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História Revolução - Os Fins Justificam os Meios


Escrita por: Ochaveiro

Notas do Autor


Olá, seja bem vindo amigo (a)!
Espero que o conteúdo dessa estória te agrade e seja divertida a leitura!
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Capítulo 10 - Os Fins Justificam os Meios


Fanfic / Fanfiction Revolução - Os Fins Justificam os Meios

Ainda estava meio que fora do ar, tendo dificuldade em acreditar no que meus olhos, incrédulos, viram. Quando chegamos nos Campos Aliens, era nítido que uma intensa batalha ali foi travada. Concreto queimado, imensas placas de metal retorcidas e um enorme vazio... como se alguma parte daquele lugar tivesse deixado de existir.

Tudo ali era meio que surreal, difícil de descrever. Eu poderia até associar com algo de nossa realidade, mas ainda assim ficaria distante demais do que, de fato, vi. Sendo bem sincera nunca tinha vindo para a superfície, e em minha imaginação idealizava de uma outra forma, mais lúdico, como nos contos que ouvia quando criança, na integração.

 

Mas como o acordar repentino de um sonho bom, minha fantasia de esperança foi se frustrando, ao contemplar o céu cinza chumbo e pedaços de criaturas inumanas, que se espalhavam em meio a destruição.

Todo o exército estava atemorizado, homens armados até os dentes, posicionados em seus blindados e aeronaves. Acostumados com esse mundo caótico, olhavam espantados, perguntando uns aos outros, sem pronunciar uma única palavra, o que havia acontecido.

Minha alma inquieta, não deixava meus lábios em paz, era um tique, talvez uma alto defesa psicológica que meu corpo produz para aliviar a tensão. Tensão em procurar e ainda não ter encontrado Ivan, Bjorn e... Nicolas.

Para falar a verdade não foi eu quem os encontrou, mas fui eu quem os trouxe para casa, cumprindo as ordens do capitão Cláudio. Nossa missão de resgate foi um sucesso, sem precisar disparar um tiro encontramos nossos soldados se agarrando a vida.     

Até agora não falei com nenhum deles, tão pouco os toquei, estavam em estado crítico. Assim que chegamos, de volta a colônia, eles foram direto para o pronto atendimento. Eu os acompanhei pelos corredores apertados do hospital, fui eu quem trouxe as macas e fui eu quem tranquilizou tia Patrícia, quando a mesma viu o seu filho entubado, deitado em uma fria prancha de ferro.

Permaneci assistindo todo o procedimento médico, através do vidro embasado. Vi os médicos usarem toda a tecnologia disponível para enxertarem novos braços cibernéticos em Ivan.

Meus pensamentos, sem resposta, buscavam, uma explicação. Quem poderia ter feito isso com o Russo? De longe ele era o cara mais sinistro que conheci em toda a minha vida, foi capaz de subjugar Nick, que usava a AEQUUS.

- Marcia, o que aconteceu com o nosso Nick? – Me deparei com os olhos mareados de uma mãe preocupada, buscando a resposta que eu não tinha para dar.

- Não sei tia.., - Nicolas era um cachorro louco, uma vez diante de seu alvo a única coisa capaz de pará-lo é a morte. – Mas acho que esses homens mudaram o mundo. – essa foi a única conclusão que chequei depois de tudo que vi, os ventos que impulsionam essa guerra contra a nossa embarcação estavam prestes a mudar.

- Você acha filha? – tia Patrícia juntou as mãos em uma forma involuntária de demonstrar esperança.

- Tenho certeza! – e não foi no nascer do sol, ou nas nuvens, que desenham no céu conforme nossa imaginação, mas, foi nos olhos de uma mãe que eu encontrei a esperança, que.... há muito tempo, andava sumida.

- Professor Carlos, eu queria... – tia Patrícia correu atrás do homem de cabelo desgrenhado, óculos fundo de garrafa e postura encurvada, buscava uma informação que a orientasse.

