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História Rica Dignidade - Despedidas Temporarias


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


Olá meus anjos, "que anjo nada olha essa demora", bem, posso explicar: eu viajei no final do ano e quando voltei estava com um bloqueio criativo terrível, tem gente que acha que isso é besteira, mas quem escreve sabe o quanto bloqueio é uma coisa horrível, nós tentamos sentar e se concentrar para escrever algo, mas nada presta, entende? Enfim, eu espero mesmo que me perdoem, assim espero também que perdoem os erros (que devem ter bastante), já que meu Word estragou (estou cuidando disso).

Chega de bláblá, aproveitem.

Capítulo 21 - Despedidas Temporarias


20 de abril de 2015 – 20:54

Surpresa. Se existe algo que algumas pessoas sabem fazer, é surpreender. Em qualquer lugar do mundo, a qualquer hora no relógio, alguém está surpreendendo e alguém está sendo surpreendido. É incrível o dom de saber adivinhar o que deixará outro ser como você, feliz. É difícil acertar, os que surpreendem são únicos, assim como são poucos, exatamente pelo fato de que para surpreender, você precisa se arriscar. O mundo não quer se arriscar e pessoas gostam de viver em seus confortos, nunca saem da toca para enfrentar uma nova experiência. Mas a verdade é que, uma vez que você fascina alguém, apenas uma vez que consegue tirar aquele sorriso espontâneo e coração acelerado de uma pessoa, seu extinto é nunca mais parar, porque é tão encantadora a gratidão que recebe de volta, que quer senti-la para sempre.

Killian Jones surpreende. Eu sou a surpreendida.

Quem diria que depois de um "No meu país é tradição, se está sozinho no ano novo, beije um desconhecido", estaríamos onde estamos hoje. Não somos desconhecidos, mas se pudesse, eu desconheceria Jones todos os dias, apenas para poder conhecê-lo novamente.

- Meu Deus... isso dói muito – esfrego as mãos em minha cabeça, sem medo de deixar meu cabelo todo bagunçado.

- Emma, olhe para mim. Isso... agora respire fundo. Eu vou até farmácia e compro um remédio de dor de cabeça para você, tudo bem? E nem me mande pedir um por telefone, eles demoram demais.

- Killian, de verdade, não precisa disso, é só uma dor de cabeça como todas as outras. Bem, particularmente mais forte, mas ainda assim, como todas as outras.

Extremamente injusto. A vida está sendo injusta comigo, por que diabos um dia depois de ser pedida em namoro, ganho essa baita dor de cabeça? Eu não pedi por isso.

Jones aperta meu ombro e me encara, sério.

- Sabe o que é isso senhorita Emma? Estresse. Eu te proíbo de pensar em sua mudança para Miami antes da hora. Você está muito nervosa com tudo isso, precisa relaxar.

- Ah ótimo! E como você sabe disse, doutor Jones?

- Emma, isso no seu ombro indica tensão muscular. Um clássico. Não é muito difícil de se imaginar.

- E o que isso – aponto para meu ombro. – Tem a ver com isso? – levo o dedo à minha cabeça.

- Como eu já disse, estresse. Estresse emocional. Vamos fazer assim, eu vou até a farmácia, compro seu remédio, enquanto isso você entra na banheira e eu posso fazer uma massagem em você, sim?

Penso por longos e longos segundos. Não é uma má ideia, na verdade, é uma das ótimas.

- Você tem certeza que está tudo bem para você fazer isso?

- Anjo, é claro que sim, que outras pessoas eu tenho para cuidar se não for minha própria família? E apesar de não ser muito bom nisso, eu tento.

Sorrio com sua declaração. Eu sou de família, aparentemente.

- Do que você está falando? Olhe só o que está fazendo por mim, veja como sempre está ao lado de seu pai. Você é ótimo.

- Eu preciso ir, temos que resolver essa dor logo. Serei rápido.

- Certo – respondo pouco depois, mesmo sabendo que provavelmente ele já está descendo as escadas.

