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História Revil Elite School - Conflitos.


Escrita por: DriAeon

Notas do Autor


Boa Leitura!!!

Capítulo 9 - Conflitos.


Fanfic / Fanfiction Revil Elite School - Conflitos.

POVS: Chris
Aula de Artes era a terceira pior matéria do mundo pra mim, só perdia para matemática e química. O professor tinha acabado de chegar e começou a falar um monte de coisas que só pra variar não dei a mínima, meus pensamentos estavam em outro lugar, em alguém para ser mais específico. Eu não consegui entender como a Claire foi tão burra em entregar nossa música para a professora Radames, aquela pirralha não teve nem a consideração de nós comunicar a merda que estava prestes a fazer. Claire sabia muito bem que eu a proibi de trazer as letras para o colégio, eu sabia que ela iria querer se exibir para as amigas, mas como toda a adolescente mimada, ela não me ouviu. Eu teria ido até a sua sala assim que tínhamos saído da última aula, mais Leon me impediu como um bom nerd ele não quis matar aula. O professor Barry Burton não admite atrasos, ninguém entra depois dele na sala. Quem precisa de aula de artes afinal!? A maioria dos pintores que conheço sofriam de problemas mentais, eram loucos de pedra obcecados por seu trabalho, criando obras famosas depois de perderem a noção e realmente alguns quadros se notam que foram feitos por gente doida, por que eu, um mero normal, não consigo enxergar arte naqueles garranchos tortos desalinhados e totalmente fora da realidade. Eu não sabia desenhar nenhum sol sem fazer um borrão no papel
com a borracha, apagando inúmeras vezes tentando fazer um círculo corretamente sem que ficasse torto, por isso odiava aula de artes. A pior parte era quando o iludido do professor nos mandava expressar a merda das nossas emoções, nos entregando pincel, tinta e uma tela de pintura. Por um momento olhando para todos aqueles aparatos, todos os alunos se sentiam como Michelangelo, ou talvez um Leonardo Da Vinci quando se inspirou-o para pintar a Mona Lisa. Era até engraçado ver a expectativa na cara de todos e algumas horas depois se depararem com a desastrosa realidade de suas obras, que mais pareciam desenhos pintados por crianças no jardim de infância. Não eram todos os alunos que se davam mal nessa parte da aula, alguns pintavam bem como o meu parça Leon, a gatinha da Helena e a gostosa da Sheva, são exemplos de alguns colegas que sabem pintar coisas além de uma casa, um jardim com flores, árvores e aqueles homenzinhos de cabeça grande e corpo palito que eram feitos com uma linha reta para o corpo e outra na diagonal para os braços sendo finalizado com o "V" invertido formando as pernas. Eu era um Da Vinci pintando um desses, pena que o professor não leve em consideração uma arte como essa no final do ano, isso teria evitando muitas broncas do meu velho, e eu não teria sido reprovado por dois anos seguidos na mesma matéria.

-Chris! Billy me chamou baixo, me acertando com uma bolinha de papel para chamar minha atenção.

-O que foi porra? Eu resmunguei irritado jogando a bolinha de volta, mais acabei errando o alvo.

-Presta atenção cara! Já é a terceira vez que o professor olha torto pra você, por não estar concentrado. Ele falou rapidamente voltando sua atenção para frente.

-Que se foda! Não estou nem ai pra essa aula mesmo. Billy deu de ombros após minha afirmação, enquanto meus olhos se desviaram para o professor que me encarava sério com cara de poucos amigos. Barry tinha um jeito de mercenário, com sua cara carrancuda que não esboçava um sorriso, sempre com seu olhar frio e calculistas sobre os alunos prontos para nos ferrar.

-Redfield! Sua voz ecoou pela sala fazendo todos os olhares caírem sobre mim. Merda agora fudeu!

-Pois não professor! Ele sempre fazia perguntas quando percebia que um aluno boiava nas suas aulas, estava tão perdido em pensamentos que me esqueci desse pequeno detalhe.

-O que você pode me dizer sobre Van Gogh? Engoli em seco ao ouvir sua pergunta, eu sabia sobre esse pintor, afinal ser reprovado por duas vezes tem suas vantagens, mais meu nervosismo era em relação a minha resposta, não estou bem certo se o que eu estava prestes a dizer era o que ele queria ouvir.

-Ele foi um cara doidão, que cortou a própria orelha em uma briga. Van Gogh foi um exemplo de pintor perturbado que comprovava minha tese de que a arte são para os loucos.

