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História Livro 1: Dangerous Reality|Fred Weasley - Capítulo 41- Teste Vocacional.


Escrita por: analuna_w

Capítulo 42 - Capítulo 41- Teste Vocacional.


 

(...)

 

Catherine se revirou a noite inteira, mas não conseguia dormir de modo algum, ela se levantou da cama, e foi ao banheiro lavar o rosto com água morna. Ao olhar-se no espelho, ela avaliou a si mesma, as olheiras pareciam maiores, o rosto quase cadavérico, e cansado... Aquele era o preço de manter preso o que havia de pior em si, um preço no qual ela estava disposta a pagar. Ela precisou admitir que Adrian estava certo, não permitir que aquele lado obscuro dela se manifestasse, faria com que ela definhasse, mas se isso fosse manter todos a salvo, ela faria.

A jovem voltou para a cama, mas não se deitou desta vez. Ela estava encarando a pequena janela que lhe dava uma visão limitada da área externa, na realidade Catherine apenas conseguia enxergar, terra e grama, mas ainda assim, era melhor do que encarar as paredes frias de pedra. De repente uma coruja começou a bicar o vidro da pequena janela.

Catherine se levantou rapidamente da cama, pegou a cadeira de madeira, e subiu nela. Ela não poderia quebrar o vidro, pois o barulho iria fazer com que Ethan entrasse com tudo no quarto, ele estava de guarda e ainda estava acordado, com seus pensamentos nojentos. Mas não havia uma alternativa, Catherine precisaria quebrar o vidro, ela então pegou o travesseiro, e socou o vidro com ele. O barulho foi mínimo, por um momento ela pensou que o rapaz entraria em seu quarto, mas ele não havia movido um musculo sequer.

Logo, com cuidado, Catherine passou a mão pelo buraco, e pegou a carta do bico da coruja. Seu nome estava escrito no verso da carta, mas não sabia ainda quem havia mandado. Catherine consertou o vidro usando o feitiço reparo, sentindo-se extremamente feliz em não precisar usar a varinha para fazer tudo, depois que ela fez os cacos de vidro desaparecerem, a bruxa sentou-se em sua cama, e começou a abrir a carta.

 Catherine consertou o vidro usando o feitiço reparo, sentindo-se extremamente feliz em não precisar usar a varinha para fazer tudo, depois que ela fez os cacos de vidro desaparecerem, a bruxa sentou-se em sua cama, e começou a abrir a carta

“Querida Catherine.

Agora vejo uma centelha de esperança de que a sua volta poderá ser crucial para o que o destino nos aguarda. Lembre-se daqueles que a amam e não deixe que as palavras vazias e desmotivadoras do Lord das Trevas a desanimem.

Nos veremos em breve.

Afetuosamente, Avery Clark.

“Aos amigos justiça, e aos inimigos o rigor da justiça”

P.S. Não responda esta carta!”

Catherine não ficou contente com aquela carta, afinal de contas, Avery havia dado informações para Voldemort mesmo que fossem errôneas, ela não deixou de compactuar com ele. O ódio ferveu em suas veias, e ela sentiu uma vontade imensa de quebrar algo.

De repente, ela escutou o som de passos no corredor, e tratou logo de fingir estar dormindo. A porta se abriu, mas ao invés de ouvir os pensamentos de Ethan, era Fred que havia entrado no lugar.

– Ei, pode parar de fingir que está dormindo...– Ele sussurrou para ela, que abriu os olhos e viu o namorado trajando um pijama quadriculado, em sua mão, havia um pequeno bolo de chocolate.

– Se Ethan aparecer, ele vai acabar conosco! – Ela disse olhando para a porta que agora estava fechada.

– Ele não vai fazer nada. – Fred disse convencido. – Tinha um pouco de poção do sono, que George e eu fizemos, não me pergunte para o que era...– ele acrescentou. – Então usei num desses bolinhos e deixei no corredor para ele, com um bilhete como se fosse da Diretora. – O garoto gargalhou. – Ele é tão imbecil, que nem desconfiou. Chegue para o lado...

Catherine riu e fez o que ele havia pedido, Fred se enfiou debaixo das cobertas junto com ela que se aconchegou em seu peito. Eles ficaram em silêncio por um tempo, apenas ouvindo o som do vento.

– As meninas ficaram furiosas quando souberam que tiraram você da Torre da Grifinória, – Fred disse quebrando o silêncio. – Até Harry ficou irritado... É muito injusto ficarem fazendo isso com você...

