1. Spirit Fanfics >
  2. Revenant (Chanbaek) >
  3. Three

História Revenant (Chanbaek) - Three


Escrita por: dksooul

Capítulo 4 - Three


Desde o início, Chanyeol sempre foi conhecido por sua imensa bondade e disposição inabalável para ajudar os outros. Sua generosidade era evidente em tudo o que fazia e ele era uma pessoa extraordinária, sempre pronta para ajudar aqueles que precisavam. Sua doçura cativava todos ao seu redor, e era impossível não se apaixonar por sua alma generosa. E com Baekhyun, não foi diferente. Baekhyun também fora envolvido por esse encanto irresistível e se sentiu profundamente atraído pela maneira como Chanyeol sempre se colocava à disposição das pessoas. Ele admirava como Chanyeol estava disposto a ajudar e fazer o bem, e em como seu coração sempre encontrava espaço para os outros. A generosidade de Chanyeol era realmente surpreendente e tocava o coração de Baekhyun. Ele se sentia abençoado por ter alguém tão incrível ao seu lado e estava determinado a valorizar e proteger essa conexão especial que tinham. Baekhyun sabia que Chanyeol era uma pessoa rara e preciosa, e estava disposto a fazer tudo o que pudesse para manter essa chama de bondade e generosidade viva. Ele sabia que tinha encontrado um verdadeiro tesouro em Chanyeol, e faria de tudo para mantê-lo seguro e amado.

No entanto, a bondade de Chanyeol despertava diferentes sentimentos nas pessoas ao seu redor. Além daqueles que o amavam e se encantavam com sua personalidade única, também havia aqueles que o odiavam e sentiam inveja de tudo o que ele tinha a oferecer. Essas pessoas mostravam, constantemente, seu descontentamento em tê-lo por perto.

Essa hostilidade não abalava Chanyeol, pois ele sabia que não poderia agradar a todos. Ele se preocupava em seguir seu caminho com integridade e bondade, mesmo que alguns escolhessem não apreciar sua presença. Chanyeol era consciente de que não poderia controlar as atitudes e os sentimentos dos outros, mas essa adversidade apenas o motivava a continuar sendo a pessoa bondosa e generosa que ele era.

Baekhyun, por sua vez, apoiava Chanyeol incondicionalmente. Ele era o porto seguro de Chanyeol, o seu pilar de força e amor. Baekhyun entendia o quanto era importante manter a chama da generosidade viva em Chanyeol, mesmo que houvesse pessoas que tentassem apagá-la. Ele estava determinado a proteger o coração generoso de Chanyeol e inspirar mais pessoas a serem como ele, espalhando bondade onde quer que fossem.

Juntos, Chanyeol e Baekhyun enfrentavam os desafios que a inveja e o ódio traziam, sempre se apoiando mutuamente. Eles sabiam que, no final do dia, o amor e a bondade sempre triunfariam. E, com a força e amor que compartilhavam, eles seriam capazes de superar qualquer obstáculo que a vida colocasse em seu caminho.

Baekhyun ficava perplexo com aquele ambiente hostil e não conseguia entender por que alguém tão maravilhoso como Chanyeol despertava tanta rejeição. Era difícil acreditar que existiam pessoas capazes de fazer mal a alguém tão bondoso. Por mais que tentasse listar os possíveis culpados, Baekhyun não conseguia encontrar ninguém que parecesse capaz de cometer uma brutalidade daquela magnitude. Todas as opções pareciam inocentes demais para serem consideradas responsáveis.

Essa incerteza na maneira como Chanyeol era percebido pelos outros causava uma mistura de sentimentos em Baekhyun. Por um lado, ele se sentia imensamente orgulhoso por estar ao lado de alguém tão especial. Por outro lado, havia uma preocupação constante com a segurança e o bem-estar do seu amado. As ameaças iminentes só aumentavam a determinação de Baekhyun em protegê-lo e lutar contra qualquer situação de injustiça que pudesse surgir.

Mesmo diante de tanta oposição e ódio injustificado, Baekhyun nunca deixou de admirar profundamente Chanyeol. Ele sabia que tinha um tesouro em mãos e faria de tudo para preservar e nutrir essa conexão especial que tinham. Afinal, não era todo dia que se encontrava alguém capaz de transformar o mundo ao seu redor com uma simples demonstração de bondade. E Baekhyun considerava-se um homem de sorte por ter Chanyeol em sua vida.

(...)

Baekhyun meticulosamente atravessou cada canto do local abandonado, movendo-se entre as sombras e examinando cada objeto em busca de pistas. Seus olhos varriam o ambiente, observando cada canto escuro, cada mancha de sangue ou traço incomum que pudesse fornecer alguma pista sobre o assassino. Mas, para sua frustração, todas as suas buscas foram em vão. O local permanecia silencioso, revelando pouco além de evidências antigas e perturbadoras da violência que ocorreu ali.

No entanto, a determinação dentro de Baekhyun era inabalável. Ele se recusava a acreditar que a verdade permanecia inalcançável. A polícia estava investigando o caso, mas ele tinha a convicção de que a resposta para o mistério estava bem diante de seus olhos, esperando para ser descoberta.

Essa convicção o impulsionava a continuar sua busca, varrendo cada centímetro do local com uma mistura de frustração, tristeza e raiva. Ele se lembrava de cada momento compartilhado com Chanyeol, cada riso, cada abraço, cada promessa de amor eterno. E naquele momento, com seu amado assassinado, ele ansiava por justiça.

