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História Reticências... - Perdido


Escrita por: SailorWinks

Notas do Autor


Olá!
Eu demorei uma vida, mas a realidade é que eu não pretendia voltar. Mas estou postando porque eu tinha esse capítulo quase pronto então terminei e aqui estou, obrigada ~Malec8 pelo seu comentário que me deu animo para continuar. Como prometido, aqui está o terceiro capítulo, entretanto receio que não esteja tão bom, então me perdoem.

Capítulo 3 - Perdido


 

 Os olhos de todos na sala repousaram nele, as mãos tremiam tão violentamente que precisou escondê-las dentro dos bolsos da blusa de frio, o coração batia a um ritmo tão desenfreado que machucava, o ar não parecia mais chegar aos pulmões, mas todos continuavam o olhando. E ele se esforçava para que as lágrimas que rolaram a noite inteira e deixaram sua cabeça doendo absurdamente agora, não voltassem a escorrer. 

-Minnie você está bem? -E Luhan o abraçou. Luhan o abraçou... Por que Luhan? -Xiumin?

Por algum acaso havia algo mais a se fazer que não fosse disfarçar e sorrir? Claro que era preferível que pudesse correr, mas esta não era uma opção.

-A-Ah... E-Eu estou tã-tão feliz por você Lu-ge... Você o ama, não é?

E hyung perfeito havia voltado... O sorriso falso, porém convincentemente feliz e iluminado estampava-lhe o rosto, as lágrimas mantinham-se bem presas em algum lugar de seu ser, e ele se sentia seguro com isso. E então seu amado lhe sorriu... Aquele sorriso bonito que só Luhan tinha, aquele sorriso que o aquecia e o gritava que era tudo que poderia ter, porque o resto pertencia a SeHun.

-Eu realmente fico feliz por você Lulu, e cuide bem dele SeHun, senão eu mato você! -Havia uma risada divertida ali para disfarçar as palavras, mas a verdade é que ele realmente faria aquilo caso fosse contrariado. -E agora chega de algazarra vocês precisam ir, ou vão ficar aqui o dia todo?

-Yah hyung, eu não quero ir pra faculdade hoje e... 

-Vá se arrumar JongIn! 

Era o hyung perfeito! Ou talvez fosse apenas um hyung fodido que se fazia de forte para não desmoronar de uma vez... É, ele era um fodido. 

Era difícil não ser quem gostaria, era difícil querer ser outra pessoa ou até quem sabe, ser apenas ele mesmo. Apenas gostaria de ter aquele tipo de amor relevante como o que JongIn sentia por KyungSoo, ou como o que Tao ainda sentia por Kris,  ou talvez como o de ChanYeol para com Baekhyun, havia seu redor meia dúzia de amores com significados profundos e bonitos, amores que ele sabia que alguns ainda não haviam descoberto, mas não estavam longe. E o pior -ou não- era saber que não sentia inveja de nenhum deles, não sentia aquela vontade estúpida de destruir tais relacionamentos, apenas mantinha um desejo gigantesco de poder saber como era sentir-se daquela maneira, como era sentir-se amado e desejado por outra pessoa tão explicitamente, isso somado ao instinto desconhecido de querer cuidar de todas aquelas relações, de ajudá-los a não quebrar aqueles laços que, para si, eram tão importantes, mesmo não evolvendo-o. 

Achava-se patético. Era óbvio que eles o amavam, era óbvio que pelo menos um sentimento mantinham por ele, afinal ele era o hyung. E o que seria dos outros dez membros restante se o pilar principal caísse? Eles se desestabilizariam mais, ficariam perdidos, e se afastariam por completo. Minseok era o pilar que mantinha todos de pé. 
 
 
 
 
 

E mesmo assim se sentia partido. Estava quebrando. 

 

 

Mas por onde caminhar até achar a saída? Onde era a saída? Havia alguma? Conseguiria livrar-se daquele labirinto infindável? 

Eram tantas perguntas idiotas e sem resposta, não conseguia mais raciocinar sem que pensamentos iguais ou piores que aqueles lhe rondasse, era agoniante, aterrorizador. Estava ali, mas se sentia longe, voltava apenas quando queimava ou cortava um dedo, quando quebrava um prato ou uma xícara, ou quando o chamavam, quando o gritavam.

