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História Resposta - Capítulo VI


Escrita por: AlohomoraDracar

Notas do Autor


Olá. Segunda parte do capítulo no ar, galerinha. Espero que aproveitem e até o próximo.

Capítulo 6 - Capítulo VI


Fanfic / Fanfiction Resposta - Capítulo VI

No pórtico da Gare du Nor,  Albafica tomou o táxi e deu o endereço da rua que ficava a uma quadra de distância da Maison des Roses.

O relógio da estação marcava 3 da manhã e a quietude da cidade naquele momento era repleta de paz.

O coração do jovem batia acelerado ao pensar se por algum motivo Manigold fosse ficar feliz em vê-lo, ou simplesmente fosse agir de maneira indiferente.

Brigar ou ser agressivo ele sabia que o carcamano jamais seria e como Albafica estaria aquele tempo em Paris nada mais coerente do que ficar perto dos amigos queridos. Sem contar que Camus e Milo enviaram várias coisas para Kárdia e Afrodite obrigara o irmão a levar alguns resultados de suas pesquisas para o médico e muitos beijos e abraços para suas amigas.

E sim, agora Erik tomou para si a alcunha de Afrodite e ninguém achou um absurdo.

Albafica achou muita graça quando o mais novo decidira aprimorar o restaurante do padrinho redecorando o lugar com um extenso e exuberante jardim.

Afrodite se preparava agora para ingressar na mesma instituição que o irmão no curso de agronomia com foco em botânica, mas ao mesmo tempo se via encantado no aprendizado do uso das plantas para tratar doenças.

Era costume ver o irmão traduzir as pesquisas em português da professora brasileira Terezinha Rego que tratava muitas pessoas com fitoterapia.

Ele vivia dizendo que temia não conseguir viajar para o Brasil para conversar com ela sobre a pesquisa para tratamento de rinite alérgica, pois ela já era muito velha.

Camus sempre o tranquilizava dizendo que aquilo não aconteceria tão cedo e que ele deveria se preocupar com o que estava em suas mãos fazer.

Por isso Afrodite levava a vida com os padrinhos e fazia o ensino médio na escola que Camus lecionava.

Dia problemático foi quando da visita dos amigos de Albafica. Alessandro simplesmente parecia incapaz de articular uma frase coerente na frente dos amigos ao observar Afrodite caminhando pelo restaurante entregando flores para as mulheres que ali estavam.

Naquela época o já Afrodite tinha 15 anos e para terror dos que o subestimavam era o melhor lutador do distrito na categoria sub-15 de judô também. Sonhava com a possibilidade de que através do esporte fosse possível garantir bolsas de estudo na pós-graduação que o levassem ao Brasil.

Milo e Camus já haviam decidido que no dia do aniversário dele dariam o presente do garoto que seria uma viagem a São Luís do Maranhão para conversar com a doutora que Afrodite era fã.

Os amigos não paravam de rir da cara constrangido do amigo que não sabia onde enfiar o rosto com o olhar bravo de Albafica sobre si ao perceber que ele não tirava os olhos do seu caçula.

- Desculpa, eu juro. Quer dizer... eu sei que ele só tem 15, mas...

- Mas o que Alessandro? Ouse tocar no meu irmão e se considere um homem morto.

- Mas eu juro que...

Naquele momento Afrodite presta atenção na porta do estabelecimento e sai correndo para abraçar seu irmão mais velho beijando-o e sorrindo.

- Bem-vindo irmão. Seja bem-vindo. Quer comer? Tá tarde, mas ainda tem comida pronta.

Os amigos ficaram embasbacados com aquilo e o encanto quebrou com Kanon, o que não era novidade.

- Ora Saga, você deveria me tratar assim.

Aquilo arrancou gargalhadas dos demais e cascudos na cabeça do gêmeo mais novo.

Albafica distraído não percebeu a maneira como seu irmão caçula ruborizou ao perceber o olhar do amigo do irmão sobre si desnudando-o ali mesmo.

- Quem é você?

- Sou amigo do seu irmão. Me chamo Alessandro. Alessandro Vicenzo. Estudamos no mesmo curso, mas sigo outra linha de pesquisa, quer dizer...

- Quer dizer que és estudante de história também.

Alessandro estava perplexo com aquele rapaz diante de si.

- Você é lindo.

Afrodite corou em um lindo tom carmim e acabou se desfazendo em risinhos púberes.

- Você sabe que não deveria me falar essas coisas, não é?

- Que? Desculpa se te ofendi, mas é que...

Afrodite sorria com charme para o claro constrangimento do visitante com sotaque italiano e jeito marrento ao falar consigo e, enquanto isso, na cozinha do lugar, Milo observava chocado o que estava acontecendo em seu salão.

Seus companheiros de armas, Saga, Kanon, Máscara da Morte, Aldebaran e Kanon, estavam ali rindo e se divertindo como se não houvesse amanhã e, se estivesse certo, o outro grandão e o moreno de cara amarrada próximo também seriam cavaleiros do passado.