Baekhyun sabia que a estrada à frente seria difícil e perigosa. Ele estava ciente dos riscos que enfrentaria ao mergulhar mais fundo no obscuro mistério do crime. Mas nada poderia detê-lo em sua busca pela verdade e pela justiça. Ele estava disposto a enfrentar todas as adversidades e arriscar tudo para encontrar o responsável pelo assassinato de Chanyeol. Era a promessa que ele havia feito para si, um juramento que o levava adiante, apesar dos obstáculos e da dor que o envolviam.

Baekhyun encontrava-se na sala central, o coração pulsando ansiosamente em seu peito enquanto vasculhava meticulosamente o ambiente em busca de qualquer vestígio que pudesse levar à identidade do assassino. Seus olhos se fixaram na ampla porta de vidro que dava para uma varanda, cujo acesso estava liberado para ele. Era um convite à exploração, embora a escuridão noturna pesasse sobre seu espírito, trazendo um arrepio em sua pele.

Ele caminhou cautelosamente em direção à porta, abrindo-a com cuidado. Uma rajada de vento frio passou por ele, mexendo em seus cabelos e carregando consigo o eco de vozes do passado. A varanda se estendia pelo fundo do local, oferecendo uma visão panorâmica do espesso matagal que se desenrolava à sua frente. Imponentes árvores balançavam com um movimento sinistro, como se dançassem ao ritmo de uma canção macabra.

Enquanto Baekhyun encarava o matagal, ele se viu transportado para um tempo mais despreocupado, quando ele e seus amigos costumavam se esconder ali, brincando de assustar uns aos outros. O matagal era uma espécie de santuário, um local onde eles riam e se divertiam. Mas agora, sob a luz sombria da noite, os sentimentos de nostalgia foram substituídos por um misto de angústia e medo.

A escuridão do matagal parecia esconder segredos sombrios, enchendo Baekhyun de apreensão. Ele sentia que o assassino poderia estar escondido ali, observando cada movimento seu. No entanto, apesar do medo, a determinação ardia dentro dele. Ele não poderia deixar sua mente manipulada por memórias e suposições infundadas.

Após a partida de Chanyeol, Baekhyun encontrava conforto em visitar aquele local abandonado para refletir. Passava horas sentado no parapeito da varanda, contemplando o céu e tentando colocar seus pensamentos em ordem. No entanto, quando o sol começava a se pôr, Baekhyun sentia um arrepio na espinha e decidia partir. Ainda havia medo de estar sozinho naquela área durante a noite.

Desde a vez em que Baekhyun achou ter visto Chanyeol, ele começou a sentir uma constante sensação de ser perseguido. Seus sentidos aguçados permaneciam alerta, sempre examinando o ambiente ao seu redor em busca de qualquer sinal de perigo iminente. No entanto, mesmo após inúmeras verificações cuidadosas, ele não conseguia encontrar nenhuma evidência concreta de que alguém estivesse o observando.

Essa paranoia crescente começou a afetar sua rotina diária. O medo constante de ser seguido fez com que Baekhyun se tornasse mais recluso, evitando sair de casa sempre que possível. Quando, por alguma razão, ele precisava se aventurar além de suas quatro paredes, ele insistia em levar Kwang como companhia.

No entanto, mesmo com a presença reconfortante de Kwang, a sensação de estar sendo perseguido continuava a assombrá-lo. Baekhyun procurou desesperadamente por ajuda, buscando tratamento terapêutico para tentar aliviar sua mente atormentada. Sua terapeuta, no entanto, atribuiu os sentimentos de perseguição à perda recente de seu namorado, descartando-os como meras ilusões criadas pela dor da perda.

Baekhyun se esforçou ao máximo para seguir os conselhos de sua terapeuta, tentando questionar e desafiar seus próprios pensamentos negativos. Ele recorreu a técnicas de relaxamento, meditação e exercícios físicos na esperança de distrair sua mente inquieta. Mas mesmo com todos os esforços, ele continuava preso em um labirinto de paranoia e medo.

Kwang, sempre esteve presente como um ouvinte paciente e um apoio constante. Os dois compartilharam inúmeros momentos juntos, criando uma forte conexão emocional. Kwang parecia entender a angústia que Baekhyun estava enfrentando e sempre encontrava maneiras de acalmá-lo, seja com palavras encorajadoras ou simplesmente ao permanecer ao seu lado enquanto Baekhyun desabafava sua aflição.

O tempo que passaram juntos só fortaleceu o vínculo entre Baekhyun e Kwang, transformando-o em um verdadeiro salvador emocional para o jovem perturbado. Baekhyun sabia que podia contar com Kwang, que estava sempre lá para amá-lo e apoiá-lo incondicionalmente.

Enquanto Baekhyun lutava para encontrar respostas para seus sentimentos de perseguição, ele sabia que tinha que seguir em frente. Ele não podia mais se permitir viver em um estado constante de medo. Com a coragem que ainda restava em seu coração ferido, ele decidiu confrontar seus demônios interiores e buscar a verdade que o libertaria desse tormento psicológico. Ele estava disposto a enfrentar seus medos de frente, não importando quais segredos sombrios ou revelações dolorosas pudessem surgir em seu caminho. Afinal, a busca pela paz interior era uma luta que ele não estava disposto a abandonar.