- O professor Carlos é assim mesmo tia, desligado do mundo. – ela deu de ombros e passou a assistir a atuação do diretor de saúde da colônia.

Professor Carlos andava de um lado para o outro, ajeitava os óculos fundo de garrafa para conferir os braços de Ivan, desengrenhava seus cabelos ainda mais ao olhar para Nick e Bjorn. Ele gesticulava para as enfermeiras deixando-as muito nervosas e agitadas.

O professor leva a mão em um de seus casacos e atende um rádio comunicador. Quando as enfermeiras o veem fazendo isso, dão o troco por sua grosseria. A força o conduziram para fora do centro cirúrgico, pois o campo magnético do comunicador poderia interferir nos equipamentos médicos, de composição eletrônica.

- Professor Carlos! – Tia patrícia, aproveitando a oportunidade para obter informação abordou o Professor. – Como eles estão? -  a grosseria do velho se estendia até a uma mãe aflita, pois ele permanecia falando ao comunicador. – Doutor eu preciso... – mais uma vez a tia Patrícia foi interrompida, agora pela mão do professor Carlos que estendida pedia para que ela esperasse.  

- Chega! – foi a gota d`água pra mim, segurei nos dedos magros e cumpridos do professor e os torci obrigando, agora pela dor, que ele nos desse atenção.

- Tenente porque tanta violência? – com o corpo todo retorcido e a postura ainda mais errada do que nunca ele, me olhava assustado.

- Agora temos sua atenção não é mesmo?! – ele massageava os dedos torcidos, e mesmo tendo os olhos escondido por trás dos óculos fundo de garrafa pude ver que ele estava assustado.

- Doutor como eles estão? – enfim tia Patrícia pode perguntar.

- Estão se recuperando, assombrosamente. – disse o professor, ajeitando seu jaleco, retomando a postura de homem da ciência. – Ivan é um milagre vivo, a vontade de viver daquele homem é surpreendente, logo estará de volta com novos braços.

- Ai que bom. – tia Patrícia estava feliz pelo Russo, mas não era essa notícia que ela esperava.

- Bjorn estava morto quando chegou aqui, sem pulso algum, porem notamos que a Potis, acoplada a sua coluna vertebral começou a pulsar energia, de maneira que ressuscitou o homem. Seu quadro clinico melhora assustadoramente. – o Professor estava realmente empolgado com que dizia, porem ele viu que ainda faltava uma notícia para a mulher que o olhava ansiosa. – Da mesma forma Nicolas, ele chegou aqui com o maxilar quebrado e muitas lesões internas. – o professor passava a mão pelo rosto procurando alguma explicação. – Eu não sei explicar como, mas o maxilar e todas suas lesões internas estão voltando ao normal sozinhas.

- Graças a Deus. – tia Patrícia fechou os olhos e juntou as mãos em forma de agradecimento. – E minha outra filha, Sofia, o senhor sabe alguma coisa?

- Infelizmente não. – ele respirou fundo ao dar a resposta, pronta. – Mas o Capitão Cláudio está no local com uma equipe de busca, procurando por mais informações.

- Fique calma tia... – eu a abracei. – Tudo vai dar certo.

- Tenente Marcia.

- Pode falar professor.

- Tenho ordens para levar a senhora comigo até a sala de comando – eu olhei para tia Patrícia e não precisou dizer nada, pois ela entendeu.

- Pode ir filha. – eu não queria deixa-la sozinha, mas eu precisava colocar minha cabeça em ordem, saber o que estava acontecendo.

 

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Passamos pelos corredores apertados do consultório, indo em direção a saída. O centro médico fica na parte média da colônia 55/11. É nesse andar que todo o centro operacional está situado é como se fosse o coração da colônia.

Geralmente esse andar é bem organizado, bom... na medida do possível, toda a colônia é, porem pelos fatos históricos do dia de hoje havia gente correndo para todos os lados, o Capitão Cláudio havia decretado código vermelho, protocolo acionado em caso de invasão. Foi esse o meio que achamos para deixar todos em estado de alerta, caso nossa operação de resgate fosse frustrada, nunca havíamos feito frente aos aliens, bom o mundo tentou fazer isso um dia e quase entramos em extinção.

