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História Ring of Fire - I Won't Back Down


Escrita por: Madison_Mermaid

Notas do Autor


Boa noite, amigos!
Chegamos ao penúltimo cap dessa minha fic.
Tenho planejado ainda um epílogo, para concluir bem a história.
Revisei umas 800 vezes (mentira, foram só três) por isso me perdoem por algum erro que tenha passado desapercebido!

Espero que gostem da leitura!
Grande beijo com gostinho de mar!

Capítulo 16 - I Won't Back Down


Fanfic / Fanfiction Ring of Fire - I Won't Back Down

Gonna stand my ground, won't be turned around
And I'll keep this world from draggin' me down
Gonna stand my ground and I won't back down

Shaina estava muda e seus olhos estavam mareados. Raramente em sua vida alguma situação a havia deixado sem saber o que dizer. Uma avalanche de sentimentos passava por sua cabeça. Ela não sabia se queria chorar ou se queria gritar e contar a Ikki sobre sua nova aprendiz e tentar convencê-lo a ficar mas, a náusea que sentia fez com que ela se levantasse de supetão, empurrando o Cavaleiro de Bronze e saindo correndo em direção ao banheiro.

Ikki não entendeu o que estava se passando e ficou parado, ao lado da mesa, com um olhar perplexo.  Percebeu que algumas pessoas o encaravam, curiosas. Lançou-lhes um olhar de repreensão que fez com que rapidamente toda aquela curiosidade se desvanecesse.

Resolveu ir atrás dela. Estava preocupado e pouco se lixou para o fato de Shaina estar no banheiro feminino e sem cerimônia abriu a porta e entrou.

Ele a encontrou debruçada sobre um dos vasos sanitários, vomitando.

_Shaina, o que está havendo? Você está bem? – disse ele se aproximando e agachando ao lado dela. Ikki segurou seus cabelos para cima, para ajudá-la a não se sujar.

Shaina tentava dizer alguma coisa, mas não conseguia devido ao mal estar. Apenas alguns minutos depois, quando já não havia mais nada em seu estômago, ela disse:

_Acho que... acho que foi algo que comi. Vamos pra casa, por favor.

Eles retornaram ao salão, Ikki pagou a conta e pegaram um taxi de volta para o Santuário.

A Amazona passou mal mais algumas vezes durante o trajeto, obrigando o taxi a parar para que ela descesse. Ela quase não falou nada durante toda a corrida, não olhou e não tocou em Ikki. Ele estava muito preocupado mas achou melhor dar-lhe espaço. Fênix sentia, porém, que algo não estava certo e aquela sua reação parecia não ser apenas pelo mal estar, ela o estava evitando.

Eles chegaram até o Santuário, e se dirigiram para a Vila. Shaina foi direto para o quarto, retirou apenas os sapatos e se deitou, cobrindo-se completamente com o lençol sem nada dizer.

Ikki lhe trouxe um copo de água e um balde, e os colocou ao lado da cama. Resolveu deixá-la sozinha por um momento. Estava nervoso. Será que o seu pedido havia causado aquela reação? Sabia que ela não estava bem mas porque ela evitava até mesmo olhar para ele? Os pensamentos martelavam sua cabeça.  Resolveu então sair e caminhar pela Vila, para tentar se acalmar.

Já era tarde quando Ikki voltou para a casa de Shaina. A sensação ruim que carregava em seu coração ainda não havia passado mas como estava preocupado com ela, resolveu voltar mesmo assim. Foi até o quarto e viu que a Amazona dormia. Despiu-se e deitou-se ao seu lado. Permaneceu fitando o teto, absorto em pensamentos, até quase o dia amanhecer.

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Milo tirava um cochilo. Sialea-lea percebeu e, tentando ao máximo não acordá-lo, se levantou. Pegou sua peça íntima e a vestiu. Foi até a sala aonde suas outras roupas estavam e fazia o mesmo  quando o Cavaleiro de Ouro apareceu e, se encostando no batente da porta, disse sorrindo:

_Vai sair assim, sem se despedir?

_Não queria te acordar, Milo... – respondeu ela, sem parar o que estava fazendo.

_Pensei que dormiria aqui. Tem certeza que quer ir embora? Temos muitas horas até o dia amanhecer e...

_Amanhã começarei cedo os meus afazeres com o Mu. – a índia havia terminado de se vestir, e segurava suas sandálias nas mãos – agora preciso ir, me acompanha até a saída?

_Eu te levo até o Templo do Mestre, vou me vestir – disse ele, desencostando do batente e indo em direção à suas roupas.