Com o passar do tempo, Baekhyun começou a desenvolver um afeto cada vez mais profundo por seu amigo. Um sentimento incômodo, mas, ao mesmo tempo, excitante, tomou conta de seu estômago todas às vezes em que estiveram juntos. E naquela noite, eles estavam deitados na cama, abraçados, aproveitando as conversas e trocando selinhos carinhosos sempre que tinham a chance.

A relação entre eles havia se fortalecido nos últimos dias e, quando estavam juntos, era impossível resistir ao desejo de se beijarem e se agarrarem apaixonadamente em qualquer canto. Eles encontravam conforto nos braços um do outro e se entregavam completamente à paixão que florescia entre eles.

(...)

Enquanto Baekhyun acariciava o cabelo macio de Kwang e sentia seu cheiro doce, ele não conseguia evitar que suas mãos explorassem cada centímetro da pele quente e suave que estava disponível. A cada toque, uma corrente elétrica percorria seu corpo, arrepiando seus pelos e fazendo com que seu coração batesse descompassado.

Os beijos continuavam a se intensificar, cada um mais ardente e apaixonado que o anterior. Lábios se encontravam em uma dança sensual, línguas se entrelaçavam em um convite para explorar ainda mais a intimidade que existia entre eles. As mãos de Baekhyun percorriam o corpo do outro, explorando cada curva e músculo, provocando arrepios de prazer em ambos.

Os gemidos baixos escapavam de seus lábios enquanto eles se entregavam ao fervoroso desejo que os consumia. As roupas eram retiradas rapidamente, revelando a pele nua e ansiosa pelo toque do outro. Eles se enrolavam em um emaranhado de membros e suspiros, seus corpos se movendo em perfeita sincronia, buscando a total satisfação e o prazer mútuo.

Naquele momento, não existia mais ninguém além deles. O mundo exterior desapareceu, deixando apenas a conexão entre Baekhyun e Kwang. Eles se amavam intensamente, explorando cada sensação e desejo que surgia entre eles. Cada carícia, cada beijo, cada troca de olhares cheios de paixão, fortalecia ainda mais o vínculo que haviam construído.

E assim, naquela noite, Baekhyun e Kwang se entregaram completamente ao amor que os unia. Uma história de paixão, desejo e cumplicidade que transformaria suas vidas para sempre.

— Hey, Baek, sinto tanto a falta dele! — Sussurrou, com um olhar triste e baixado.

— Eu também sinto tanto, Kwang — As palavras saíram sussurradas dos lábios de Baekhyun, seu olhar abaixado e triste revelava a profunda saudade que sentia.

Com cuidado, ele estendeu suas mãos e começou a acariciar delicadamente o cabelo do outro, procurando transmitir um pouco de conforto e afeto.

Apesar de todo o tempo que havia se passado, Baekhyun confessou sua frustração.

— Tenho procurado incansavelmente por pistas, mas até agora não encontrei nada — A voz trêmula refletia a determinação misturada com um leve desespero na busca por respostas.

— Eu posso te ajudar, talvez, juntos, possamos encontrar mais fácil — Kwang olhou para Baekhyun com um sorriso caloroso e sincero, quase fechando os olhos ao fazer esse gesto.

Baekhyun olhou para ele com uma expressão mista de surpresa e gratidão. Ele nunca imaginou que Kwang estaria disposto a se envolver tão profundamente em sua busca. No entanto, ele não queria pressionar Kwang e precisava ter certeza de que estava disposto a suportar os desafios dessa jornada.

— Você está certo disso, Kwang? Essa não será uma tarefa fácil e envolve riscos. Eu não quero colocar você em perigo — Baekhyun disse, sua voz carregada de preocupação.

— É claro, Baek, afinal Chanyeol era meu irmão e sinto que devo encontrar logo o desgraçado que o matou — Se virou de barriga para cima e começou a olhar para o teto — Ele faria o mesmo se isso tivesse acontecido comigo.

— Por onde deveríamos começar?

— Humm, os policiais disseram que não tinham câmeras em volta do lugar, né? — Virou a cabeça para olhar Baekhyun — Mas deve ter câmeras por onde Chanyeol tenha passado naquela madrugada.

— Então, amanhã de manhã vamos atrás disso — Disse Baekhyun, levando a mão até a barriga do outro e a apoiando lá, logo dando um selinho em seguida.

Na manhã seguinte, Baekhyun e Kwang, dedicaram-se a buscar provas incansavelmente ao longo do dia. Infelizmente, suas tentativas se mostraram ineficazes e a falta de evidências os deixou tremendamente frustrados. As horas se arrastavam e a sensação de impotência aumentava a cada minuto.

Decidindo fazer um intervalo, eles optaram por parar em uma cafeteria próxima à casa deles. Escolheram uma mesa estrategicamente posicionada, com um grande vidro escuro que abrangia uma parede até próximo à porta. Através deste vidro, era possível vislumbrar a movimentada rua lá fora.

Sentados, Baekhyun e Kwang despejaram suas frustrações enquanto saboreavam seus cafés. A desilusão era evidente em seus rostos, sabendo que horas de exaustiva busca através das câmeras não trouxeram nenhum resultado concreto. A situação se agravava ao descobrirem que os pais de Kyungsoo também haviam partido do local, sem deixar rastros ou qualquer explicação. Os vizinhos informaram que a mudança ocorreu há cerca de dois meses, mas que nenhuma palavra havia sido dita a respeito, e o conhecimento veio apenas através das caixas e do caminhão de mudança.

