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História Reviving Feelings - Sakura floresce


Escrita por: SatsukiMari

Notas do Autor


Como prometido, cheguei após 15 dias com a atualização da fic hehehe
Vou continuar mantendo esse ritmo daqui para frente, sempre as quintas feiras como de costume.
Como havia comentando, o capítulo está mais centrado no últimos acontecimentos envolvendo a Sakura, mas isso não quer dizer que possamos ter uma pitadinha de Naruhina (mesmo que não tenha uma interação dos dois)
Enfim, eu amei escrever esse capítulo porque ele representa um passo e tanto pro desenvolvimento do casal secundário, então espero que vocês também gostem de igualmente heheh
No mais, boa leitura para vocês!

Capítulo 23 - Sakura floresce


Fanfic / Fanfiction Reviving Feelings - Sakura floresce

Uma semana desde o incidente havia se passado, e Sakura ainda não conseguia se recuperar do trauma que vivera.

Sasori fora seu primeiro amor, mas havia se tornado a pessoa que mais temia. O medo que sentia apenas por pensar em seu nome era algo que sua mente ainda não era capaz de processar.

Sakura não conseguiu explicar para os pais o que havia acontecido, mas eles se preocuparam tanto com o comportamento estranho da filha que procuraram por uma de suas amigas em busca de uma explicação. Ino contou tudo que havia acontecido com a garota, e não conteve as lágrimas ao ver a mãe de Sakura desabar em prantos diante de seus olhos enquanto seu pai criava forças para consolá-la.

Para ajudar a filha com as altas despesas com os estudos, os pais de Sakura conseguiram um emprego fora da cidade, o que lhes dava pouquíssimo tempo juntos. Se não fosse pela astuta argumentação de Ino e Sasuke quanto aos cuidados da garota, eles quase teriam desistido do trabalho apenas para ficar com ela depois do trauma.

Com a ausência dos pais de Sakura, Sasuke e Ino vinham se responsabilizando pelos cuidados da garota com a ajuda dos outros amigos, mas parecia que nada que fizessem era suficiente para tirá-la do abismo em que se encontrava.

– Acorda Sakura, acorda! – Ino chacoalhava a amiga que gritava desesperadamente na tentativa de acordá-la.

Como se houvesse sido atingida por um choque, Sakura despertou. Analisou cada parte do cômodo que se encontrava, e ao ver suas amigas assustadas lhe encarando, desabou em lágrimas.

– Alguém faz esses pesadelos pararem. – Suas palavras quase não eram entendidas por se misturarem com o choro. – Eu não aguento mais isso.

– Isso vai passar logo logo. – Ino tentava conter o choro para consolar a amiga. – Temari se juntou a ela e as duas acolheram Sakura em um abraço.

Hinata rapidamente deixou o quarto e retornou com água e um calmante para a amiga. As três permaneceram ao lado de Sakura até que ela finalmente voltasse a dormir.

– Eu não aguento mais isso. – Ino finalmente despejara o choro que vinha segurando. – Não consigo mais ver a Sakura desse jeito. Ela não come, não consegue dormir se não for à base de remédios, ela não sai se não for com o Sasuke ou com a gente.

– Shikamaru falou que o Sasuke também está exausto. – Temari dizia enquanto acendia um cigarro. – Mas eu entendo, de todos nós ele é o que vem cuidado mais dela, além de estar movimentando tudo contra o Sasori na justiça, não consigo imaginar como está a cabeça dele.

– Eu já falei que odeio o cheiro de cigarro Temari? – Ino fez uma careta para a amiga. – E eu pensei que você estava tentando largar o vício.

– E eu estou mesmo. – Ela tragou e em seguida eliminou a fumaça. – Mas vamos combinar que essa situação permite um ou dois cigarros.

– Está perdoada só hoje. – Ino deu de ombros. – Mas é serio, o que faremos?

– Eu conversei com uma amiga que trabalha na clínica de reabilitação psiquiátrica da minha família, ela disse que estava disposta a ajudar a Sakura no que fosse preciso. – Hinata finalmente se pronunciou. – Eu achei que não seria necessário, mas acho que vou pedir para que ela possa vê-la um pouco amanhã.

– Teremos que leva-la no hospital? – Ino perguntou.

– Não será necessário, ela virá aqui se for preciso. Amanhã pela manhã eu ligarei para ela. – Hinata sorriu transmitindo uma pontada de esperança para as amigas.