_Não precisa. Não creio que haja esse tipo de perigo no Santuário para que eu não possa ir sozinha. Me leve até a porta, já está bom, eu sei o caminho.

Milo a olhou com certa perplexidade, mas atendeu ao seu pedido. Colocou suas calças e a acompanhou até a saída de sua Casa.

Estava prestes a beijá-la quando, tomando a iniciativa, Sialea-lea o beijou no rosto e disse, um tanto friamente:

_Obrigada pelo jantar. Estava muito gostoso. E mais obrigada ainda pelo orgasmo, foi realmente sensacional.

Milo gaguejou, sem saber o que responder. Era a primeira vez que uma mulher lhe agradecia daquele jeito por tê-la feito chegar ao clímax.

_Boa noite Milo. Durma bem. – disse ela, se afastando e subindo a escadaria, sem olhar para trás.

_Boa noite... – Milo estava realmente surpreso por aquela situação inédita. O agradecimento lhe deixou com um sentimento estranho que não conseguiu entender.                                      

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Shaina acordou cedo, como de costume. Ikki não estava mais na cama. Ela bebeu a água que ele havia deixado ao lado da cabeceira e foi até o banheiro. Ao se olhar no espelho concluiu que estava com uma aparência cansada. Tomou um banho, colocou as roupas de treino e foi até a cozinha. Ikki estava lá, usando apenas as calças de seu pijama e preparava o desjejum.

_Bom dia... – disse ela, sentando-se na mesa.

_Está melhor? – perguntou ele, friamente.

_Estou – respondeu ela, sem muita certeza se estava mentindo ou não com aquela resposta.

Ikki se virou e colocou na mesa algumas torradas com ovos que havia preparado junto com uma garrafa de café. O cheiro estava muito bom mas acabou causando em Shaina um leve enjôo, embora ela não demonstrasse.

Ikki se sentou e a encarou, cruzando os braços. Ele estava tentando ao máximo não ser grosso, o que naturalmente acontecia quando ele se chateava daquela maneira. Queria respostas sobre o ocorrido na noite anterior.

_Acho que precisamos conversar. – disse, lançando-lhe um profundo olhar que a arrepiou.

_Ikki... – disse ela, trêmula.

_Mulher, por favor, seja sincera e vá direto ao ponto.  – interrompeu Ikki.

Shaina suspirou profundamente e disse:

_Ontem, quando fui chamada por Athena... – Seu rosto estava queimando com o esforço de tentar não chorar – ela me incumbiu de treinar uma nova Amazona. Você se lembra da menina que foi salva por Milo? Pois bem, ela já está no Santuário e em poucos meses estará apta a começar o treinamento físico. Ikki – Shaina olhou diretamente nos olhos do cavaleiro – eu... eu não posso sair do Santuário. Você sabe o que isto significa pra mim, não sabe? 

_Mas Shaina – Ikki se inclinou na cadeira, tentando ficar mais próximo da Amazona – Claro que eu sei o que significa para você ter essa pupila!  Mas será que não poderíamos treiná-la em outros locais, você não precisa estar neste maldito Santuário para isso!

_ Ikki, acha que eu já não pensei nisso? Infelizmente as novas diretrizes de Athena dizem que todos os treinamentos devem ocorrer no Santuário, salvo apenas se houverem golpes específicos que dependem de um ambiente em particular, por exemplo, nas geleiras... – lágrimas escorriam pelo rosto da Amazona.

_Não existe nenhum outro modo? Você tem certeza? - perguntou Ikki.

Shaina balançou sua cabeça negativamente.

_MAS QUE INFERNO!  - Gritou ele.

O Cavaleiro de Fênix levantou-se de supetão e com uma das mãos, arremessou a cadeira onde estava sentado na parede, com ódio da situação.

Shaina se encolheu e fechou os olhos.

Ikki respirava alterado, bufando. Levou uma das mãos aos cabelos e os puxou. Posicionou a outra em sua cintura enquanto fitava a parede a sua frente, tentando organizar as idéias. Ele não suportaria passar muito mais tempo no Santuário. Se sentia agoniado, preso. Aquilo o matava por dentro. Mas o preço para a liberdade seria abrir mão do relacionamento que havia com ela e a dor que sentia era terrível.

_Acho melhor – disse Shaina se levantando – darmos um tempo e avaliar a situação, esfriar a cabeça e pensar em um modo de fazer as coisas darem certo... Eu entendo o que significa para você ficar aqui, Ikki... Mas espero que realmente entenda o que esse treinamento é para mim. É tudo que eu sempre pedi, é a nova chance de começar de novo e fazer algo diferente e bom... E, por mais que me mate por dentro o fato de você ir embora.... eu ... eu não abandonarei este chamado! – A amazona não conseguia mais olhar para Ikki. Seu coração estava apertado, a dor parecia física.