– A vida é injusta, Fred...– As palavras saíram de sua boca antes que ela pudesse fazer qualquer coisa. –Desculpe..., Mas é que, as coisas são como são. Uma vez eu disse a Cedrico...– Fred torceu o nariz ao ouvir o nome do rapaz, mas ela o ignorou. –  que, eu sempre serei vista como uma vilã, a culpa sempre vai cair em cima de mim... E não os culpo, mau consigo me controlar...– ela apontou para a parede que ainda estava rachada, a bruxa não fez questão de consertar a rachadura.

– Isso não é verdade, acho que você tem se saído bem...– Fred tentou encorajá-la.

– Fred admiro o seu positivismo, mas isso não é verdade...– Ela disse sentando-se na cama, então mostrou as cicatrizes, estavam cada vez mais espalhadas pelo corpo, e subiam em direção ao rosto de forma irregular. – Cada dia que passa, isso fica pior, cada dia que passa eu fico mais propensa a me descontrolar com facilidade... e não há poção, ou seja, lá o que venham a me oferecer que vá mudar isso. – Catherine olhou para ele que a encarava com um olhar aflito. – Uma hora eu vou acabar cedendo...– ela suspirou pesarosamente. – ou vou definhar, ou me descontrolar de vez...

Fred não disse nada, apenas abraçou a garota tão forte, como se aquele fosse um adeus. Ela sabia que não era bem isso, não naquele momento, mas o dia em que ela precisaria deixá-lo se aproximava com mais rapidez do que ela previra.

 

(...)

23 de abril de 1996

Durante toda a semana, Catherine fora arrastada – literalmente– para as aulas, usando seu novo uniforme que consistia na veste horrenda com seu nome bordado atrás. Os alunos cochichavam a respeito dela pelos corredores, alguns horrorizados e outros felizes por ela estar naquela situação. Todos que tentavam entrar em contato com ela de qualquer forma, eram punidos com detenções, não que muitas pessoas se atrevessem a chegar perto dela que não fossem os seus amigos.

Umbridge parecia completamente satisfeita com o tratamento péssimo que Catherine estava tendo. Suas refeições eram limitadas, ela não podia sair do quarto– embora aparatasse com frequência especialmente para ir à cozinha, onde Dobby o elfo doméstico lhe ajudava dando-lhe um pouco de comida, as vezes ele a visitava para lhe fazer companhia – além disso, passava sempre por um revista antes de dormir.

Catherine andava irritadiça pelos corredores de Hogwarts, por conta de suas péssimas noites de sono, onde seus sonhos eram cada vez piores, além de que ser acordada aos berros por Ethan, não era algo muito agradável. Eventualmente ela conversava com Harry em sua mente, o que a deixava menos solitária, mas a noite a falta de contato com seus amigos, lhe causava uma solidão imensa, como se ela tivesse entrado num grande buraco negro.

As coisas haviam piorado naquela semana, quando Harry invadiu a privacidade do Prof. Snape ao olhar na Penseira, onde continha memórias dos seus anos em Hogwarts, quando Sirius, James e um outro rapaz que ela não sabia quem era, praticavam bullying com ele. Harry pensava naquelas memórias com frequência, e quase levava Catherine a loucura, ele tinha uma grande necessidade de saber o motivo de seu pai ter feito aquilo, além de que temia que devido a sua similaridade com James, fosse algum tipo de motivo para ir para as trevas, mas ele só não sabia que a pessoa escolhida para isso havia sido Catherine.

A atitude de Harry resultou em momentos extremamente ruins para Catherine durante as aulas de poções, pois Snape sabia da ligação que eles tinham. Snape além de tratá-la de forma rude, ele resolveu cancelar as aulas de oclumência, e passara a ser mais desagradável durante as aulas, fazendo comentários sarcásticos, e maldosos sobre o desempenho dela.

Por mais que ela soubesse que Severo, apenas estava magoado, pois passou anos sendo tratado de forma miserável pelos colegas, – o que deixou a garota extremamente desapontada com Sirius, pelo fato de que ela sempre tivera uma imagem muito diferente dele  – Catherine mantinha sua posição de que  isso não dava o direito ao professor de agir da mesma forma com os outros, afinal de contas, por mais difícil que fosse, e apesar da semelhança de Harry com o pai, ele não era James, e injustiça não era algo que Catherine aprovava.

(...)

Naquela madrugada, Catherine havia acordado ofegante, seus cabelos grudados no rosto por conta suor, e uma sensação estranhamente familiar de sufocamento. Mais uma vez ela havia sonhado com o grande espaço onde continham diversas bolas de cristais, enfileiradas. Sua cabeça doía, sua cicatriz ardia insistentemente, como se navalhas as rasgassem a sua pele. Ela olhou para o pequeno relógio em cima da cômoda, e suspirou ao ver o horário, eram exatamente 3h00 da manhã, a garota praguejou devido aos meses sem uma noite de sono descente, ela estava exausta, seu corpo não aguentava mais o peso das responsabilidades e do medo do que o destino lhe guardava.

