POV ÁLVARO
Mais um dia no qual não haviam certezas de como ela estaria reagindo ao nosso amor. Isso se realmente estávamos apaixonados,já que muitas vezes o sentimento parecia vir só de mim.
O que passava era que mesmo cheio dessas incertezas, eu a queria cada vez mais. Gravariamos o dia inteiro e eu não poderia inventar encontros em bares para escapar de Blanca. Alguma solução teria de encontrar. Cheguei aos estúdios e Itziar ainda não havia chegado.
Não pude aguarda-la no camarim, tive que me vestir, passar os olhos no roteiro mais uma vez...O assistente bateu à porta me chamando até o estúdio e ao chegar, ela já me aguardava com seu sorriso imenso, sem fazer ideia dos demônios que se passavam em minha cabeça.
-Bom dia...
-Bom dia,vais bem?
-Muito...Não sei se posso dizer o mesmo de ti. Estás com uma cara de enterro.
Sentei ao seu lado como quem vai repassar as falas e cochichei a ela:
-Estou com abstinência de ti...
-Hahaha. Sou uma droga então...
-Meu corpo está reagindo como se fosses...Preciso de ti, hoje! Não aguento mais de saudades.
Ela ficou seria por um momento e parecendo esquecer da equipe no estúdio, passou a mão em meus cabelos e disse:
-Gravamos a cena e conversamos sobre isso, Sim? Também estou com saudades...
O diretor então resolveu inverter as cenas e gravariamos primeiro o interrogatório. Ela seguia a cena com maestria, seus olhos marejados sempre me atingiam fortemente e não houveram erros.
DORMIU COMIGO PORQUE SOU A INSPETORA A MANDO DO CASO?
NÃO
DORMIU COMIGO PORQUE SOU A INSPETORA A MANDO DO CASO?
NÃO
DEIXA DE MENTIR PRA MIM, PORRA!
NÃO ESTOU MENTINDO! RAQUEL, ACONTECEU COMIGO E ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ TAMBÉM!
...
Encerramos a cena com Itziar sobre forte emoção, o diretor estava encantado, mas não mais que eu.
Filmamos novos takes para garantir diferentes ângulos e seguimos adiante, gravando a cena na qual Sérgio atacaria Raquel e a colocaria lara dormir, seguido da externa com sua fuga.
Gravamos durante a manhã inteira e aproximadamente às onze, o diretor pediu uma pausa para que a técnica ajustasse a iluminação do estúdio. A pausa,convenientemente alongou nosso horário de almoço e aquele imprevisto não poderia ser mais bem vindo.
A caminho dos camarins, passando por vários contra regras e assistentes, nossos olhares se cruzaram algumas vezes e seu sorriso parecia concordar com meus pensamentos. Ela entrou no camarim e esperando que o corredor ficasse vazio, fiz o mesmo segundos depois.
-Então... (Disse abraçando-a pela cintura)
-Então...
-Duas horas de intervalo...O que vamos fazer com todo esse tempo livre?
-Olha, estava pensando em tirar um cochilo, não sei...Estou muito cansada...
Disse prendendo um riso sapeca de canto de boca.
-Nao farias isso comigo...
-Nao sou boazinha como pensas...
-Quem disse que penso que és? Só me fazes sofrer...
Disse afundando o rosto em seu pescoço e talvez o tom de voz que usei tenha feito com que notasse que minhas palavras não eram apenas uma brincadeira.
-Alvaro...Estás bem? Tem certeza?
-Estou...Só quero te levar daqui e te beijar, fazer amor contigo e esquecer essa merda de rotina...Vamos...
-Pra onde?
POV ITZIAR
Descobri a resposta a caminho dela.
Paramos na entrada de um lugar que, num primeiro momento, eu julguei ser um hotel de luxo. Álvaro encostou o carro na portaria, baixou quatro dedos do vidro películado do seu carro e pegou um papelzinho.
Ele subiu o vídro, olhou pra mim, sorriu e estacionou o carro. Puxou-me pela nuca e me beijou com empenho. “Vamos entrar”, ele disse de repente, parecendo muito animado em continuar com aquilo lá dentro.
Entramos e foi então que percebi não se tratar de um hotel. A baixa iluminação não me impediu de apreciar os detalhes: espelhos na parede, a enorme cama com lençóis de um branco impecável, frigobar, banheira de hidromassagem. Algo no canto do quarto sobre uma mesinha me chamou atenção.