-Não foi bem isso que lhe perguntei, seja mais específico em sua resposta. O professor estreitou os olhos se aproximando de mim com as mãos no bolso.

-Bem... Van Gogh tinha alucinações e ouvia vozes, ele mesmo temia por sua saúde mental, e é considerado por muitos como pirado. Eu não lembrava sobre suas obras a única coisa que eu saiba é que ele era lelé da cuca, que depois de ter tomado todas e fumado um cigarrinho do capeta, ficava chapadão e violento.

-Leon esclareça a resposta de seu colega, por favor! Ele olhou para mim balançando a cabeça voltando sua atenção para Leon, enquanto meus "amados" colegas de classe davam gargalhada das minhas respostas, cambada de ignorantes.

-Vincent Van Gogh foi um pintor holandês que ficou conhecido como o artista louco, sendo considerado uma das figuras mais influentes da história da arte. Suas obras abrangem paisagens, naturezas-mortas, retratos e autorretratos caracterizado por cores dramáticas e vibrantes, ele desenhava desde criança, mas só começou a pintar aos vinte anos de idade, Vincent sofria de esquizofrenia tendo perturbações epiléticas. As crises ocorriam de tempos em tempos duravam torno de quatro semanas, período no qual Van Gogh não conseguia pintar nada. Ele cortou a própria orelha em uma briga com uma lâmina em um ataque de fúria, ele também sofria de depressão em uma dessas crises Vincent atirou contra o próprio peito morrendo dois dias depois por conta dos ferimentos. Não obtendo sucesso em vida, sendo considerado um louco fracassado, Van Gogh ficou famoso após ter cometido suicídio, existindo na imaginação pública como a quintessência do gênio incompreendido sendo lembrado atualmente como um pintor importante e trágico, cuja a personalidade problemática tipifica os ideais românticos do artista torturado. O professor assim como nós estávamos de boca aberta, aquilo ali não era um adolescente, Leon era uma enciclopédia ambulante, não era atoa que eu sempre me sentava ao seu lado nas provas. Pelos anos que nos conhecemos eu deveria estar acostumado com sua inteligência fora do comum, mais sempre que ele usava seu cérebro super dotado, eu me sentia uma ameba, tenho certeza que até Einstein ficaria surpreso ao ver o "super Leon Google em ação".

-Cara como você sabe de tudo isso? Jill estava abobalhada com os olhos arregalados de surpresa.

-Você não é desse planeta, irmão! Billy estava incrédulo.

-Quem precisa de Wikipédia, tendo um Leon Scott Kennedy como amigo? Leon esboçou um sorriso ao ouvir meu comentário.

-Na boa Leon, você sempre me assusta quando faz isso! Helena o encarava como se quisesse compreender o incompreensível.

-Não tem nada de mais nisso, eu só estudo artes desde dos quatro anos de idade, sei muito sobre esses pintores. Meu pai é muito fã de suas obras. Ele confessou com timidez coçando a nuca constrangido.

Senhor Kennedy claro como pude esquecer. Com um pai tão controlador e perfeccionista não me admira que Leon soubesse até quantas vezes esses caras foram ao banheiro por dia. Eu tinha medo de perguntar isso a ele, e realmente receber uma resposta.

-Meus parabéns Leon! Como sempre você nos deixou sem palavras diante de sua sabedoria. Barry o elogiou orgulhoso por ter um aluno como ele, se o professor baba ovo pudesse nos expulsava a patadas da sala, só para passar horas conversando com o Leon sobre pinturas caríssimas e artistas que tinham mais de trezentos anos.

-Obrigado! Ele agradeceu sorrindo, Barry voltou para frente da turma prosseguindo com a aula.

-Van Gogh foi considerado um dos maiores pintores de sua época deixando seu nome marcado na história da arte pós-impressionismo, suas pinceladas impulsivas e expressivas contribuíram para as funções da arte moderna. Burton falava gesticulando com as mãos tento a atenção dos alunos voltada para si.

-E dai que ele marcou época? O homem morreu maluco sem saber o sucesso que seus quadros fariam. Sheva rolou os olhos como se tudo aquilo não tivesse sentindo algum.

-Louco ou não, seu trabalho e reconhecimento atravessam gerações, e seu nome é lembrado e respeitado até hoje, décadas depois de sua existência. Van Gogh deixou sua marca, algo que nos faz lembrar de sua passagem por este mundo, sua doença mental, suas pinturas e pinceladas que revolucionaram o mundo da arte, seja pelo motivo que vocês quiserem, ele deixou algo que nos faz lembrar que ele esteve aqui. E vocês o que pretendem fazer para que seus nomes sejam lembrados!? Barry nos encarava com um olhar desafiador.