Era óbvio que algo estava errado com o hyung, era perceptível e até mesmo palpável. Mas eles não viam. Não notavam as olheiras e muito menos o cansaço degradante que o abatia. Mas era tão visível... 

 

 

 

A verdade? Eles não se importavam! 

 

 

 

Ele era o hyung, sabia o que fazia da própria vida, sabia por onde ir até alcançar o que queria, ele sempre sabia o que fazer, ele precisava saber. Mas não sabia. 

Minseok não era dono da verdade, não tinha ideia de muitas das coisas que dizia quando ia confortar algum choro, ele não sabia de nada, porque ele não era nada. Apenas um hyung. Mais perdido do que uma criança quando se distância dos pais no supermercado. 

Ah, mas isso quer dizer que ainda há volta? Ele ainda pode se reencontrar? Não, ele esperava que sim, ele esperava que passasse. Mas não passaria, não passou e nem sabia se ainda havia como. 

Ás vezes algumas pessoas se perdem e conseguem voltar porque não foram muito longe do ponto de partida, mas outras vezes não há um retorno porque caminhos tortuosos e longínquos, duplos e únicos surgiram a frente. E então voltar não é mais possível, porque você não sabe de onde veio, não sabe qual dos dois caminhos você outrora pegou. E só o que se pode fazer é seguir em frente e se afundar mais e mais, sentindo o remorso que destrói gradativamente aquilo que você era, até você não lembrar mais que um dia pôde voltar. É relativo, é especulativo, é frustrante.

 

 

 

 

O hyung perfeito não chora

 

 

 

 

O hyung perfeito não erra
 

 

 

 

Erros não são permitidos, você pode errar consigo mesmo, porém os outros não podem perceber, o que você fez de ruim é guardado dentro de si mesmo. 

 

 

 

Porque o hyung perfeito não decepciona
 

 

 

 

Você é o espelho, o exemplo, eles seguem os seus passos, não vão te copiar, não vão te imitar, não serão iguais a você, mas irão lhe apontar os seus erros, e isso, talvez, custe a escolha do caminho errado. Aquele que você tomou até ali, e isso não é permitido. 

Minseok amava seus meninos mais do que amava a si mesmo. Minseok amava LuHan mais do que aos outros. E se a felicidade dele era SeHun, então feliz ficaria... Porque a felicidade de LuHan era a de Minseok... Mesmo que isso lhe custasse tudo o que já não tinha em si mesmo. 

E mesmo doendo e sangrando por dentro, ele o deixaria ser feliz, porque sabia que LuHan jamais havia lhe pertencido, jamais havia sido mais do que seu dongsaeng favorito. Ou melhor, LuHan era apenas mais um dos onze, era mais um de seus meninos. 

 

 

 

 

Porque o hyung perfeito ama a todos da mesma forma
 
 

 


 
 
 
 
***
 
 
 

Conforme os dias passavam, ele entendia cada vez mais que seus anseios não tinham fundamento. Eles estavam ali afinal, estavam bem e saudáveis, até Kris, que não estava mais por perto, estava se saindo bem. Via as notícias sobre o rapaz nas revistas, via-o fazendo sucesso da forma que desejava, sabia que seu menino tinha talento, ele só precisava de força. 

Força essa que Minseok o dera quando o gigante lhe contara que ia embora para seguir seus sonhos, força essa que fez questão de deixar bem clara naquele último abraço carinhoso, cumpriria sua promessa e cuidaria do amor de YiFan. 

 

"Cuide dele pra mim, hyung. Não o deixe esquecer que eu o amo..."

 

Ah Kris, ele cumpria. Ele lembrava ao menino panda todos os dias o quanto aquele loiro corajoso o amava, ele o lembrava todas as manhãs que um dia seu Duizhang voltaria para lhe buscar, fazia questão de colocar a voz do chinês mais velho para tocar e acordar o mais novo todos os dias, aquela canção bonita que fora feita apenas para ele. 

E mais uma vez ali estava aquele sentimento sublime e recíproco, sorria todas as vezes que via o brilho nos olhos felinos quando lhe era lembrado que em algum lugar lá fora, havia um príncipe esperando por ele, lutando pelo amor deles como se aquilo fosse tudo o que importava no mundo. E era. E Minseok admirava. 

