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História Reversível - Maldito seja Lee Donghyuck


Escrita por: injunland

Notas do Autor


oi gente nao vou fazer comentários pq to morta de sono, so me desculpem por nao ter att final de semana

provavelmente tem erro

Capítulo 10 - Maldito seja Lee Donghyuck


Lee Donghyuck realmente era uma superação na arte de ser insuportável. A semana de provas estava comendo a sanidade de todo mundo; hoje era sexta-feira e, portanto, a última. Estávamos todos exaustos, mas ele não podia esperar um dia sequer pra reunirmos todos — eu, ele, Jaemin, Chenle e Jisung — em sua casa para dormirmos lá. Sua desculpa era “Meus pais e Yoojung não estarão em casa, então poderemos fazer o que quiser”, mas nós sempre fazíamos o que queríamos e com, ou sem eles. 

Ele só era carente, e estava tudo bem. Ainda mais pra mim, que tinha passado por uma semana conturbada com a pressão das provas e meu pai rodando minha cabeça toda hora. Eu realmente estava precisando dos meus amigos naquele momento. 

O cenário no momento era um pouco caótico. Tudo isso porque os garotos não sabiam que playlist colocar. Donghyuck queria escutar qualquer coisa que viesse de diva pop e era o segundo mais tranquilo com a situação, depois de mim — além disso ele era o dono na casa. Jaemin dizia que se escutassem música calma daqui a pouco estariam todos estirados no chão, com sono. Chenle, que queria escutar qualquer coisa que não fosse acelerada estava inconformado, ainda mais com o namorado que concordava com Na. 

Eu tenho que parar de pensar nos dois como namorados, uma hora eu vou soltar isso e vai dar merda. Falo mentalmente. 

— Não é mais fácil misturar as duas coisas numa playlist só? — Sugiro e os três mais novos me fuzilam com o olhar. Ri, era ridículo como às vezes eram infantis e orgulhosos. — Vamos logo, não estou a fim de ficar a noite toda vendo vocês brigarem pelo mesmo motivo. 

— O Chenle vai colocar música de ninar, cacete. 

— Jaemin, você tem realmente 16 anos e vai prestar vestibular esse ano ou tem a idade condizente pra fazer pirraça desse jeito? — O Lee mais novo alfinetou, com um sorriso de lado. O Na encarou-lhe incrédulo, botou um bico na cara e cruzou os braços antes de dizer contrariado que era para fazermos o quiséssemos. 

Escutar a idade do garoto me fez cair a ficha de que eu era o mais velho dali. O único, naquele momento, a ter 17. E também o mais maduro, ao menos a maior parte do tempo. 

Rapidamente a playlist foi feita; uma mistura doida de pop, hip-hop, músicas acústicas e natalinas. Era abril, mas isso não impediu o chinês de colocar músicas temáticas do feriado ali, o que rendeu muita risada e reclamação. 

Não sei ao certo quando começamos a sempre fazer aquilo, mas era simplesmente uma tradição. Sempre que dormíamos os cinco na casa de alguém tinha música.

Às vezes aquilo servia pra todo mundo ficar pulando na sala como loucos, outras virava karaoke. Acontecia de ser apenas um fundo pra nossas conversas e brincadeiras, como estava sendo naquele dia. Acho que as provas tinham deixado todos nós todos meio melancólicos. Ou então era só eu, e por isso via a situação daquela forma. Não sei. 

Era estranho como todos nós estávamos tão silenciosos, escutando a música da vez. Jisung estava com a cabeça no colo de seu melhor amigo, que acariciava seus fios tingidos de um loiro claro, como se não tivesse quase se quebrado a dois minutos por um motivo besta; Jaemin e Donghyuck estavam cochichando alguma coisa sobre algum anime e eu estava simplesmente contemplando a sala. 

As vezes era assim. Eu me sentia sobrando, mesmo que fosse o mais próximo do Na, mesmo que fosse o único a quem o chinês tivesse confiado seu segredo. Mesmo que Hyuck fosse um amigo incrível e que Jisung estivesse se libertando cada vez mais perto de mim. Acho que todos temos momentos assim, entretanto, felizmente, comigo eram raros e não duravam mais que minutos. O meu se findou com a movimentação seguinte. 

— É o seguinte. — O ruivo mais novo anunciou, chamando a atenção de todos nós, antes de se jogar ao meu lado no sofá me dar um tapa do lado da coxa. O encarei confuso. — Chega mais pro lado, eu quero deitar e vou me apoiar em você. 