Ikki a encarou com uma expressão séria que misturava tristeza e raiva. Seus olhos estavam vermelhos. Shaina havia tomado uma decisão e ele não fazia parte dela.

_Então, não temos mais o que conversar. – disse, passando por ela e indo até o quarto. Ele iria pegar suas coisas e partir.

Shaina sabia que ele iria embora e como não agüentaria presenciar tal cena e vê-lo partir saiu correndo, pela porta da sala.

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Milo chegou até o pequeno refeitório que havia no Santuário. Iria tomar seu desjejum e depois faria algumas obrigações. Procuraria Sialea-lea ao fim do dia, quando provavelmente ela estaria livre dos estudos com Mu. Estava pensando na noite quente que havia tido com ela, e por isso assoviava uma musiquinha boba. Não havia gostado do modo com que ela fora embora de sua Casa, mas achava que talvez fosse o cansaço ou até mesmo o fato de ela ter que se dedicar a uma atividade importante no dia seguinte e tentava relevar aquele pequeno desconforto.

Ao entrar no salão viu Aldebaran sentado em uma das mesas onde mais armaduras douradas estavam presentes. Com surpresa reconheceu a jovem que também estava lá, sentada e cercada pelo Touro e pelos demais. Era Sialea-lea.

 “O que é isso? Já está amiguinha de todos?” – pensava ele.

Mu, Aldebaran e Aiolia pareciam se divertir com algo que ela dizia.

Milo se aproximou.

_Então meu avô, mesmo sem calças, pegou a espingarda velha e saiu correndo feito louco apontando para os cowboys... Eles não esperaram nem um segundo, subiram nos cavalos e se mandaram! – terminou de contar o que parecia o fim de uma história engraçada.

Todos riram, especialmente Aldebaran, que precisou colocar a mão em sua barriga que já doía com todas as risadas anteriores.

_Bom dia. Nossa, mas quanta animação logo de manhã. – disse ele, parado ao lado da mesa sem muita empolgação.

_Oi Milo, bom dia meu amigo! – respondeu um simpático e sorridente Touro.

_Sialea-lea estava nos contando algumas histórias muito divertidas de quando seu avô era jovem – respondeu Aiolia.

_Bem, Cavaleiros... Melhor nós irmos agora. Vamos começar logo com as investigações sobre Abel. – disse Mu, referindo-se a ele e a jovem e se levantando.

Todos se levantaram em respeito ao Mestre do Santuário e à moça.

_Foi um prazer conhecê-la, doutora. – disse Aldebaran – Quando tiver um tempo vá até minha Casa, adoraria saber mais histórias.

_Claro Aldebaran, o prazer em conhecê-lo é todo meu. – respondeu ela em um sorriso.

A índia cumprimentou a todos com um aceno, inclusive a Milo e junto com Mu se dirigiu para fora do refeitório.

Milo a acompanhou com os olhos apertados.

_Fazia tempo que Mu não vinha comer conosco. – disse Aiolia, sentando-se novamente para terminar sua refeição.

_Sim, Athena o mantém muito ocupado – respondeu Aldebaran que também se sentava – mas não me admira que até mesmo ele faça alguns esforços extras para desfrutar da companhia de uma jovem tão agradável e inteligente.

_E muito bonita. – completou Aiolia. Os dois Cavaleiros riram, olhando um para o outro. Mu, além de ser o atual Mestre, sempre fora muito reservado sobre assuntos particulares. Então, qualquer situação atípica era um prato cheio para a diversão dos demais.

_Acho que Marin iria adorar ouvir esta conversa, Aiolia. – repreendeu Milo, com seriedade – Vocês deveriam cuidar mais de suas vidas!

O Cavaleiro de Escorpião deu meia volta e saiu do refeitório, deixando os outros dois intrigados por alguns segundos. Ao perceberem que talvez aquela cena houvesse sido causada por ciúmes, já que eles haviam estado juntos durante a Missão ao Colima, os Dourados voltaram a dar risada.

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Shaina havia corrido até a árvore no campo aberto onde gostava de se sentar. Caiu de joelhos, se sentindo exausta e aterrorizada. Ikki estava indo embora.

Ela chorava copiosamente. Pensava em como sua vida estava novamente a tratando com injustiça. Agora que ela achava que finalmente havia encontrado o amor, estava impossibilitada de vivê-lo. Ela de certa forma culpava intimamente a Ikki e seu temperamento, uma vez que o lar dos Cavaleiros de Athena era o Santuário e era ali que ele deveria estar. Mas sabia que as coisas não eram tão fáceis deste jeito, e por isso sofria, pois não via solução para seu problema.