Essa revelação alimentou as suspeitas de Kwang, que compartilhou com Baekhyun suas desconfianças sobre o homem. Ele ponderou que talvez os pais de Kyungsoo estivessem o protegendo de algo que ele teria feito, o que apenas servia para aumentar os questionamentos e incertezas. No entanto, era tarde demais para tomarem qualquer ação a respeito, pois os pais já haviam ido embora, levando consigo os segredos que poderiam trazer alguma luz ao caso.

Quando os dois estavam indo embora, Baekhyun sentiu que alguém os observava.

— Kwang tem alguém atrás da gente — Sussurrou o mais baixo que podia.

— Eu percebi Baek, mas já olhei para trás e não vi ninguém.

— Quer dizer que não era coisa da minha cabeça todo esse tempo — Continuou sussurrando com a voz carregada de preocupação.

— Vamos embora rápido, não deixarei que aconteça algo com você — Kwang pegou a mão de Baekhyun, o puxando e dando passos apressados para que chegassem logo em casa.

A pessoa que estava em seus encalços acabou indo embora, pois os dois não sentiram mais a presença. Ao chegarem na casa, Baekhyun e Kwang se sentaram no sofá. A tensão que havia dominado o ambiente se dissipou, deixando espaço para uma mistura de alívio e ansiedade. Kwang envolveu o braço ao redor dos ombros de Baekhyun, enquanto o outro segurava firmemente sua cintura. Eles se encaravam intensamente, compartilhando um momento de conexão profunda.

Em um momento de coragem e vulnerabilidade, Baekhyun levantou o rosto e, em um gesto suave, selou os lábios de Kwang. Foi um beijo delicado, cheio de emoção e significado. Um instante roubado no meio do caos e da incerteza. Em seguida, Baekhyun recolocou sua cabeça no lugar, mas o olhar que trocaram permanecia cheio de promessas e intimidade compartilhada.

Silenciosamente, eles sabiam que uma nova etapa de suas vidas estava prestes a começar. A questão do desaparecimento de Kyungsoo ainda pairava no ar, mas eles estavam dispostos a enfrentar qualquer desafio juntos. Suas mãos se entrelaçaram, fortalecendo a união entre eles.

Sentados no conforto daquele momento íntimo, eles começaram a discutir estratégias, compartilhar informações e traçar um plano de ação para encontrar Kyungsoo. A sensação de serem observados pode ter sido temporariamente afastada, mas eles sabiam que a verdade ainda estava à espreita, aguardando para ser desvendada.

Kwang, revelou a Baekhyun o último encontro que teve com Kyungsoo. Eles estavam sentados no sofá, com Kwang abraçando Baekhyun de lado, oferecendo conforto e apoio.

— Baek, na última vez que vi Kyungsoo, ele estava discutindo com Chanyeol — Kwang falou em um sussurro, sua voz carregada de preocupação — Eu não consegui ouvir claramente o que eles estavam dizendo, mas pude captar pedaços de sua conversa.

Seu olhar estava distante, revivendo a cena em sua mente enquanto tentava encontrar as palavras certas para explicar o que presenciara. A tensão entre Kyungsoo e Chanyeol era palpável.

— Ele falou para Chanyeol terminar com você e ficar com ele.

O coração de Baekhyun afundou com o peso daquela revelação. Ele tinha medo de ser substituído, de perder Chanyeol para Kyungsoo.

Kwang apertou Baekhyun ainda mais, tentando transmitir conforto e força através de seu abraço. Ele sabia que aquele era um momento delicado, mas estava determinado a apoiar Baekhyun em suas incertezas.

— Sério? — Perguntou atônito - Eu estava desconfiado de que ele gostava de Chanyeol, mas não sabia que era realmente verdade.

— Ele até tentou agarrá-lo, mas eu vi Chanyeol o empurrando, você tinha que ver, ele ficou tão bravo que começou a gritar — Tentou se arrumar melhor no sofá, mas acabou sendo difícil já que Baekhyun estava com o peso todo em cima de si — Ele até disse que se Chanyeol não ficasse com ele, não iria ficar com ninguém.

— Isso é um pouco assustador vindo de kyungsoo, ele sempre foi um tanto passivo — Disse suspirando.

— Também tem os pais dele, não consigo parar de pensar que tudo isso tem a ver com a morte de Chanyeol.

— Eles não teriam outro motivo para ir embora daqui ou talvez tivessem Kwang? — Baekhyun arrumou a postura no sofá, se aconchegando melhor.

— Acho que não, Baek — Passou a mão pelo cabelo, o bagunçando em seguida - Depois do que andei percebendo, tudo aponta que fora kyungsoo o autor do crime.

— Vamos procurar melhor sobre ok! — Deu um sorriso terno.

Kwang assentiu com a cabeça, levantando-se do sofá e caminhando em direção à cozinha, seguido de perto por Baekhyun. A noite já tinha avançado consideravelmente quando os dois finalmente decidiram que era hora de descansar.

(...)