Ela se levantou da cama, e foi para o banheiro lavar o rosto, sem se olhar seu reflexo no espelho, que agora passara a ser coberto por um pano. Catherine evitava se olhar no espelho com frequência, ela sabia que sua aparência estava cada vez pior, e a cicatriz agora ia até a região da bochecha e orelha, mas ao levantar o rosto, o pano caiu, e por um momento ela se assustou. Havia uma figura estranha encapuzada atrás dela, e a única coisa que a jovem conseguia observar eram os grandes olhos vermelhos.

– Você é patético...– Ela disse. Sua voz irradiava ódio e rancor, os olhos do homem encapuzado brilharam de excitação. Catherine piscou os olhos com força e ao olhar novamente, ele havia ido embora. "Deve ser cansaço...", ela disse para si mesma, e torcia para que não fosse apenas mais um surto dela.

(...)

Na manhã seguinte como de costume, Ethan entrou no quarto da garota aos berros, mas para surpresa dele, Catherine já estava arrumada com um sorriso no rosto, que se alargou ainda mais quando viu o rosto do homem se contorcer.

–Bom dia, Carther...– Ela disse ainda sorridente, apesar de estar completamente exausta. – Está irritado com algo?

– Cala a boca. – O auror respondeu de forma ríspida. – Hoje vamos comer no salão principal, mas você vai ficar afastada dos outros alunos...

Catherine olhou para ele com a testa franzida.

– Por quê? – Ela perguntou pegando a mochila.

– Não lhe interessa o motivo, fedelha! – Ele respondeu grosseiro. – Anda logo, que eu tenho mais o que fazer.

Ela precisou refrear o instinto de dar um soco em Ethan quando ele a respondeu, há meses ela se segurava para não acabar com o auror, e estava cada vez mais próxima de ceder à tentação de dar uma lição naquele homem grosseiro.

Durante todo o percurso Catherine foi acompanhada por Ethan, e Draco que passou a maior parte do tempo fazendo comentários maldosos juntamente com o Auror.

– É, sabe... acho que o Weasley depois de tanto tempo sozinho, vai acabar precisando arrumar outra pessoa. – Draco dizia enquanto subiam as escadas. Malfoy apenas não fazia ideia de que quase sempre Fred aparecia em seu dormitório depois que anoitecia. – Ele precisa suprir as necessidades de um homem, ninguém fica muito tempo sozinho, não acha Riddle?

Ela balançou os ombros com indiferença, ela não ligava para aqueles comentários. Desde que a Brigada Inquisitorial começou a ter mais poder, Draco se achava o bruxo mais poderoso do mundo, quando na realidade era só mais um garoto mimado em busca de atenção, e ela não daria palco para esse tipo de idiotice.

– Malfoy, você fala demais...– Ethan disse revirando os olhos, nem mesmo ele aguentava mais. – Não tem que ir tirar pontos de alguma criancinha indefesa?

Draco fechou a cara e olhou sério para o auror.

– Sabe, Carther... meu pai...

– É, eu sei quem é seu pai, garoto...– Ele interrompeu-o. – E eu não dou a mínima, Lucius só toma decisões idiotas, e se acha inteligentíssimo, quando na realidade falta lhe coragem e neurônios suficientes para fazer as coisas funcionarem... Você sabe muito bem do que estou falando...

"Olha quem fala...", Catherine pensou.

Ele se referia ao ano em que Lucius tentara usar o diário de Tom Riddle para trazer o lorde das trevas de volta, e falhara miseravelmente.

Antes de chegarem ao salão principal, Ethan prendeu correntes pesadas nos pulsos da garota, que tentou se desvencilhar delas sem sucesso.

– Que porra é essa, Carther ?!– Ela disse elevando o tom de voz. – Você está maluco?

– Estou mais lucido do que você imagina! – Ele respondeu sorridente, e então empurrou-a para dentro do grande salão, fazendo-a tropeçar. O som das correntes fizeram um barulho alto, chamando a atenção dos alunos, que olhavam para ela boquiabertos.

Os professores se encaram por um segundo, assustados com a visão da garota sendo tratada como uma criminosa, Umbridge era a única da mesa que sorria mostrando todos os dentes amarelados, como se aquele fosse um momento memorável.