**

Sakura aceitou a ajuda de suas amigas e decidiu se encontrar com a médica escolhida por Hinata. Por recomendação da mesma, as duas se encontrariam em um ambiente mais tranquilo e caloroso, e o jardim da grande propriedade dos Hyuuga foi o local escolhido.

– Bom dia, Sakura. – A gentil mulher lhe sorriu de forma calorosa. – Me chamo Shizune.

– Oi... – Sakura respondeu com um fraco sorriso amarelo. Seu olhar permanecia direcionado para o chão.

– Como se sente? – Shizune tentava iniciar um assunto de forma lenta e tranquilizante.

– Estou levando.

– Soube que você anda tendo alguns pesadelos, você quer falar sobre isso?

– Não sei. – Sakura relutou. – Pensar nisso faz as coisas parecerem tão reais...

– Eu entendo querida. – Shizune sorriu gentilmente. – O que você passou foi algo bastante traumático, sua situação agora é completamente normal após um trauma como esse, mas não se deixe abater, pense que você está bem e tem amigos que te apoiam e se importam.

– E isso tem sido o meu maior sustento. – Sakura deu um pequeno sorriso mais alegre. – Eu nunca duvidei das minhas amigas, mas tudo que elas têm feito por mim até agora, eu nem mesmo sei como agradecer, e também tem o Sasuke.

– Sasuke? – A mulher pareceu demonstrar um pouco mais de curiosidade. – Ele é seu namorado?

– Não, ele é um amigo que tem me ajudado muito nos últimos dias. Ele estava comigo quando tudo aconteceu, ele me defendeu... – Sakura interrompeu suas palavras e suspirou profundamente. – Ele tem estado muito ao meu lado.

– Por que não me conta o que aconteceu? – Ela pediu. – Não precisa falar se não quiser, mas diga apenas o que estiver confortável para falar.

Sakura então desabafou. No começo sentiu-se um pouco relutante ao fazer algumas revelações, mas foi amparada por Shizune. Contou sobre o início de seu relacionamento com Sasori, quando ele começou a se mostrar agressivo e abusivo. Das diversas vezes que terminaram, da primeira vez que foi agredida no dia da festa de Shikamaru, da ligação em que Sasuke interferiu, e por fim, do dia em que ele lhe agrediu para valer na boate. Shizune voltou a lhe sorrir com pesar. Era um profissional bastante qualificada e soube lidar com a situação, conversou um pouco com Sakura sobre suas experiências profissionais em situações como aquela, despertando uma pequena energia na garota.

– Escute Sakura, eu gostaria de te fazer um convite, pois acredito que talvez isso te ajude muito mais do que fazermos terapia dessa forma. Soube que você também estuda medicina, certo? – Sakura assentiu. – Isso é ótimo, pois quero lhe convidar para trabalhar conosco algum tempo como voluntária do hospital psiquiátrico de reabilitação. Eu sou responsável pelas terapias individuais e grupais de pacientes femininas que sofreram algum tipo de violência doméstica. Participe conosco, pode ser como ouvinte ou como voluntária, sempre recebemos alguns estudantes por lá e isso será muito bom para seu currículo escolar.

– Eu não sei se vai ser possível, pois eu irei iniciar o internato no próximo mês e as coisas podem ficar mais difíceis daqui para frente... – Sakura sorriu envergonhada por não ter certeza se poderia ajudar.

– Não se preocupe com isso. – Shizune mantinha seu sorriso gentil. – Sei bem com é essa faze de internato, mas tente tirar apenas um dia para nos acompanhar, tenho certeza que não irá se arrepender. Caso goste, o hospital também oferece bolsas para residência em psiquiatria, eu sou residente chefe.

– Mesmo? – Sakura parecia mais animada. – É que eu tenho bastante interesse na psiquiatria, então creio que será uma boa experiência.

– Não tenha dúvidas disso! – Shizune falou empolgada. Retirou um cartão de sua bolsa e anotou alguns dados no verso. – Aqui tem meu telefone pessoal, do meu escritório no hospital e o meu email, pense bem na minha proposta e entre em contato assim que tomar uma decisão.

– Pode deixar. – Sakura sorriu gentilmente, desta vez de forma mais alegre. – Muito obrigada por tirar um tempo para falar comigo Shizune.

**

– Como foi? – Ino perguntou à amiga. Sua curiosidade foi aguçada quando a vira com uma expressão melhor que nos últimos dias.