Me lembro da primeira vez que Jones veio em minha casa. Ele me perguntou se "eu estava com medo", depois de tê-lo chamado para subir, eu respondi com um simples "eu deveria?" e ele disse que não se referia a ele. Ou quando seu telefone tocou com o nome "Dlog" e foi como se tivessem colado nuvens pretas em cima de sua cabeça. Killian as vezes costuma ser tão estranho, quem acaba de o conhecer, jamais pode imaginar o quão doce ele realmente é. Suas atitudes deixam extremamente transparente seu amor pelas pessoas ao seu redor, seu cuidado e medo de perdê-las. Ele é misterioso, mas descobri ultimamente, que ele é um mistério que eu adoraria desvendar.

Faço o que Jones pediu e sigo para a banheira. Deixo enchendo com água morna por alguns minutos e me certifico que a porta está fechada para o vapor não sair. Acrescento as lavandas que costumo usar, me dispo e entro, fechando meus olhos ao sentir meus pés tocando a água, e logo mergulho todo meu corpo. Realmente, essa foi uma ótima ideia, fico ciente disso quando fecho meus olhos e juro que posso dormir aqui mesmo.

- Já está bem relaxada, talvez nem precise mais de meus serviços.

Abro meus olhos e eles reclamam da claridade da luz, o que me faz fechá-los novamente. Aprofundei tanto em meus pensamentos que nem mesmo vi quando Killian chegou, e posso concluir que pensei por longos minutos.

- Estou curiosa em sua massagem, acho que deve fazê-la.

- Não antes de tomar esse remédio. – pego a pílula e o copo de água da mão de Jones e viro tudo de uma vez só. Se é para melhorar, façamos isso então.

Observo Jones levar o copo para a pia e apagar a luz do banheiro, deixando apenas os leds amarelos ligados e fracos.

- Isso é tão romântico – provoco.

- Eu sei, não consigo evitar – ele se gaba. – Feche os olhos e relaxe.

- Você não disse que eu já estava relaxada?

- E estava, antes de me ver novamente. Agora, silêncio.

Por que sou tão transparente ao lado de Killian? Essa é uma pergunta que eu gostaria mesmo de uma resposta. É difícil algo passar despercebido por seus olhos azuis.

Ouço o banquinho sendo puxado e logo sinto as mãos de Jones sobre meus ombros, o que me faz ter um espasmo. Não importa o quanto eu esteja preparada psicologicamente para receber seu toque, eu não vou estar o suficiente.

- Shiii, está tudo bem.

Me concentro em me soltar como ele pediu e encosto a cabeça na almofada da banheira. Suas mãos sobem e descem em meus braços e quando volta para meus ombros ele os pressiona com força o suficiente para que eu possa sentir a tesão ao qual ele falava.

Isso é bom.

- Quando eu era pequeno – Killian pega um de meus pés e começa a massageá-lo. – Eu costumava sentir dores de cabeça, como a sua, e minha mãe sempre me dava um remédio, mas ela não achava o suficiente.

Mantenho meus olhos fechados enquanto ouço a história de Jones e aproveito de suas maravilhosas mãos brincando com meu pé.

- Por instinto, eu sempre apagava a luz e me deitava em minha cama, no escuro. Minutos depois minha mãe entrava no quarto e massageava minhas costas, depois meus pés... – ele troca de perna. – Ela dizia que a dor de cabeça era o estresse do dia a dia, quando não era algo no estômago. Por isso da massagem. Sempre melhorava.

- Todas as vezes? – pergunto.

- Quase todas. Bem, eu sempre dormia, mas ela nunca me deixava dormir se não tomasse algum chá antes disso. Eu acordava curado.

- E você está fazendo a mesma coisa comigo.

- Por tudo o que está fazendo comigo, isso é um dos agradecimentos.

- Mas eu não estou fazendo nada.

- Ah você está.

Killian vem para o lado da banheira e se encosta na borda, tirando alguns fios de cabelo do meu rosto. Olho para seus olhos e vejo o brilho que eles possuem nesse momento. Um brilho... diferente.