-Não sei nem curar um resfriado, como vou fazer algo diferente pra ficar na história? Jake sem graça alguma Muller, comentou do fundo fazendo alguns alunos sorriem.

-Nossa teacher que pergunta difícil! Ashley reclamou colocando uma caneta na boca, tão putinha.

-Então, o que a senhorita me diz sobre isso? O professor se virou indo até o quadro negro, escrevendo uma frase com o giz branco.

"Se você não existisse, que falta faria?"

-Essa é fácil! Se eu não existisse o mundo seria... Antes que Ashley pudesse terminar sua explicação Billy a cortou.

-Menos chato! Ninguém merece suas frescuras matinais. Ele completou a frase dela nos fazendo gargalhar.

-Verdade Billy, sinto até uma felicidade inexplicável tomar conta de mim, só de pensar nesta possibilidade. Jill sorriu abertamente como se realmente estivesse imaginando um mundo sem Ashley.

-Vocês são uns invejosos, mas não vou cansar minha beleza, discutindo com a ralé. Ela olhou para os dois com superioridade passando a mão por entre os cabelos.

Uma algazarra se formou por parte dos alunos discutindo sobre a pergunta escrita pelo professor.

-Já chega pessoal! Vamos retomar com a aula está pergunta ficará como um trabalho extra, quero todas as folhas na minha mesa na sexta.

-O que exatamente vamos ter que fazer? Leon perguntou sendo o único da turma que não estava puto pelo trabalho surpresa.

-Vocês vão elaborar um texto sobre tudo que aconteceu na aula de hoje e usaram o tema descrito na lousa, quero que me digam no final de cada texto o que vocês poderiam dizer ou fazer de diferente do que apenas passar por essa vida. Suspiros de frustrações e murmúrios de palavrões foram direcionados ao professor filho da puta.

-Tipo lutar pela paz mundial? Helena levantou uma sobrancelha com dúvida.

-Por que não? Poderia ser um bom jeito de ser lembrada. Barry a incentivou, Helena sorriu orgulhosa toda feliz por não ter dito besteira.

Tem alguns momentos na vida que eu desejaria não ter o privilégio da audição, e este é um deles. Helena provocaria há terceira guerra mundial por quebrar a unha do mindinho, como a garota iria reivindicar por paz? É cada absurdo que somos obrigados há ouvir. A aula seguiu lenta e tediosamente, aproveitei os minutos finais para começar a escrever uma nova música, esse papo todo de ser lembrado e coisa e tal, me inspirou. Assim que o sinal bateu sai apressado esperando Leon do lado de fora da sala, não aguentava mais, precisava tirar satisfações com a pentelha o quanto antes.

-Por que demorou tanto? Já fui o questionando antes mesmo dele se aproximar.

-Estava procurando pela Ada! Leon respondeu preocupado já que a xing ling não apareceu na aula de artes.

-Cara ela cabulou aula, eu vi quando a Jill respondeu por ela na chamada. Ada era das minhas fazia cada maluquices que chegava até a me surpreender.

-Eu também percebi, eu só queria saber onde ela estava, mas Jill e Helena não quiseram me dizer nada. Leon relaxou os ombros suspirando pesado.

-Não esquenta com isso, daqui a pouco a Chan aparece! Leon estava sendo dramático, a garota não apareceu em uma aula, e ele está quase subindo pelas paredes de desespero.

-Talvez ela esteja com problemas e precise de mim. Ninguém merece esse papo careta de apaixonado protetor.

-Ela está bem irmão, esquece isso e deixa eu te contar sobre a nova música que comecei a compor hoje, no final da aula. Ele pareceu se animar um pouco, assim como eu Leon amava música, esse era nosso hobby preferido no final de semana.

Sempre nos reuníamos em casa para cantar e tocar, nossa paixão era tanta que alguns anos atrás formamos uma banda, ou melhor meia banda com três integrantes. Leon como vocalista, não posso esquecer que ele também tocava muito bem violão, eu era o guitarrista e arriscava algumas vezes sendo segunda voz em algumas canções e por último minha adorada irmã casula como tecladista e pianista, Claire tinha feito aula de piano para agradar nossos pais, ela acabou se encantando pelo instrumento clássico que resolveu também se aventurar no teclado, não posso negar a pirralha mandava muito bem no que fazia. Assim como para muitos a música era para nós como um refúgio do mundo fútil que vivíamos e das pessoas arrogantes e materialistas que o formam, principalmente para Leon que poderia ser ele mesmo esquecendo por alguns minutos a pressão e a cobrança que seu pai impunha sobre ele.