Milo precisou de alguns segundos para se recuperar. Já havia passado muito tempo desde que soubera o que aconteceria com todos os seus companheiros de armas que haviam morrido.

Dentre os sobreviventes restauram poucos dourados. Milo, Shaka, Mu e Dohko viram diante de si os corpos de seus companheiros naquelas pedras. Os que pediram para voltar imediatamente foram apenas dois: Camus e Shion.

Os demais pediram para morrer em nome da culpa que os acometia e que pudessem renascer como novos homens “limpos” do mal ou por que não se achavam dignos de estarem felizes com tantas memórias assumindo seu coração e tirando sua felicidade, entre esses últimos estavam os demais dourados e vários outros cavaleiros.

A memória dos dourados quando do despertar de Camus e Shion ainda eram vívidas na memória do escorpiano.

 

Décadas atrás...

 

Fazia três dias que Camus e Shion despertaram e Atena designara uma audiência com seus cavaleiros sobreviventes.

Camus olhou em concordância para Milo para que ambos se dirigissem logo para o 13º templo para saber qual a vontade da deusa.

Ao se aproximarem sentiram o cosmo conhecido de Mu claramente agitado e Shaka tentando conter o ânimo de um frustrado ariano.

- Eu não entendo. Qual o motivo de Aldebaram não está aqui? Ele não voltou por quê? Camus e Shion voltaram... Ele teve escolha? Perdoe-me se minha fé se abala, mas onde está Aldebaram...

Mu chorava e sua expressão era uma mescla de frustração, raiva, saudade e coração partido.

Naquele momento em que entrara na sala de audiência da deusa pudera perceber que a jovem chorava junto ao seu cavaleiro compartilhando da sua dor.

Shion saiu da área dos aposentos do templo com passos vacilantes obrigando o seu amigo de longa data a correr para lhe apoiar o caminhar.

Milo achava desde sempre que a amizade que presenciava diante de si transcendia a mera compreensão humana. Talvez nem os deuses soubessem o que havia entre aqueles dois.

- Mu, você não deve culpar a deusa. Aldebaram não quis voltar.

O ariano ao ouvir aquelas palavras se pôs de joelhos, pois parecia que a gravidade se tornara mais pesada naquele momento considerando o sofrimento do seu coração.

- Ele disse que me amava. Foi mentira? Mestre...

- Não, meu querido. Não... De maneira nenhuma. Pela deusa! Aldebaram te amava mais do que tudo. Mil perdões Atena, mas até mesmo mais do que você.

Atena recolheu as próprias lágrimas e sorriu.

- Não é problema para mim, meu amigo. Meus cavaleiros merecem amar e serem amados para sempre. Se esse não for o motivo da luta, não vale de nada.

Shion se aproximou do seu pupilo e o tomou nos braços tal como uma mãe acalentava uma criança. O choro sentido do ariano era possível de ser ouvido pelos seus irmãos de armas.

- Ele pediu que eu te dissesse o motivo. E, além de tudo, esperava que você pudesse entendê-lo.

Mu levantou os seus olhos verdes para o mestre.

- O que ele disse?

- Enquanto estava no inferno e nessas lutas ele sentiu que sua alma se fragmentava a cada dia. Cada morte, cada combate. – Shion limpava as lágrimas dos olhos de Mu. – Tiravam um pouco mais da sua vida e destruíam seu espírito. Ele só se sentia completo contigo e parecia que seu amor era como o pó das estrelas e oricalco que utilizamos para restaurar as armaduras, mas após a luta no Hades ele quebrou. Os deuses disseram que ele poderia ressuscitar, mas ele pediu que você o esperasse, pois ele queria voltar um homem completo. Ele disse que voltará para você um homem inteiro. Sem rachaduras, sem mácula. Alguém capaz de ser o que você merece. Ele só pediu que você o esperasse. E não é como se fosse impossível para nós. – Shion deu uma risada junto com seu discípulo que mesmo triste sorria para aquelas palavras. – Afinal, vivemos muito mais que o normal.

- Ele é um imbecil. Enquanto isso farei o que? Somente o esperarei?

Shion sorriu para a birra do seu pupilo que escondia toda a imensa saudade em seu coração. Ele entendia Aldebaram. Quase fizera o mesmo por não se considerar digno de voltar, mas tal como Dohko disse, ele que não ousasse deixa-lo sozinho mais uma vez, provavelmente o arrastaria pelos cabelos do inferno.

Atena olhou para aqueles homens diante de si e sorriu docemente para eles. Vê-los diante de si sem as armaduras era uma alegria que pensou jamais poder ter. Ela os amava tal como uma mãe ama os seus filhos e depois de conversar com Afrodite, ela sabia que havia um futuro maravilhoso ali.

