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História Retales de mi vida - Seguindo um sonho


Escrita por: didilicia

Notas do Autor


Capítulo de quarta.... íamos postar só amanhã na hora do almoço, mas fomos convencidas a acabar com esse sofrimento agora.
Bjs

Capítulo 30 - Seguindo um sonho


POV ITZIAR 

 

Despertei ao seu lado e o observei fitando o óculos pensativo. “Estás preocupado com algo?”

 

“Não. Não me preocupa que essa tenha sido a melhor noite da minha vida” 

 

Sorri e me aproximei dele. Passei a mão em seu peito, em sua barba. “Salva, já me tens no bote. Não precisas exagerar”. 

 

“Acontece que eu não havia calculado”

 

E tal como o professor não havia calculado se apaixonar perdidamente por Raquel, eu tampouco havia previsto sentir tanto a falta daquela paixão mesmo depois de ter, eu mesma, posto um fim em tudo. E agora pagava as decisões tomadas com cada sinal que meu corpo enviava ao meu cérebro, com cada reação involuntária ao contato, mesmo que numa situação  fictícia, com o corpo dele. Enquanto levava a cena repetindo fala atrás de fala o que dizia o roteiro, meus olhos viajavam pelo contorno do seu rosto e minhas mãos relembravam no toque o calor de sua pele. 

 

Era amor. E eu não pretendia classificar a maneira que o amava nem como era possível sentir por outra pessoa aquele sentimento de forma tão inesperada e intensa. 

 

Era amor. E isso bastava. 

 

POV ÁLVARO 

 

Itziar acompanhava o finalizar da cena de pé, vestida apenas com uma camiseta de alças preta e calcinha, longe do alcance das câmeras. Nosso diretor terminou o close em meu rosto e aplaudiu nosso desempenho. Agradeci e levantei da cama usando apenas um calção. Ela parecia estar me esperando; fui até ela e comentei. “Parabéns”. 

 

“Pelo o que?”, ela olhou de canto de olho enquanto caminhávamos em direção aos camarins. 

 

“Por ser essa atriz incrível que tenho orgulho de trabalhar”. 

“Achei que fosse um grande sacrifico para ti”, ela comentou e deu um sorriso contido pra mim.

 

“Não de verdade. Sabes disso”.

 

Ela ficou calada. Cruzamos com dois colegas no corredor e nos cumprimentamos rapidamente. Seguimos andando lado a lado. 

 

“E para ti? É?”, perguntei. 

 

“Que?”

 

“Fazer aquelas cenas comigo. É muito difícil?”

 

Esperei a resposta como quem espera um resultado de loteria. Olhava para ela e enxergava sua testa franzir enquanto ela decidia o que dizer. 

 

“Por um lado é muito fácil. Tu sabes… já fizemos tantas vezes”

 

“Atuar?”

 

“Não. Não me referia a isso”. Compreendi o sentido de suas palavras e emendei a pergunta. “Sim. E por outro?”

 

Ela encolheu os ombros. “Estamos seguindo em frente”. 

 

Paramos em frente aos camarins. Sorri e balancei a cabeça em concordância. Seguíamos…

 

Segurei sua cabeça e depositei um beijo em sua testa. Ela sorriu com olhos que a mim pareciam tristes e seguimos direções opostas para nossos camarins. 

 

 

No dia seguinte, acordei muito cedo e fui tomar  meu café na cozinha. Aquela hora da manhã a calma ainda estava presente na casa. Enquanto bicava o café, meus dedos rolavam pelo celular posto sobre a mesa. “Bom dia”, mandei no grupo. 

 

Alguns colegas visualizaram e responderam. Itziar foi uma delas. 

“Bom dia, Álvaro”. 

 

A vontade de mexer com ela cresceu dentro de mim no mesmo instante. Abri sua janela privada e comentei:

 

ÁLVARO: acordou agora?

 

ITZIAR: quase neste instante sim.  

 

ÁLVARO: ainda na cama?

 

Aguardei a resposta tentando imaginar se ela sorria ou se eu havia ido longe demais. Sua resposta me daria essa informação. 

 

Ela colocou um emoji de cabeça baixa como quem apronta e outro tapando a boca. Sim. Aposto que ela sorria. 