Passava horas do dia pensando em coisas inúteis, coisas que o levavam a mundos diferentes, pessoas diferentes de outras realidades, mas então lembrava-se que as coisas ruins a sua volta é que eram reais. E seu coração se quebrava mais um pouco ao desejar, com todas as suas forças, que pudesse viver um daqueles contos de fadas bonitos e de finais felizes, que alguém lhe amasse intensamente sem lhe julgar ou apontar as falhas, que alguém lhe estendesse a mão e o erguesse à superfície, que o tirasse do mar de desilusões e abandono constante em que estava preso. Mas conto de fadas não existem. E os que existem não são perfeitos como os das histórias. 

Xiumin via o amor que existia em seus dongsaengs, ele sentia o amor quase sufocante de JongIn por Kyungsoo, a paixão controversa de Baekhyun por Chanyeol, o carinho gigante de Suho por ZiTao, e o amor entregue ao líder por Yixing, assim como o sentimento mútuo e inominável que Luhan e SeHun sentiam um pelo outro. E todo aquele sentimentalismo o machucava, o cortava como se fossem lâminas de abate, e por isso ele chorava. Chorava como uma garotinha de colegial que queria atenção, que queria ser vista e amada, porque era exatamente o que ele queria. 

A monotonia com que os dias passavam o irritava, queria apenas dormir o máximo possível, durante o dia chorava pelos cantos da casa enquanto a arrumava, mas quando a noite chegava e os meninos também, tudo o que desejava era a paz de seu quarto. Aquela alegria, delicadeza e felicidade que sentiam um pelos outros o destruía, mas nas raras vezes em que o procuravam, um fraco "estou apenas cansado" os enganava, nunca faziam questão de perguntar o que tinha, nunca se lembravam que ali dentro não existia mais um hyung perfeito

Entretanto, havia chegado a um ponto em que nem ao menos sabia se ainda se importava. E temia que a resposta fosse não. Temia que seu coração enfraquecesse e deixasse de ser tão grande e puro. Temia que deixasse de se importar com seus meninos e eles se perdessem. Mas estava errado. 

Nenhum dos dez meninos a quem amava e zelava pelo bem, realmente se perderia caso acontecesse algo.

Tinham uns aos outros. 

 

 

Mas Minseok não tinha mais ninguém
 
 


 
 
... 
 
 


  

Mais uma manhã se levantava e junto com ela, toda casa levantava também. Viviam agora em um número menor, não tanto, mas o suficiente para causar estranheza, os três mais novos acabavam de entrar na faculdade e os mais velhos ou já a haviam terminado ou estavam quase lá. Acordavam cedo e saiam, mas o mais velho dos onze continuava em casa, ele mantinha certa ordem por lá, arrumava uma coisa aqui outra ali, lavava, passava, cozinhava... Porque não queria que seus meninos vivessem mal em casa, queria dar a eles um conforto que apenas um lar possuía, e de certa forma conseguia. 

E quando a campainha tocou, por um segundo quase desequilibrou-se da cadeira a qual usava como apoio para alcançar a parte de cima do armário da pequena cozinha, mas conseguiu segurar-se na porta de madeira da peça. Achou que seria o zelador ou algum vizinho inconveniente querendo algo emprestado, mas era apenas JongDae, com aquele enorme sorriso bonito e brilhante. Mas afinal o que fazia ali? 

-Já chegou? 

-Não, hyung. Eu havia esquecido que hoje era minha folga. -O som da risada do mais novo ressonou pelos ouvidos de Minseok, causando um leve tremor por seu pequeno corpo coberto por moletons. -Aí eu resolvi voltar e lhe fazer companhia.

-JongDae... 

-Nee hyung, não diga que não precisa... -O menor era tão previsível, de certa forma tão orgulhoso, não saberia explicar, mas algo estava errado. Seguiu até o quarto e trocou suas roupas sociais por outras mais leves e rumou ao encontro de seu pequeno hyung na cozinha.- E mesmo se não precisasse eu o faria. 

-Não tem nenhuma namoradinha pra ir ver não? É um absurdo que esteja aqui quando pode estar com alguém que providencie seu futuro... 