Marin estava passando pelo local indo ao encontro de Aiolia quando viu a amiga, caída de joelhos e chorando. Correu até ela e se ajoelhando ao seu lado, disse:

_Shaina, o que houve? O que aconteceu? – ela colocou a mão sobre as costas de sua amiga.

_É o Ikki... ele.... ele  vai embora, Marin!  – disse ela, tentando respirar.

_Mas, o quê? Pelos Deuses! Venha amiga, vamos pra outro lugar – disse Marin, ajudando Shaina a se levantar. Em todos os anos que ela a conhecia, nunca havia visto a Amazona de Ofiúco daquele jeito.

“Maldito Fênix” – pensava ela.

 

Na casa de Shaina, Ikki havia terminado de arrumar suas coisas e estava prestes a sair. Olhou ao redor pensando em como sentiria falta da Amazona. Desejava profundamente que aquela casinha fosse em algum outro local, onde ele e ela pudessem viver em paz, longe do Santuário e das idiotices do mesmo. Não importaria aonde viveriam, eles seriam Cavaleiros de Athena até o fim de suas vidas, jamais negariam lutar pela justiça ou atender a uma convocação de Athena e por isso para ele não fazia sentido algum ficar ali, preso.

O Cavaleiro de bronze voltou para o quarto, pegou nas mãos o travesseiro em que ela dormia e o cheirou, sentindo o perfume dos cabelos dela pela última vez. Limpou os olhos mareados, colocou a caixa com a Armadura de Fênix nas costas, pegou sua mala e saiu, batendo a porta.

 

Os dias se passaram...

 

Por três dias consecutivos Shaina não saiu de sua casa para nada. Informou ao Santuário que estava doente – o que não era de todo mentira, já que ela parecia sempre estar com algum mal estar estomacal  (o que relacionava ao nervoso da situação).

Marin cuidava dela, levando sopas e alguns remédios. Começou a desconfiar de que talvez o problema da amiga não fosse doença ou nervoso, mas resolveu não comentar. Ela ainda estava muito triste pela partida de Ikki, era melhor esperar mais um pouco para explicitar sua desconfiança.

A Amazona de Ofiúco ainda chorava muito pela partida de homem que amava. Ao acordar e ao dormir ela sentia a falta do corpo quente de Ikki, de seu cheiro, de sua voz.

No quarto dia após o tumultuado fim do relacionamento dos dois, Shaina acordou decidida a seguir em frente e não deixar aquela tristeza comandar mais a sua vida daquela maneira.

_Não posso continuar assim – disse, olhando-se no espelho.

Seus olhos estavam inchados, ela tinha olheiras profundas. Seu nariz estava vermelho e machucado devido ao uso de lencinhos de papel, mas ela precisava e iria se reerguer.

Shaina era uma mulher forte, não só fisicamente.  E aquela dor que sentia, embora imensa, não seria mais forte do que ela.

Tomou um banho demorado, se vestiu, bebeu um café e saiu para cumprir suas obrigações.

Acabou encontrando-se com a arqueóloga quando ambas foram visitar Maya. A índia ficou muito triste em saber do ocorrido entre ela e o Cavaleiro de Fênix. Para distraí-la, contou a ela sobre seu envolvimento com Milo e lhe confidenciou que estava se apaixonando por ele, e por isso, estava com medo.

Contou também sobre seu plano meio maluco de fazer com que ele sentisse na pele como era ser um “homem objeto” para ver se ele aprendia uma lição. Shaina lhe contou as experiências que havia vivido ao lado do Cavaleiro de Escorpião e por isso achou graça no que foi relatado pela amiga. Aquela foi a primeira vez que a Amazona de Ofiúco sorrira desde que Ikki havia ido embora.

 

Os dias então se tornaram semanas...

 

 Sialea-lea trabalhava com afinco ao lado de Mu. Eles haviam obtido algum progresso, conseguiram decifrar textos antigos e juntando algumas peças soltas descobriram mais sobre o antigo Culto a Abel. Sabiam, por exemplo, que seus guerreiros usavam Máscaras Douradas, que significavam sua revolta perante a traição sofrida pelo seu adorado Deus. Não sabiam ao certo quantos guerreiros lutavam em seu nome, mas sabiam que Atlas não estava sozinho e que, portanto, deveriam tomar cuidado pois o poder deles era equiparado ao poder de um Cavaleiro de Ouro. Souberam mais um pouco da história por trás de sua queda e que Apolo e ele, mesmo sendo meio-irmãos, eram inimigos mortais. Eles haviam travado uma longa luta e durante este período que durou anos o planeta havia sofrido muitos danos.

