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História Retales de mi vida - Abstinência


Escrita por: didilicia

Capítulo 40 - Abstinência


POV ÁLVARO 

 

Mais um dia no qual não haviam certezas de como ela estaria reagindo ao nosso amor. Isso se realmente estávamos apaixonados,já que muitas vezes o sentimento parecia vir só de mim. 

 

O que passava era que mesmo cheio dessas incertezas, eu a queria cada vez mais. Gravariamos o dia inteiro e eu não poderia inventar encontros em bares para escapar de Blanca. Alguma solução teria de encontrar. Cheguei aos estúdios e Itziar ainda não havia chegado. 

 

Não pude aguarda-la no camarim, tive que me vestir, passar os olhos no roteiro mais uma vez...O assistente bateu à porta me chamando até o estúdio e ao chegar, ela já me aguardava com seu sorriso imenso, sem fazer ideia dos demônios que se passavam em minha cabeça.

 

-Bom dia...

-Bom dia,vais bem?

-Muito...Não sei se posso dizer o mesmo de ti. Estás com uma cara de enterro.

 

Sentei ao seu lado como quem vai repassar as falas e cochichei a ela:

 

-Estou com abstinência de ti...

-Hahaha. Sou uma droga então...

-Meu corpo está reagindo como se fosses...Preciso de ti, hoje! Não aguento mais de saudades.

 

Ela ficou seria por um momento e parecendo esquecer da equipe no estúdio, passou a mão em meus cabelos e disse:

 

-Gravamos a cena e conversamos sobre isso, Sim? Também estou com saudades...

O diretor então  resolveu inverter as cenas e gravariamos primeiro o interrogatório. Ela seguia a cena com maestria, seus olhos marejados sempre me atingiam fortemente e não houveram erros.

 

DORMIU COMIGO PORQUE SOU A INSPETORA A MANDO DO CASO?

 

NÃO 

 

DORMIU COMIGO PORQUE SOU A INSPETORA A MANDO DO CASO?

 

NÃO 

 

DEIXA DE MENTIR PRA MIM, PORRA!

 

NÃO ESTOU MENTINDO! RAQUEL, ACONTECEU COMIGO E ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ TAMBÉM!

 

...

 

Encerramos a cena com Itziar sobre forte emoção, o diretor estava encantado, mas não mais que eu. 

 

Filmamos novos takes para garantir diferentes ângulos e seguimos adiante, gravando a cena na qual Sérgio atacaria Raquel e a colocaria lara dormir, seguido da externa com sua fuga.

 

Gravamos durante a manhã inteira e aproximadamente às onze, o diretor pediu uma pausa para que a técnica ajustasse a iluminação do estúdio. A pausa,convenientemente alongou nosso horário de almoço e aquele imprevisto não poderia ser mais bem vindo. 

 

A caminho dos camarins, passando por vários contra regras e assistentes, nossos olhares se cruzaram algumas vezes e seu sorriso parecia concordar com meus pensamentos. Ela entrou no camarim e esperando que o corredor ficasse vazio, fiz o mesmo segundos depois.

 

-Então... (Disse abraçando-a pela cintura)

-Então...

-Duas horas de intervalo...O que vamos fazer com todo esse tempo livre?

-Olha, estava pensando em tirar um cochilo, não sei...Estou muito cansada...

 

Disse prendendo um riso sapeca de canto de boca.

 

-Nao farias isso comigo...

-Nao sou boazinha como pensas...

-Quem disse que penso que és? Só me fazes sofrer...

 

Disse afundando o rosto em seu pescoço e talvez o tom de voz que usei tenha feito com que notasse que minhas palavras não eram apenas uma brincadeira.

 

-Alvaro...Estás bem? Tem certeza? 

-Estou...Só quero te levar daqui e te beijar, fazer amor contigo e esquecer essa merda de rotina...Vamos...

-Pra onde?

 

 

POV ITZIAR 

 

Descobri a resposta a caminho dela. 

Paramos na entrada de um lugar que, num primeiro momento, eu julguei ser um hotel de luxo. Álvaro encostou o carro na portaria, baixou quatro dedos do vidro películado do seu carro e pegou um papelzinho. 

 

Ele subiu o vídro, olhou pra mim, sorriu e estacionou o carro. Puxou-me pela nuca e me beijou com empenho. “Vamos entrar”, ele disse de repente,  parecendo muito animado em continuar com aquilo lá dentro. 

 

Entramos e foi então que percebi não se tratar de um hotel. A baixa iluminação não me impediu de apreciar os detalhes: espelhos na parede, a enorme cama com lençóis de um branco impecável, frigobar, banheira de hidromassagem. Algo no canto do quarto sobre uma mesinha me chamou atenção. 