Ainda mergulhado na tristeza, Baekhyun não esperava que a conversa com Kwang sobre o assunto demorasse a acontecer. Afinal, estavam focados em procurar por provas que poderiam levar até o autor do crime. No entanto, como se o destino estivesse conspirando contra ele naquele dia, o momento chegou de forma inesperada durante o almoço.

Sentados à mesa, Baekhyun e Kwang compartilhavam o silêncio enquanto saboreavam suas refeições. O clima estava carregado, pesado com a tensão que pairava no ar desde a morte de Chanyeol. Baekhyun não conseguia deixar de sentir uma pontada de tristeza e medo ao pensar na possibilidade de Kyungsoo ser o culpado por trás de todo aquele caos.

Então, num instante de coragem ou talvez de exaustão emocional, Kwang decidiu mergulhar no assunto que os cerca. Ele tomou um gole de água para umedecer a garganta antes de falar.

— Baekhyun, eu sei que esse é um momento difícil para todos nós, mas precisamos enfrentar a realidade. Tudo aponta para Kyungsoo como o responsável pela morte de Chanyeol. Eu entendo que você tenha dúvidas e queira buscar mais informações, mas não podemos ignorar as pistas que temos.

Baekhyun baixou o garfo, olhando fixamente para o prato à sua frente. Ele sabia que Kwang estava certo, que fugir da verdade só traria mais dor a todos. No entanto, a ideia de o amigo de seu namorado falecido ser o culpado era algo que lhe causava uma grande angústia. Ele se sentia dividido entre a fidelidade que tinha a Chanyeol e o afeto que o namorado tinha por Kyungsoo.

Após alguns instantes de silêncio tenso, Baekhyun levantou os olhos e encontrou o olhar de Kwang, repleto de determinação e compreensão.

— Eu sei que é difícil aceitar, Baekhyun. Mas precisamos fazer justiça por Chanyeol e também pela verdade. Vamos continuar a investigar, mas precisamos considerar essa possibilidade. Se Kyungsoo for realmente o culpado, precisamos agir antes que mais pessoas se machuquem.

Baekhyun suspirou e assentiu, sabendo que não podia fugir da realidade que estava diante deles. Ele levantou-se lentamente da cadeira, sentindo o peso da tristeza em seus ombros, mas também sentindo-se fortalecido pela determinação de seu amigo.

— Tem razão, Kwang. Vamos continuar nossa busca por respostas e fazer o que for necessário para trazer justiça. Pela memória de Chanyeol e por todos nós.

Os dois se entreolharam, compartilhando um momento de compreensão mútua e uma promessa silenciosa de perseverar até encontrarem a verdade. Juntos, eles estavam determinados a desvendar os segredos obscuros que cercavam a morte de Chanyeol e a trazer à tona a justiça que ele merecia.

Kwang suspirou, um misto de frustração e preocupação estampado em seu rosto. Ele levou a mão até a nuca e coçou o local, um gesto nervoso que Baekhyun conhecia bem. Era um sinal de que ele estava prestes a abordar um assunto delicado.

— Baekhyun, sei que a morte de Chanyeol foi um golpe duro para todos nós. Mas fingir que está tudo bem e dar sorrisos falsos... não está fazendo bem a você. E não está justo comigo, que conheço você tão bem — Kwang disse, olhando diretamente nos olhos do outro.

Baekhyun engoliu em seco, sentindo uma pontada de culpa ao ouvir as palavras de Kwang. Ele sabia que estava tentando disfarçar sua tristeza e agir como se estivesse tudo bem desde a morte de Chanyeol. Mas, por mais que tentasse esconder, Kwang, havia percebido sua dor.

Baekhyun desviou o olhar por um momento, sentindo um misto de vergonha e alívio por seu disfarce ter sido descoberto. Ele não queria preocupar Kwang, mas também não queria esconder sua dor e seu luto.

— Eu... não queria te preocupar, Kwang. E sei que você está certo. Tenho tentado ser forte, mas a verdade é que estou devastado por dentro — Baekhyun admitiu, sentindo suas defesas ruírem.

Kwang se aproximou e colocou a mão no ombro de Baekhyun, transmitindo conforto e apoio. Ele sabia que o momento era delicado e que Baekhyun precisava desabafar.

— Baekhyun, eu entendo. E estou aqui para você, não importa o que aconteça. Chanyeol era meu irmão, e sei que vocês dois eram inseparáveis. É normal se sentir perdido e triste com a sua partida. Só quero que saiba que você não precisa fingir ser forte o tempo todo.

Baekhyun engoliu o nó em sua garganta, sentindo-se grato por ter alguém como Kwang em sua vida. Ele finalmente se permitiu deixar as lágrimas caírem, permitindo que toda a dor do luto tomasse conta de si.

Kwang abraçou Baekhyun, segurando-o com força enquanto ele soluçava. Não havia necessidade de palavras naquele momento, apenas sua presença calorosa que o apoiava e incentivava a sentir suas emoções.

E assim, Baekhyun percebeu que não precisava carregar toda a tristeza sozinho. Com Kwang ao seu lado, ele encontraria forças para enfrentar o luto e seguir em frente, honrando a memória de Chanyeol da melhor maneira possível.

No exato momento em que Kwang se preparava para falar novamente, o som de um toque de celular interrompeu a atmosfera. Ele pediu desculpa, educadamente, antes de se afastar para atender à chamada.