 

ITZIAR:  ainda… 

 

ÁLVARO: Ah não acredito... o que estás a fazer agora?

 

ITZIAR: tenho uma montanha de roteiros em cima de mim. Estava tentando entender a cabeça da Raquel. 

 

ÁLVARO: não acho difícil entendê-la. Ela está apaixonada. Ele também. Simples assim. 

 

ITZIAR: e desde quando a paixão é uma coisa simples? 

 

Dali a pouco Itziar me encaminhava uma foto sua tirada de cima. Os braços esticados ocupavam metade da foto. Seu suéter vermelho com listras exibia um tigre amarelo enorme na frente. Me demorei um tempo analisando aquela figura até me dar conta que ela sorria na foto. Seu cabelo bagunçado, as olheiras, o piercing reluzente. Ah! Como eu amava cada imperfeição que a tornava tão única e perfeita. 

 

ÁLVARO: Belo suéter...Mas ficaria melhor sem... o tigre. 

Dei uma pausa estratégica para enfatizar discretamente minhas intenções. 

 

Eu não consegui mais controlar meu riso e era o que eu fazia quando Blanca entrou na cozinha e olhando bem pra minha cara, perguntou. 

 

“Do que achas graça?”

 

“Que!?”, dei um pulo na cadeira largando o celular e virando-me para olhar pra ela. “Que?”, repeti meio tonto. 

 

“As chupetas!”

 

“Que chupetas?”

 

“As chupetas dos meninos Álvaro! Mas que merda! Derreteram!” Blanca tirou a panela que escaldava as chupetas das crianças e que eu havia esquecido completamente no fogão ligado. 

 

“Aonde estavas com a cabeça!?”

 

Levantei atordoado observando o resultado da minha desatenção: plásticos retorcidos que já não serviam para nada. Depois de me desculpar algumas vezes, tratei de me despedir e levando junto o celular, dirigi para os estúdios. 

 

 

POV ITZIAR 

 

O dia passou entre intensas gravações. Enquanto eu caminhava em direção à saída para finalmente ir pra casa, ouvi uma buzina e Álvaro encostando o carro ao meu lado. “Indo pra casa?”

 

“Sim”

 

“Te dou uma carona”. 

 

Não pensei muito, apenas entrei e depositei a bolsa junto com o calhamaço de textos no chão do carro, entre meus pés. 

“Obrigada”

 

Seguíamos no trajeto conhecido. Álvaro me dava algumas olhadelas e eu notava seu leve sorriso. Finalmente olhei para ele e também sorri. “Que?”, encolhi os ombros. “Do que tanto achas graça?”

 

Ele se desfez numa gargalhada e comentou. “Quase pus fogo na casa depois daquela foto que me enviaste!”

 

“O que tem a foto?!”, perguntou desconfiada. 

 

“Nada! Apenas me distrai enquanto olhava”. 

“Que distraído tu andas…”

 

“São  muitas coisas para resolver ao mesmo tempo! A realização de um sonho requer esforço e sacrifícios” 

 

-Falas do projeto sobre o qual conversava com Pedro na sala de ensaios? 

 

Que observadora...

 

-Úrsula já havia comentado algo a respeito...Um pub...Uau!

 

-Bem...É um sonho antigo, resolvi finalmente tirar do papel e colocar a mão na massa. 

 

-Ja tens o local?

 

-Pois sim! Está em reforma...Inclusive, fica aqui perto.

 

-Adoraria conhecer...

 

-A sério?

 

-Claro! Se for possível...

 

-Claro que é! Bem, não há tanto o que ver, o lugar ainda está uma bagunça...Mas adoraria mostrar a ti. 

 

-Bem...

POV ÁLVARO 

Nao me importei em ter que dirigir um pouco mais para pegar o retorno e apresentar a ela um de meus sonhos. Enquanto conversávamos no carro, ela parecia tão empolgada quanto eu, e isso me tocou de uma forma inesperada.

 

- Aqui...Chegamos...Quem sabe não venhas tocar aqui, um dia...

 

Ela riu e balançou a cabeça em negativa, descendo do carro com as mãos nos bolsos e aguardando que eu fosse seu anfitrião.

 

 

 


Notas Finais


... talvez vocês ainda estejam sofrendo. Comenta aí. Kkkk até sexta.


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