Catherine olhou para a mesa da Grifinória, onde Fred a encarava boquiaberto, assim como os outros, o rosto do garoto ficou num tom avermelhado, e seus olhos transpareciam a raiva que ele sentia. Ele se levantou do banco, e andou na direção de Ethan.

– O que você acha que está fazendo, Sr. Weasley? – Umbridge perguntou enquanto descia apressadamente, as escadas de mármore.

– Você acha correto tratar uma aluna assim? – Fred exclamou furioso.

– Ela é possivelmente perigosa! – Umbridge retrucou.

Catherine sentia-se horrível, sendo exposta daquela forma pela diretora.

– E por que ela é perigosa? – George gritou da mesa da Grifinória. – Olha o tamanho dessa garota! Acha mesmo que ela faria mal a alguém? – os alunos deram risadinhas, e alguns concordaram.

– Acho que a senhora está sendo extremamente rude, e está tirando conclusões de coisas que não sabe! – A voz de Luna ressoou longe, a loira se levantou da mesa da Corvinal e juntou-se a Fred. – Catherine é a pessoa mais amorosa que eu conheço, ela jamais fez mal a alguém!

– Escute bem aqui, mocinha...– A diretora virou-se para Luna, que permanecia com uma expressão serena no rosto. – Já tem muita sorte por eu não ter lhe dado uma bela detenção, pela distribuição daquele jornal medíocre de seu pai, então acho melhor a senhorita não se meter nessa situação...

– Catherine é minha amiga! – Luna disse franzindo a testa com irritação. – E não posso admitir que a senhora a trate dessa forma, nossa escola não é uma prisão, e todos merecem ser tratados com respeito, até mesmo a senhora que é horrível com todos.

As narinas de Umbridge se dilataram de irritação naquele momento. E Catherine olhou espantada para Luna, geralmente a garota era extremamente calma e não costumava ligar para comentários maldosos, mas ela assim como Catherine, não suportava tratamentos injustos com os outros.

– Caso não saibam, a Senhorita Riddle, há alguns meses atacou uma aluna da sonserina. – A mulher disse em alto e bom som, para que todos pudessem ouvir. – No momento em que ocorreu a pobrezinha não teve coragem para contar ao diretor, e só se sentiu segura o suficiente para nos contar, quando deixou a escola...– os alunos cochicharam entre si, alguns assustados, outros surpresos. – Já fomos extremamente benevolentes em deixá-la terminar os estudos em nossa instituição, mas para isso, as medidas mais sérias precisaram ser tomadas. – Ela apontou para as correntes. – A Srta. Riddle, é perigosa, e não deve ser direcionada a palavra a ela!

Catherine não queria criar mais problemas, então se colocou no meio deles. De repente ela viu nos pensamentos de Harry o plano que o rapaz tinha para ir ao largo Grimmauld falar com Sirius, Fred e George iriam participar. Ela não poderia aparatar com ele, por conta do rastreador, afinal de contas ele era menor de idade, sem contar que estava sendo vigiada de perto.

 

– Está tudo bem, Luna... Fred, não precisam fazer isso. – Catherine falou dando um sorriso pequeno para os dois. Luna assentiu com a cabeça, mesmo não concordando com a decisão de Catherine, mas Fred hesitou um pouco antes de voltar para o lugar de antes.

Os professores ainda olhavam para a cena com ar de desaprovação, e até mesmo Snape parecia desconfortável com as atitudes de Umbridge.

– Isso mesmo senhorita Riddle.... – Umbridge disse puxando-a para o outro lado. – Muito bom ver que a senhorita, finalmente está sendo adestrada da forma correta... Nos vemos na orientação vocacional mais tarde...

Catherine mordeu a parte interna de sua bochecha até sangrar, para que não retrucasse o comentário maldoso da mulher. Ela andou até a parte mais vazia, acompanhada por Ethan que agora segurava seu braço tão forte que sua mão começou a ficar dormente, ele a colocou sentada na cadeira com violência, e ela deu uma gargalhada alta, um sentimento de euforia a preencheu por completo, seu pai estava comemorando algo.

– Acha engraçado, Riddle? – Ethan apontou a varinha para ela, mas a garota manteve o olhar impassível, e o ignorou deixando-o com mais raiva ainda. – Eu lhe fiz uma pergunta!

– Se for em relação a esse tratamento bárbaro que você está tendo em relação a mim, não. Não acho a menor graça...– Ela respondeu enquanto enchia seu prato com o café da manhã. – Mas se for em relação a você, sim, eu o acho patético ao extremo... Suas atitudes de querer rebaixar alguém só porque possui o mínimo de poder, só diz o quão inseguro você é.