– Foi muito bom. – Sakura mostrou um pequeno sorriso. – Shizune é uma excelente profissional, conversamos muito e isso foi muito bom para mim. Ela também me convidou para realizar trabalho voluntário no hospital psiquiátrico.

– E você vai? – Hinata perguntou. – Eu não conheci o lugar porque essa área me intimida um pouco, mas psiquiatria é a sua cara Sakura. Acho que será uma excelente experiência para você.

– Sim, mas... – Sakura se retraiu um pouco. – Ela quer que eu a acompanhe nas terapias com pacientes vítimas de violência doméstica, e eu não sei se estou preparada para isso.

– Olha Sakura. – Hinata segurou a mão da amiga. – Sei como está se sentindo agora em relação a tudo isso, mas te garanto que a Shizune te fez esse convite não foi sem um motivo, ela provavelmente tem algum plano com tudo isso, então eu recomendo que aceite o convite dela.

– Eu quero muito ir, não vou mentir, mas estou bem receosa quanto ao que posso ouvir. – Sakura adotou uma expressão apreensiva. – Tenho medo de que isso só alimente o meu trauma.

– Ou isso pode te ajudar a superá-lo, e você também poderá ajudar outras pessoas que passaram pelo mesmo problema. – Ino sorriu para a amiga. – Eu estou com a Hinata nessa, e caso queira, podemos ir com você nos primeiros dias.

– Obrigada meninas. – Sakura não foi capaz de conter algumas lágrimas que relutavam para sair. – Eu não sei o que seria de mim sem o apoio de vocês, tem a Temari também, que mesmo se juntando ao grupo agora, dedicou tanto do seu tempo para me ajudar, gostaria que ela estivesse aqui agora, além do Sasuke.

– A Temari precisou ir para casa porque precisava resolver algumas coisas com o irmão, foi mais ou menos isso que ela falou, mas disse que desejava toda a sorte do mundo para você e que torcia por sua recuperação. Quanto a sua babá. – A loira deu uma risadinha. – Ela disse que queria te ver, pediu que ligasse para ele assim que terminasse sua consulta.

– Está falando do Sasuke? – A pergunta de Sakura fez as amigas rirem.

– Mas é claro que estamos falando do Sasuke. – Ino rolou os olhos. – Quem mais fica ter certando e te carregando para todos os cantos?

– Você é uma excelente piadista Ino. – Sakura bufou. – Ele disse o que queria?

– Não, só falou que era algo urgente e que queria tratar com você pessoalmente. – Sakura sentiu um frio repentino atingir todo o seu corpo quando Ino falou, não queria pensar em tal possibilidade, mas sentia que um mau presságio estava para se aproximar.

Sakura procurou por seu celular e rapidamente discou o número do Uchiha, que lhe atendeu de imediato.

– Sakura? Onde está? – Ele perguntou impaciente.

– Na casa da Hinata. O que aconteceu?

– Podemos sair um pouco, quero conversar com você sobre algumas coisas.

– O que aconteceu Sasuke? – Sakura demonstrava apreensão em seu tom de voz.

– Fique calma, está bem? – Sasuke tentou mudar seu tom de voz para que a garota não se assustasse. – Daqui à uma hora eu passo na casa da Hinata e pego você para que possamos conversar um pouco, pode ser?

– Estou ficando preocupara com isso Sasuke. – A voz de Sakura começava a ficar embargada pelo choro. – O que está acontecendo? Por que não quer me falar?

– Se acalma Sakura. – Sasuke dizia da forma mais serena possível. – Não está acontecendo nada de grave, eu só quero conversar um pouco com você. Então não precisa ficar preocupada.

– Eu estou com um mau pressentimento Sasuke. – Era evidente que ela não conseguia mais segurar o choro. – Estou com medo do que possa ser... – Ino e Hinata se aproximaram da amiga na tentativa de consolá-la.

– Não precisa ficar assim, tudo bem? Não é nada de mais, e enquanto estiver comigo nada de mal irá te acontecer, isso é uma promessa. Vou desligar, em uma hora estou ai para te buscar. – Sakura despediu-se e então Sasuke encerrou a ligação.

– O que houve Sakura? – Hinata perguntou preocupada com a reação da amiga.

– Eu não sei... – Sua voz ainda estava trêmula pelo choro. – Sasuke disse que queria conversar pessoalmente e eu confesso que estou com medo do que possa ser.