-Me mostra o que você escreveu? Ele pediu estendendo a mão me olhando com um meio sorriso.

-Depois! Agora temos que ir atrás da Claire, resolver aquele assunto. Ele ficou pensativo enquanto eu o olhava sério.

-Pega leve Chris, tenho certeza que ela não fez por mal. Leon com sua calmaria que sempre me dava nos nervos.

-Pegar leve é o caralho, ela vai ouvir umas poucas e boas. Eu virei de costas pra ele rumando pelo corredor a passos largos.

Cruzei alguns corredores com Leon ao meu enlaço, até avistar a última porta a direita onde era sua sala, alguns dos pirralhos ainda saiam indo em direção ao refeitório conversando animadamente. Olhei para todos os lados e nada da Claire, resolvi perguntar para um esquisitinho de óculos grandes, com o uniforme totalmente alinhado e cabelos impecáveis penteados para o lado sem nenhum fio fora do lugar.

-Ei! moleque! Assim que ouviu minha voz o garoto se borrou todo me olhando assustado.

-Por favor não me machuca, eu só tenho vinte pratas! Ele tirou a nota amarrotada do bolso me entregando com as mãos trêmulas.

Fiquei tentado a aceitar, uma graninha sempre cai bem ainda mais depois que meu pai cortou minha mesada por três mês depois da festinha que programei para me despedir das férias, só não contava que o velho voltaria mais cedo pra casa. Antes que pudesse dar uma resposta, Leon falou por nós dois, intrometido.

-Não queremos seu dinheiro! Ele tocou o braço do nerd abaixando sua mão. Esse maluco pensa que estamos em algum filme ou seriado americano, onde os populares bonitões roubam os losers esquisitões.

-Relaxa mano, só queremos te fazer uma pergunta! O garoto soltou um suspiro se recompondo ajeitando os óculos de graus com a mão esquerda.

-Que pergunta seria essa? Ele nos encarou com receio guardando o dinheiro no bolso da frente da calça.

-Você sabe onde está a minha irmã? Ele ficou ainda mais confuso olhando do Leon pra mim.

-Quem é sua irmã? Que burrice a minha, o fedelho é nerd não vidente, obvio que ele não sabia que Claire era minha parente.

-Claire Redfield, uma ruivinha de quinze anos, olhos azuis. Ela é da sua turma certo? Leon questionou o fazendo sorrir tímido.

-Sim... Eu sei quem é! Ele ficou todo bobo sorrindo mais abertamente revelando por completo seu aparelho, não gostei nada do modo que ele ficou quando ouviu o nome dela.

-Onde ela está? Seu sorriso desapareceu ao perceber meu tom de voz ríspido.

-Eu a vi seguindo para o jardim! Ele disse baixo desviando seu olhar para o chão.

-Vamos! Me virei para Leon que balançou a cabeça em confirmação voltando a me seguir em direção ao jardim.

O jardim era imenso e estava cheio de jovens preguiçosos esparramados pelo gramado verde aproveitando o sol e o momento livre para comer, ouvir música, ler, jogar conversa fora e claro dar uns bons amassos em um canto mais afastando, lugar esse que era muito conhecido por mim.

-Aquela ali não é ela!? Leon apontou para uma árvore, onde uma jovem ruiva estava sentada de costas e um garoto com um colar preto no pescoço que mais parecia uma coleira mexia em seu cabelo, colocando uma mecha atrás da orelha da menina que abaixou a cabeça envergonhada. Ele estava perigosamente próximo, uma raiva misturada com um extinto de proteção tomou conta de todo meu corpo.

-Espero que não seja ela, por que caso contrário esse colégio terá um aluno a menos. Eu disse entre dentes andando apressado até eles com as mãos fechadas em punho.

-Espera Chris! Leon gritou atraindo a atenção do "casalzinho" para nós. Apertei as mãos com ainda mais força ao ver que realmente era ela, e que aquele projeto de esperma estava querendo mesmo tocar sua boca e mãos imundas, na minha irmãzinha casula.

-Chris? Claire levantou apressada passando as mãos na saia, nos encarando com as bochechas vermelhas.

-Que porra é essa aqui? Eu praticamente gritei olhando com ódio para o garoto ruivo que estava espantado.

-Dá um tempo Chris, estávamos só conversando! Ela rolou os olhos desviando sua atenção para o moleque cabeça de cenoura.

-Quem é ele ruivinha? O fedelho ainda tem a audácia de dar um apelido pra minha maninha.