Ethan pareceu engasgar com as palavras da garota, os que estavam mais próximos reprimiram as risadas.

– Vai se arrepender Riddle...– Ele apontou o dedo na direção do rosto dela.

– Estou escutando isso há meses, e até agora você não moveu um músculo sequer...– Catherine disse dando uma garfada em suas panquecas. – E já sabemos o porquê...

Mais uma vez, ele ficou em silêncio, Catherine conseguia sentir o quão irritado ele estava por passar vergonha na frente de todos.

"Cathy... mais tarde vou falar com Sirius...", A voz de Harry ressoou em sua mente.

"Não diga a ele como estou sendo tratada, caso ele pergunte, diga que eu estou bem.", ela disse. Conhecendo bem como Sirius era, ele com toda certeza iria querer arrumar um jeito de aparecer por Hogwarts para dar uma lição em Umbridge.

"Você bem que podia aparatar comigo...", ele disse.

"Não é seguro, e se você perder a cabeça? Eu digo, literalmente... Aliás, ainda tem o rastreador... Só vai dificultar mais ainda as coisas, e estou sendo vigiada...", ela respondeu.

"É... eu gosto de manter minha cabeça no lugar, então vou tentar usar a lareira da sala da Umbridge... Me deseje sorte!", ele respondeu.

"Boa sorte, e não seja pego!", ela falou.

(...)

Fred andava furioso pelos corredores escola, enquanto resmungava com George e Lee, sobre as atitudes horrendas da Diretora com sua namorada. Ele estava convicto de que precisava se vingar, não só por Catherine que estava sendo tratada de modo tão desprezível, mas por todos os outros alunos que estavam sendo punidos por simplesmente existirem.

– Não se esqueça de que às cinco horas, vamos colocar o plano em prática! – Fred disse sério. – Mas antes, vamos fazer uma visitinha ao Carther.... – Ele sorriu diabolicamente, há meses ele estava segurando-se para fazer uma pegadinha, e agora que estava perto de ir embora de Hogwarts ele iria descontar toda a sua raiva e frustração no Auror, e na diretora.

– Ele vai se ferrar muito! – George disse sorridente. Ele e o irmão bateram as palmas das mãos.

– Sabe, Hogwarts não vai ser o mesmo sem vocês...– Lee disse cabisbaixo.

– Nós sabemos! – os dois responderam em coro. Os três deram uma gargalhada enquanto passavam pelo corredor, naquele instante Umbridge passou próxima deles, e os gêmeos acenaram para ela com um sorriso falso.

– Você vai ver, sua filha da puta! – Fred disse entredentes, ainda sorrindo.

– Há! Eu estou ansioso para o show! – Lee disse. – Eu queria ir com vocês, mas...sabe como meu pai, é...

– Não se preocupe! – George disse tranquilizando o amigo. – Vendemos todos os kit-mata aula, além disso, temos o pirraça e uma legião de alunos que vão infernizar Umbridge até ela ficar completamente louca!

– Vocês são ruins.... – O garoto disse dando uma risada. – Por isso somos melhores amigos!

– Olha, se não são os meus baderneiros favoritos! – Aurora surgiu colocando-se entre George e Lee. – Vamos acabar com a raça daquela desmiolada!

– Como assim, "vamos"? – Lee perguntou.

– Aurora vai nos ajudar em algumas coisas, quando saímos. – Fred respondeu. Seus pensamentos estavam voltados para o acontecimento final, ele estava ansioso para colocar logo tudo em prática.

Catherine passou por eles com o olhar distraído, e se notara a presença de Fred, ela fingiu não perceber. Ele sentiu seu coração se apertar por um momento, a saudade antecipada lhe atingiu com força fazendo com que os seus pulmões ficassem pesados de um certo modo, mas não havia como voltar atrás, o plano já estava formado, e ele precisava ser seguido até o fim.

(...)

Catherine estava a caminho da sala da professora Minerva, para a Orientação Vocacional. Ela ainda não sabia bem o que faria depois que deixasse Hogwarts, e o peso da incerteza lhe deixava cada vez mais aflita, a garota achava que dificilmente seria contratada para algo. Ethan estava agindo forma estranha, seu rosto estava num tom esverdeado, gotas de suor escorriam pelo rosto do auror, e por mais que ele tentasse manter-se totalmente ereto, a cada passo que ele dava parecia que iria cair.

– Vai indo na frente, Riddle...– Ele disse quando chegaram perto da sala da Professora MacGonagall.

A garota franziu a testa, mas não o contestou, pelo menos ela ficaria sozinha por um tempo sem presença repulsiva, dele ou de Umbridge. Ao aproximar-se da porta, ela deu duas batidas, com força demais.

