltou de imediato.

Os braços do Uchiha penderam na lateral de seu corpo. Sakura levantou o rosto para olhar o dele, era uma visão quase insuportável. Diversas emoções passavam pelos olhos negros dele àquele momento: vergonha, consternação, acanhamento... e muitos outros que ela não saberia definir ao certo. Ele também parecia perceber o turbilhão de sentimentos que passavam nos dela, pois, após encará-la, seus olhos desviaram-se para o chão e logo depois voltou a se virar para a tela.

A Haruno ficou se perguntando o que ele havia visto nos olhos dela para agir dessa forma. Mas ele não precisava falar, ela o conhecia. Sasuke levara o ato dela se afastar daquela forma brusca como um mal sinal, uma rejeita. No entanto, não fora esse o caso. Ela o soltara porque o machucara, porque havia visto a expressão de dor no rosto dele quando ela apertou o braço ferido. Ela estava o machucando e por isso o soltou. Ela não tinha nojo dele, nem o repelia. Por Deus! Ela só queria cuidar dele. Ela o amava tanto, tanto.

Ele não estava mais pintando, já tinha até depositado o pincel sobre o suporte.

Hesitante, ela pegou sua mão e o puxou para o outro lado do quarto. Conduziu-o para a cama, deixou-o sentado lá e foi até o banheiro pegar sua caixa de medicamentos. Voltou rapidamente e sentou de frente para ele. Sasuke não disse uma palavra enquanto Sakura passava o remédio em seu braço inflamado. Ele apenas a observava, absorto.

O Uchiha estava agindo desta forma há uma semana, desde a noite do acontecido em que ela o achara naquele estado deplorável. No dia seguinte àquela noite ele prometera que não faria mais aquilo e pediu perdão para ela repetidas vezes. Ela apenas o abraçou e aceitou seu pedido indulto, desejando de todo o coração que aquela promessa não fosse vazia.

E ele vinha cumprindo-a desde então. Entretanto, ela também percebeu suas mudanças de humor no decorrer desses sete dias. Havia dias que ele passava o tempo todo dentro do quarto, pintando e pintando perdido em seu próprio mundo, em outros ele sequer olhava para suas telas e acordava indisposto, e também havia os dias em que ele parecia tão carinhoso e carente de afeto que nem parecia ele mesmo. Como ontem, em que ele fizera questão de ir buscá-la na faculdade.

Ela saiu pelo portão norte e lá estava ele. Sakura sentiu o coração dar um salto e o sorriso involuntário abrir em seu rosto. A verdade é que, apesar de já estarem juntos há dois anos, ela nunca se acostumaria com aquela visão: Sasuke e seu cabelo na altura dos ombros amarrado para trás, de jeans preto e uma camisa baby-look cinza com gola V que mostrava grande parte das tatuagens nos braços e despontando do pescoço.

Ela se despediu de uma colega que vinha acompanhando e foi de encontro ao namorado. Observou alguns olhares femininos dirigidos ao Uchiha durante o percurso, mas o que poderia fazer se ele era tão bonito? Se fosse brigar com cada mulher que olhasse para ele, como se o mesmo fosse um prato cheio da comida mais gostosa o mundo, ficaria louca! Então ela apenas ignorava, assim como ele mesmo o fazia. Olhar não tirava pedaço, afinal.

— Hey — Ela disse quando já estavam frente a frente. Pegou a mão dele e o puxou para a sombra mais adiante. — Então, qual a programação de hoje?

Ele a fitou por um instante, pensativo, e Sakura pôde observar que abaixo de seus olhos havia um leve arroxeado, provavelmente proveniente de mais uma noite insone.

— Eu estava pensando em ficar em casa hoje. — Ele disse enquanto brincava com os dedos dela.

A Haruno não pôde evitar um fio de desapontamento que passou por seus olhos. Era sexta-feira e ela pensava que passaria o fim de semana com ele, já que a faculdade não estava dando muito tempo para os dois ficarem juntos. Mas pelo jeito ele ainda estava remoendo a noite no apartamento dele. Não que Sasuke estivesse a evitando, mas desde aquela noite ele parecia fazer de tudo para obstar um momento com ela.

— Ah, okay. — Ela disse e logo depois sentiu-o puxá-la gentilmente para um abraço. Ele não soltou sua mão, apenas a abraçou com o outro braço. Sakura descansou o rosto contra sua camisa e deu um beijinho na ponta de uma figura que havia em seu pescoço.