Baekhyun se viu sozinho na sala após o homem se levantar da cadeira e sair para outro cômodo. Ele sentiu um alívio momentâneo, pois nunca foi uma pessoa que gostasse de falar sobre seus sentimentos com alguém, e muito menos com a pessoa com quem estava compartilhava sua vida.

Ele apreciava a forma como Kwang se preocupava com ele, mas não se sentia confortável em desabafar. Preferia guardar todas as suas mágoas para si, acreditando que era melhor que menos pessoas soubessem sobre seus problemas.

Embora o silêncio tomasse conta do ambiente, Baekhyun não conseguia ignorar a tempestade de emoções que o assombrava. Seu coração pesava com tristezas e decepções acumuladas ao longo do tempo. Por fora, ele podia parecer forte e indiferente, mas por dentro, havia uma ferida aberta que doía constantemente.

À medida que seus pensamentos mergulhavam em uma escuridão conhecida, Baekhyun se esforçava para manter uma postura impassível. Ele não queria preocupar Kwang ou fazê-lo se sentir responsável por suas próprias lutas internas. Afinal, ele era um mestre em esconder suas emoções por trás de um sorriso gentil e brincadeiras leves.

No entanto, enquanto contemplava as paredes vazias da cozinha, Baekhyun se perguntava se poderia realmente continuar assim. Seria justo para Kwang e para si manter todos os seus sentimentos enterrados no fundo de seu ser? Talvez fosse hora de reconsiderar sua abordagem e procurar uma maneira de lidar com suas dores internas.

A voz de Kwang chamou sua atenção, fazendo-o voltar à realidade. Ele entrou na sala com uma expressão preocupada no rosto.

— Eu tive uma ligação importante e terei que viajar de última hora — Suspirou passando a língua pelo lábio — Conversaremos sobre seus sentimentos em outro momento.

— Aonde vai? — Perguntou Baekhyun curioso.

— Irei para Boston resolver um negócio, quando voltar te mandarei mensagem.

(...)

Era uma manhã nublada após a partida de Kwang em uma viagem de negócios. Baekhyun, sentindo-se solitário, decidiu ligar a televisão para ver as notícias e espantar o tédio. Enquanto ele passava pelos canais, algo chamou sua atenção: "Mortes estranhas na pequena cidade de Gyeryong".

Curioso e intrigado, Baekhyun aumentou o volume da TV e sentou-se atentamente no sofá. A imagem da cidade apareceu na tela, cercada por uma paisagem exuberante de montanhas e florestas. O repórter começou a compartilhar as recentes informações sobre as mortes misteriosas que abalaram a pacata comunidade.

Segundo relatos, havia ocorrido uma série de mortes inexplicáveis e perturbadoras em Gyeryong. Pessoas aparentemente saudáveis e sem histórico de problemas de saúde estavam morrendo repentinamente, deixando a população local atônita e assustada. Nenhuma causa óbvia de morte podia ser identificada, o que deixava as autoridades e os médicos perplexos.

Baekhyun sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto assistia às imagens da cidade. A atmosfera sombria e enigmática parecia pairar sobre Gyeryong, despertando sua curiosidade e alimentando sua imaginação. Ele se perguntou qual seria a causa dessas mortes terríveis e se havia algum segredo oculto por trás delas.

Baekhyun decidiu que precisava saber mais sobre o mistério. Ele queria descobrir se havia algum padrão nas mortes, se a cidade estava enfrentando uma epidemia desconhecida ou se algo de natureza sobrenatural estava ocorrendo.

Ele fez uma rápida pesquisa no celular, mas encontrou poucas informações além das notícias recentes. No entanto, algumas histórias circulavam sobre estranhos ruídos noturnos e aparições de uma figura sombria perto dos locais onde as mortes aconteceram. Esses relatos só aumentaram sua curiosidade.

" Nesta madrugada foram encontrados alguns corpos, eles continuam no IML e não foram reconhecidos, porém, os primeiros policiais a chegarem no local disseram que nunca haviam visto algo como o que viram, um deles disse que as pessoas pareciam ter sido mortas por algo sobrenatural, mas não quiseram dar mais informações do caso."

Baekhyun desligou a TV assustado, afinal estava tendo muitos assassinatos ultimamente naquela cidade.

No final da tarde, Baekhyun tomou a decisão de ir ao cemitério da cidadezinha para visitar seu antigo amado e compartilhar todas as experiências pelas quais havia passado. O local era tranquilo e sereno, com um amplo gramado verdejante e algumas árvores. Na verdade, a cidade costumava ser um exuberante bosque e, ao ser estabelecida, os primeiros habitantes decidiram preservar a maioria das árvores, proporcionando um encanto natural que era motivo de orgulho para os moradores locais.

A cidade, em si, era pacata, com apenas alguns pequenos estabelecimentos comerciais. Raramente ocorriam crimes mais graves, com ocorrências mais comuns se limitando a pequenos furtos cometidos por pessoas de outras localidades que aproveitavam a tranquilidade da cidade. Por esse motivo, a polícia local estava mais acostumada a lidar com esse tipo de incidente e, infelizmente, quando o falecimento de Chanyeol ocorreu, eles se viram despreparados para lidar com um evento tão trágico e incomum.