-Eu sou o irmão e você quem é? Dei um passo a frente, Claire se colocou no meio de nós me impedindo de esganar o tarado mirim.

-Para como isso Chris, você está sendo ridículo! Ela abaixou a cabeça suspirando pesado.

-Não vou parar merda nenhuma, você pensa que eu não vi o que esse moleque estava prestes a fazer? Esbravejei jogando as mãos para o alto fazendo Claire se encolher assustada.

-Não fala assim com ela cara! O pirralho me olhava sério querendo bancar o machão.

-E o que você vai fazer se eu não te obedecer criança? Minhas mãos coçavam para socar alguém.

-Chega irmão, tá todo mundo olhando. Leon tocou meu braço tentando me puxar para trás.

-Steve, por favor vai embora! Deixa que eu me entendo com meu irmão. Claire suplicou voltando a me olhar com raiva.

-Não vou te deixar sozinha! Essa Lassie está pedindo para levar uns tapas na fusa.

-Vai! Eu sei como lidar com esse cabeçudo. Essa é boa, eu aqui tentando protege-la de ser "abusada" e tudo que eu ganho são ofensas, quanta ingratidão.

-Tudo bem! Ele disse meio contra gosto se afastando, nós olhando algumas vezes por cima dos ombros.

-Que vergonha, nunca mais vou ter coragem de olhar para ele outro vez.

-Isso é ótimo! Eu exclamei contente, era isso mesmo que eu queria, que ela não falasse, chegasse perto ou sequer pensasse nele ou em garoto algum.

-Cala a boca idiota! Claire fez um bico enorme correndo para os braços de Leon que a apertou em um abraço protetor.

-Já deu Chris deixa ela em paz! Leon acariciava os cabelos dela que tinha o rosto escondido em seu peito, ele era o único que poderia abraça-la assim. Leon tinha um carinho sincero por ela sem malícias ou segundas intenções.

-Ela tem que deixar de ser ingênua e saber de uma vez por todas que aquele pirralho só esta a iludindo pra... Pra... Eu cocei a garganta passando a mão na nuca constrangido sem saber como dizer isso a ela sem ser vulgar.

-Pra... Fazer aquilo... É o negocio do... Você sabe, o carro na garagem... Há! Você entendeu. Passei o braço no rosto limpando o suor que se formava na minha testa de nervoso em falar sobre sexo na presença da minha irmã.

-Era só um beijo, nada de mais seu imbecil! Claire se afastou de Leon apontando o dedo na minha cara.

-Abaixa esse dedo que atrevimento todo é esse pirralha? Eu a encarava com raiva.

-Não me chama assim, eu já cansei de ser tradada como crianças por você, eu sei me cuidar muito bem sozinha e ao contrário do que você pensa o Steve é diferente, nem todos os meninos são como você irmãozinho. Ela se virou bufando me deixando estático de ante de suas palavras, tenho que admitir ouvir isso da minha própria irmã doeu, mais Chris Redfield nunca deixa se abalar.

-Onde você pensa que vai ainda temos muito que conversar. Antes que ela pudesse dar dois passos minha mão segurou seu braço a puxando com grosseria.

-Me solta tá machucado! Claire pediu chorosa com os olhos azuis brilhando pelo acumulado de lágrimas.

-Por que você deu a nossa música para a professora Carla? Eu ignorei seu pedido a olhando seriamente.

-Isso não é verdade! Claire tentou se soltar, mais eu continuava á segurando com firmeza.

-Não seja mentirosa, ela mesma nos disse que a música era de uma aluna do primeiro ano. Apertei seu braço involuntariamente, fazendo ela gemer em desgosto.

-Chris solta ela! Leon se aproximou de nós com um olhar de reprovação.

-Eu já disse que não dei a música pra ela! A partitura e a letra estavam na minha mochila, por um descuido meu elas caírem quando eu estava saindo da aula a professora me ajudou a recolher, ela viu do que se tratava, gostou e me pediu emprestado. Ela puxou o braço esfregando o mesmo, enquanto lágrimas começavam a escorrer por seu rosto delicado.

-Por que não contou pra gente? Leon perguntou calmamente, não demostrando seu descontentamento em relação a besteira que minha irmã tinha feito, mesmo ele tentando disfarçar, eu sabia que assim como eu essa história não lhe agradava nenhum pouco.

-Eu ia contar, mais tarde! Claire abaixou a cabeça fungando.

-E por que estavam na sua mochila? Eu fui bem claro, sobre não trazer as letras para a escola! Eu continuava irritado não sentindo remorso algum por vê-la chorar.