– Ele disse que é algo sério? – Ino perguntou, também estava bastante preocupada com a reação da amiga.

– Ele disse que eu não precisava me preocupar, mas por que estou sentindo meu coração apertar toda vez que penso no que isso pode ser? – As palavras se misturavam com os soluços provocados pelo choro.

– Fique calma, tudo bem? – Ino abraçou a amiga. – Sasuke não iria mentir para você, aquele ogro pode ter todos os defeitos do mundo, mas ele se importa com você e jamais faria algo para te chatear.

– Ino tem razão. – Hinata sorriu de forma terna para Sakura. – Tome um banho demorado na minha hidromassagem, isso vai ajudar a se acalmar. Depois vista algo confortável e vá falar com ele.

– Obrigada mais uma vez meninas, por tudo. – Sakura secava as lágrimas que caíam sobre seu rosto enquanto tentava conter o choro. – Nem em um milhão de anos eu poderei retribuir tudo que estão fazendo por mim.

– Você não tem que retribuir nada Sakura. – Ino rolou os olhos e riu. – Que tipo de amigas seríamos se ficássemos esperando uma retribuição dos favores que fazemos?

– Fazemos isso e fazemos com todo o amor de mundo Sakura. – Hinata abriu um imenso sorriso e voltou a abraçar a amiga. – E faríamos quantas vezes fosse necessário.  

**

Sasuke suspirou profundamente quando estacionou o carro em frente aos grandes portões da propriedade dos Hyuuga. Saiu do carro e interfonou. Foi atendido por algum dos criados da família, e após alguns minutos de espera, Ino e Hinata o receberam na porta da casa.

– Boa tarde Sasuke. – Hinata deu um pequeno sorriso e tornou sua expressão mais séria. – Queremos falar com você antes que a Sakura fique pronta.

– Bem... – Ele respirou profundamente. – Pelo meu chute eu acredito que tenha haver com o que conversei com ela por telefone, estou certo?

– Queremos saber o que você vai falar com ela. – Ino foi direto ao ponto. – A Sakura está apavorada com isso, por mais que você tenha dito que não é nada de mais, ela chorou de desespero por imaginar o que poderia ser. Estamos preocupadas com isso, Sasuke.

– Vocês não precisam se preocupar, eu vou lidar com isso. – Sasuke respondeu de forma firme e séria.

– Acreditamos nas suas palavras, mas é que... – Hinata suspirou. – Também nos preocupamos como você, queremos estar preparadas para o que possa acontecer.

– Muito bem... – Sasuke respirou profundamente antes de falar, sabia que de certa forma havia mentido para Sakura quando disse que não era nada sério, mas confiar em suas amigas talvez fosse algo importante na hora de apoiar Sakura com a notícia que receberia. – Parece que o Sasori também tem bons advogados e uma família influente, pagaram a fiança dele.

– Puta merda! – Ino ficou perplexa. – Pelo amor de Deus, não me diga que aquele filho da puta...

– Sim, ele foi solto. – Sasuke bufou na tentativa de conter a raiva que transparecia em suas palavras. – Vocês não tem noção o quanto eu fiquei irado quando o Shikamaru me contou isso. O pai dele fez tudo, tudo que estava a seu alcance para barrar a liberação dele, mas parece que quanto mais ele tentava, mais dinheiro entrava em jogo e ele ficou de mãos atadas. É claro que eu não pude deixar isso barato, pressionei o meu advogado e ele entrou com dois novos processos, um para que ele volte a responder na cadeia por representar um perigo para a sociedade e outro para que ele seja proibido de se aproximar da Sakura. O Segundo já foi deferido e ele não pode estar há um raio de 500 metros de onde ela esteja, então fiquem atentas a isso quando eu não estiver por perto, por favor. O segundo é um pouco mais complicado, visto que ele tem condições de arcar com a fiança e com processos, por isso a cooperação da Sakura na hora do depoimento vai ser muito importante. Eu irei conversar com ela sobre isso, mas o apoio de vocês é muito importante. O advogado do Sasori está tentando entrar com um pedido para que ele fale com a Sakura em nome do Sasori, mas eu já tomei as devidas providências para que isso não aconteça.

– Conte conosco, Sasuke. – Hinata falou de forma convicta. – Sei que isso não é problema para você, mas também podemos ajudar financeiramente no que for necessário. Minha família tem os melhores advogados do país a nosso serviço, além do mais, os pais da Ino também trabalham diretamente nessa área, para nós não será um problema em ajudar.

