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História Reversível - Meio encontro


Escrita por: injunland

Notas do Autor


POR FAVOR LEIAM AS NOTAS FINAIS

não foi betado.
boa leitura! <3

Capítulo 24 - Meio encontro


Acordei às três e meia da manhã e não consegui mais dormir novamente. Talvez esta seja a coisa mais pegajosa que já disse em todo o trajeto da minha vida até então, mas os vários sorrisos que eu via nos diversos cenários em que criava na minha cabeça me fazia querer não ousar fechar os olhos de novo.

“Meu Deus, como eu sou um babão.” Foi isso o que eu disse quando me peguei tendo mais alguma idealização do que poderia acontecer naquele dia, já com o sol correndo timidamente pelas frestas de minha janela.

Também estava preocupado com o fato de encostaria em minha câmera após longos e dolorosos meses, no entanto, o meu estado de êxtase era tão gigante que o aparelho nem me infortunava com tanta força.

— Já está acordado, meu anjo? — Ouvi minha mãe do batente da porta de meu quarto. Eu não divagava mais.

— Acordei de madrugada e não dormi mais. — Respondi, a encarando. Seu cabelo estava num coque enrolado, usava pijama e tinha algumas olheiras causadas pelo cansaço originado com as planilhas que planejava há algumas noites. Mesmo com seu corpo berrando por um repouso a mais velha permanecia me dando atenção e me encarava com certa preocupação.

— Você teve algum pesadelo?

— Não, na verdade bem longe disso. Eu ia te contar ontem, mas quando voltou da igreja estava tão morta que resolvi te deixar descansar.

 Ela adentrou mais o cômodo, sentando-se ao meu lado na cama.

— Estou toda a ouvidos.

— Vou sair com o Renjun hoje.

— Como?! — A sua expressão era de puro choque, o que me fez rir bastante. — Você chamou ele?!

— Na verdade não. Ele me chamou para fotografar umas coisas para o trabalho e eu sugeri que... Fosse um pouco mais que isso, digamos.

— Que orgulho do meu filho! — A adulta exclamou, sorrindo. — Estou feliz por você e agradecida pelo Renjun. Desde que você passou a falar com ele ficou tão mais aberto. Ele te transformou.

Sorri, tímido. Não havia nenhuma mentira na sentença da mulher e ver que ela enxergava isso me deixava com o peito quentinho. A evolução de minha mãe me provocava um orgulho que eu sequer conseguia descrever. Tenho certeza de meu pai também não conseguiria, ele queria isso tanto quanto eu. Tanto quanto ela também.

[...]

Saí de casa já com um Renjun extremamente fofo — como sempre usando um moletom maior que si e um jeans bonitinho — e a minha câmera fotográfica colada ao meu peito, já que estava com a suspensão e assim eu não precisaria segurá-la a todo momento. Era por volta de duas da tarde.

Renjun estava mais feliz que nos dias anteriores, falando sobre qualquer coisa a qualquer hora e mal deixando-me raciocinar o que me era direcionado. Não que fosse alguma reclamação, era completamente adorável.

Ali mesmo a caminho do metrô planejamos a nossa rota do dia. O chinês, por mais inusitado que fosse, conhecia tanto a capital de meu país que sem muito esforço sugeriu um bocado de lugares bonitos e com muita história por trás para visitarmos.

Alguns dos pontos que visitamos enquanto andávamos por Seul foi o palácio de Changgyeong, onde fotografei não só o próprio como algumas garotas que trajavam o hanbok. Também fomos ao museu contemporâneo — Renjun estava praticamente em êxtase, observando tantos quadros, esculturas ou qualquer outro tipo de obra que aquele lugar pudesse o oferecer.

Tudo acontecia com naturalidade, mesmo que vez ou outra eu surtasse um bocado, tendo que pegar na minha máquina para tirar as fotos. Ora o fazia bem, ora tinha dificuldade, e tudo sempre sendo capturado pelos olhos sagazes do Huang. Em algum momento nos vimos já totalmente fora de foco, quando o chinês, provavelmente numa tentativa de me distrair, pediu que eu o fotografasse, passando a ser o meu modelo.

Por consequência disso, nos sentamos em uma escadaria — onde, há pouco, eu também tinha tirado algumas fotos. O castanho tomou a câmera de mim para olhar como tinha saído, e a cada imagem passada, ele me elogiava e dizia o quão incrível eu era com aquilo, mencionando que isso era um dom, me encorajando a voltar a fazer isso sempre.

Obviamente eu fiquei muito feliz, principalmente ao notar o quão sincero suas palavras soavam. Isso até eu me dar conta de que não tinha esvaziado o cartão de memória, e pouco a pouco algumas fotos de minhas últimas tentativas de tocar no aparelho — ainda no ano anterior — passaram diante de meus olhos.