-Está tudo bem Claire não precisa chorar! Leon tocou seu ombro balançando a cabeça em negação, enquanto me fuzilava com o olhar.

-Só se for bem mal! Leon estava com pena dela e tentava amenizar a situação.

- Por que está dizendo isso? Ela sussurrou triste sem deixar de encarar os pés sobre a grama verde.

-A professora tirou varias cópias sua burra, agora praticamente o colégio inteiro tem a letra. Eu alterei a voz indignado como ela não sacou que isso poderia acontecer.

-Desculpa, eu não sabia! Claire nos olhou com culpa limpando às lágrimas com a manga do casaco vinho.

-Agora não adianta pedir desculpas, você deveria ter pensado nisso antes, mas claro você estava mais preocupada com a Lassie, toda iludida com suas palavras doces. Como você pode ser tão estupida? Claire ficou furiosa a ouvir minhas palavras com o corpo tremendo.

-Eu te odeio! Você não sabe como eu daria qualquer coisa para que você não fosse o meu irmão. Sua voz estava carregada de mágoa e seus olhos transpareciam uma raiva que nunca tinha visto antes.

-Claire volta aqui porra! Ela saiu correndo ignorando meus gritos para que ela parasse.

Merda! Quando a pirralha contar isso pro coroa o meu castigo vai triplicar, isso se ele não me matar por ter tocado na princesinha de cristal do papai.




POVS: Ada
Carla Radames, quem era essa mulher desconhecida, de traços tão familiares? Seu rosto, seus olhos, sua voz, tudo nela me causou tristeza. Recordações dolorosas invadiram minha mente me lembrado de um passado que por mais que eu tente, não posso esquecer. Quem realmente era ela e o que estava procurando aqui, não poderia ser coincidência, ela escondia alguma coisa, eu percebi assim que seu olhar se encontrou com o meu. Essa mulher não estava ali apenas para dar aulas, algo dentro de mim gritava isso tão forte que era impossível de ignorar. Talvez eu só esteja impressionada, ainda sim eu sentia que tinha que ir mais a fundo coincidência ou não, eu precisava tirar isso a limpo e então só despois de não restar mais nenhuma dúvida, eu me conformaria de que mas uma vez o destino havia me dado uma rasteira, já tinha caído tantas vezes que aprendi rápido como não ficar no chão, e se mais uma vez isso acontecer, eu me levantaria recolhendo meus pedaços e seguiria em frente como estava a costumada a fazer.

-Ada espera desgraça! Jill gritou ao longe chamando minha atenção para a realidade, girei o corpo em direção ao som de sua voz vendo-a se aproximar, ofegante e toda suada com Helena dependurada em seu pescoço que sustentava seu peso com apenas uma perna.

-Até que enfim você nos ouviu, e parou de andar como uma louca. Helena se afastou um pouco de Jill se apoiando no armário que se encontrava ao seu lado.

-Vo... Você é... Uma fi... Filha da puta! Jill me olhou com raiva deslizando as costas pela parede branca se sentando no chão com a respiração desregulada.

-Foi mal! Eu não vi que vocês estavam vindo atrás de mim. Sorri pra ela que fez pouco caso, mostrando o dedo do meio pra mim. Tinha saído tão atormentada da sala de música, que já não enxergava mais o mundo ao meu redor, não conseguindo pensar em outra coisa a não ser ir para o mais longe possível daquela professora e das lembranças atormentadoras que ela me causou com sua presença.

-Você está bem? Helena me encarava com tristeza, ela sabia que tudo isso tinha mexido muito comigo, de um jeito que nem eu mesma esperava.

-Não sei! Tudo está tão confuso na minha cabeça! Não sabia ao certo o que pensar nem o que estava sentindo naquele momento, insegurança, angústia, incertezas e medo se tornavam uma coisa só, formando um nó em minha garganta que me sufocava aos poucos.

-Não fica assim amiga! Helena piscou um olho soprando um beijo pra mim me fazendo sorrir.

-Olha Ada, eu sei que a professora te trouxe lembranças melancólicas, mas tudo isso não passou de uma coincidência da vida e o melhor que você pode fazer é esquecer. Eu balancei a cabeça descordando de imediato de suas palavras.

-Esquecer!? Como você pode me pedir isso Jill? Ela tem o mesmo nome da minha irmã e praticamente tudo nela me fez pensar na minha mãe, eu não posso esquecer, isso não é uma merda de uma simples coincidência. Alterei a voz irritada socando o armário com a mão espalmada.