– É verdade. – Ino também transmitia convicção. – Eu cheguei a falar com meus pais sobre o que aconteceu, meu pai também é promotor e disse que ajudaria Sakura no que fosse necessário, também conhecemos excelentes advogados e isso não será um problema. Vamos nos unir de derrubar esse cara!

– Eu agradeço de coração vocês duas meninas, prometo entrar em contato caso necessite de algo. – Sasuke sorriu de lado. – Agora tenho que lidar com a pior parte. – Ele suspirou. – Sakura já está pronta?

– É provável que sim. – Hinata respondeu. – Entre, vou avisá-la que chegou.

**

Após alguns minutos de espera, Sakura finalmente estava pronta. Sua expressão estava deveras mais alegre se comparada aos dias anteriores. Falar com Shizune no dia anterior parecia ter surtido um grande efeito em sua recuperação. Sasuke sorriu aliviado para a garota ao notar sua melhora.

– Você está bem melhor, fico feliz. – Ele abriu um sorriso pequeno ao vê-la com uma expressão mais serena.

– Obrigada. – Sakura mostrou um sorriso pequeno. – Podemos ir? Confesso que estou ansiosa para saber o que você tem para me dizer.

– Vamos então. – Sasuke se virou e caminhou em direção à saída, foi seguido por Sakura que se despediu das amigas e adentrou no carro junto ao Uchiha.

– Ate que eles combinam, você não acha? – Ino comentou.

– Isso é um fato, mas não acho que a relação deles esteja nesse nível. – Hinata respondeu. – Sakura não parece interessada em um relacionamento agora, e o Sasuke parece estar muito engatado em protegê-la do Sasori para pensar em algo mais.

– Francamente. – Ino bufou. – Acho que eles precisam deu um leve empurrão para ver se rola alguma coisa logo.

– Pelo amor de Deus Yamanaka, não inventa. – Hinata rolou os olhos. – E vê se não me envolve nisso também.

– Relaxa Hinata. – Ino deu uma risadinha. – Não vamos precisar fazer nada, a vida vai se encarregar disso, é o que acontece com casais complicados.

– Eu tenho um pouco de medo quando você começa a falar essas coisas estranhas, sabia? – Hinata torceu o nariz. – Parece até que você está fazendo uma previsão do que vai acontecer no futuro.

– Talvez eu esteja. – Ino deu uma gargalhada. – Por falar em futuro, quando é que você e o Naruto vão...? Bem, você sabe.

– Pelo amor de Deus Ino! – Se Hinata se olhasse no espelho naquele exato momento, veria seu rosto ficar completamente vermelho. – Por que você está tocando nesse assunto agora?

– Porque já tem um tempo que estou pensando em te perguntar sobre, mas com toda essa situação com a Sakura eu acabei me esquecendo, porém, entrar nesse assunto me ajudou a lembrar. – Ela sorriu maliciosa para a amiga que estava completamente corada. – Como andam as coisas entre vocês?

– Estão normais. – Hinata desviou o olhar. – E nós não estamos tentando nada disso, ainda.

– E por que não? – Ino ficou incrédula. – Vocês estão saindo já faz algumas semanas, já era pra ter acontecido alguma coisa. Não seja devagar Hinata, por acaso você é virgem?

– Não! – Hinata quase gritou sua resposta devido à vergonha que sentia. – Você sabe que eu não sou, então não entendo o porquê de perguntar sobre isso.

– É que aquele seu lance com o Toneri foi algo tão sem graça que eu fiquei meio na dúvida se rolou alguma coisa entre vocês. – Ino gargalhou. – Ele até era bonitinho, mas poxa, muito sem sal.

– Aquilo durou muito pouco tempo, e também não foi como eu sonhei que seria. – Hinata suspirou. – Depois disso decidi que não faria mais isso por impulso Ino, esperaria a pessoa certa e o momento certo.

– Que romântico. – Ino fez um biquinho. – Por favor, me diz que essa pessoa é o Naruto, por favor.

– Eu acho que possa ser ele, sim. – Hinata corou ainda mais e falou em um tom quase inaudível.

– Então por que está esperando tanto? Eu sei que o Naruto não é nenhum tipo de tarado ou apressado com essas coisas, mas ele não deixa de ser um homem e tenho certeza que se você quiser, ele também quer. – Ino deu uma gargalhada ao pronunciar a última frase.

