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História Retales de mi vida - Decepções


Escrita por: didilicia

Capítulo 25 - Decepções


POV ITZIAR 

 

Eu estava chorando mas era de raiva, de decepção. Abri a porta do apartamento e a fechei com força. Eu só queria nunca mais olhar pra cara dele mas nem isso me era permitido porque no dia seguinte teria uma cena com ele. 

 

Caminhei a passos largos até a cozinha, fiquei na ponta dos pés para pegar uma taça e por um momento recordei de nós dois ali. Soltei o copo e respirei fundo, engolindo a vontade de derramar mais lágrimas. Eu não me permitia chorar por ele, mas chorava por mim… por ter feito papel de boba! Tonta que fui! 

 

O telefone começou a tocar no bolso de trás da calça e eu nem precisaria olhar para saber quem estava ligando. Confirmei minha suspeita e encerrei a chamada. Dali há poucos segundos, Álvaro tornou a ligar e ligou outras 3 vezes depois de cada vez que o ignorei. 

 

ITZIAR, ATENDE! ENTENDESTES TUDO ERRADO!

 

NÃO PODES IGNORAR-ME SEM ME DAR CHANCE DE DEFESA. 

 

Álvaro, pensei comigo, podes morrer insistindo! És o maior erro que já cometi na vida! 

 

Desliguei o celular e abri a garrafa de vinho. Aquela noite bebi até adormecer. 

 

 

 

POV ÁLVARO 

 

Eu quase não havia dormido. Mais do que pensando em como me explicar com Itziar, eu me torturava imaginando que havia magoado uma colega, uma amiga, a mulher com quem eu vinha me envolvendo dentro e fora de cena. Eu precisava consertar tudo com ela, por isso estava agora, bem antes das 7 da manhã, sentado as escadas do camarim dela, esperando que chegasse e me desse a chance de ouvir o que eu tinha para falar. 

 

A vi chegando e levantei, ansioso tentei me explicar. “Precisamos conversar”, tentei segurar sua mão mas ela se desvencilhou e abriu a porta do camarim. “Não temos nada para falar”. 

 

Entrei logo atrás dela. “Não entendes? Não quero te ouvir! Se pudesse não te via mais! Sai!”. Nunca havia visto aquele olhar e expressão pintando seu rosto. Era algo que não combinava com ela e mesmo sem ter tido intenção alguma, eu me amaldiçoava ter sido a causa dele. 

 

“Não podes ignorar-me para sempre. Temos uma cena juntos”

 

“Raquel e professor! Eu e tu não temos mais nada!” Meti as mãos na cabeça sem saber o que fazer e o que dizer para que ela acreditasse que tudo não passou de um grande mal entendido, que pouco antes eu sonhava com as coisas lindas e românticas que gostaria de fazer junto com ela. 

 

“Sai, Álvaro… me deixa sozinha”. 

 

Passei a mão no rosto, fiz um gesto de calma com as mãos e me retirei pensando, de alguma forma, eu precisava consertar tudo com ela antes que aquela situação me sufocasse ao ponto de foder ainda mais minha cabeça. 

 

Me dirigi a sala de maquiagem, onde Maria e Débora já me aguardavam para um leve trato no rosto e nos cabelos. Enquanto elas terminavam de me produzir, peguei o celular e abri nas fotos de Itziar. Sai curtindo cada imagem que meus olhos visualizavam e se demoravam por alguns minutos numa tortura sem fim ao imaginar que já não poderia tomar emprestado o personagem para amá-la posto que agora eu sabia como era tê-la de verdade e nenhuma atuação em frente às câmeras poderia superar a sensação de possuí-la em segredo, sem câmeras, direção e roteiro. 

 

 

 

 

POV ITZIAR 

 

Estava pronta para a cena que gravaria com ele, e embora quase não tivéssemos diálogo, sabia o quanto seria difícil. Não pela intensidade dramática ou algo do tipo,mas porque teria que atuar como nunca,já que tudo que desejava era ficar distante dele. Enquanto me olhava no espelho, distraída,o celular começou a apitar notificações como um louco e achei que o maldito aparelho estava tendo um troço, até desbloquear a tela e ver:

 

ALVARO MORTE CURTIU SUA FOTO.

 

ALVARO MORTE CURTIU SUA FOTO

 

ALVARO MORTE CURTIU SUA FOTO

 

ALVARO MORTE CURTIU SUA FOTO

 

...

 

Mas que merda é Essa?! Que diabos era aquilo? Ele curtiu incansavelmente foto atrás de foto em meu Instagram e por um momento o visualizei com a cara de palerma no camarim achando que aquela seria uma excelente ideia para me reconquistar . Pensei em obriga-lo a engolir o aparelho celular até que as solicitações passassem a vibrar em sua garganta,mas precisei controlar minha expressão impaciente, pois a maquiadora me olhou rindo e comentou:

 

-Quantas notificações! Acho que alguém quer chamar sua atenção haha.

 

Eu ri um riso amarelo e apenas respondi:

 

-Seria mais fácil colocar um outdoor na porta do estúdio! 

 

Ela reagiu com um riso, ingênua, e por fim, bloqueei a tela novamente e sai do camarim, segurando com todas as forças o desejo de esganá-lo diante do diretor.