Diante desse contexto, Baekhyun caminhou pelo cemitério, absorvido pela atmosfera serena que pairava no ar. As lápides espalhadas pelo terreno silencioso contavam histórias de vidas que já foram vividas, evocando memórias e emoções profundas. Ele encontrou o túmulo de Chanyeol, adornado com flores frescas e uma foto do amado emoldurada em um pequeno porta-retratos. Baekhyun se ajoelhou e começou a compartilhar suas experiências, alegrias e as dores, todas as conquistas e desafios que havia enfrentado desde a trágica despedida.

O lugar onde estava seria perfeito se não fosse pelos túmulos que ali jaziam, não havia tantas pessoas no local, isso fazia Baekhyun se sentir mais à vontade para conversar com o que quer que houvesse ali ainda de Chanyeol.

Ele estava sentado sobre suas pernas com suas mãos apoiadas na coxa, enquanto olhava para a cruz que havia em cima do túmulo quando começou a dizer:

" Oi Yeollie,

Desculpe pela minha ausência, já faz um tempo desde que vim aqui. Eu estive tentando encontrar qualquer pista que mostrasse quem te assassinou, mas até agora não encontrei nada. Kwang também me ajudou nessa busca incansável, mas ele precisou viajar a negócios recentemente, então ficarei um tempo sem procurar por algo novo.

Sua mãe tem me culpado pela sua morte, e seu irmão decidiu confrontá-la sobre isso. Infelizmente, acabaram discutindo feio e se afastando ainda mais. Nunca entendi o motivo deles terem essa relação de ódio tão intensa, mas parece que sua morte só aumentou essa animosidade entre eles. É uma situação difícil para todos nós.

Queria tanto poder te fazer as tantas perguntas que tenho em mente. Queria que você voltasse apenas por um momento para me responder. Sinto sua falta de uma forma que chega a ser sufocante.

Ah, esqueci de te contar, estou em um relacionamento com Kwang agora. Acredito que você ficaria feliz em saber que encontrei alguém tão incrível quanto você para seguir em frente. Ele tem cuidado de mim de uma forma maravilhosa, assim como você costumava fazer. Não é exatamente o mesmo sentimento que eu tinha quando estava com você, mas ele conseguiu fazer com que eu sentisse pelo menos um pouco das borboletas no estômago novamente.

Bem, acho que é hora de eu te deixar descansar. Saiba que sempre te amei e vou continuar voltando aqui para conversar contigo. Prometo que não vou te abandonar."

Enquanto falava, sentiu uma brisa suave acariciar seu rosto, como se Chanyeol estivesse ali, ouvindo cada palavra com atenção. Lágrimas percorriam suavemente suas bochechas. Baekhyun sentia como se uma parte de Chanyeol ainda estivesse com ele, guiando-o e encorajando-o quando mais precisava.

Com o coração aliviado e repleto de saudade, Baekhyun fez uma promessa ao seu amado: seguir em frente, honrar a memória de Chanyeol e encontrar a felicidade novamente, sempre carregando consigo o amor que nutriam um pelo outro.

Baekhyun estava caminhando pelo seu bairro, indo para sua casa, quando sentiu, uma leve sensação de estar sendo observado, mas, como isso já havia acontecido algumas vezes antes, ele decidiu ignorar e continuar seu caminho. Achou que talvez estivesse apenas paranóico após ter lido a reportagem perturbadora mais cedo naquele dia.

No entanto, a presença persistiu, e Baekhyun começou a se sentir cada vez mais desconfortável ao perceber que alguém realmente o seguia. Ele decidiu acelerar o ritmo dos passos, sentindo seu coração começar a bater mais rápido em seu peito. Olhou rapidamente por cima do ombro para confirmar suas suspeitas e não conseguiu disfarçar a surpresa ao ver uma figura logo atrás dele.

O pânico tomou conta de Baekhyun, e ele começou a correr desesperadamente, sabendo que precisava chegar em casa o mais rápido possível. Cada vez que olhava para trás, via que a pessoa também estava correndo, determinada a alcançá-lo. Seu corpo estava mergulhado em adrenalina, as pernas se movendo num ritmo frenético, enquanto seus batimentos cardíacos ecoavam em seus ouvidos.

Finalmente, Baekhyun avistou a porta de sua casa à frente e sentiu um suspiro aliviado escapar de seus lábios. Ele aumentou ainda mais a velocidade, desesperado para alcançar a segurança do lar. Quando chegou perto da porta, suas mãos tremendo, tentou abrir o mais rápido possível. Sentiu um alívio momentâneo quando conseguiu fechá-la com força, bloqueando aquela ameaça desconhecida do lado de fora.

Com o peito subindo e descendo rapidamente, Baekhyun se encostou na porta, fechou os olhos e tentou recuperar o fôlego. Foi nesse momento que percebeu algo estranho no ambiente. Quando abriu os olhos novamente, seu olhar se fixou diretamente no sofá da sala, onde viu a sombra de uma pessoa sentada. Um arrepio percorreu sua espinha e seu corpo se enrijeceu.

Sem pensar muito, ele girou rapidamente a chave na porta, esperando desesperadamente que ela se abrisse a tempo para que ele pudesse fugir novamente. No entanto, antes que pudesse escapar, uma voz ecoou na sala, fazendo com que Baekhyun congelasse no lugar. Era uma voz que ele conhecia muito bem, mas que agora soava sinistra e ameaçadora.