– Nós já conversamos sobre isso. – Hinata deu um suspiro. – Estamos tentando usar a razão, pois já estivemos bem próximos de fazer algo devido ao impulso. Nós dois desejamos que as coisas aconteçam no momento certo para ser algo especial. Além disso, ainda nem oficializamos um relacionamento ou coisa do tipo.

– E precisa disso? – Ino rolou os olhos. – Vocês dois estão em um grude tão grande que todo mundo pensa que estão namorando.

– Como assim? – Hinata ficou surpresa com o que acabara de descobrir.

– Bem, vocês saem muito juntos, são vistos em público, é natural que pessoas conhecidas vejam e fiquem na dúvida. Como somos amigas, eu já fui questionada por ai sobre o tipo de relação que estão tendo.

– E o que você respondeu?

– Que eu acho que estão namorando. Como eu ia imaginar que o Naruto não havia feito um pedido oficial?

– Ai Ino. – Hinata suspirou e balançou a cabeça em sinal de negação. – Espero que isso não tenha virado um boato tão grande.

– Então é melhor o Naruto ser rápido e oficialize logo isso, antes que essa notícia chegue no ouvido do seu pai, porque eu sei que é isso que você teme. – Ino soltou uma risadinha.

– Muito esperta e debochada. – Hinata torceu o nariz. – Mas não deixa de ser verdade.

– Converse sobre isso com o Naruto, ele sabe que tipo de família você tem e que deve assumir as responsabilidades por se relacionar com você, oras.

– Eu não posso fazer isso. – A expressão de Hinata se entristeceu. – Não quero pressioná-lo a algo que talvez não esteja pronto.

– Ai Hinata. – Ino bufou. – Naruto não é um adolescente, não acho que ele se envolveria se não estivesse preparado para lidar com a sua vida e sua família.

– Mesmo assim. – Hinata soltou um longo suspiro. – Não tenho a intenção de pressioná-lo por enquanto.

– Faça como quiser. – Ino deu de ombros, mas sabia que se não fizesse algo por seus amigos, as coisas caminhariam bem lentamente para os dois.

**

Sasuke dirigiu por alguns minutos em silêncio até um pequeno parque próximo a casa de Hinata. Chegando lá, convidou Sakura para uma volta. Os dois andaram por vários minutos e permaneceram em um silêncio absoluto.

Depois de muito se preparar, Sasuke respirou fundo e decidiu abrir o jogo com Sakura sobre o que estava acontecendo.

– Sakura, eu preciso te contar uma coisa... – Mas ele foi interrompido pela garota.

– Eu ouvi. – Ela respondeu com a voz baixa e trêmula. – Eu ouvi sua conversa com as meninas.

– Como é que é? – Sasuke ficou perplexo.

– Eu ouvi tudo. E não vou mentir, eu entrei em pânico. Levei mais tempo do que o normal para me arrumar, pois voltei para o quarto da Hinata e chorei de desespero, de medo, mas eu também precisava processar todas essas informações, e eu decidi que não vou mais me esconder atrás de vocês ou das minhas amigas, não vou mais chorar de medo por causa do Sasori. – Sakura respirou profundamente e adotou uma expressão séria e firme. – Eu não sou uma criança Sasuke, eu sou uma mulher, e preciso encarar meus medos cara a cara, e é isso que eu vou fazer. Não vou mais deixar o Sasori e nem ninguém me intimidar outra vez.

– Sakura... – Sasuke não sabia bem o que dizer, pois não esperava uma reação como aquela de Sakura.

– Eu tenho que te agradecer por tudo que fez por mim até agora, confesso que sem o seu apoio eu não teria tomado tal decisão. – Sakura abriu um sorriso sincero e firme.

– Sakura. – Sasuke suspirou antes de finalmente se pronunciar. – Não haja por impulso, eu entendo suas vontades, mas você mais do que eu sabe que o Sasori é perigoso, não é alguém que você pode simplesmente bater de frente.

– Eu sei disso, e não é essa a minha intenção. Eu só não quero mais ser a garotinha medrosa e chorona que se esconde atrás das pessoas sempre que escuta esse nome. Eu preciso encarar de frente os meus fantasmas e medos Sasuke, eu preciso aprender a parar de chorar e fazer algo a respeito, porque é a minha vida.