Todas as noites ela e Milo se encontravam na casa de Escorpião. Às vezes, antes do prazer, comiam alguma coisa juntos e outras apenas transavam. A índia nunca passava uma noite inteira com ele e, durante o dia, o tratava como tratava aos outros cavaleiros, com simpatia mas nada a mais.

Esse seu comportamento incomodava Milo e o ciúmes que ele sentia dos demais aumentava mais ainda esse desconforto.

Naquela noite eles haviam acabado de ter uma relação um pouco diferente. Uma venda para os olhos e uma garrafinha de Chantilly em spray haviam sido usadas para apimentar as coisas.

A índia estava deitada nua, de barriga para cima e Milo estava ao seu lado. Ele fazia pequenos desenhos em sua barriga com o chantilly em spray e depois os lambia, enquanto eles relaxavam recuperando as energias gastas.

_ Amanhã estarei indo para os Estados Unidos. – disse ela.

_O quê? Mas já vai partir? Poxa, pensei que ficaria mais tempo por aqui. Mas, você ficou sabendo disso  só hoje?  – Milo havia interrompido o que estava fazendo e aproximou-se do rosto da jovem, cheio de perguntas.

_Tenho obrigações com a Universidade de Tucson, não posso me ausentar por tanto tempo. E não, não fiquei sabendo só hoje, eu já sabia disto deste que cheguei. – disse ela, que fitava o teto .

Milo segurou delicadamente em seu rosto e o virou para ele. Depois disse:

_Mas por que não me disse que ia partir?

_Milo, o que iria adiantar? Eu não moro aqui, além do mais, por enquanto não há mais nada o que possamos fazer sobre Abel...  Olha, foi muito legal esse tempo que tivemos, eu me diverti muito e acho que você também. – ela então começou a se mover e se sentou na cama – Preciso ir, meu vôo sai amanhã na hora do almoço e tudo tem que estar ajeitado.

_Durma aqui hoje. – disse ele, segurando em seu braço.

_Não posso. – respondeu ela, ignorando o gesto e se levantando, pronta para começar a se vestir.

_Por que não pode? – insistiu ele, levantando-se e indo atrás dela.

Sialea-lea se virou para ele, e apertou as bochechas do Escorpião e respondeu:

_Porque não quero.

Milo se irritou. Agora ele havia entendido o porquê de sentir um incomodo. Ele se sentia usado por ela. Ele se esforçava, todas as noites, para lhe deixar feliz além de lhe dar prazer e ela simplesmente respondia que não queria dormir com ele. Fora o fato de que nunca havia lhe tratado diferente do que tratava aos demais Cavaleiros e não era muito carinhosa fora dos momentos em que estavam na cama.

_Vamos, me leve até a saída, por favor. – disse ela, terminando de se vestir.

Um Milo calado a acompanhou.  Na hora de se despedir ela o abraçou e segurou-se ao máximo para não demonstrar quão triste estava com a separação que iria ocorrer. Depois ele a beijou, com calor e antecipada saudade, por um longo período. Ela pôs um fim ao beijo e disse:

_Até mais, Escorpião. Quem sabe não nos esbarramos por aí novamente... – e se virou, subindo as escadas.

_Indiazinha, espere! – disse ele, correndo de cuecas atrás dela.

_Milo, o que está fazendo? – ela riu e olhou ao redor para ver se a cena não possuía espectadores.

Milo a abraçou novamente e disse:

_Espero realmente que nos esbarremos por aí porque eu.... eu acho que... acho que estou apaixonado, sabe?

Um frio subiu pela espinha da índia. Ela nem se lembrava mais de quando havia se apaixonado por ele e, portanto, era tudo o que queria ouvir. Mas havia ainda uma última prova que ela precisava colocar em prática, e aquele era o momento. Ela estava indo de volta para os Estados Unidos temporariamente para resolver alguns assuntos profissionais relativos ao seu desligamento com a Universidade da qual era professora e buscar algumas coisas pessoais. Athena a havia convidado para ser a chefe do setor de Arqueologia da Fundação e para isso ela deveria morar na Grécia.

Seu maior medo era se decepcionar com Milo ao ser traída por ele. Portanto aquela seria a hora da prova dos nove.

_Posso lhe fazer uma pergunta? Você responde, sinceramente? – disse ela, olhando o Cavaleiro nos Olhos.