 

Me aproximei e notei se tratar de diversos produtos, a maioria que eu não tinha ideia como fazer uso. Peguei um vidrinho e li o rótulo. “Lubrificante” e uma variedade de sabores que me fizeram dar risada. “O que é isto?”, indaguei prendendo um riso. 

 

Álvaro que estava logo atrás ficando mais à vontade enquanto tirava seu casaco, respondeu como se fosse óbvio. “Um motel. Vais me dizer que nunca estivestes em um?”

 

Suspendi a algema que fazia parte dos acessórios disponíveis naquela mesa, junto com óleos e outros produtos mais evidentes, e retruquei. “Já! Claro que sim. Como não? Mas não como este”. Achei graça e emendei “fetiche com algemas!? Acho que essas aqui não são resistentes o suficiente” 

 

Ele veio por trás e cheirou meu pescoço, passando ao mesmo tempo a mão sobre meu vestido, levantando-o no percurso que ela fazia. “Se quisesses ter o controle…  deixava até que me prendesse, inspetora” 

 

Ri e virei-me para ele sorrindo e dando-lhe um selinho. “É este o plano que tens para hoje?”, sentei-me na beirada da cama com as mãos apoiadas no colchão macio. 

 

Álvaro pegou o telefone, ligou para a recepção e solicitou champanhe. Me olhava daquele jeito que eu já conhecia bem. Me penetrando a alma com ares de menino levado. “Tenho planos melhores…”

 

 

POV ÁLVARO 

 

O champanhe chegou, ela levantou até a mesinha aonde coloquei a garrafa e eu a servi, beijando sua boca entre um gole e outro. Após terminarmos a taça, sentei na beira da cama e a chamei com o dedo. Itziar caminhou até mim rindo e levantando as sobrancelhas. Parou entre minhas pernas e tirou o vestido por cima, ainda à minha frente, deixando que eu admirasse seu corpo. Abracei suas nadegas e beijei sua barriga enquanto ela afagava meus cabelos.

 

-esse teu cheiro...

- Que?

-É o melhor cheiro do mundo...Como foi que você ficou tão...

-Tao o Que?

-Selvagem...

-Hahahaha...Não queira saber.

 

Ela então me beijou apaixonadamente e caiu sobre meu corpo,na cama.

Minha abstinência metafórica parecia totalmente literal. Meu corpo estava sedento e não conseguia agir calmamente nem cheio de delicadezas. 

 

Ela estava sentada sobre minha pélvis e minhas mãos se atracaram em seus cabelos. A cada beijo que me dava, seu quadril dava uma volta e ficou assim, brincando com minha ereção sem a menor noção do quanto me deixava louco. Parou por um momento e com as mãos nas costas, soltou o fecho do sutiã, jogando-o no chão e em seguida abriu os botões de minha camisa, encostando os mamilos rígidos em meu tórax. Seios como botões de flor, pequenos e delicados, nada parecidos com a expressão que trazia no rosto, voraz e maliciosa. 

 

Seguiu me beijando enquanto me auxiliava a arrancar a calça numa pressa terrível, como se fôssemos dois adolescentes famintos por sexo, e quando finalmente estava nu, tirei sua calcinha jogando-a também por cima do monte de roupas.

 

Nossos corpos estavam embolados e os beijos ficavam cada vez mais desesperados, entao, colocando a mão entre suas coxas, constatei o óbvio...Estava tão excitada quanto eu. Saudade era sem dúvida o melhor estimulante. 

 

Passei a estimula-la enquanto mordiscava seus mamilos e ouvia seus gemidos baixinhos, como uma manha. Abriu os olhos e me encarou o tempo inteiro, entreabrindo os lábios e os lambendo vez ou outra. 

 

Desci pela curva côncava do ventre e enchi sua virilha de beijos, mordendo a parte interna das coxas, beijando a parte externa e quando ela parecia angustiada levantando a cabeça e jogando-a para trás novamente, impaciente, provei-a.

 

- Sim...

 

Ela soltou com um gemido abafado. Abracei suas pernas e pressionei seu ventre, me lambuzando com ela. E que desejo eu tinha de permanecer ali sentindo seu corpo se contorcer contra meus lábios. Sua mão me alcançou e tateou meu braço até entrelaçarmos os dedos enquanto observava suas costas se arquearem. 

 

Quando os gemidos começaram a se tornar crescentes, parei e lancei meu olhar sobre seu rosto, que levantou apoiada nos cotovelos parecendo confusa e frustrada. Ri, embora tivesse plena consciência do grandissimo filho da puta que estava sendo ao negar a ela aquele momento.