– Você não está pensando em fazer nenhuma besteira, está? – Sasuke arqueou uma de suas sobrancelhas em sinal de dúvida. Sakura deu uma risada.

– Mas é claro que não! Eu não sou nenhuma suicida ou coisa do tipo. Eu só quero fazer tudo que preciso fazer sem chorar ou tremer, quero ter pulso firme daqui para frente quando precisar lidar com isso outra vez, não quero voltar a depender de ninguém para me sustentar por não saber lidar com meus problemas. Aceito de coração e sou muito grata pela ajuda de todos, confesso que muito desses problemas eu não conseguiria resolver sem a ajuda que estão me dando, mas está na hora de eu tomar a frente disso.

– Você não está pensando em assumir as responsabilidades por tudo sozinha, está? – Sasuke perguntou apreensivo. – Sakura, isso ainda é demais para você.

– Eu não sou idiota Sasuke. – Sakura soltou um longo suspiro sem deixar que seu sorriso se desfizesse. – Eu não tenho condições de arcar com isso tudo sem ajuda, apensar de ser uma coisa que não me agrade tanto, então eu vou continuar aceitando a ajuda de vocês, porém, eu não quero mais viver sob tanta proteção. Eu preciso viver a minha vida, eu não posso passar os meus dias com medo e escondida mais. Eu não quero e nem vou deixar o Sasori tirar a minha liberdade de ir e vir, ele já fez isso quando estávamos juntos, não posso permitir que continue fazendo isso agora que nós terminamos.

– Eu não vou deixar você sozinha Sakura. – Sasuke se exaltou. – Eu não vou ficar tranquilo sabendo que esse cara pode aparecer há qualquer momento e fazer algo contra você. Pode dizer o que quiser, eu não me sinto confortável com isso.

– Engraçado. – Sakura deu uma risada. – Quando chegou à casa da Hinata sua preocupação seria com a minha reação quando soubesse que o Sasori está solto, mas agora quem está se desesperando é você.

– Eu não estou desesperado. – Sasuke deu de ombros. – É só excesso de preocupação e medo. Sei que ele deve ficar longe de você enquanto estiver respondendo processo, mas não consigo confiar que isso vá acontecer, e isso me deixa tenso.

– Vai ficar tudo bem. – Sakura pegou a mão de Sasuke, que surpreendeu-se com a atitude, fazendo a garota recuar rapidamente. – Não vou te privar de ficar na minha cola, mas daqui para frente quero me cuidar um pouco sozinha.

– Muito bem. – Sasuke suspirou derrotado. – Mas eu vou estar de olhos bem atentos, além do mais, estarei cem por cento envolvido no processo, então não me impeça de fazer isso. O problema com Sasori se tornou algo pessoal para mim.

– Eu não vou te impedir porque preciso da sua ajuda. – Sakura deu um suspiro. – Mas você não precisa se envolver tanto.

– Você é uma pessoa especial Sakura. – Sasuke desviou o olhar. – Faço questão de dar o melhor de mim para te ajudar.

– Obrigada. – Sakura sorriu gentilmente para Sasuke. – Mudando de assunto, tem algo que queria te falar.

– Estou ouvindo. – Sasuke direcionou seu olhar para a garota.

– Ontem eu conversei com a Shizune, uma médica do hospital psiquiátrico Hyuuga. Há princípio a intenção era apenas realizar uma terapia com ela, mas acabei sendo convidada para ser voluntária no hospital por um tempo. – O sorriso de Sakura desapareceu ao perceber como Sasuke havia ficado tenso ao ouvir suas palavras. – O que foi Sasuke? Eu disse algo de errado?

– Minha mãe. – A expressão de Sasuke mudou de tensa para angustiada. – Ela vive nesse hospital, Sakura.

A situação era algo que já se passava pela mente de Sakura devido às propostas de reabilitação oferecidas pelo local, mas a confirmação vinda por Sasuke fez seu corpo estremecer um pouco devido à tensão da possiblidade de estar ainda mais próxima do passado obscuro do rapaz, mas sua decisão de ser mais forte não seria apenas em relação a sua vida. Sakura estava convicta de que retribuiria tudo que Sasuke lhe fez nos últimos dias, e se realmente tivesse a oportunidade de conhecer sua mãe, ela faria de tudo para ajuda-lo a superar seu passado e restaurar sua família. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Um beijo e até o próximo capítulo!


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