A sombra no sofá se mexeu lentamente, revelando-se aos poucos. Quando a figura emergiu da escuridão, Baekhyun sentiu seu coração parar em seu peito. Era alguém que ele nunca esperava encontrar em sua casa, um rosto familiar, mas distorcido pelo desprezo e pela maldade.

— É melhor você não tentar fugir novamente, eu já me cansei de brincar de pega-pega, Baekhyun — A voz disse, cheia de malícia. Baekhyun podia sentir cada músculo do seu corpo tenso, pronto para reagir, mas, ao mesmo tempo, paralisado pelo medo.

As palavras ecoaram pela sala, enquanto a figura se aproximava lentamente. Baekhyun só podia esperar que alguém aparecesse para ajudá-lo, ou que ele conseguisse encontrar uma maneira de escapar dessa situação aterrorizante. Seus pensamentos correram, tentando encontrar uma solução, enquanto a figura sombria se aproximava cada vez mais dele.

Baekhyun estava tão assustado que começou a se sentir fraco e zonzo, até que sentiu o baque a seguir, o chão estava frio por debaixo de si e então foi nesse exato momento em que tudo pareceu escurecer mais ainda, fazendo-o perder seus sentidos.

Ao despertar, uma sensação de maciez envolveu o corpo do garoto, que lentamente passou a mão pelo estofado fofo que reconheceu como sua própria cama. Uma leve claridade penetrava pelas frestas da janela, indicando que o amanhecer já estava chegando. Suspeitando que o pesadelo terrível que tivera fosse apenas um sonho, ele ergueu o corpo, sentando-se na cama, esticando os braços e soltando um bocejo sonoro.

No entanto, ao abrir os olhos, a consciência invadiu sua mente, revelando que a realidade era tão cruel quanto o pesadelo que o atormentara. Seus olhos focaram no local ao seu redor e, para sua surpresa, lá estava uma figura alta e imponente apoiada no batente da porta, encarando-o com um olhar intenso. A ficha caiu: aquilo não havia sido um sonho, mas sim a realidade assustadora da qual ele não poderia escapar.

Os lábios do garoto começaram a tremer incontrolavelmente, enquanto uma sensação avassaladora de pânico se infiltrava em seu ser. Sua mente ansiava por fugir daquele lugar o mais rápido possível, mas suas pernas pareciam frágeis como palitos, incapazes de sustentar seu corpo trêmulo. Apenas o pensamento de tentar colocar os pés no chão o fez entrar em colapso.

Remoendo rapidamente seu arrependimento por ter desejado que Chanyeol aparecesse para responder suas perguntas, o garoto se viu paralisado pelo medo. O ar ficou pesado, seus pensamentos ecoaram em sua mente enquanto ele lutava para encontrar uma saída dessa situação aterradora. No entanto, antes que pudesse se perder em um ciclo de autodestruição de culpas e arrependimentos, um suspiro alto rompeu o silêncio.

Ouvidos atentos se voltaram em direção ao som, e um calafrio percorreu sua espinha. Ele engoliu em seco, sentindo sua garganta seca como areia, enquanto as palavras permaneciam trancadas em sua boca. A presença ameaçadora na porta parecia aguardar uma reação, mantendo-o estático em sua cama, envolto em um labirinto de medo e incerteza.

— Por favor, acalme-se. Não vou fazer nada com você, se é isso que está te preocupando — Chanyeol deu passos cuidadosos em direção à cama onde Baekhyun estava deitado — Só preciso fazer algumas perguntas.

Indignado, Baekhyun apontou um dedo trêmulo na direção de Chanyeol. Sua voz trêmula ecoou pelo quarto enquanto ele acusava com convicção.

— Você estava morto!

A mente de Baekhyun estava confusa e atormentada. Como Chanyeol poderia estar ali, diante de seus olhos, depois de tudo o que aconteceu? Ele havia testemunhado o corpo de Chanyeol inerte, sem vida. A sensação de pavor começou a invadi-lo novamente, deixando-o ainda mais desesperado.

— Eu estou morto — Chanyeol afirmou em descontentamento.

— Mas eu estou vendo você — Disse Baekhyun, incapaz de conter sua surpresa. Sem pensar duas vezes, ele beliscou a si para ter certeza de que não estava sonhando. Para sua surpresa, a dor aguda que percorreu sua pele confirmou que aquela era uma realidade completamente tangível.

Chanyeol suspirou, sentando-se na beirada da cama o mais longe possível de Baekhyun.

— Não tenho tempo para ouvir suas ladainhas — Resmungou ele.

— Mas você é real mesmo, Yeollie? — Perguntou Baekhyun, levantando-se e engatinhando até Chanyeol, cutucando seu braço.

— Você estava assustado até momentos atrás e agora está me tocando — Chanyeol trincou os dentes, irritado.

— Apenas tire suas mãos de mim — Ele se levantou bruscamente, colocando o máximo de distância entre eles — Não queria estar aqui, mas parece que você me conhece muito bem.

— Como assim, parece que te conheço bem, Yeollie? — Baekhyun diminuiu o tom de voz, curioso — Você era meu namorado, como não iria te conhecer?

— Tanto faz. Só estou aqui porque preciso de ajuda e respostas.

— Que tipo de respostas, Yeollie? — Perguntou Baekhyun, ansioso.

— Não me chame assim — Chanyeol advertiu seriamente — Preciso me lembrar das coisas que vivi e por isso vou precisar da sua ajuda.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...