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História Retales de mi vida - Caso de amor


Escrita por: didilicia

Notas do Autor


Oie! Vou tentar escrever ao longo da semana ou no final de semana. Então próximo capítulo só semana que vem. (Prefiro não iludir... rs) Força! Vocês sobreviverão! Bjs 💋 Didi.

Capítulo 42 - Caso de amor


POV ÁLVARO 

 

Ficamos os dois ali, parados por um tempo abraçados enquanto fingíamos sermos apenas amigos. Um olhar atento naquele estúdio, notaria, entretanto, que existíamos um para o outro. 

 

Saímos os dois visivelmente emocionados e eu me sentia a vontade para segurar a mão de Itziar enquanto fazia leves carícias nos nós de seus dedos. Encontramos Pedro a meio caminho. Levantou uma sobrancelha e abriu um  sorriso. “Andaram chorando?”, perguntou. 

 

“Acabamos de gravar uma baita cena”, respondi. 

 

“Ah pois! Achei que algo terrível tivesse acontecido. Mas observando melhor…”, ele atentou para nossas mãos entrelaçadas, “…vejo que vão bem…”

 

Itziar me olhou de canto com um breve sorriso no rosto. Não valia a pena negar nada a Pedro pois ele tudo sabia de antemão, apenas observando gestos e sentidos escondidos em entrelinhas. “Está tudo bem agora”, disse ela. 

 

“Fico feliz que meus irmãozinhos estejam se entendendo. Se brigam, eu também fico mal…”. E abrindo os braços em nossa direção, nos envolveu os dois num abraço coletivo. Depois pendeu a cabeça para o lado de Itziar e sussurrou, não tão baixo que eu não pudesse ouvir. “…e é a mim que ele vem se lamentar… por isso prezo que os dois fiquem muito bem”. 

 

Revirei os olhos. Itziar me deu um sorriso quando ele nos soltou. 

 

“É que da muito trabalho este menino”, respondeu enquanto me dirigia o olhar terno. 

 

“Disso não tenho dúvidas! Agora se me dão licença, tenho que seguir gravando…” e revirando os olhos e nos jogando beijos seguiu pelo corredor que levava aos estúdios. 

 

Itziar e eu tomamos o rumo dos camarins. 

 

Ela abriu a porta do seu, entrou na frente e eu a segui. Sentei no sofá e fiquei observando-a abrir a geladeira e pegar uma garrafa de água. Estendeu uma oferecendo a mim. Fiz que sim e ela arremessou a garrafa em minhas mãos. 

 

Abriu outra garrafa para ela e veio sentar-se ao meu lado. A perna dobrada com um dos pés em cima do assento. “Foi especial…digo, a cena e tudo que foi compartilhado ali. Nunca serei capaz de esquecer de tudo isto”. Percebi que não falava somente da emoção em frente às câmeras. 

 

“Tampouco eu” respondi. 

 

“Falo de nós dois”, ela esclareceu o que eu já sabia. Acariciei seu rosto e o toque gelado de meus dedos que haviam ficado frios em contato com a garrafa d’água a fizeram franzir a testa e sorrir. Ela largou sua água em seu colo, pegou minha mão e levou a boca. Assoprou numa tentativa de aquecê-la. 

 

“Eu sei. Às vezes isto tudo é um grande tormento para mim”, emendei “As confusões em que me meto por ciúmes de ti, os momentos em que estamos longe e eu nada posso fazer…”, falei. 

 

“Seria mais fácil  se existisse uma fórmula mágica, algo que nos apagasse a memória e nos fizesse de fato esquecer de tudo”  

 

 “Não…”, arqueei uma sobrancelha. “…Por ti vale cada segundo do tormento ”. Sorri. 

 

Ela levou minha mão à boca e a beijou sem tirar seus olhos de mim. Estávamos tão próximos e envolvidos que a porta do camarim ao ser aberta nos pegou totalmente desprevenidos e incapazes de disfarçar que algo diferente acontecia. 

 

“Desculpem! Eu devia ter batido! Achei que estavas sozinha”. Era Jessica, a tal menina com quem Itziar havia falado ao telefone e que fora a causa involuntária de meus ciúmes infundados mais cedo. 