– Entre! – A voz de MacGonagall soou rígida, e ela sabia o porquê. Assim que a garota girou a maçaneta da porta, ela entrou na sala, e encontrou Umbridge com seu olhar arrogante sentada numa poltrona próxima de MacGonagall, que estava visivelmente enfurecida com a presença da mulher.

– Boa tarde, Professora MacGonagall! – Catherine disse fingindo não notar a presença de Umbridge. Então ela ouviu o "Nhem, Nhem", esganiçado da professora. – E Diretora.

– Boas maneiras, srta. Riddle... é algo a mais na sua lista que talvez você deva a aprender...– Umbridge disse dando um sorriso falso.

"Eu tenho boas maneiras, mas uso com quem merece, sua vaca rosa de duas pernas!", Catherine pensou irritada.

– Bom... sente-se, srta. Riddle! – MacGonagall apontou para a poltrona a sua frente, então a professora pegou uma prancheta com alguns pergaminhos. – Suas notas, são excelentes, devo dizer que progrediu muito desde que chegou, e levando em consideração que não sabia usar magia antes... bom, é incrível ver o quanto aprendeu... só tem algumas coisinhas que precisam ser melhoradas..., mas...

Umbridge fez um barulho estranho como se estivesse engasgando-se com algo, e Catherine mentalizou a mulher engasgando com a própria língua de cobra, o que a fez sentir-se um pouco melhor.

– Já sabe o que gostaria de seguir? – Minerva perguntou, ignorando Umbridge.

– Ainda não, já cheguei a cogitar ser Auror, mas... talvez não seja algo para mim...– Ela respondeu com sinceridade. – Ou desfazedora de feitiços, talvez seja uma boa ideia...

– Hàaa...– Umbridge disse dando uma gargalhada. – Tolinha... acha mesmo que alguém vai aceitar alguém como você?

Catherine respirou fundo colocando sua atenção totalmente voltada para Minerva.

– Você possui boas notas, Riddle...– Minerva disse mais uma vez ignorando Umbridge por completo. – "Excede expectativas" em poções..., "Ótimo" em feitiços..., ainda precisa melhorar um pouco em transfiguração, e Aritmância, mas nada que um pouco mais de prática não resolva... Se for seguir a carreira como Auror, espero que saiba que necessitará dedicar-se um pouco mais principalmente em poções... e...

– Perdoe-me Minerva...– Umbridge disse com falsa docilidade em sua voz. – Mas acho que a srta. Riddle talvez se dê melhor no departamento do "Uso Indevido dos Artefatos Trouxas" ... Já que ela tem certa, aptidão para a coisa...

– Não me incomodaria com isso, de jeito algum, professora Umbridge...– A garota respondeu, ela sabia que Arthur Weasley trabalhava no departamento, e sabia que Umbridge estava apenas querendo provocar. – É um trabalho justo... e honesto como qualquer outro, mas também gosto muito das criaturas mágicas, talvez Magizoologia seja uma boa ideia, também...

Minerva deu um sorrisinho para ela, ao ver Umbridge ficar irritada.

– O professor Hagrid, elogia muito a sua aptidão e o zelo com as criaturas mágicas...– MacGonagall disse com um certo orgulho em sua voz.

– São criaturas solitárias e mau compreendidas na maior parte das vezes... Precisam de carinho, assistência e respeito!

– Acredito que deva sentir-se conectada com elas, não? – Umbridge destilou seu veneno. Catherine cerrou o punho até fazer com que suas unhas machucassem as palmas das mãos.

– Bom... Riddle, acho que independente da carreira que queira seguir, você irá se sair muito bem...– Minerva disse. – É claro que precisa se preparar bem, além dos...

– Perdoe-me novamente Minerva, mas acho que a Srta. Riddle não passará nos testes de aptidão, e caráter caso queira entrar na carreira de Auror...

– Desculpe, mas o que seriam esses testes? – Catherine perguntou.

– Ah, sim... você precisará demonstrar sua capacidade de reagir as situações diversas, sem falar que a prática extremamente perfeita de suas habilidades de defesa vão se colocadas em prova, caso queira ser Auror... E...

– Fazem uma análise da sua ficha criminal...– Umbridge interrompeu a professora dessa vez. – Algo que sabemos que no seu caso, é um pouco duvidosa...

– Até que se prove o contrário, Dolores, Catherine tem sua ficha criminal limpa! – Minerva disse ríspida.