E JongDae apenas sorria, aquele jeito protetor inconsciente de Minseok o encantava, observando bem, podia ver o quão delicado ele era, a simples forma como secava aqueles poucos pratos e copos lhe denunciava isso, mas ele não aprecia notar, todos sabiam o quão cuidadoso seu hyung era, o quanto seu trabalho era perfeitamente bem feito, e não possuía nenhum motivo aparente, apenas o carinho por eles. Entretanto, todos aqueles onze meninos, contando com aquele que agora encontrava-se longe, sabiam que não valorizavam corretamente tanto esmero, mas acreditavam que ele deveria saber, não tinham tempo para preocuparem-se com detalhes tão pequenos quanto aquele. Mas JongDae via, as vezes conversava com Kyungsoo sobre aquele assunto, sobre seu hyung perfeito, e as respostas que ganhava as vezes o enraivecia. Por que ninguém se importava com o que Minseok sentia, afinal? Por que não perguntavam a ele como havia sido seu dia? Se ele fazia essas coisas todos os dias, por que não retribuíam? Era tanta confusão, via seus irmãos, terem tempo uns para os outros dentro de seus vínculos, mas o mais velho nunca permanecia por perto para ver tais interações, era quase como se se esquivasse da felicidade que compartilhavam separadamente, cada um em seu canto, e aquela era a verdade. Minseok odiava ver aquilo, não por sentir inveja da suposta felicidade que seus dongsaengs carregavam, muito pelo contrário, aquela era a chama de esperança, o que odiava era ver todos os seus meninos separados, desunidos e desorganizados, aqueles grupinhos que ficavam espalhados pela casa o irritava, sentia saudades de sentar na sala com todos eles e iniciarem uma conversa conjunta por horas a fio... Mas agora tudo o que podia fazer era ansiar que as coisas recuperassem sua ordem. 

-Hyung como foi sua semana? -A pergunta súbita o pegara desprevenido, o interesse na voz melodiosa de Chen, não parecia nem por um momento ser falso e talvez fosse isso que mais o assustava. 

-A-ah... N-normal... 

-Não Minnie, eu quero saber como foi realmente, o que você fez? Eu não tenho pressa, me diga! 

Ah Chen, se tivesse noção do estrago emocional que sua preocupação o causava, o tirou de um momento de tristeza absoluto e o levou até uma alegria que não soube nem ao menos explicar, o sorriso tímido e infantil que surgiu nos lábios fininhos do mais velho, foram o suficiente para alegrar o dia do moreno da mesma forma. 

-Uh... Eu fiz compras segunda. -Começou, simples e sem jeito, mas empolgado por ter alguém pra lhe ouvir enquanto lavava aquela pilha de louças do dia anterior que se formara quando havia ido deitar mais cedo. -Foi uma surpresa, na verdade, eu levei uma quantia e quando cheguei lá não comprei nem metade da lista. Acho um absurdo que os preços das coisas variem de uma forma tão rápida e para tão alto, quero dizer, são coisas importantes para uma alimentação, não é justo que cobrem tão caro, imagina aquelas pessoas que não podem pagar tudo aquilo?

-Isso te irrita, não é? -Disse Chen parando o que fazia por um segundo e encarando o mais velho, estava sério, porém seus lábios sustentavam um meio sorriso mínimo. O menor olhou-o perdido, sem entender aquela -outra- pergunta repentina. -Digo isso de não poder ajudar todo mundo, você sempre se irrita quando não pode resolver algo que não está ao seu alcance. 

-São pessoas Dae, pessoas inocentes que passam fome porque seu dinheiro suado não deu no fim do mês pra garantir algo a mais do que um teto, que muitas vezes nem é tão bom. Os mais ricos, se acham mais espertos e enganam aqueles que já não tem nada, tomam deles o que já não possuem, são pessoas que se sacrificam pela família todos os dias -E então voltou a ensaboar os copos. -Mereciam pelo menos poder comprar sua comida sem ter que regrar o que leva, sem saber se vai durar o mês inteiro. 

-Você é incrível! 

-Não sou... Só sou justo. 

-E o que fez mais? -Perguntou sorrindo.

-Eu comprei um livro de receitas, e fiz um doce na segunda, mas você não estava em casa, e você conhece eles, não é? Comeram tudo. -Minseok riu enquanto passava as costas da mão menos molhada para coçar o nariz. 