- Venha comigo para Miami – sussurro e Jones fecha a cara para mim. Eu não deveria falar sobre isso.

- É isso que te preocupa? Você não consegue esquecer isso, não é?

- Às vezes sim, mas eu seu lado... se mude comigo para Miami.

- Eu estou olhando para o agora, você está aqui em minha frente, em uma banheira, nua e com um anel em seu dedo, que por incrível que pareça, é meu. Eu não preciso de mais nada, mas você está atrapalhando minhas boas vibrações com esse assunto.

Desço meu olhar para o anel, então para a tatuagem, analisaria os de Jones se não estivesse imerso na água acariciando meu joelho.

- Se eu te pedisse para dormir a essa hora comigo, você dormiria?

- Sem sombras de dúvidas, mas antes, vamos terminar essa massagem em seu ombro.

[...]

Os dias começaram a passar super rápido a partir dai. Killian e eu começamos a nos tornar o típico casal "perfeito", aqueles que fazem os outros casais babarem ao olharem e verem os sorrisos brilhantes em suas bocas. Eu jamais havia estado em um relacionamento tão saudável como esse, tão alegre e verdadeiro, era o único em minha vida e com certeza o primeiro e último.

Regina e Jones não possuem o tipo de amizade que se espera ver de pessoas como eles, que tinham tudo para dar certo. Tenho medo e certeza de que isso tem relação com os acontecidos passados com Graham, claramente Mills ainda sente culpa por "estragar" nossa relação e manter um relacionamento com o noivo de sua melhor amiga, deve ser exatamente por esse motivo que ela se mantém tão afastada de Killian.

Robin. Ah esse Robin, conseguiu enlaçar o coração de Regina em menos de um mês, e isso para ela é um recorde. Me sinto claro, extremamente mal por ter apresentado os dois, afinal, eles terão que se separar, assim como eu e Jones, e isso é dolorido, dor era a última coisa que queria causar em minha amiga. Eles dois estavam sempre saindo para jantares e lugares divertidos, quando voltavam ficavam na cobertura do prédio conversando. Resumindo, em dias eles conseguiram acender o fogo da paixão que muitos casais demoram meses, ou anos, para acender.

Fiquei extremamente surpresa quando fui pedida em namoro e as crises de Jones cessaram depois que disse "sim". As vezes seu olhar ainda parece perdido e ele parece distante, talvez até com medo? Sua relação com seu pai geralmente é a mesma, uma grande proteção vindo da parte dele, o que não é difícil de entender, já que é a única família que lhe restou.

Depois de muitas conversas, a data da minha ida definitiva para Miami está enfim marcada, e para minha tristeza, não poderia estar mais próxima: primeiro de janeiro, ou seja, passarei a virada do ano me despedindo das pessoas que amo. Eu até poderia estar cogitando desistir, mas depois da conversa que tive com meu pai, fazer isso seria loucura, esse parece ser meu destino.

É triste sim saber que a cada dia, a cada toque, a cada momento novo que passo com Jones, eu estou me apegando mais a ele e logo isso irá acabar, eu terei mesmo que ir e a viagem que irei fazer com meu pai será um teste, ou melhor, uma amostra grátis de estar longe do homem ao qual estou apaixonada.

Eu queria poder entender porque ele não pode se mudar comigo, mas parece que o mesmo não está disposto a me explicar.

08 de maio de 2015 - 06:46

Killian's POV

Nunca em uma vida eu poderia imaginar o quão difícil isso pode ser. Lutar quando contra si mesmo. Não, não, eu poderia ter uma noção, mas não dessa maneira.

A incrível sensação ter em sua frente a mais magnífica visão e não poder tocar é extremamente sufocante. Emma Swan pode ser comparada a um anjo sem grandes problemas. Ela possui a perfeição por completa, desde o coração espetacular até o exterior, sem uma falha sequer.