— Quem é esse homem? Tenho impressão que já o vi.

— Talvez nos retratos da minha casa. É o meu pai. — Comentei, olhando para os meus próprios pés que se encontravam doloridos de tanto andar. Sentia os olhos do mais velho me queimarem. Suspirei fundo para então o encarar também. — O que você quer saber sobre ele?

— Eu não disse-

— Pode me perguntar, eu sei que está curioso. — Sorri pequeno.

— Por que ele nunca está na sua casa? Digo, por conta do trabalho eu constantemente te visito, mas eu nunca o vi.

Mais uma vez eu suspirei, o moreno provavelmente iria falar algo como “não precisa me responder se não quiser”, no entanto não tive como saber, já que o cortei antes mesmo que ele pudesse pensar em soltar qualquer som:

— Ele faleceu ano passado.

A expressão de Renjun era de alguém assustado. Ele rapidamente me abraçou da forma que dava, acariciando minhas costas e então a minha nuca. O abracei de volta mais por educação do que por querer sentir seus compadeceres em relação a informação nova que lhe foi dada.

— Me perdoa, eu não queria ter que te lembrar disso...

— Você não tem culpa, Injunnie. Não é como pudesse também controlar quando eu vou ou não vou me lembrar dele. — Comentei, ao passo que me desvinculei de si. Ele negou com a cabeça.

— Como eu não percebi isso? Argh. — Bufou. — É por isso que... É tão difícil para você fazer algumas coisas que antes você fazia bem, certo?

— É, exatamente.

O baixinho se levantou, estendendo sua mão livre — visto que a outra ainda apossava-se da minha câmera — para mim. A agarrei e ele sem pudor algum entrelaçou seus dedos no meu, ao passo em que com o seu polegar acariciava as costas de minha mão. Me puxou e silenciosamente passamos a andar.

— Eu estou me sentindo um idiota por ter feito você fotografar tantas coisas sendo que não se sentia preparado para isso. Me desculpa, de verdade.

— Você não é idiota, nem um pouco. Eu realmente preciso aprender recomeçar do zero. Eu sabia o que iriamos fazer hoje, então resolvi usar isso como uma oportunidade para mim mesmo. Além de que...

— Além de que...

— Não tive muito tempo pra pensar em nada disso quando você acima de tudo estava flertando comigo.

Huang Renjun ficou vermelho, apertando minha mão com força. Apenas ri de sua reação.

— Você é um besta. — Comentou. — Me desculpe, de qualquer maneira. E já que você esqueceu de seus problemas por conta de certas palavras minhas, talvez eu passe a usar mais delas.

Sorri, negando com a cabeça. Ele era impossível.

Após o pequeno e desconfortável assunto, seguimos a pé até uma pequena livraria que tinha naquela mesma rua. O chinês queria ver algumas coisas de papelaria e eu apenas queria observar alguns livros. Nos separamos por alguns momentos e isso me fez querer voltar atrás apenas para poder continuar segurando a mão do garoto.

Estar apaixonado é uma verdadeira bosta.

Olhei algumas HQs, uns mangás e por fim fui aos livros que eram de fato meu interesse. Peguei alguns, li sinopse de outros e procurei preço de poucos. Tudo na tentativa de matar o tempo enquanto eu era trocado por papeis, canetas e tintas que encantavam meu colega de trabalho.

— Uhm... Esse parece interessante. — Sussurrei para mim mesmo.

— O Kama Sutra lhe parece interessante? — Ouvi uma voz risonha ao meu lado, ao mesmo tempo em que o livro mencionado aparecia em frente ao que eu segurava. Quase dei um grito com o susto e isso resultou num Renjun rindo muito da minha desgraça.

— Porra! Quer me matar do coração?

— Por que você estava olhando esse livro?

— Eu não estava olhando essa droga! Era esse aqui! — Estendi o da minha mão. — Doutor Estranho, cara! Doutor Estranho!

O mais velho mais uma vez riu escandalosamente, enquanto eu não sabia se eu o socava ou o beijava por, como era de costume, estar encantado demais com a beleza dele.

— Isso tudo é libido?

— Não me testa Huang! Você sabe que eu realmente não estava olhando... Isso.

— Eu sei, eu sei. — Sorriu. — É só que você estava bem de frente pra ele, não pude me conter em fazer uma piadinha.