-Calma Ada! Jill tem razão o melhor pra você é esquecer. Helena se pronunciou com pesar.

-Não! Não! E Não! Ela esconde alguma coisa, eu sei disso. Pode ser loucura mais quem sabe, ela não seja uma parente distante da família e por não vê-la com muita frequência, eu não me lembre do seu rosto. Jill se levantou rapidamente ficando de frente pra mim, estávamos cara a cara seu olhar de pena se confrontava com o meu de indignação de ante de suas palavras.

-Eu melhor do que ninguém sei como é se sentir sozinha sem ter alguém que se importe e assim como eu, você mesmo com um pai muitas vezes já se sentiu assim. Mas o que você pensa, não pode ser possível, ela não é da sua família, ela está aqui como professora e nada mais que isso. Suas mãos tocaram meu braço me puxando para um abraço, eu me aninhei no aconchego do seus braços fechando os olhos com força sentindo uma gota escorrer por minha bochecha contornando o caminho das lágrimas.

-Tenho que falar com o Zheng agora! Eu estava cheia de perguntas e com certeza o velho era o único que tinha as respostas.

-Quando você diz que vai falar com seu pai, você está se referindo a ligar pra ele não é? Jill se afastou me encarando com dúvida, ela já estava acostumada com esse meu jeito impulsivo de fazer as coisas sem pensar.

-Não! Eu vou até o hospital, tenho que perguntar isso estando frente a frente com ele. Eu tinha que estar olhando nos seus olhos, quando perguntasse quem era Carla Radames.

-Você pirou de vez, ou está drogada? Você não pode fugir do colégio Ada! Helena disse apreensiva me encarando com descontentamento.

-Ele é o único que pode colocar fim nessa história de uma vez por todas. Se o coroa tinha alguma coisa haver com essa professora eu descobriria.

-Você não pode fazer essa merda, só por que você acha que a professora se parece com sua mãe. Pra falar a verdade todo chinês, japonês, coreano e aquele povo todo da Ásia com os olhos puxados, são iguais pra mim. Se te colocassem junto com um monte de orientais, eu não saberia quem diabos era você, a menos que estivessem com roupas diferentes, acho que nem mesmo assim, eu te reconheceria. Jill surtou andando de um lado para o outro no corredor.

-E o nome dela? Jill bateu a mão na própria testa ao ouvir minha pergunta.

-É um nome bastante comum, e tem milhares de meninas que se chamam assim. Helena argumentou.

-Concordo com a Helena! Eu mesma tive o desprezar de conhecer uma Carla que era uma tremenda de uma puta, mais isso não vem ao caso. Ela disse entre dentes deixando nítido que detestava essa garota.

-Mesmo vocês podendo ter razão, eu ainda preciso e vou falar com ele. Estava decidida e nada me faria mudar de ideia.

-Ok! Falta só dois dias para o final de semana chegar mesmo, não custa nada esperar miséria. Jill tentou me convencer sem sucesso.

-Não posso esperar até lá, além do mais estou de castigo por três semanas, vocês não se lembram que eu soquei o nariz da vadia loira no refeitório, e não posso sair do colégio. As duas balançaram a cabeça em confirmação.

-Você não vai ter mais que ficar de castigo, se a diretora descobrir, ela vai ter o prazer de te expulsar a coices. Jill rebateu ironicamente.

-Ela não vai descobrir, por que minhas amadas amigas vão me ajudar. Eu sorri pra elas, implorando com o olhar.

-Nós!? As duas falaram em uníssimo se entre olhando assustadas.

-Qual é meninas, eu preciso de vocês! Elas continuavam se encarando em silêncio.

-Pode esquecer! Toda vez que você vem com essa de "preciso de vocês," nós sempre acabamos nos ferrando pra cacete. Jill fez aspas com o dedo voltando sua atenção para mim.

-Por favor! Supliquei com as mãos apostas tentando ser o mais dramática possível.

-Está bem porra! Eu te ajudo bebezão. Ela socou meu braço com força me olhando séria.

-E você Helena o que me diz? Estava meio em dúvida em relação a ela, Helena era tão certinha e medrosa.

-Eu não tenho escolha, vocês são minhas únicas amigas mesmo. Ela sorriu fraco não estando muito certa se realmente queria fazer isso.

-Muito obrigada! Eu amo vocês! Fui até Helena puxando Jill pela mão para um abraço desajeitado.

-Cala a boca! Nós já dissemos que sim, você não precisa puxar nosso saco. Não pude evitar o sorriso ao ouvir isso, Jill desfez o abraço nos encarando com raiva.