Eu posso ver em seus olhos o grande coração, os grandes projetos de fazer as mudanças acontecerem. Posso sentir sua vontade de amar. Suas expressões falam mais que mil palavras que ela pudesse vir a falar. Seus lábios transmitem paixão. Seu sorriso fala por si e suas atitudes a descobrem por inteiro.

Estar com Emma é como flutuar e vagar pelo espaço sideral, tudo parece perfeito, não existem problemas sociais e nem prisões emocionais, apenas nossos corpos conversando entre si. Eles se entendem.

Se um dia nos separarmos, na imensidão do espaço eu ficarei perdido.

E engraçado, nós vamos.

Sentimentos como esse não costumam fazer parte de mim, mas agora parece inevitável, agora parece deprimente o fato de ter bloqueado o amor quando perdi as pessoas que costumava amar. Nós não paramos de amar quando perdemos, continuamos amando. Mas esse é o meu medo, se perder mais alguém, serei incapaz de saber o que é amar outra pessoa.

São incontáveis as vezes que Emma me pediu para me mudar com ela para Miami, incontáveis. Ela pensa que eu não vou porque não quero ou porque simplesmente não faço questão, mas mal sabe que cada "não" que digo, é como estar enfiando uma faca em meu próprio peito. Eu queria poder ir, queria mesmo estar ao seu lado e vê-la crescer dessa maneira.

Queria tê-la para sempre.

Swan para e toma um ar, me lançando um olhar que eu reconheço muito bem "tenha piedade", é o que claramente eles dizem.

- Você foi ótima - me encosto no aparelho de maneira que possa ver seu rosto iluminado pelos raios de sol.

- Verdade? Quantos minutos eu fiquei aqui então? - Emma seca o suor de sua testa.

Quando disse a Swan que ela poderia ver meu treino um dia, ela se dispôs a fazer o mesmo em menores quantidades. Eu disse que isso seria difícil já que ela nunca tinha pisado em uma academia antes, então cinco minutos depois ela estava morrendo nos exercícios para iniciantes.

- Dois?

- Você não estava prestando atenção Jones - segura meu rosto com as duas mãos. - Diz pra mim no que estava pensando.

- Em você. Aliás, você deveria saber que é extremamente provocativo esse seu topzinho.

Swan olha para sua roupa e o suor de sua testa, que ia diretamente para seu pescoço, muda de percurso para o colo de seus seios. Isso é extremamente ilegal.

- Me certificarei que não o usarei mais então - Swan providência um beijo em minha boca, fazendo pessoas nos olharem de canto de olho.

- Faça o que você quiser - sorrio e sinto novamente seus lábios em meus dentes. - Por que sempre estamos em público?

- Nós podemos mudar isso, estamos perto da sua c...

Mais uma vez o celular de Emma toca, como sempre. O sinto vibrar em minhas mãos e o entrego fazendo careta. Ela ameaça não atender mas insisto, dizendo que pode ser algo importante.

- É Clark! Vou colocar no viva voz - Swan avisa. - Emma Swan.

- Emma! Sabe o que aconteceu? Depois que você veio até a minha casa e me ajudou com toda aquela bagunça, as coisas pareceram mesmo funcionar. Sabe, o gato da vizinha parou de furar meu jardim e o entregador de jornal enfim parou de jogar os jornais em cima das minhas mudas.

- Clark, oi! Sabe que sinto sua falta não é? Pensei que talvez tivesse me esquecido.

- Esquecer você? Não faria isso. Sei que está com meu sobrinho idiota agora. Sabe, já escrevi tudo naquele caderno, achei que deveria saber. Aliás, lembra-se do dia que duvidou de minhas palavras? Espero que esteja pagando com a língua.

- Eu estou ouvindo você tio - comento próximo ao auto falante.

- Ótimo, ótimo, não tem problema! Você continua um idiota Killian. Venham aqui hoje à noite, jantar comigo e minha família... de plantas - fez-se uma pausa. - Eu não acredito que esses médicos insistem que faça isso.