Me aproximei e notei se tratar de diversos produtos, a maioria que eu não tinha ideia como fazer uso. Peguei um vidrinho e li o rótulo. “Lubrificante” e uma variedade de sabores que me fizeram dar risada. “O que é isto?”, indaguei prendendo um riso.
Álvaro que estava logo atrás ficando mais à vontade enquanto tirava seu casaco, respondeu como se fosse óbvio. “Um motel. Vais me dizer que nunca estivestes em um?”
Suspendi a algema que fazia parte dos acessórios disponíveis naquela mesa, junto com óleos e outros produtos mais evidentes, e retruquei. “Já! Claro que sim. Como não? Mas não como este”. Achei graça e emendei “fetiche com algemas!? Acho que essas aqui não são resistentes o suficiente”
Ele veio por trás e cheirou meu pescoço, passando ao mesmo tempo a mão sobre meu vestido, levantando-o no percurso que ela fazia. “Se quisesses ter o controle… deixava até que me prendesse, inspetora”
Ri e virei-me para ele sorrindo e dando-lhe um selinho. “É este o plano que tens para hoje?”, sentei-me na beirada da cama com as mãos apoiadas no colchão macio.
Álvaro pegou o telefone, ligou para a recepção e solicitou champanhe. Me olhava daquele jeito que eu já conhecia bem. Me penetrando a alma com ares de menino levado. “Tenho planos melhores…”
POV ÁLVARO
O champanhe chegou, ela levantou até a mesinha aonde coloquei a garrafa e eu a servi, beijando sua boca entre um gole e outro. Após terminarmos a taça, sentei na beira da cama e a chamei com o dedo. Itziar caminhou até mim rindo e levantando as sobrancelhas. Parou entre minhas pernas e tirou o vestido por cima, ainda à minha frente, deixando que eu admirasse seu corpo. Abracei suas nadegas e beijei sua barriga enquanto ela afagava meus cabelos.
-esse teu cheiro...
- Que?
-É o melhor cheiro do mundo...Como foi que você ficou tão...
-Tao o Que?
-Selvagem...
-Hahahaha...Não queira saber.
Ela então me beijou apaixonadamente e caiu sobre meu corpo,na cama.
Minha abstinência metafórica parecia totalmente literal. Meu corpo estava sedento e não conseguia agir calmamente nem cheio de delicadezas.
Ela estava sentada sobre minha pélvis e minhas mãos se atracaram em seus cabelos. A cada beijo que me dava, seu quadril dava uma volta e ficou assim, brincando com minha ereção sem a menor noção do quanto me deixava louco. Parou por um momento e com as mãos nas costas, soltou o fecho do sutiã, jogando-o no chão e em seguida abriu os botões de minha camisa, encostando os mamilos rígidos em meu tórax. Seios como botões de flor, pequenos e delicados, nada parecidos com a expressão que trazia no rosto, voraz e maliciosa.
Seguiu me beijando enquanto me auxiliava a arrancar a calça numa pressa terrível, como se fôssemos dois adolescentes famintos por sexo, e quando finalmente estava nu, tirei sua calcinha jogando-a também por cima do monte de roupas.
Nossos corpos estavam embolados e os beijos ficavam cada vez mais desesperados, entao, colocando a mão entre suas coxas, constatei o óbvio...Estava tão excitada quanto eu. Saudade era sem dúvida o melhor estimulante.
Passei a estimula-la enquanto mordiscava seus mamilos e ouvia seus gemidos baixinhos, como uma manha. Abriu os olhos e me encarou o tempo inteiro, entreabrindo os lábios e os lambendo vez ou outra.
Desci pela curva côncava do ventre e enchi sua virilha de beijos, mordendo a parte interna das coxas, beijando a parte externa e quando ela parecia angustiada levantando a cabeça e jogando-a para trás novamente, impaciente, provei-a.
- Sim...
Ela soltou com um gemido abafado. Abracei suas pernas e pressionei seu ventre, me lambuzando com ela. E que desejo eu tinha de permanecer ali sentindo seu corpo se contorcer contra meus lábios. Sua mão me alcançou e tateou meu braço até entrelaçarmos os dedos enquanto observava suas costas se arquearem.