 

Itziar estava visivelmente sem jeito. Se tinha alguma coisa nesta vida que ela fazia muito mal, era disfarçar seus sentimentos. Abaixou a cabeça, ruborizada e evitando os olhares de Jessica justificou-se. 

 

“Estávamos conversando sobre a cena que acabamos de filmar. Nos deixou bastante emocionados”. 

 

“Intensa carga dramática”, emendei. 

 

“Desculpem ter atrapalhado”, ela disse sem jeito, enquanto ajeitava o cabelo e tentava decidir se ficava ou saia de uma vez. “Posso voltar depois se…”

 

“Não! Entra e senta! Álvaro já estava indo, não?”, disse virando-se para mim. 

 

“De fato. Tenho outra cena em alguns minutos e preciso voltar a maquiagem”. Levantei, sorri para a garota que usava um macacão vermelho como dos refens e deixei o trailer. 

 

 

POV ITZIAR 

 

“Atrapalhei alguma coisa, não?”, Jessica perguntou desconfiada. 

 

Talvez meu rubor tenha me denunciado antes mesmo de me defender, mas insisti na mentira pois não queria mais alguém daquele elenco ciente do que se passava entre Álvaro e eu. “Claro que não! Ainda estávamos sobre efeito da emoção da cena. Apenas isso…”

 

Ela pareceu convencida de momento e encostou-se no frigobar. “E então? Vamos comigo naquele barzinho hoje à noite?”

 

“Claro. Sim… acredito que iremos”. Dei a primeira resposta que me veio à mente. 

 

Seguimos conversando um pouco mais até que retornei aos estúdios para também continuar o trabalho. Ao final do dia sai apressada procurando por Álvaro. Bati em seu camarim e forcei a entrada, mas já estava trancado. 

 

Me dirigi a saída e no caminho encontrei um dos assistentes de direção. 

 

“Álvaro ainda grava?”, perguntei. 

 

“Não. Já foi dispensado tem mais de meia hora”. 

 

“Oh…! Obrigada”. Uma ponta de decepção tomou conta de mim. Esperava vê-lo antes, talvez quem sabe aceitar uma carona para casa; aproveitar um pouco mais do tempo que tínhamos antes que finalizássemos a série. 

 

Acho que a ideia do fim se apresentava a mim de outra forma. De repente me dava conta que mais cedo ou mais tarde tudo aquilo acabaria… eu voltaria para Basauri a léguas distante dele e nada mais seria como antes. 

 

Tomei um táxi e cheguei em casa. Tudo parecia vazio e sem sentido. Joguei-me na cama sem nem mesmo acender as luzes e busquei o celular. 

 

Corri o dedo por suas fotos, depois pela janela de seu WhatsApp. Digitei. 

 

“Achei que te veria antes de ir embora…”. Aguardei a resposta que não vinha. Depois de alguns minutos, mais do que ele costumava demorar para me responder (não que eu tivesse o hábito de contá-los), observei que ele havia visualizado. A resposta, porém, não veio. 

 

 

POV ÁLVARO 

 

Blanca servia o jantar para as crianças e eu, na mesa, ajudava a levar colheradas na boca de Julieta. 

Meu celular estava ao lado do prato. Vi quando Itziar mandara uma mensagem. Aproveitei uma distração de Blanca e abri para ler. Não tinha como responder. Eu havia prometido a ela ser um marido e um pai mais zeloso e apesar de todas as minhas evidentes falhas como marido infiel, ainda tentava cumprir com minhas promessas. 

 

Abandonei o celular e reprimi a vontade de respondê-la seguindo  o que fazia. 

 

 

POV ITZIAR 

 

Revirei na cama e ajeitei uma mecha de cabelo atrás da orelha. Como íamos de um extremo ao outro tão rápido! Pensava… 

 

O telefone tocou em minhas mãos. 

 

“E então, pronta?!”, a voz animada do outro lado da linha era Jessica. Eu havia esquecido completamente que tinha combinado de sair com ela. 

 

“Na verdade acabei de chegar e estou tão cansada”, não deixava de ser verdade embora não fosse esse o único motivo do meu desanimo. 

 

“Ah não diga isso! Vamos! Vai ser divertido”. 

 

Suspirei e deitei de costas olhando para o teto. Talvez sair e conversar fosse exatamente o que eu precisava para tirar da cabeça aquele caso de amor. “Vamos! Porque não?”

 

 

 

 



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