_Claro, pergunte o que quiser. – respondeu ele.

_Você acha que seria capaz de ser fiel a alguém? Digo, se um dia tiver em algum relacionamento sério, conseguiria respeitar?

Milo aproximou o rosto do dela. Respirou fundo e respondeu:

_Eu não sei. Me desculpe.

A jovem índia sentia muita sinceridade na resposta do Cavaleiro. Deu-lhe um beijo na testa e voltou a subir a escadaria.

_Até mais, Escorpião. – disse, sem se virar para trás. Ela não queria que Milo visse a lágrima que escorria pelo seu rosto.

 

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No dia seguinte Shaina acordou novamente enjoada. Marin, que iria treinar com ela, estranhou a demora da amiga no Coliseu e resolveu ir até sua casa para buscá-la. Bateu na porta e como esta estava destrancada, entrou. Encontrou a amiga sentada no chão do banheiro.

_Acho que preciso de um médico, Marin. Todo dia agora é isso!

Marin se sentou ao lado dela, tomou uma de suas mãos e perguntou:

_Shaina, quando foi a última vez que você menstruou?

_Eu sei lá, Marin, nunca controlei bem essas coisas... – respondeu.

_Acho que você pode estar grávida – disse a Águia com seriedade.

_Marin, não seja louca...  Mas é claro que não estou grávida, caspita! – Shaina negava, mas intimamente se arrepiou ao pensar que talvez Marin pudesse ter razão.

_Se eu te trouxer um teste, você faz? Eu me sentiria melhor, tiraríamos essa dúvida e poderíamos ver um médico depois... – insistiu Marin.

_Ta bom, eu faço. Mas agora já estou começando a me sentir melhor, vamos, quero ainda ir visitar Maya hoje e ver como as aulas estão indo. – disse Shaina, tentando disfarçar seu nervosismo.

 

O dia decorreu normalmente para a maioria dos moradores do Santuário.

 

Milo observou de longe Sialea-lea indo embora e naquele dia não saiu mais da casa de Escorpião.

Marin conseguiu que uma das servas mais próximas a ele e confiáveis  fosse até a pequena farmácia em Rodório e lhe trouxesse dois testes de gravidez. Ela os levou para Shaina ao anoitecer.

_Bem, vamos lá. – disse a Amazona de Ofiúco, respirando fundo e entrando e trancando a porta do banheiro.

Marin cruzou os dedos e a esperou, sentada no sofá da sala. Ela se sentia nervosa pela situação de sua amiga.

A Amazona ficou lá dentro por longos 15 minutos.

_Shaina?! Shaina?! Está tudo bem? Me responde, estou nervosa!! – Disse Marin, batendo na porta.

Shaina a destrancou. Ela estava sentada no vaso, segurando os dois testes na mão, com os olhos arregalados.

_Marin.... – disse, um pouco atônita e entregando ambos os palitinhos com o resultado para a amiga.

A Águia olhou para eles e viu que ambos continham duas linhas no local indicado de resposta.

_Eu...eu  estou grávida. – disse, sendo logo envolvida pelos braços amorosos de Marin.

 

Dois meses depois...

 

 Shaina estava próxima do terceiro mês de gravidez. Ela havia se consultado com um médico de Athenas e começara com o acompanhamento pré-natal. Não havia ainda sinais externos da presença do bebê e por isso, ela pediu a Marin que guardasse a novidade a sete chaves.

A Amazona de Águia havia tentado inúmeras vezes convencer Shaina a procurar Ikki e lhe contar que seria pai. Infelizmente, ela se negava veementemente a fazer aquilo o que não raramente gerava sérias discussões e brigas entre as duas melhores amigas.

O treinamento físico de Maya havia começado e por isso Shaina passava a maior parte de seu tempo com ela no Coliseu e no Centro de Combates. Logo, entre elas um forte laço se criou. Maya era esperta e aprendia a tudo com certa facilidade e embora fosse uma criança muito meiga já demonstrava que em luta seria furiosa, assim como sua Mestra.

 

Milo ainda sentia falta da arqueóloga. Por incrível que pareça ele não estava mais com a postura de “caçador” que adotava sempre, o que foi notado pelos amigos e não havia passado batido. Foi obrigado a agüentar piadinhas por um certo período de tempo mas agora tudo estava mais calmo.

O Cavaleiro estava apenas de shorts na sala privativa em Escorpião e lia quando uma das servas do Santuário chegou, trazendo-lhe uma cesta com as compras de comida que ele havia encomendado.

_Boa tarde Senhor Milo.Onde posso colocar a cesta? – disse ela, olhando para ele com certa malícia já que em inúmeras vezes no passado eles haviam tido relações casuais.