– E Dumbledore, é só um bom velhinho bondoso, não é mesmo? – A mulher retrucou, dando uma risadinha debochada. – E honestamente, não acho que a senhorita Riddle terá sucesso algum, já que em Defesa contra as Artes das Trevas, suas notas são extremamente medíocres... Não dê falsas esperanças a pobre garota...

– Simplesmente pelo fato das suas aulas não ensinarem absolutamente nada, Dolores! – Minerva retrucou enfurecida. – Afinal de contas, quem aprenderia algo sendo ensinado por uma pessoa de Q.I duvidoso? Até mesmo a criatura mais obtusa que existe conseguiria ensinar melhor do que você. E não insulte Alvo Dumbledore na minha frente!

Catherine arregalou os olhos naquele momento, e precisou de todo o seu autocontrole para não rir das feições de Umbridge se contorcendo.

– Acho que não entendi, o que você quis dizer, Minerva! – Ela disse com a voz esganiçada.

– E não me surpreendo com isso... – A professora retrucou, deixando Umbridge com uma expressão raivosa. – Como eu ia dizendo, Riddle, acho que estudando e se dedicando como vem feito desde que chegou, focando um pouco mais nessas áreas, é certeiro de que se sairá bem nas provas... Eu mesma me disponibilizo para ajudá-la caso haja dúvidas...

– VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! - Umbridge se levantou da poltrona com o rosto vermelho de raiva.

– Posso, e irei fazer tudo ao meu alcance para que ela se saia bem, em seja qual for a sua decisão sobre a carreira que quer seguir! – MacGonagall mais uma vez interrompeu Umbridge, deixando a mulher tão irritada que um chiado estranho saiu da boca da mulher. – Senhorita Riddle, está dispensada! Tenha uma ótima tarde!

Catherine se levantou da poltrona, ainda atordoada com a situação, Umbridge parecia que ia explodir a qualquer momento, e a garota torcia para que isso acontecesse, assim pelo menos ela deixaria de perturbar o seu juízo.

Ao sair da sala, ela estranhou que Ethan não estivesse a sua espera, mas ficou feliz em ver que ele não estava por perto. Catherine andou pelos corredores e foi até a biblioteca, e por pura coincidência, Hermione estava por lá, sozinha. Ela sentiu que a amiga estava chateada com algo, era como se a aura, o que quer que fosse, estava carregada com uma certa amargura e preocupação.

– Ei! – Catherine a cutucou fazendo a garota se assustar. – Tudo bem? – ela perguntou mesmo sabendo que a resposta seria um não.

– Tudo bem...– Hermione respondeu desviando o olhar, e Catherine arqueou levemente a sobrancelha e cruzou os braços. A garota suspirou pesarosamente. – Tá bom... Não estou bem... Harry tem um plano idiota....

– Ah isso eu já sei...– Ela disse com naturalidade.

– Como?

– Radar vinte e quatro horas por dia, com ligação especial com o Potter...– Catherine disse dando batidinhas na própria cabeça.

– Ah, claro...Tinha me esquecido disso...– A garota comentou. Hermione estava uma pilha de nervos devido à proximidade das avaliações, o que fazia com que ela esquecesse coisas com muita frequência. – Vai dizer que concorda com ele?

– Não. – Catherine respondeu com sinceridade. – Acho muito arriscado, mas mesmo que eu o conheça a pouco tempo, sei que assim como Fred e George, ele vai fazer o que quer, por isso se mete tanto em encrenca...

"E você é super prudente com as coisas, não é Riddle?", a voz de Harry ressoou em sua mente num tom recheado de deboche.

Ele tinha razão, é claro. Catherine por mais que sempre tentasse se manter o mais racional possível nas situações, muitas vezes ela tomava atitudes imprudentes que a metiam em encrenca.

– Me surpreende o fato de não concordar com ele em algo...– Hermione comentou, ela olhou para os lado e franziu a testa. – Onde está o brutamontes?

– Não faço ideia! – Catherine balançou os ombros com indiferença. – Honestamente, ele não faz a menor falta!

– Eu só acho estranho que.... – Antes que Hermione terminasse a frase, ela foi interrompida por um som alto de gritos histéricos. – Ah não... o que é agora?

Catherine pensou sobre o plano que seria posto em ação, e ao olhar no relógio, viu que já eram 17h15, ou seja, tudo estava indo pelos ares.

– As figurinhas repetidas entraram em ação... – Ela respondeu.

Não demorou muito para que Aurora chegasse animada na biblioteca, e seus pensamentos só confirmaram o que Catherine havia dito.

– Vocês precisam ver isso, agora! – A garota disse tentando controlar a animação em sua voz.