 

-Porque paraste?

 

Nada respondi,continuei rindo diante de sua expressão irritada e joguei o corpo sobre ela, 

que tentou me repelir muito magoada, mas segurei seu rosto beijando-a e ao perceber sua entrega novamente, penetrei os dedos entre suas pernas, deixando que a fricção, no que já estava sensível, terminasse o que eu havia começado, e por fim os espasmos anunciaram seu orgasmo.

 

-Filho da puta!

 

Ela esbravejou respirando ofegante com a mão na testa. 

 

-Cansada? (Perguntei chupando um dos mamilos)

-Nem um pouco...

 

E segurou meu rosto deslizando a língua sobre a minha. Sua mão passou a massagear minha ereção e dando uma volta sobre mim, posicionou-se encaixando nossos corpos. Suspirou e fechou os olhos com a sensação, decerto estava sensível, mas continuou mesmo assim, lentamente, seus movimentos eram hipnóticos e seus olhos permaneciam fechados, contraindo a barriga a cada volta. Inclinou-se apoiando as mãos no colchão e com os seios na altura de meus lábios, pude maltrata-la um pouco mais. Segurei em sua cintura e empurrando a pélvis contra ela pude sentir seu corpo estremecer.

 

-Nao, para! Para!

 

Pediu deixando o rosto cair sobre meu peito.

 

-Que foi? Já vais...

-Nao...

 

Ela riu e pediu em meu ouvido:

 

-Toma tu o controle porque não tenho mais condições...

 

Dei risada de sua sinceridade e numa manobra rápida e mais do que entusiasmada, assumi a posição, segurando sua coxa e investindo sobre ela. Os dedos apertavam minhas costas e se suas unhas fossem tão felinas quanto aqueles olhos, era certo que sairia com a pele rasgada daquele quarto.

 

Soltei seu corpo e a virei de costas, abraçando-a por trás e estimulando-a enquanto usava a umidade, que ela tinha em excesso, para conseguir lhe convencer a nos dar um novo prazer. 

 

-Quer? 

 

Ela respirou fundo e mergulhou o rosto no travesseiro por alguns segundos, virando de lado e fechando os olhos,entendendo muito bem o que eu pedia.

 

- Sim...

-Quer que eu pegue o...

- Sim, Sim!

 

Levantei rapidamente até a bancada onde os cosméticos estavam disponíveis e voltei com um tubo do lubrificante do qual ela tanto tirou sarro.  Beijei suas costas enquanto a massageava com o gel e acomodando-a sobre um travesseiro embaixo dos quadris, a penetrei.

 

O fiz suavemente, espalhando beijos em seus ombros e seu pescoço. Quando por fim decidi intensificar, passei a masturba-la paralelamente e não muito tempo depois, um grito exausto a fez retesar o corpo sob o meu, me fazendo também chegar ao ápice. 

 

Ficamos imóveis por bons minutos e só conseguia ouvir o som de sua respiração cortada.   Quando finalmente a liberte do peso do meu corpo, ela levantou devagar e sentou na beira da cama, soprando o ar. Entao, enrolando os cabelos neles próprios, caminhou até a bolsa que havia deixado pendurada na cadeira e tirou dela um maço de cigarros e um isqueiro, acendendo um e retornando à cama. 

 

-Isso ainda vai te matar... (Disse a ela com tom de reprovação)

-Digo o mesmo de ti...

-Falo sério...Depois que tive que passar por aquilo, com o câncer...Qualquer coisa que represente riscos de trazer essa doença de volta, me apavora...

-Pois fumo longe de ti, está Bem?

 

E levantou em direção à porta de vidro que dava para o terraço aberto. Abriu parte dela e continuou ali, nua, tragando o cigarro com as costas apoiadas no vão da porta, tão bela e sexual que chegava me assustar.

 

Foi quando seu telefone tocou e Itziar se apressou a buscá-lo na bolsa bagunçada e cheia de franjas. 

 

Olhou para a tela e caminhou até o terraço,entrando nele e fechando a porta atrás de si,para atender a ligação. Meu coração disparou e foi inevitável não sentir raiva naquele instante. 

Estávamos os dois ali, após um momento de intimidade intensa, depois de ter passado dias sentindo sua falta e pensando nela nos braços dele...Mas ela tinha que atender a porra do celular na minha frente!

 


Notas Finais


Se alguém ficou em duvida de alguma coisa perguntem pras tias aqui. 😈

E não ousem dizer que o capítulo tá pequeno.
😘


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