- Taque fogo nesses coisas, seja livre homem.

- Killian! - sinto o soco de Emma em meu braço.

- Tudo bem Emma, acabei de comentar o quanto tenho um sobrinho idiota. Ele não sabe como curtir a vida, tem medo de sair da mesmice. De qualquer maneira, espero que coloque um pouco de responsabilidade nessa cabeça de vento.

- Ei, isso não é verdade.

- Clark, tenho que concordar com Killian, se tem uma coisa que ele não vive, é na mesmice - Emma fala em minha defesa.

- Ah, só concorda com ele porque agora vocês...

- Então - o interrompo sabendo que viram besteiras na frente. - O que ia dizendo antes disso?

- Para jantarem comigo. Der.

- Ah eu não posso hoje, me desculpe se não te falei Clark, Regina está indo embora, vou levá-la ao aeroporto e ficarei lá até a hora do meu voou até Miami, que na verdade é quase na mesma hora.

A viagem... já sinto falta de nossas conversas antes mesmo dela estar dentro de uma avião.

- Tudo horrível se não querem vir, eu não esperava que aceitassem mesmo. E não, eu não estou nem um pouco magoado, se é o que estão pensando.

- Eu posso tio. Posso pegar meu pai e nós vamos depois que Emma já estiver nas alturas.

- Me desculpe mesmo por não poder Clark.

- Tudo bem... Ei! Você! Sai do meu canteiro - Clark grita. - Eu não acredito que esse gato... Sai! Preciso desligar.

E ele desligou.

Encaro Emma, que continua extremamente maravilhosa, mesmo com o cabelo colado em sua testa pelo suor.

- Então é hoje.

- É só uma semana anjo, vai passar rápido, prometo.

[...]

A imensidão do aeroporto em minha frente apenas me confirma o quanto eu sentirei falta de Emma. Como sentirei. Ela esteve em casa um tempo com suas amigas para poder arrumar suas malas e ter suas últimas horas com Regina, e nesse pouco tempo eu pude perceber o quanto ela voltou abalada, seus olhos estão vermelhos e um pouco inchados, em uma tentativa falha de esconder que estava mesmo chorando.

Não deve ser fácil para ela, nem para Tinker, ter que se despedir de uma pessoa tão importante na vida das duas, mas Deus, Robin parece ser o mais abalado! Ele falou na ida de Regina durante uma semana inteira, vivia me perguntando lugares para levá-la, maneiras de demonstrar o quanto ele se importa com a mesma, como a vez que a deu flores, ou quando fez um lindo jantar só para ela e depois recitou um poema, um poema... é engraçado o fato de que ambos se apaixonaram tão rápido, sim, os dois, porque é perceptível o brilho no olhar de Mills quando fala dele.

Mary nem mesmo quis vir conosco se despedir, ela apenas ficou abalada no sofá dizendo que odeia despedidas e queria imaginar que mais tarde o marido estaria de volta para casa falando de algo importante do trabalho. John está tranquilo, na verdade, está feliz, ele não para de falar o quanto queria poder ir com eles para ajudá-los a ver um ótimo apartamento para Emma, ele, diferente de mim, está ciente de que essa ainda não é a viagem definitiva e que Swan e Nolan estarão de volta em uma semana.

- Emminha você tem que me prometer que trará uma ótima lembrança de Miami, tipo, sério, se não trouxer eu vou ficar muito brava com você.

- Tink, eu vou trazer para você muitos presentes, muitos mesmo, você nem mesmo vai ter lugar para guarda todas as baboseiras que irei dar a você. E quando eu me mudar, você vai me visitar, não precisa contar apenas comigo - Emma deu um sorriso amarelo a amiga e a abraçou pela décima vez.

- Eu estou bem, não preciso de nada de Miami, aliás, não é como se tivesse mesmo jeito de você me dar algo.

- Ah Regina... - eu posso jurar que Emma fez de tudo para segurar suas lágrimas, mas não deu conta.