Para a minha surpresa o centro de comando estava em festa, foi então que notei que todo aquele alvoroço na colônia era porque todos estavam felizes, em fim uma vitória eles diziam. Foi ai que a fixa caiu e eu não pude conter o riso.

Engraçado que o professor Carlos permanecia calado, com tensão em sua face, entramos na sala de comando. Ele parou de frente para uma parede, levantou os óculos e uma luz saiu de um ponto onde seus olhos esbugalhados se aproximaram, a própria parede sofreu um sobressalto abrindo, revelando um elevador.

- Onde isso vai dar? – perguntei curiosa.

- Em algum lugar da colônia... – o elevador era relativamente grande para os padrões do que existe hoje, caberia fácil umas 10 pessoas. – Quem pediu minha presença?

- Capitão Otávio. – na ausência do capitão Cláudio, pois ficou com o exército mantendo a posição conquistada nos campos Aliens, foi o capitão da colônia 55/21 que assumiu o comando.

- Ele não disse do que se tratava?

- Acho melhor você ver com seus próprios olhos... pois ainda não sei como explicar.

As portas do elevador se abriram revelando um significativo laboratório, logo percebi que era o centro de tecnologia da colônia, um pensamento solto e fora de contexto passou pela minha cabeça, cogitei se em minha colônia também possuía uma instalação como essa.

Várias divisões, algumas de componentes eletrônicos, outros de armamentos e até compartimentos médicos, talvez na busca de estudo para remédios e veneno eu ouvi rumores que armas químicas estavam sendo desenvolvidas, especificas para a biologia dos aléns.

Alguns passos mais a frente assim que terminou as seções de desenvolvimento e pesquisa, estava o estande de teste, um aquário gigante com 10 camadas de vidro blindado de 42 mm, forte o bastante para resistir uma explosão.

- O que é isso? – Perguntei assustada.

- Eu também não sei. – diante do que via, não notei a presença do capitão Otavio.

- O que é não temos uma resposta ainda. – disse o professor. – Mas posso dizer quem é, ou um dia foi. – o crânio da criatura possuía alguns fios longos de cabelo, uma leve íris nos grandes olhos amarelado, o corpo totalmente defeituoso lembrava em parte um ser humano.

- Então diga logo professor! – o capitão também estava estarrecido com o que testemunhava, o ser humanoide rugia com os dentes serrilhados a mostra, preso, nos pés e nas mãos, por algemas magnetizadas o mantinha cativo a placa de aço.

- Creio que todas essas espécies que encontramos, partindo desta que deve ter parado pela metade em sua transformação, seja um de nós... um humano.

- E quem seria esse? – a criatura gritava, com um olhar perdido nos procurava.

- Creio que essa seja Sofia, a irmã do portador da Aequus. – pela primeira vez vi capitão Otávio se abalar com uma notícia, ele levou as mãos ao rosto e socou o vidro em seguida, o barulho abafado fez com o que sobrou de Sofia nos olhasse.

- Sofia... – tentei encontrar aquela adorável criança, além da aparência, por entre os olhos amarelo fosco, vi uma lágrima escorrer, talvez entre os gritos e grunhidos um lampejo de consciência.

- O que vamos fazer? – o capitão estava totalmente perdido. – Nicolas não vai querer prosseguir com a missão se souber que sua irmã está neste estado.

- E justamente agora, que tivemos esse lampejo de esperança. – acrescentou o professor. – Para a operação noite escura ser bem-sucedida precisaremos de todas as armaduras.

- Esse estado que Sofia se encontra é reversivo professor? – o velho desgrenhado levantou as mãos sem saber o que dizer.

- Tudo é possível, mas precisamos estudar mais para afirmar.