Quando os gemidos começaram a se tornar crescentes, parei e lancei meu olhar sobre seu rosto, que levantou apoiada nos cotovelos parecendo confusa e frustrada. Ri, embora tivesse plena consciência do grandissimo filho da puta que estava sendo ao negar a ela aquele momento.
-Porque paraste?
Nada respondi,continuei rindo diante de sua expressão irritada e joguei o corpo sobre ela,
que tentou me repelir muito magoada, mas segurei seu rosto beijando-a e ao perceber sua entrega novamente, penetrei os dedos entre suas pernas, deixando que a fricção, no que já estava sensível, terminasse o que eu havia começado, e por fim os espasmos anunciaram seu orgasmo.
-Filho da puta!
Ela esbravejou respirando ofegante com a mão na testa.
-Cansada? (Perguntei chupando um dos mamilos)
-Nem um pouco...
E segurou meu rosto deslizando a língua sobre a minha. Sua mão passou a massagear minha ereção e dando uma volta sobre mim, posicionou-se encaixando nossos corpos. Suspirou e fechou os olhos com a sensação, decerto estava sensível, mas continuou mesmo assim, lentamente, seus movimentos eram hipnóticos e seus olhos permaneciam fechados, contraindo a barriga a cada volta. Inclinou-se apoiando as mãos no colchão e com os seios na altura de meus lábios, pude maltrata-la um pouco mais. Segurei em sua cintura e empurrando a pélvis contra ela pude sentir seu corpo estremecer.
-Nao, para! Para!
Pediu deixando o rosto cair sobre meu peito.
-Que foi? Já vais...
-Nao...
Ela riu e pediu em meu ouvido:
-Toma tu o controle porque não tenho mais condições...
Dei risada de sua sinceridade e numa manobra rápida e mais do que entusiasmada, assumi a posição, segurando sua coxa e investindo sobre ela. Os dedos apertavam minhas costas e se suas unhas fossem tão felinas quanto aqueles olhos, era certo que sairia com a pele rasgada daquele quarto.
Soltei seu corpo e a virei de costas, abraçando-a por trás e estimulando-a enquanto usava a umidade, que ela tinha em excesso, para conseguir lhe convencer a nos dar um novo prazer.
-Quer?
Ela respirou fundo e mergulhou o rosto no travesseiro por alguns segundos, virando de lado e fechando os olhos,entendendo muito bem o que eu pedia.
- Sim...
-Quer que eu pegue o...
- Sim, Sim!
Levantei rapidamente até a bancada onde os cosméticos estavam disponíveis e voltei com um tubo do lubrificante do qual ela tanto tirou sarro. Beijei suas costas enquanto a massageava com o gel e acomodando-a sobre um travesseiro embaixo dos quadris, a penetrei.
O fiz suavemente, espalhando beijos em seus ombros e seu pescoço. Quando por fim decidi intensificar, passei a masturba-la paralelamente e não muito tempo depois, um grito exausto a fez retesar o corpo sob o meu, me fazendo também chegar ao ápice.
Ficamos imóveis por bons minutos e só conseguia ouvir o som de sua respiração cortada. Quando finalmente a liberte do peso do meu corpo, ela levantou devagar e sentou na beira da cama, soprando o ar. Entao, enrolando os cabelos neles próprios, caminhou até a bolsa que havia deixado pendurada na cadeira e tirou dela um maço de cigarros e um isqueiro, acendendo um e retornando à cama.
-Isso ainda vai te matar... (Disse a ela com tom de reprovação)
-Digo o mesmo de ti...
-Falo sério...Depois que tive que passar por aquilo, com o câncer...Qualquer coisa que represente riscos de trazer essa doença de volta, me apavora...
-Pois fumo longe de ti, está Bem?
E levantou em direção à porta de vidro que dava para o terraço aberto. Abriu parte dela e continuou ali, nua, tragando o cigarro com as costas apoiadas no vão da porta, tão bela e sexual que chegava me assustar.
Foi quando seu telefone tocou e Itziar se apressou a buscá-lo na bolsa bagunçada e cheia de franjas.
Olhou para a tela e caminhou até o terraço,entrando nele e fechando a porta atrás de si,para atender a ligação. Meu coração disparou e foi inevitável não sentir raiva naquele instante.
Estávamos os dois ali, após um momento de intimidade intensa, depois de ter passado dias sentindo sua falta e pensando nela nos braços dele...Mas ela tinha que atender a porra do celular na minha frente!
…
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