 

POV ÁLVARO 

 

Itziar mal olhou na minha cara. Sentou no canto da cama do quarto de Raquel e pôs-se a ler suas páginas de scripts de cabeça baixa. Sentei ao seu lado. “Não vais mesmo falar comigo?”. 

 

“Me deixa estudar minhas falas,sim?”

 

“Já sabes de cor…bem sei”

 

Ela olhou pra mim segurando com força os papéis entre os dedos. “Faz o teu trabalho e me deixa fazer o meu”.  Revirei os olhos. Eu não queria parecer aqueles chatos insistentes, mas a situação era absurda. Eu não estava compartilhando com Pedro nenhum detalhe da nossa relação com intuitos de menospreza-la. Eu só queria que ela entendesse que tudo não passou de um mal entendido. “E curtir todas as minhas fotos é ridículo. Mas é bom mesmo que olhes bem…”, ela disse, “pode olhar bastante todas elas, pois a mim mesma só me verás assim, vestida e caracterizada como Raquel”. 

 

Fiquei olhando para ela sem reação. Soltei um riso nervoso que ela deve ter interpretado como deboche, para piorar minha situação, pois levantou da cama e foi se encostar a um canto do cenário muito concentrada naquelas folhas de papel. Ficou ali me ignorando até que o diretor nos desse Ok para iniciarmos a gravação. 

 

Esperei do outro lado da porta até que tivesse o sinal para entrar em cena. 

“Estas bem?”

 

“Sim. Um pouco cansada. Entre”. Adentrei o cenário e ela prosseguiu em suas falas “e aturdida também. Tiveram que me injetar um calmante e eu não estou acostumada com isso” 

 

Sentei ao seu lado na cama. “Eu também não estou muito lúcido” 

 

“Perdoa Salva, mas preciso deitar um pouco”. 

 

O diretor nos interrompeu para que repetíssemos nossas falas com as câmeras filmando de outro lado. Aproveitei o momento e segurei as mãos de Itziar, implorando outra vez. “Não posso prosseguir neste clima contigo”

 

Ela puxou a mão ríspida e respondeu decidida. “Atue!”  

 

“AÇÃO!”

 

“Eu tampouco estou lúcido…”

 

“Perdoa Salva, mas preciso deitar um pouco”. Itziar deitou na cama e a cena foi interrompida outra vez. 

Prosseguimos com uma tomada de cima. Deitados um de frente pro outro. Ela de olhos fechados, eu apreciando seu semblante adormecido. 

 

Não precisei atuar. Ali estava eu de fato admirando aquela mulher incrível que no momento me odiava com todas as forças do seu pequeno ser. Depois da tomada inicial, prosseguimos a cena e acariciei seu rosto pensando comigo mesmo quando teria a chance de novamente toca-la e que, tal qual como o personagem, eu já estava fodido por tudo que sentia por ela. Fomos interrompidos outra vez. Itziar abriu os olhos e me encarou com olhares fulminantes. 

 

 

POV ITZIAR 

 

-Nao vê que estou apaixonado por ti?!

 

Ele perguntou de forma impulsiva e pude notar o tom de desespero em sua voz, mas eu estava envenenada e até mesmo aquela declaração me fez sentir odio dele. Levantei da cama e sentei na beirada olhando para o outro lado na esperança de que o diretor estivesse satisfeito com aquela maldita cena e me liberasse,enfim.

 

E foi o que aconteceu, para meu alívio. Alvaro esperou alguns segundos e foi atrás de mim pelos corredores. Eu tive medo, medo do quão óbvio ele estava deixando aquilo tudo, medo de como seu comportamento entregava a qualquer pessoa que parasse para observar, que ali, entre nós, existia um casinho escancarado.

 

Entrei no camarim e sabia que ele entraria em seguida. Bateu a porta, passou a chave e passou alguns minutos em silêncio, me olhando.

 

 

POV ALVARO

 

Ela estava ali, à minha frente, seu peito subia e descia no tão conhecido ritmo de nervosismo e seus olhos agora pareciam indecifráveis. Não sabia dizer se Itziar me desejava ou avançaria em minha garganta como um felino.  Ela não disse nada, encostou-Se na bancada e la permaneceu,me intimidando com o olhar de fera. 

 

-Vai me deixar falar?

 

Ela não respondeu. Apenas tirou da gaveta um maço de cigarros e acendeu um,com os dedos em tremelique. 

 

-O que disse lá...No estúdio...É a mais pura verdade.

 

-O que me importa?

 

-O que te importa? Sabe, as vezes tentas passar essa imagem de durona, mas te conheço, és uma menina, uma romântica,e nada que tentes fingir pode fazer com que eu acredite que não te sentes como eu!

 

-Como tu? Contando vantagem sobre essa merda de caso como se eu fosse uma puta?! 

 

-Porque fazes isso comigo? Achas que é só mais uma pra  mim? O que pensas? Que saio da tua cama e vou viver normalmente meu cotidiano como se nada estivesse acontecendo? Sabes quantas noites viro pensando em ti? Como de repente, no meio da casa,lembro do teu cheiro e tenho ganas de fugir para estar contigo? Que porra pensas? Não queres me ouvir porque sentes exatamente a mesma coisa!

 

-Achas que pode dizer o que sinto ou deixo de sentir?

 

-Sei o que pode dizer!

 

E caminhei até ela agarrando-a pela nuca, descontando todo o meu desespero e meu amor naquele beijo.

 


Notas Finais


E aí, qual é a música? Kkkkk


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