— Mas é um folgado mesmo. — Ralho. 

— Que foi, Jaemin? — Chenle pergunta. 

— Eu quero falar da vida alheia. 

— Larga de ser fofoqueiro, garoto! — Donghyuck comentou alto, rindo. 

— Ah, porque você nem gosta né, Lee. — Meu melhor amigo finalmente deitou sua cabeça em minhas coxas, jogando suas pernas em direção ao braço oposto em que eu estava. Revirei os olhos, mas não protestei. — E a gente sempre faz isso. Quem vai ser o foco de hoje? 

Jisung se sentou, me encarando intensamente antes de soltar: 

— Quem é aquele garoto esquisito com quem você anda às vezes agora? 

Chenle riu escandalosamente, enquanto Donghyuck olhava para o garoto apoiado em mim com um sorriso de lado. O Park só continuava a me olhar daquele jeito.  

— É, Jeno, quem é? — O outro loiro perguntou, com um sorriso divertido no rosto. Seu traidor, vou lembrar disso quando quiser um ombro pra choramingar. 

Suspirei calmamente, antes de abrir a boca pra falar. 

— Ele é um garoto que eu estou ficando amigo, Sung. Só isso. 

— Só isso. Essa é a maior fanfic que já vi. — Jaemin rebateu rindo. Discretamente belisquei seu braço. 

— Esses dois ficam conversando baixinho antes da aula e trocando olhares em sala, vocês precisam ver! — Continuou o Lee. — O Renjun é um garoto que não costuma andar com ninguém, tipo, absolutamente ninguém, da escola. Ele conversa com as pessoas, mas não fica amigo. O Jeno é o primeiro que vimos. 

— Você é tão dramático. — Engulo seco. Era verdade. 

— Renjun? Ele é chinês? — Chenle pergunta animadamente e vi o garoto ao lado o olhar um pouco incrédulo, mas acho que apenas eu o notei. 

— Ele é. — Confirmo. — Ele veio pra Coreia antes de você Lele, somos da mesma sala a muitos anos, mas só agora estamos conversando direito. 

— Aposto que ele gosta de você. — Jaemin comenta, risonho. Sério, eu vou espancar esse garoto. — Por que ele se aproximaria do nada? 

— Eu sei lá! — Exclamei, mas não muito alto. Se aquilo continuasse, eu iria ficar vermelho. Não seria nem um pouco legal. — Chega, gente. Não tem nada demais nisso. Ele só se aproximou porque um dia choveu e ele ia seguir pelo mesmo caminho que eu, então dividiu o guarda-chuva. Após isso foram outras consequências e agora estamos meio amigos. E ele é hétero! 

— Até parece- 

— Isso é bem convincente, na verdade. — Jisung cortou Donghyuck. Por um momento quis derrubar meu melhor amigo apenas para correr até o mais novo e abraçá-lo. — Tipo, eu não era amigo do Chenle, nem de vocês. Mas situações aconteceram e nós nos aproximamos. 

O garoto ao seu lado e o ruivo no chão logo em seguida concordaram, mas Nana apenas se levantou do meu colo com um sorriso irônico no rosto. O encarei cheio de dúvidas e ele riu. 

— Pode ser gente. E Jeno, não precisa ficar tão desesperado. Eu estava sentindo você prendendo o ar. 

É realmente necessário ter muita paciência pra conviver com um Na Jaemin sem ter vontade de matar. 

Os garotos riram da minha cara, mas Hyuck parou rapidamente ao olhar alguma coisa no seu celular. A atenção da sala foi toda direcionada para ele, que digitava algumas coisas rapidamente no celular. Quando terminou, sorriu, antes de fala: 

— Hyunjin vai fazer uma festa, sexta que vem. Ele mandou eu chamar todos vocês e disse que poderiam chamar quem quisessem também. 

— Hyunjin, tipo, o nerd? — Chenle questionou surpreso. 

— É. Ele é inteligente, mas também é bem festeiro. — Respondeu, ajeitando o celular no colo, antes de prosseguir. — Vai ser no salão de festas do prédio dele, igual da outra vez, e terão bebidas. 

— Opa. — Jisung sorriu. 

— Pra você não. — Jaemin falou, o que fez o mais novo bufar. — Não proteste! 

— Eu sou o mais novo, mas isso não muda o fato que todo mundo aqui ser de menor! — Reclamou. — Você tem que parar de ser tão protetor, às vezes é um saco. 