— Tem tomate na sua geladeira? — Ele perguntou com os lábios em seu cabelo. A Haruno não segurou o sorriso que se abriu em sua face ao compreender. Quando ele disse que queria ficar em casa, estava se referindo aos dois. Um dia inteiro, só deles, no apartamento dela.

Sasuke apertou seus dedos novamente e ela apertou os dele de volta.

'Eu sei, eu sei.' Era o que o gesto dizia.

— Eu tô limpo, sabe... — A voz de Sasuke tirou Sakura de seus devaneios. Ela terminou rapidamente o curativo que estava fazendo e depois o encarou. — Meu braço só não sarou ainda.

Então era isso, ele pensava que ela achava que ele tinha se drogado recentemente para estar com aqueles furos tão inflamados. Que ele havia sucumbido e quebrado a promessa. Mas não era isso que ela achava, ela acreditava que ele estava cumprindo com sua palavra. E que também estava sofrendo com isso.

Os efeitos colaterais da abstinência do uso da droga estavam cobrando seu preço que vinham em formas de parcelas, como as noites em que ele não conseguia dormir decentemente. A falta de sono acabara levando a uma queda em seu sistema imunológico, era por isso que seu braço estava demorando para sarar.

Sakura poderia explicar isso a ele, entretanto, não o disse. Pousou a caixinha sobre o rack onde estava seu computador, depois voltou-se para ele e parou a sua frente, ainda em pé.

Ela podia sentir a respiração dele em seu umbigo e logo depois os dedos. O Uchiha traçou os dedos da parte de baixo do sutiã até o cós da calcinha deixando uma fraca linha azul em sua pele clara. Depois deu um beijo suave sobre o local parcialmente sujo de tinta. Sakura olhou para baixo, deparando-se com ele a encarando.

'Você acredita em mim?' Os olhos negros pareciam perguntar.

Sem dizer nada, ela sentou em seu colo e Sasuke rodeou sua cintura bem firme. Ela brincou com o cabelo dele que estava solto, passando os dedos nos fios macios e negros. Desceu os dedos para seu queixo que não dava indícios de barba por ele não deixar crescer, então subiu a caricia para os lábios. O Uchiha mantinha os olhos bem abertos, observando cada movimento da namorada. Só os fechou quando Sakura encostou suas testas uma na outra e o beijou.

Não havia nada erótico nesse beijo, era brando e fluído, como um lembrete de que, não, ela não havia o repelido.

Sakura parou o ato, mas continuou com a boca encostada na dele, Sasuke abriu os olhos e encontrou-a o encarando.

'Eu acredito em você' era o que os olhos verdes transmitiam. Ela lhe deu um selinho demorado, ainda o olhando nos olhos.

'Eu credito em você', dizia o primeiro selinho.

'Eu acredito em você', repetia o segundo.

'Eu acredito em você', ecoava o terceiro.

Sasuke deixou o corpo descer até sentir o colchão sob suas costas e puxou a namorada junto. Segurou o lábio inferior dela com os dentes e começou o próprio beijo, dessa vez imperativo e intenso.

'Eu te amo', dizia este.

[...]

Sakura sentiu os dedos Sasuke deslizarem por suas costas, aplicando uma pequena pressão, apenas o suficiente para mandar uma onda de choque por seu corpo.

Devagar, bem devagar, a mão do moreno se movimentava em sua pele, deixando pequenos rastros azuis. Ele seguiu uma trilha na lateral esquerda da costela dela para então parar na cintura dando um breve aperto, como se afirmando que era ali que ele queria chegar. Ela estava de olhos fechados, os braços postos acima de sua cabeça, sendo seguros pela outra mão dele. Sakura poderia facilmente libertá-los, ele não estava apertando nem nada, mas ela não queria se libertar, ainda não.

Sasuke apoiou o cotovelo com mais firmeza na cama e abaixou o rosto na direção do da namorada. Logo abaixo de sua orelha, Sakura pôde sentir os lábios dele se pressionarem contra seu pescoço, seguido por outro beijo mais abaixo e então outro, e outro e mais um até chegar na clavícula, deixando-a totalmente desperta nas reverberações que seu corpo fazia em resposta ao carinho.