_Ah, boa tarde Ada, coloque na cozinha, por favor. – disse , desviando seu olhar do livro e olhando para ela.

Ada era uma moça bonita, de cabelos loiros e com algumas sardas no rosto e nos ombros.

Ela levou a cesta até a cozinha e voltou. Parou na frente dele e disse:

_Algo mais que possa fazer pelo senhor?

_Não, obrigado... – Milo a agradecia quando a jovem se abaixou e, joelhando-se em sua frente, retirou o livro de sua mão.

_O senhor tem andado sumido... – Ada sem cerimônia levou a mão ao volume no meio das pernas de Milo – senti a sua falta – e ela começou a tocar-lhe, acariciando-o com movimentos delicados e sensuais.

_Ada... eu... eu... – Milo gaguejava pelo toque da mão da serva.  Ela sabia muito bem como dar prazer a um homem e seu toque era excitante.

 Milo, porém, em seu íntimo sentia que aquilo não parecia correto.

Ada aproveitou o gaguejar e começou a abrir o zíper do short de Milo. Abaixou a cueca e liberou o membro do Cavaleiro, que obviamente por ter sido acariciado já estava ereto. Sem demora começou a lambê-lo e o acomodou em sua boca.

A partir daí, Milo não se controlou e se deixou levar.

Quando percebeu, ele já havia gozado na jovem que, posicionada de quatro no sofá, se virava para olhar para ele.

Milo se desligou do corpo da serva, sugeriu que ela usasse um dos banheiros para se limpar e pediu licença, indo para o seu quarto. O Escorpião se sentia mal pelo que acabara de acontecer. Lembrava-se da jovem índia e por isso, pelo sentimento que tinha por ela, ele se sentia arrependido.

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Desde que partira da Grécia Ikki estava viajando, sem rumo. Não conseguia parar em nenhum lugar por muito tempo e o pensamento em Shaina era constante. Ele sentia imensamente a falta dela, mas ao mesmo tempo se sentia muito ferido pelo fato de que a Amazona havia decidido a não acompanhá-lo.

O Cavaleiro de Fênix estava com o humor mais difícil do que de costume e por isso havia se isolado por todo aquele tempo.

Acabou que resolveu ir visitar o irmão, Shun, na esperança de se distrair um pouco. Obviamente ele não conseguiria passar muito tempo em Tókio mas alguns dias não lhe fariam mal.

Chegou até o prédio em que Andrômeda vivia e, sendo conhecido do porteiro, entrou sem problemas. Apertou a campainha do apartamento e logo foi atendido.

O jovem de cabelos verdes e sorriso contagiante não conseguiu controlar sua alegria quando, olhando pelo olho mágico da porta, viu os cabelos azuis de seu adorado irmão.

_Ikki!!!! – gritou ele, rodando a chave na fechadura e abrindo passagem – Que saudades, meu irmão!

_Oi Shun, como vai? – disse Ikki, sendo abraçado e apertado por ele.

_Vamos, entre! Que surpresa boa! – continuava Shun, sorrindo sem parar e puxando o irmão para dentro do apartamento.

 

Ikki jogou suas malas no quarto de visitas e sentou-se no sofá da sala. Shun não sabia o que fazer para agradar ao inesperado visitante e lhe oferecia várias coisas para comer e beber. Ikki acabou aceitando uma cerveja.

Eles começaram a conversar, falaram de Seiya e dos outros por algum tempo e depois sobre alguns outros assuntos. O horário do jantar havia chegado e Shun resolveu preparar algo que sabia que seu irmão gostava: Ramen.

Os dois rapazes sentaram-se a mesa e Ikki ficou feliz ao ver o prato feito para ele.  Mas, aquela cena acabou lhe lembrando de suas refeições com Shaina e a tristeza lhe visitou novamente.

Comeu calado, e quase não ouviu o que era dito por seu irmão. Shun conhecia profundamente a Ikki e por isso percebeu que havia alguma coisa errada, além do seu temperamento usual.

_Ikki, o que está havendo? – perguntou ele, em um tom de voz amoroso.

_Não tem nada “havendo”, Shun. – respondeu o Cavaleiro de Fênix secamente, ao tentar cortar o assunto.

Shun respirou fundo e resolveu tentar novamente:

_Tem sim. Você está mais quieto do que de costume. Fale comigo, por favor... O que está te chateando?

Ikki fechou os olhos e virou a cabeça para o lado. Andrômeda percebeu que o assunto era realmente sério e se levantou de onde estava. Puxou outra cadeira e sentou-se ao lado dele.