-  E você, como está se sentindo com tudo isso? - Robin me cutuca e me puxa para um lugar mais afastado.

- Tudo isso o que?

- Tudo isso o que Killian? Emma se mudar para Miami.

- Ah isso... bem... não é bem um assunto que podemos falar aqui mas, - sussurro e ele se aproxima para ouvir melhor. -, estou triste, sim claro que estou, porém, você sabe que não posso confiar em Dlog, eu não confio nele e nem em seus cachorrinhos mandados, entende? A minha tristeza ainda não conseguiu superar minha alegria, mas quando ela me pede para ir junto, ah... isso acaba comigo.

- E por que você não pode ir Killian? O que te segura em Nova York? Você já pagou sua dívida, seu trabalho de agiota já era, só falta pegar seu pai e voar, na verdade isso é exatamente o que...

- Robin. O meu lucro está em Nova York, eu não deixei a agiotagem ainda, se eu sair daqui...

- Homens - Regina interrompe e temo que o susto que Robin levou a deixe desconfiada de algo, porque se ela tiver ouvido, estamos mesmo em uma rua difícil de sair.

- Algum problema amor? - pergunto enquanto me viro para ver seu sorriso inseguro e Robin me acotovela no braço.

- Eu que pergunto, algum problema com vocês? Tudo bem com você Robin? - ele pula seu olhar para cada um de nós de um e um segundo.

- Que cara é essa Regina? Não confia em Robin? - brinco.

- Robin, pode me esperar sentado querido? Precisamos conversar, pode ir, eu já vou.

Merda. Eu conheço muito bem esse tipo de desculpa e desculpas como essa, exigem conversas sérias que muitas da vezes envolvem ameaças, mas claro, Regina não teria motivo algum para me ameaçar de algo, teria? É claro que não, eu sempre fui um ótimo amigo com ela, mesmo que estivesse na cara de que ela não estava muito interessada nisso.

- Onde está Emma? - tento quebrar o gelo.

- Sabe, é exatamente sobre isso que quero falar com você, querido amigo Killian Jones. Entente que você tem todo esse ar de confiante e tudo mais, usa esses ternos bem gomados e esse cabelo bem organizado, sempre está assim, não é? - Regina acaricia meu terno e dou a ela um sorriso, ela não me intimida.

- Fico feliz que goste Regina. Os ternos são sim sempre bem gomados, serviços da minha magnífica ajudante Milah, ela é ótima. Aliás, você também é extremamente confiante, acho que enfim achamos algo que mostra que não somos tão diferentes, sim? Mas sempre ouvi dizer que confiança demais nos leva a pensar coisas malucas e, as vezes passar vergonha - foco em seus olhos. - Por isso tento me manter em equilíbrio.

- Entendo... vê Killian, eu posso ser dura e chata, mas eu tenho algumas qualidades e, além de tudo, eu trabalho em uma prefeitura, sabe como é, existem segredos, inúmeros... muitas da vezes temos que encobri-los, como em toda boa cidade, por esse motivo, todas as pessoas que me rodeiam são como animais quando querem esconder suas comidas, eles escondem tudo de todos, têm esse poder, e eu também sou assim, mas Deus - Regina suspira de uma maneira dramática. - Quando eu mudo de ambiente, é muito bom sentir pessoas verdadeiras, saber que ninguém ali mente pra você e que você pode confiar, consegue acompanhar?

Pigarreio.

- Deixe-me adivinhar, de todas as pessoas, você sentiu que é em mim que não deve confiar? - sorrio. - Segundos atrás eu disse que confiança demais as vezes nos engana Regina, a sua talvez tenha te enganado, já que ela já fez isso uma vez... digo, quando sua experiência e senso de mentiras, não te mostraram que Graham escondia que estava noivo e... tudo isso.

Bang. Tiro certeiro. Todas as armas que Mills apontava para mim, caíram em terra. Eu sinto que sua intensão não é me acusar, ela apenas quer proteger Emma, e Deus, como eu a respeito por isso, mas não posso deixá-la imaginando que algum dia faria algum mau para Swan.