- Eu tenho mais de um motivo para ter convocado essa reunião. A partir de hoje vocês serão os remanescentes da era dos cavaleiros. Como foi acordado entre os deuses mediante juramentos sobre o Estige, não mais usaríamos humanos sob nosso comando em guerras intermináveis que só causaram sofrimento. Logo, vocês não precisarão mais de suas armaduras. – Atena sorria docemente enquanto observava a expressão chocada dos homens diante de si. – O Santuário continuará existindo, mas não como força militar. Quero que aqui seja o refúgio de quem quiser aprender meus caminhos e lutar pela paz na terra, mas sem pegar em armas.

A deusa se dirigiu para a área sombreada de onde poderia visualizar toda a imensa escadaria.

- Eu transformarei esse lugar em uma imensa escola. Crianças do mundo inteiro que forem abandonadas poderão se colocar debaixo de minha proteção e eu as ensinarei, se quiserem, a lutar por um mundo melhor. A tradição não se acabará, mas sangue algum correrá de novo sobre essas pedras.

Os cavaleiros olhavam assombrados sem conseguirem conceber uma era de paz como aquela. Se o que Atena estava falando pudesse ser compreendido com clareza, ali seria uma espécie de imenso orfanato no qual crianças do mundo todo seriam criadas para lutar pela terra sem armas.

- E eu gostaria que você, Mu, me auxiliasse nessa empreitada. Convido-lhe a assumir o manto de Mestre do Santuário nesses tempos de paz. Dohko, Shion, de vocês, caso queiram, gostaria que fossem os responsáveis pela busca de crianças e adolescentes que fossem amadas pelas estrelas.

Os cavaleiros sentiam a esperança borbulhar em seu coração e apesar de seu cosmo cada vez mais não ser sentido eles notaram que a nova era chegava e ela era brilhante tal como a explosão de uma estrela.

- Milo, de você eu quero que repasse com os cavaleiros e soldados sobreviventes sobre a nova política do Santuário e construa a nova organização que adotaremos, bem como identifique a melhor forma de luta que passaremos a empregar. Ainda somos o Santuário e devemos ser fortes, mas nossa missão será outra. Não lutaremos mais contra os deuses, mas nossa preocupação será combater os males que assolam os homens.

O orgulho do escorpiano era capaz de alcançar os céus. Novamente estava sendo dada a sua função de general das tropas do Santuário.

- Camus e Shaka organizarão o sistema de educação e decidirão como deverá ser construída a educação desse lugar. Sejam mestres mais uma vez, por favor.

Atena se aproxima de seus cavaleiros e faz o último dos seus pedidos.

- Deem-me, eu peço, mais 10 anos da vossa vida para construirmos isso juntos, após isso vocês seguirão suas vidas longe desse lugar. Construam algo de que se orgulhem para além daqui e vivam o que jamais poderiam viver.  

Os cavaleiros imediatamente se puseram de joelhos, com o coração explodindo de esperança, o espírito revigorado pelo o amanhã, ali viam começar o novo santuário.

E assim foi feito.

Dohko e Shion viajaram o mundo atrás de candidatos que outrora seriam treinados para se tornar cavaleiros e encontraram dezenas de jovens que não tinham esperança de vida, mas lutavam para viver.

Camus e Shaka remodelaram a forma de ensino e apontaram professores do mundo todo que poderiam contribuir com aquela causa. Atena não poderia estar mais satisfeita.

Milo refez a proteção do Santuário e reorganizou as tropas, traçou parcerias ao lado de Mu com outros países e caso fosse necessário aquele lugar continuava sendo uma força a ser respeitada entre os homens comuns.

Nesse ínterim chegou ao Santuário o pequeno Kárdia. Deixado em uma cesta na entrada do templo de Áries e encontrado por algumas amazonas comoveu Escorpião e Aquário de tal forma que acabaram por pedir autorização para cuidar do pequeno.

Ainda faltava três anos para encerrar o prazo previsto pela deusa e os cavaleiros que achavam não haver mundo fora daquele lugar começaram a pensar se não seria interessante desbravar a possibilidade de uma vida longe dali.

A deusa deu sua bênção para isso e com Mu ao seu lado plenamente capaz de manter as engrenagens de tudo aquilo funcionando perfeitamente, Dohko, Shion, Milo e Camus decidiram que tentariam viver vidas normais.

 

Atualmente...

 

Milo lembrava perfeitamente dos tempos na universidade. Chamavam a atenção aqueles quatro espécimes diferenciados e belos de longos cabelos, exceto Dohko, que faziam cursos completamente diversos, mas eram muito amigos.

Milo no curso de gastronomia, Camus estudando letras, Dohko se apaixonando por engenharia mecânica e Shion em fisioterapia.

Por vezes eles se juntavam para conversar um pouco e sorrir das traquinagens do pequeno Kárdia que para todos os efeitos era filho de Milo e afilhado de Camus.

Era uma vida impossível de ser imaginada há algum tempo, mas ali estava ela.

E agora, diante de si via seus outros companheiros de batalha rindo como se não houvesse amanhã e se apaixonando novamente, mas dessa vez sem a amargura dos combates.

Milo ao se recuperar do estupor e das lembranças tomou seu telefone e ligou para Camus.

- Camus, você não vai acreditar no que está acontecendo aqui.



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