Meu melhor amigo pareceu ficar ofendido e magoado com aquilo, se encolhendo no sofá. O clima ficou pesado e ninguém se atreveu a falar nada por alguns minutos. 

— Desculpa Sung. É só que eu não quero que nada de ruim te aconteça. — Retornou a falar, e a voz do Jaemin estava tão baixa que tenho certeza que o outro teve que fazer algum esforço para lhe escutar, por estar sentado um pouco distante. 

— Eu sei Nana, mas você tem que saber dosar isso. — Jisung o respondeu, visivelmente tomando cuidado com o tom de voz. — Olha, eu não estou bravo com você, tá? Eu só estou desabafando. Não fica triste. — Ele se levantou, até que se colocasse em frente do mais velho, e o abraçar. Coisas como aquelas eram raras, o loiro normalmente não iniciava nenhum toque. 

Depois daquilo as coisas não demoraram muito a retornarem ao normal. 

— Alguém vai chamar outra pessoa pra festa? O Hyunjin tá perguntando. — Donghyuck comentou, do nada, após Chenle reclamar que ele não tirava os olhos do celular. 

— Ele precisa disso agora? — Jaemin perguntou. 

— Não, é só curiosidade. — Respondeu. 

— Acho que ninguém vai não, nosso ciclo é basicamente nós cinco. — Jisung falou, antes de dar um peteleco na orelha do loiro ao seu lado. Eles estavam brincando daquela forma faziam aproximadamente vinte minutos: quando um estava distraído, davam um peteleco, um tapa, ou apertavam algum lugar um do outro. Pareciam duas crianças. — A não ser que o Jeno... 

— Ah, pronto. — Reclamei. 

— O Jisung tem razão! Deveria chamá-lo! — Meu melhor amigo se animou, me empurrando contra o braço do sofá e me puxando de voltas repetidas vezes. Me soltei o encarei bravo, pedindo silenciosamente para parar. 

— Tá sugerindo isso até ficar com um bico emburrado na cara, cheio de ciúmes. — O chinês comentou, com um sorrisinho. — Ainda assim, Jeno, acho que deveria chamá-lo. 

— Eu não vou ficar com ciúmes do Jeno dando beijinhos no Renjun! 

— Oi? — Arregalei os olhos, encarando Jaemin. — Eu não vou dar beijinho em ninguém! 

— Mas ele gosta de você Jeno, não seja tão malvado. 

— Ele não gosta de mim, eu não gosto dele, e beijar alguém só por isso é babaca. Eu não me aproveito de ninguém, tá legal? — Rebati. — Só você faz isso, Nana. 

— De graça. — Donghyuck gritou, rindo. — Mas então faz um favor pra ele e deixa ele ter uma noite normal de adolescente uma vez na vida. — Prosseguiu e minha vontade de revirar os olhos foi tanta que não pude me conter. 

Não é porque aquilo fossem as noites normais de adolescentes para ele, que deveriam ser para todo mundo. Eu mesmo preferia muito mais passar minhas noites em casa jogando até o amanhecer, mas isso não me fazia um garoto mais ou menos estranho que qualquer outro. 

A forma com que as pessoas tinham estereótipos gigantes sobre Huang Renjun me incomodava. Eu o achava incrível. Mesmo não falando com colegas de classe fora da escola, tendo maior conhecimento sobre canetas do que eu tenho sobre minha vida, tendo um vício em chá maior do que provavelmente todos os meus avôs e avós teriam juntos ou gostando de estudar para esquecer do mundo — aliás, gostaria de saber o que exatamente ele gostaria de esquecer, mas isso o tempo me dirá.  

Eu realmente queria ter a oportunidade de mostrá-los o quão normal ele poderia ser. Se é que “normal” fosse algo bom para designá-lo. Foi com esse pensamento, e querendo findar aquele tópico de uma vez, que disse: 

— Tá, que seja, eu vou chamar ele. 

Os garotos gritaram animados e eu quase instantaneamente me arrependi. Talvez querer provar aquilo fosse idiota. Se o chinês não tinha contato com ninguém daquela escola, era porque, obviamente, tinha um motivo. Pensar nisso me deixou um pouco aliviado. Provavelmente Huang Renjun não aceitaria aquilo; e se aceitasse, bem, só me restaria ter a sua companhia em um lugar cheio de barulho e bebidas. Não era um grande fã de festas, mas de estar com ele... Bem, estava me tornando um. 


Notas Finais


espero que tenham gostado <3


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