- Desculpe se toquei em sua ferida, não foi minha intensão te relembrar isso, mas você chegou dessa maneira ameaçadora e, bem, eu sei me virar em situações de pressão.

- E não tocou, ainda estou aqui para falar o que ia falar. Killian, você estando com Emma, está ciente de que tem em suas mãos o diamante de muitas pessoas, porque John faria qualquer coisa por ela, David, Mary, Tinker, eu, e tenho certeza de muitas outras pessoas, até mesmo de sua família, como Clark. Onde eu quero chegar é que, tem que protegê-la, tem que cuidar dela.

- Mas Emma não sofre nenhum perigo, por que fala isso?

- Bem, ela não estava exposta a nenhum perigo, mas eu também já ouvi muito sobre ficarmos atentos a novas pessoas que entram em nossas vidas. Temos que ir agora, e aliás, espero que o casamento da noiva que está preparando esteja ficando maravilhoso.

Ótimo.

Isso era tudo que eu precisava mesmo, alguém para desconfiar de mim e que provavelmente sabe sobre meu "trabalho" de "assessor".

Sigo Regina até onde todos estão esperando seu voo ser chamado e então ela toma seu caminho até Robin.

- Ei - sinto um par de braços me abraçar pelas costas. - Regina estava enchendo seu saco? As vezes ela pode parecer ameaçadora, mas acredite, é tudo por uma boa causa.

- Estamos sem se falar desde que entramos no aeroporto e eu já sentia falta da sua voz. Como vamos fazer para resolver isso quando estiver a quilômetros de distância de mim? - seguro seu rosto delicado.

- Vamos utilizar da tecnologia e ligar um para outro, o que acha dessa ideia?

- Emma, Regina já tem que ir agora.

E ela vai, me deixa sozinho novamente e assisto, ao lado dos homens, os abraços demorados que Tinker, Regina e Emma se envolvem. Em certo momento elas começam a chorar e quando enfim parece que tudo acabou, é a vez de Robin, ao qual é perceptível a grande força que faz para não deixar as lágrimas caírem, enquanto Regina, que parece mesmo a mais dura de todos aqui, o abraça e afaga suas costas por longos segundos. De pensar que daqui alguns meses serei eu.

Mesmo depois de nossa conversinha, Mills me envolve em um abraço e me dá um sorriso verdadeiro. Quando ela entra, assistimos o avião andar, até que ele decole e não possamos ver mais nada. Seguimos para o portão de David e Emma, que para minha má sorte, já sendo chamado, o que diminui nosso tempo de despedida, já que tenho que dividir com John e Tinker.

- Vou sentir sua falta, mas prometo ligar todos os dias, certo? Eu não sei bem que horas poderei ligar, mas espero que esteja sempre disponível para mim.

- Eu estarei, a cada segundo, esperando ansiosamente que você se lembre da minha existência, anjo.

- Emma, também tem que se despedir de seu amigo que ficará muito triste sem você por uma semana inteira - John segura em sua mão.

- Essa sou eu! - Tinker reclama.

- Claro, acha que esqueceria vocês? Jamais.

Dou o tempo necessário para que falem o que tenham de falar e logo Swan volta ao meu encontro, já apressada por ver as últimas pessoas passando pelo portão de embarque.

- Me liga - repito e junto nossos lábios, sentindo o quão fria sua boca se encontra. - Está nervosa senhorita Swan?

- Não mais do que o normal.

- Tem medo de voar?

- Não. Tenho medo de morrer e não poder reler meu livro favorito - Emma pega sua bolsa do chão, em seguida beija no seu anel de compromisso, o que me faz sorrir, mas faço o mesmo com o meu.

Ela se afasta e se encontra com David, que a espera na entrada, acenando para quem fica.

- Swan. Se cuida.


Notas Finais


Luas, me digam o que acharam, ficarei feliz em saber. Mil beijos, amo vocês demais. ♥


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