-E estava bom pelo menos? 

-Eu não sei, eu não comi... Estava cansado e fui dormir. 

Chen arqueou uma de suas sobrancelhas perfeitas com a resposta, Xiumin não o olhava, ainda estava concentrado, ou talvez apenas desviando o olhar. Era estranho, com certeza era, e ele nem sabia porquê. 

-E foi apenas isso que fez essa semana? -Ele desencostou-se da pia e rumou ao armário de panelas. -Posso cozinhar hoje? 

-A-ah... Mas hoje é quinta... 

-E o que tem? -JongDae perguntou com uma frigideira na mão. 

-Eu não faço comida para o almoço nas terças e quintas. -O mais velho disse simplista, não olhou e não viu o olhar indagador do maior. -Eu sempre deixo uma quantia para o dia, se algum de vocês decidir almoçar em casa como agora, eu... 

-Hyung, eu vou fazer um frango, ok? -Ele disse, ignorando a fala do outro e trazendo a atenção dele para si. -Quer que eu frite ou refogue? 

-Ma-mas... 

-Ok, vou fritar, obrigado hyung. 
 
 
 
 


... 

 

 

 

Por uma tarde ele esqueceu tudo, esqueceu de sua solidão, de seus afazeres, de suas dores, de sua paixão não correspondida por LuHan, Minseok viveu. Não se lembrava de já ter rido tanto com e de alguém, JongDae alegrara todo seu mundo com apenas algumas piadas idiotas, ele acendeu uma lâmpada em meio a toda a escuridão, trouxe a ele aquilo que faltou. Os abraços e carinhos do mais novo o confortaram, Xiumin desejou que pudesse estar sempre naqueles braços calorosos e aconchegantes, desejou não ter que voltar a realidade, mas esta lhe trouxe de volta quando o barulho característico do toque de um celular se fez presente na sala. 

-Desculpe, hyung. -Ele pediu, e mesmo sem querer, atendeu o telefone sem olhar quem era. Sua expressão irritada mudou para um sorriso, assim que a voz do outro lado começou a falar. -E-eu vou lá dentro, ok?!

E então ele enfurnou-se para mais a dentro do apartamento e não saiu de lá pela próxima meia hora. E Minseok soube, assim que ele voltou arrumado e perfumado, que sua folga havia acabado. Um sorriso tímido surgiu no rosto bonito do maior, sem jeito de como lhe falar que iria sair, e nem ele gostaria de saber para onde ou com quem iria. Apenas deixou um sorriso triste no rosto e disse:

-Pode ir.

-Desculpe, é que... Sabe... Pode ser uma... quem sabe futura "namoradinha". -E o som bonito de sua risada, trouxe algo ao coração do mais velho. Chen estava se resolvendo e quem sabe construísse uma familia, mas por que essa idéia não o agradava? -Torça por mim hyung!

Com um beijo estalado na testa do menor, ele se despediu. Saiu alegre pela porta, indo rumo ao desconhecido e nem sabia se voltaria mais aquele dia. Minseok caminhou pela sala sem direção, sentou-se no sofá mas logo levantou. A vontade de chorar lhe entorpecia. 

Até que parou em frente ao espelho. Horrorizado com o que via. Era por aquele motivo que os evitava. Era por ser daquela forma que lhe evitavam. Era pelo o que via ali.

E então as lágrimas caíram, lhe dominaram. Sentia raiva de si mesmo, sentia ódio de tudo. Esmurrou o espelho com toda a sua força, bateu com os punhos, com os joelhos e algumas vezes com a testa. Não desistiu até que o vidro se desfizesse por completo, até que quebrasse em pedaços grandes o suficiente para ainda poder ver-se. Catou um deles e olhou o reflexo do homem gordo e fraco. 

Minseok levou o caco ao pulso e deslizou o vidro pela pele branca e perfeita, o sangue escorrendo de seu braço com os dezena de outros cortes semelhantes, assim como escorria de seu coração machucado. Aquela não era a solução, mas era o alívio que precisava por ora.
 


Notas Finais


Então foi isso, não posso garantir que terá um fim, mas vou tentar. Obrigada a todos.


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