Guardei o objeto que possivelmente seria um presente para o Donghyuck em poucos dias, antes de suspirar e me virar para Renjun novamente, que ainda olhava para o livro peculiar. Me neguei a acreditar que ele estava realmente tentado a folheá-lo, entretanto, a prova me veio quando o mais velho me lançou um olhar junto de uma pergunta curiosa:

— Será que existe Kama Sutra para gays ou eles só assumem que o passivo fica nas posições da mulher?

— Renjun?!

— Desculpa! Foi só uma coisa aleatória que me surgiu. — Ele riu, se aproximando de mim e mais uma vez pegando minha mão. Eu tentei ao máximo não rir junto. — O que quer fazer agora?

— Voltar, eu acho. Meu corpo está pedindo pela minha cama. — Sorri. — Pode ir lá de novo, minha mãe pede pizza mais uma vez e te levamos para a sua casa depois.

— Poxa, não tenho como negar pizza de graça.

Lentamente — tanto para que o tempo passasse mais devagar, tanto em respeito ao meu corpo dolorido — caminhamos para a estação de metrô. A volta para casa foi mais silenciosa e calorosa. As mãos magras do meu companheiro brincavam com os meus dedos e eu sinceramente acho que nunca tive tanto autocontrole como naquele momento.

Às vezes durante o percurso eu notava alguns olhares estranhos vindos de uma ou outra pessoa, claramente julgando o fato de que eu e o mais velho estávamos extremamente próximos, assim como um casal ficaria. Não em incomodei nem um pouco e o outro também não, já que passou a apoiar sua cabeça em meu ombro também.

O seu toque quente e calmo na minha palma me fez silenciosamente rir com a dualidade dele que aparecia facilmente. Há pouco ele me zoava como um louco, e naquele instante já agia de forma extremamente carinhosa. Sabia que tudo aquilo também devia-se ao fato de que ele estava se sentindo meio mal por ter tocado, descoberto e me lembrado de meu pai. Ah... Se soubesse do tanto de vezes que havia sido ele quem tinha em deixado feliz em momentos em que eu decaia, com certeza não estaria tão preocupado.

Não reclamei ou protestei, no entanto, apenas me permiti ser cuidado. Renjun pessoalmente não tinha sido tão atrevido quanto eu aguardei ao ler suas mensagens. Ao longo do dia, ele apenas se preocupou em me mostrar os melhores lugares e verificar se eu me sentia bem, como naquele momento. Havia sido perfeito assim, e sei que se tivesse acontecido tudo de qualquer outra forma também teria sido.

Quando chegamos em minha casa, mais uma vez comemos pizza. Assim como naquele dia ficamos no meu quarto esperando que minha mãe tomasse um banho — dessa vez ela num momento a sós me disse que certamente demoraria bastante, o que me fez rir que nem uma hiena com o claro empurrão que a mulher tentou me dar — enquanto conversávamos.

Ele também me abraçou, mesmo que dessa vez sem desculpa nenhuma. Eu tinha certeza absoluta que ele conseguia sentir meu coração descompassado, mas não comentou nada. Naquele momento minha mãe deu alguns toques na porta falando que nos esperava na sala.

— Obrigado por hoje. De novo.

— Eu quem agradeço. Como sempre. — Sorri, acariciando o rosto do mesmo, para então selar a sua bochecha. — Vamos?

— Vamos.


Notas Finais


oi gente! venho aqui com uma notícia que é realmente ruim: esse segundo semestre eu (provavelmente) não vou atualizar muito reversível, e abaixo explicarei os motivos.
1. eu estou estudando de manhã e de noite, então meu único período livre é durante a tarde, mas estou em ano de vestibular e eu só posso entrar em faculdade pública, já que não tenho condições de pagar uma particular. ou seja, além de estudar dois períodos eu tenho que revisar a matéria a tarde, o que me deixa com pouquíssimo tempo livre.
2. como se isso não bastasse eu estou com um bloqueio muito grande em reversível, então mesmo que eu escreva durante as tardes, os capítulos serão meio demorados.
3. eu também estou meio desmotivada porque muitas vezes me sinto desestimulada pra continuar.
LADOS POSITIVOS: eu tenho, além desse capítulo, mais três reservas, então se eu demorar mais de um mês para lançar algum capítulo, eu irei postar um dos reservas. sem atualização vocês não ficam e eu fiz isso justamente sabendo que uma hora eu ia precisar disso.
talvez eu consiga escrever durante uma aula ou outra, já que eu estou mais focada nas aulas do norturno do que do matutino, que são maiores e portanto há mais tempo pra escrever algo. eu acho que no fim vou conseguir sim aparecer pelo menos a cada duas semanas, mas estou deixando avisado para caso eu suma muito do mapa.

mesmo sabendo que muitos de vocês entenderão o meu lado, me desculpem. espero que não desistam da fanfic <3


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