Eles caminharam um tanto impacientes até finalmente avistarem o início de uma vila. Ali haviam diversas casas, a maioria eram enormes e um tanto descuidadas, e a antiga moradia de Cinderella parecia ainda mais macabra. Um dia fora linda, cheia de flores e de vida, mas depois da morte de sua mãe e com a chegada da madrasta e das duas irmãs insuportáveis, o serviço ficou todo nas mãos da morena que acabava ficando sobrecarregada e tendo pouco tempo para cuidar do jardim, se bem que Lady Tremaine odiava plantas e qualquer coisa que carregava um símbolo de vida. Seus vestidos tinham cores escuras e mortas, parecia até mesmo uma eterna viúva, apesar de nunca ter se importado com o falecido marido.
-Victoria mora ali. - Ella aponta para uma casa antiga no vilarejo. - Estávamos fugindo há tantos anos e ontem a noite eu apenas acordei e Henry não estava mais lá, pensei de tudo, até mesmo coisas terríveis baseadas em seu histórico... Com todo respeito, Emma Swan. - A loira engoliu em seco e deu um sorriso fraco.
-Está bem... Isso é passado e graças a Regina eu não fui embora, ela tinha um tipo de psicologia reversa. - gesticula bastante enquanto fala e oferece um sorriso tímido. - E além disso, ele é muito mais corajoso que eu. Ele nunca abandonaria as pessoas que ama, nunca abandonaria suas responsabilidades.
-Você mudou Emma. - A rainha se aproximou da amiga tentando reconfortá-la com um toque sutil em suas costas.
-O show está lindo crianças, mas temos coisas mais importantes para fazer, como resgatar Henry! - Rumple interrompeu com uma expressão nada amigável. Parecia extremamente ansioso e nem um pouco interessado na demonstração de carinho entre as duas.
-Ele tem razão. - Regina avançou em direção a casa assim como todos. Ao chegarem lá, a entrada parecia quieta e abandonada.
-Estamos com sorte, ela parece não estar em casa. - Emma se vangloriou.
-É bom estar certa, Swan. - A morena falou com seriedade e cumplicidade.
-Descobriremos agora. - Rumple desbloqueou a fechadura e entrou na casa.
Estava tudo escuro lá dentro, fazendo com que Regina conjurasse uma bola de fogo para iluminar o caminho. Podia-se arriscar que ninguém mais morava ali, o que indicara a presença de uma alma viva durante algum período do dia era um prato sujo na pia com água, mas realmente parecia vazio naquele instante. Não foi difícil encontrar o sótão, a casa apesar de parecer grande, por dentro era mais compacta e Cinderella sabia exatamente o caminho. Ao subirem uma escada ingrime chegam até a porta do cômodo. Gold e Regina usam magia, mas nada acontece. Logo Emma nota e pega um grampo de seu cabelo pedindo licença. Todos olham com expectativa e ela finalmente parece destrancar.
-Por que a magia não funcionou? - A prefeita pergunta com curiosidade para o mais velho que comprime os lábios um tanto pensativo.
-Isso me parece um jogo. - Semicerrou os olhos.
Todos dão de ombro e quando abrem a porta dão de cara com um Henry amarrado e duas garotas o importunando enquanto Lady Tremaine estava com um sorriso no rosto sentada numa cadeira posicionada no centro do ambiente. Ela lembrava de Regina quando má, mas era muito mais discreta e fazia lembrar uma viúva negra com tal vestido rendado.
-Oh, você acertou, era um jogo. Pena que demoraram... - Sorriu maldosa e pode ver o ódio que causava no grupo. - Vamos dizer que eu ouvi esse pobre "príncipe" falando sozinho e imaginei que ele fosse louco... Até ver isso em sua mão. - Mostra o espelho e o derruba no chão virando apenas cacos.
-Henry! - Regina correu até o filho querendo ajudá-lo a tirar a mordaça.
-Príncipe? - Emma perguntou curiosa.
-Claro, ele é o filho da princesa Emma. - Zombou. - Acha que não sei da história de vocês? Sou muito mais esperta que isso. - E bem, ele se apaixonou justo pela rata que vivia aqui. - Apontou para Cinderella. - Poderia ter sido por uma de minhas filhas, elas são tão lindas, mas não... Ele escolheu a pior! - Rosnou com raiva. - Eu tinha planos desde que ele chegou aqui. Ele casaria com uma de minhas filhas e iríamos para o reino moderno de vocês. Ficaríamos ricas e populares, porém ele teve que arruinar tudo. Então eu precisei achar uma alternativa... - Seu tom demonstrava falsa consideração e diversão com as reações que provocava.
-Qual alternativa? - O olhar de Regina parecia poder queimar qualquer ser naquele instante de tanto ódio que carregava.
-Criar meu próprio reino moderno. - Zomba. - Eu conheço sua fama pela maldição que lançou, na verdade, temos uma versão sua aqui... Sempre tive uma queda pelas más... - Seu tom era um tanto sujestivo, mas isso sumiu logo dando lugar a um olhar vingativo. -Lá serei a dona e tudo que quero se realizará, boa sorte.
-Iremos impedi-lá! - Killian gritou tentando passar confiança. Os heróis sempre venceram, talvez aqui não fosse diferente.
-Oh pirata, vai com calma... Não levante a voz para uma dama. - Ofereceu um sorriso lascivo. - E bem, não há nada que possa fazer, a maldição já está vindo. - Apontou para a janela para que pudessem ver uma fumaça cobrindo o reino.
Emma olhou espantada e ao olhar para o lado não viu Lucy, alargou os olhos e logo confrontou Gold sobre isso.
-Onde ela está? - Tentou ser discreta, mas soava preocupada. De alguma forma tinha medo que algo ruim acontecesse com a neta.
-Ela quem? - Seu tom era divertido, como se não temesse em nada a maldição.
-Lucy!
-Oh, perdoe-me. Esqueci de mencionar a ela que havia uma zona segura no reino e que tinha outro feijão mágico... Bem, parece que eu sempre tenho uma válvula de escape. - Sorriu com seu feito, mas Tremaine não parecia abalada com esse fato.
-Isso não importa, aquela menina nunca nos encontrará. E quando fizer, quem acreditará em uma menininha irritante?
-Eu acreditarei! - Henry falou ao se livrar das cordas. - Eu acreditarei em minha filha! - Enfrentou-a com valentia.
-Não sem suas memórias, querido. - Prendeu um riso parecendo ainda mais irritante por sua falta de humildade.
-Eu fiz isso uma vez e sei que ele pode. - Emma falou com um sorriso acolhedor e abraçou o rapaz sentindo saudades, estava assustada com o quão crescido ele estava.
Henry estava envolvido sobre o abraço das mães e de Cinderella que se aproximou mesmo estando sem graça. Queria pelo menos ficar com o marido antes de tudo se desmoronar. Fixava sua mente para se lembrar dele e de sua filha, mas sabia que aquilo era em vão, nada mais eles poderiam fazer, a escuridão cobria toda a extensão da cidade, dessa forma se agarraram mais forte um ao outro como se suas vidas dependessem daquele abraço.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.