-O que você pretende fazer para sair sem ser vista pelos seguranças? Helena levantou a sobrancelha desconfiada.

-Não sei! Ainda não tenho um plano. Respondi normalmente dando de ombros.

-Mais que ótimo! Enquanto você pensa na porra de um plano já fracassado, eu vou até o quarto arrumar minhas coisas. Por que, depois que toda essa maluquice der errado, você não vai precisar fugir, pelo contrário nós seremos choutadas como cadelinhas sardentas, e como somos amigas unidas, nós três poderemos ir todas juntas de mãos dadas rumo há um futuro de merda sem expectativa alguma. Jill se virou de costas realmente querendo ir até as escadas que dava para os quartos.

-Para de palhaçada, tudo vai dar certo porra! Confia em mim. Eu a segurei pelos ombros os apertando de leve para lhe passar confiança.

-Tudo o que eu queria era estudar na santa paz, e encontrar amigas normais, mais é tão difícil conseguir isso, nessa escola de doidos. Jill se virou bufando indo em direção a saída do colégio, sendo seguida por mim e Helena.

Já estamos de frente para a saída, escondidas atrás de uma pilastra olhando com cautela para todos os lados, observando a movimentação, encarando os dois brutamontes que estavam parados em frente a porta de vidro.

-Isso não vai prestar! Vamos embora daqui. Helena reclamou pela trigésima vez desde que chegamos.

-Fica de boa! Eu rolei os olhos voltando a me concentrar nos "armários de ternos" pretos.

-Estamos fudidas! Eles não vão acreditar nessa bagaça de plano. Jill se pronunciou pela primeira vez.

-Relaxa gente! A barra está limpa, vocês já podem ir. Helena deu meia volta tentando dar pra trás, Jill segurou seus braços com rapidez á impedindo de fugir.

-Estamos aqui Helena, agora vamos até o fim, se acalma e se concentra caralho. Jill saiu pisando em ovos, puxando Helena pela mão, que tremia de medo coitada.

Elas quase enlouqueceram quando lhes contei sobre a brilhante ideia que me ocorreu enquanto vínhamos pra cá.

-Vai! Eu sussurrei pra elas gesticulando com uma mão, Jill não gostou muito se virando pra mim com ódio, me mandando para o quinto dos infernos, dizendo com todas as letras que me odiava.

Elas se aproximaram alguns passos dos homens de preto, que estavam de costas alheios a tudo que estava acontecendo, Helena se deitou no chão, e Jill começou com sua atuação digna de um Oscar.

-Socorro! Alguém me ajuda! Ela gritou escandalosamente chamando de imediato a atenção dos seguranças para si. Os homens se viraram assustados correndo ao seu encontro prontos para socorre-las.

-O que aconteceu com ela? Um deles se abaixou, enquanto o outro se manteve de pé questionando Jill confuso.

-Não sei! Acho que foi efeito retardado. Ela respondeu calmamente desviando o olhar brevemente para onde eu me encontrava escondida.

-Que negócio é esse senhorita!? O segurança que segurava Helena que ainda estava no chão, desviou sua atenção para ela com uma expressão confusa.

-Meu Deus, ela parou de respirar! Jill Dramatizou tragicamente deixando os homens desesperados. Aproveitei a oportunidade para sair apressada, atravessando com tudo pela porta, correndo como uma desesperada pela rua.

Não acredito que consegui, minhas amigas eram de mais, não sabia que elas eram tão boas atrizes. Jill foi incrível e Helena tinha mesmo incorporado seu papel, ela se manteve imóvel o tempo todo realmente parecendo estar passando mal, só espero que ela não tenha mesmo desmaiado. Quanto mais perto do hospital eu chegava, mais agoniada eu me sentia, não sabia quando tempo tinha se passado ou nem mesmo quando eu havia chegado ali, tudo o que eu saiba é que eu me encontrava travada de ante do imenso prédio todo pintado de branco, enfermeiros, médicos, pedestres e pacientes que entravam e saiam se dividiam entre olhares curiosos se perguntando quem era essa jovem parada em frente á porta de entrada, que tinha seu olhar fixo em um único ponto. Já tinha chegado até aqui não desistiria agora, uma parte de mim estava decidida a entrar, e a outra parte clamava loucamente para que eu me virasse e fosse embora, enquanto uma voz berrava no fundo da minha mente que talvez eu não esteja preparada para ouvir a dura verdade.

Notas Finais


Quem quiser dar uma olhadinha nas minhas outras fics é só ir no meu perfil. Bjs!!!


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