Ela estava mais ciente que nunca de que nenhum dos dois usavam roupas. Ela também estava ciente da mão dele ainda em sua cintura impedindo o contato absoluto de seus corpos.

A boca de Sasuke se moveu de volta para o pescoço dela, depois para a bochecha e então finalmente encontrou sua boca, deixando um rastro quente onde seus lábios tocavam. Sakura esperou pelo beijo, mas tudo que sentiu foi a respiração dele se misturando a dela. Ela abriu os olhos, seus rostos estavam no mesmo nível, as bocas apenas milímetros de distância e as pontas do cabelo dele roçando em seu rosto. Ele também estava com os olhos abertos. Sakura libertou as mãos e as levou em direção ao cabelo dele colocando algumas mechas atrás de sua orelha, depois deslizou a mão por seu ombro direito descendo-a ao longo do braço até chegar à mão dele que estava em sua cintura, tirando-a dali e a levando até um de seus seios.

Sasuke deu um pequeno sorriso e então, finalmente, a beijou, enrolando-os para mais perto um do outro. Em um desses movimentos, ele colocou o braço por baixo de suas costas e rolou, puxando-a junto, Sakura acabou por parar em cima, as pernas dela esquentando suas costelas e a barriga dele. Ela ergueu o tronco para se posicionar melhor e um som baixo e rouco saiu da garganta do Uchiha quando os dois se conectaram.

Sakura enterrou as mãos em seu cabelo e ele arqueou o corpo em sua direção. Ela lhe distribuía beijos por toda a extensão de seu rosto: olhos, bochecha, lábios, queixo. Sasuke deslizou as mãos para suas coxas, apertando-as. Ele ouviu-a gemer baixinho em seu ouvido fazendo arrepios lhe tomarem o corpo, então ele os rolou novamente, desta vez voltando a ficar sobre o corpo da namorada sem desconectar-se dela. 

O ritmo foi aumentando e aumentando...

Então Sakura sentiu que ele estava tremendo levemente e sua respiração estava pesada. É claro que ela sabia que aquela posição exigia mais esforço por parte dele, mas daquela vez era diferente das outras. Era como se o corpo dele não estivesse aguentando.

— Você tá tremendo. — Ela disse preocupada enquanto passava a mão em sua bochecha e tirava alguns fios de cabelo que lhe cobria a testa e os olhos.

Sasuke fechou os olhos por um instante e suspirou profundamente. Estava segurando a perna esquerda dela e seu polegar subia e descia na pele, manchando-a de azul e fazendo dela sua tela viva.

— Eu estou bem. Estou com você. — E como se para assegurar isso, ele parou o carinho com o polegar em sua perna e apertou-a deleitosamente.

Sakura assentiu minimamente e enrolou ambas as pernas na cintura dele, o puxando para si, como se naquele momento nada no mundo fosse mais importante do que senti-lo.

Compreender isso causava uma sensação no Uchiha, uma coisa que ele não saberia explicar, mas que se fosse descrever seria como uma chama acessa em seu âmago que só crescia à cada gesto ou palavra carinhosa que Sakura lançava a ele. Ele os guardava em sua memória como se fossem coisas preciosas e só dele. E eram mesmo.

Ele deixou aquela chama crescer e continuou o ritmo lento e degustador que estavam seguindo, experimentando o prazer fluir como ondas. Sentiu a namorada apertar ainda mais as pernas em volta dele e os lábios macios dela encostarem em sua orelha.

— Mais rápido, amor. — Foi o que ela sussurrou e Sasuke poderia esquecer o próprio nome naquele momento em que ele aumentou o ritmo e ela deslizou as unhas ao longo de suas costas.

Poucos movimentos depois a chama explodiu e pareceu expandir-se por todo o seu corpo, abrangendo-o por inteiro. Um fogo parecia correr por suas veias, consumindo-o. E ele deixou ser consumido, porque era um fogo bom, um que não era causado por uma substância proveniente de uma seringa.

Eram sensações como essas e esse sentimento chamado amor que os fazia ter esperanças de que tudo ficaria bem. Eles ficariam bem e não deixariam nada mudar isso.

 


Notas Finais


Sei que o final ficou em aberto, mas certas coisas têm finais que não gostaríamos de saber, então deixei por conta da imaginação de quem leu.

Obrigada novamente por lerem, espero que tenham gostado, xuxuzinhos ❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...