As três seguiram-se apressadas em direção do local onde estava tendo a confusão. Os alunos corriam de um lado para o outro, seus pensamentos altos e agitados com a euforia do acontecimento, deixando Catherine completamente confusa.

Ao chegarem próximas ao saguão de entrada, havia uma multidão de alunos, professores e até mesmo os fantasmas de Hogwarts estavam assistindo a cena, enquanto Pirraça sobrevoava pelo local. No centro, haviam duas cabeças ruivas que se destacavam, Umbridge estava parada na escadaria de mármore, numa postura nervosa, enquanto gritava para os quatro cantos com os gêmeos.

– Vocês acham engraçado transformar o corredor da escola em um pântano? – Ela disse raivosamente para os dois enquanto gesticulava exageradamente.

– Eu achei muito engraçado, não é George? – Fred disse sorrindo.

– Eu também achei genial! – o irmão concordou orgulhoso.

Seus olhos brilhavam de euforia, assim que os gêmeos viram Catherine, eles sorriram ainda mais. Filch de repente apareceu ofegante em meio à multidão e se aproximou da diretora, sacodindo um pedaço de pergaminho em sua mão.

– Consegui! Aprovação para açoitar! – Ele disse com satisfação. – Tenho tudo pronto! Ah, por favor, deixe-me fazer isso agora...

– Muito bem, Argo! – A diretora disse com firmeza. – Vocês dois, venham já! Agora aprenderão o que acontece com malfeitores.

– Quer saber de uma coisa? – Fred falou estufando o peito. – Não vamos não! – Ele virou-se para o irmão gêmeo. –  George, acho que já passamos da idade de receber educação em tempo integral!

George estava com um sorriso grande no rosto, como se ele tivesse lido sua mente.

– Sabe Fred... Eu estive pensando a mesma coisa! – Ele sorriu mais ainda. – Acredito que está na hora de testarmos os nossos talentos no mundo real, não acha?

– Com toda certeza! Mas antes.... – Fred disse abrindo caminho na multidão, ele andou até Catherine decidido, enquanto Umbridge olhava o garoto ainda paralisada com a atitude que ele emanava.

O ruivo se aproximou dela, sorriu e deu-lhe um beijo apaixonado e longo, fazendo com que o coração de Catherine batesse com rapidez. As borboletas em seu estômago ganharam vida e ela podia sentir que estava flutuando por um momento.

–  Enviarei cartas todos os dias! – Ele disse sorrindo ao se afastar, ela não conseguiu respondê-lo, Catherine estava atordoada demais para isso.

Fred voltou ao centro, e agora Umbridge estava começando a descer as escadas rapidamente a fim de conseguir pegá-los, mas antes os dois ergueram as varinhas e disseram.

– Accio Vassouras!

Ao longe houve um grande estrondo de coisas se quebrando. Não demorou muito para que todos viessem as vassouras indo em direção aos donos, com correntes pesadas pendendo-as com um gancho enorme. Os dois subiram nas vassouras de forma ágil.

– Não a veremos mais! – Fred disse entusiasmado.

– E não precisa nos mandar lembranças! – George complementou.

Fred pareceu avaliar a multidão de alunos e professores com um sorriso radiante. Ele adora chamar atenção, e sabia que seria lembrado por aquilo durante algumas semanas.

– Se alguém quiser comprar pântanos portáteis, conforme demonstramos lá em cima, podem nos procurar no Beco Diagonal, número noventa e três, "Weasley Wizard Wheezes!" – Fred disse em voz alta. – Nossas novas instalações!

– Descontos especial para os alunos de Hogwarts que jurarem que vão usar nossos produtos para se livrar dessa mocréia! – George disse.

Umbridge grunhiu alto, e andou rapidamente até o centro.

– O QUE ESTÃO ESPERANDO? IMPEÇAM-OS! – Ela gritou para a Brigada Inquisitorial, que ao se aproximarem dos gêmeos, eles deram um impulso rapidamente, fazendo com que as correntes quase batessem em quem estava por baixo. Pirraça estava cara a cara com os gêmeos.

– Infernize-a por nós, Pirraça! – Eles disseram.

O polteirgeist para a surpresa de Catherine e de todos que estavam presentes, tirou o chapéu que usava, e saudou os gêmeos enquanto eles faziam a volta e saiam pelas portas de entrada, enquanto todos aplaudiam animados.

Por mais que Catherine se sentisse feliz por vê-los livre, ela não conseguiu deixar de ficar um pouco cabisbaixa, ela sentiria falta dele...

Tudo estava indo bem, enquanto a multidão continuava animada, até Umbridge andar furiosamente na direção de Catherine.

(...)



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