- Ok, vamos dá-la como morta então! – todos me olharam assustados. – Nick precisa prosseguir, a dor da perda da irmã, vai ser mais fácil de superar do que vê-la desse jeito. – tanto o professor quanto o capitão ficaram um curto tempo parados trocando olhares, até que o capitão Otávio rompeu o silencio.

- Como faremos isso?

- Bjorn, Ivan e Nick vieram desacordados para a colônia, vamos dizer que encontramos um corpo totalmente desfigurado e que os testes de D.N.A condizem com o de sua irmã.

- Podemos pegar um cadáver do necrotério. – complementou o professor. – Infelizmente a mortalidade por doenças aqui na colônia é alta, vamos encontrar alguém da idade dela. – ele ajeitava os óculos, tentando se conter diante daquele plano sórdido. – Posso acrescentar alguns medicamentos ao defunto que ao entrar em contato com a pele causa deformidade total.

 

- Ótimo faça isso. – eu estava nervosa por isso mordia os lábios. – Nós vamos dar a noticia a família.

 

 

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Para que o plano tivesse mais veracidade submetemos tia Patrícia a uma coleta de sangue, em fim demos a ela nossa mentira, como esperado ela e todos que arriscaram a vida para salvar Sofia sofreram pela falsa morte da garota.

Como o professor havia dito Nick e Bjorn estavam bem, um pouco debilitados mas a armadura que portavam os curava, Ivan era o milagre ali, ainda se adaptando aos seus novos braços, estava em uma cadeira de rodas diante do crematório.

Nick embalou tia Patrícia em seus braços, compartilhando da dor incurável dos queridos que se vão. Eu me aproximei e tentei conforta-los, mesmo sabendo que toda essa dor era eu quem causava. Como um flagelo para minha alma eles foram recíprocos ao meu verdade ou fingido amor, já não sei mais dizer.

- Por favor. – Bjorn tomou a palavra. – Sei que é difícil encarar a mais dura das verdades. – Capitão Otávio ao lado de Ivan, permaneciam em silencio. – Digo isso por conhecimento de causa, muitos daqueles que amei, daqueles que percebi tarde mais que deveria ter amado se foram. – Nick procurou um aconchego em meu abraço. – Essa não a minha primeira vez em face da morte, e é nesse momento que desejaríamos por um segundo voltar ao início e fazer tudo diferente. É nessas horas que pensamos que talvez uma palavra dita de uma outra forma pudesse mudar o futuro, que se concretiza no agora. – eu estava morrendo por dentro. – Mas infelizmente ou felizmente não podemos mudar o passado, como consolo temos o futuro novinho a nossa frente, pronto para ser semeado com o melhor de nós. – era difícil segurar as lágrimas. – Por isso por mais difícil que seja, deixemos Sofia partir em paz, e segamos com a esperança que vemos no olhar de cada criança desta colônia, esperança que provavelmente veríamos nos olhos dela... esperança de um novo amanhã.

Junto ao cachão Nick e ti Patrícia colocaram as coisinhas que a eles eram importantes, tia Patrícia os sapatinhos de tricô feito a mão para o dia de seu nascimento. Nicolas uma foto dele com a irmã, no dia que ele se alistou na F.R.B.

Era a maneira de deixa-la ir, o fogo consumiu as lembranças da irmã ainda viva. Aos poucos todos deixaram o lugar, eu acompanhava a família quando senti algo frio segurar a minha mão, ao me virar vi Ivan sentado a cadeira de rodas, com uma certa dificuldade motora ele fez um gesto para que eu me aproximasse pois queria dizer algo em secreto, próximo ao meu ouvido ele sussurrou.

- Os fins Justificam os meios... vamos ganhar essa guerra!

 


Notas Finais


Obrigado Galera, por terem lido até aqui. Me acrescenta muito quando Vocês leêm e deixam seu comentário, Crítico mesmo, rs. Quero escrever cada vez melhor e só tenho a agradecer a todos vocês que me ajudam demais nessa caminhada!

Responderei a todos os comentários!


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