_Por favor, Ikki... fale comigo. – o tom preocupado e cheio de carinho de Shun tocou o coração de seu irmão mais velho e Ikki então, se abriu.

Os Amamiya teriam uma longa conversa. Ikki começou a contar tudo.

Contou sobre a convocação para a missão do Artefato e sobre o tempo em que ele e Shaina passaram nos Estados Unidos e como se aproximaram. Ele falou de como havia sido a missão e sobre o golpe certeiro de Abel que quase havia terminado com a vida da Amazona de Ofiúco.

_Mas espera... Porquê que você está aqui, Ikki? – interrompeu Shun – Irmão, você deveria estar lá, com ela! – o Cavaleiro de Andrômeda estava surpreso e feliz e seus olhos brilhavam. Um de seus maiores sonhos era que Ikki se encontrasse novamente com o amor e que isso o ajudasse a sair daquelas aflições sentimentais em que ele sempre vivia.

_Mas que diabos,Shun! Se você vai me interromper, acho que não vou contar mais nada! – respondeu Ikki, irritado.

_Tá bem, me desculpe Ikki... Por favor, continue. – disse Shun, colocando uma das mãos no ombro do irmão.

Ikki continuou dizendo sobre o tempo em que passou com Shaina no Santuário e embora deixasse bem explícito o quanto ele odiava aquele lugar e que eles haviam brigado, Shun havia focado mais na parte em que o azul dos olhos do irmão cintilava ao falar de sua querida Amazona.

_Irmão... você está amando! – disse Shun, com os olhos mareados.

_Pelos Deuses, Shun... Chega desse sentimentalismo! – Ikki se levantou da mesa e foi até a sala, arrependido de ter contado ao irmão sua história.

_Ikki, eu sempre sonhei que este momento chegaria – disse Shun, seguindo-o para sala e limpando os olhos que agora vertiam algumas lágrimas – estou tão feliz! Mas... Por que você está aqui? Desculpa, mas vou te perguntar isso de novo. Eu amo quando me visita mas você deveria estar lá com ela, aproveitando cada momento...

_Shun, você é surdo? Acabei de lhe dizer que eu não suporto ficar naquele lugar e que nós terminamos! E além do mais, isso foi a escolha de Shaina e ela não me inclui! – Ikki se segurava para não gritar ainda mais com o jovem cavaleiro.

_Mas Ikki! Vocês dois são teimosos, e pelo que eu conheço de Shaina, ela é tão cabeçuda quanto você. Meu irmão – Shun aproximou –se de Ikki novamente e lhe tocou nas costas. Ikki fechou os olhos com o toque carinhoso – vocês tiveram uma chance de ser feliz, receberam um lindo milagre de amor quando ela sobreviveu e agora estão jogando isso para o alto! Pense, Ikki, pense!

O cavaleiro de Fênix estava mudo. As palavras de Shun o estavam tocando.

_Ikki... tenho certeza que se vocês conversarem vão se entender. Além do mais, se você não gosta de ficar no Santuário poderiam sei lá, morar em Rodório ou até mesmo Athenas... se bem que ela está treinando a nova aspirante a Amazona,  Athenas seria meio difícil... – Shun falava rapidamente, com medo de Ikki mandar que ele se calasse antes de terminar o que tinha para dizer - Mas enfim, Ikki, pra tudo nessa vida se dá um jeito quando se quer! Poxa meu irmão, nós passamos por cada coisa difícil que vencemos quando nos unimos, tenho certeza que se você e Shaina resolverem que realmente devem ficar juntos vão encontrar uma solução!

_E se... E se ela não me quiser mais? – perguntou Ikki com tristeza.

_Você nunca vai saber se não voltar e falar com ela. – respondeu Shun.

Ikki fitava a parede a sua frente, pensativo.

_Amanhã de manhã vamos até uma agência de viagens. Vamos te colocar em um vôo o mais cedo possível para a Grécia, ta bom? Assim logo vocês se resolvem! – disse o jovem Cavaleiro, vibrando pelo fato de que seu irmão havia finalmente lhe dado ouvidos.

 

                                                     ------------------------------

O dia mal havia amanhecido no Santuário e Milo já estava no refeitório. Ele se sentia mal por ter feito sexo com Ada e queria se aliviar e colocar a cabeça no lugar descontando em alguns recrutas durante o treinamento.

Pegou algumas coisas em uma bandeja, comeu e saiu, apressado. Chegou ao Coliseu e começou a treinar. Treinou pesado até próximo ao horário do almoço e voltou para a casa de Escorpião.

No caminho entre a escadaria de Libra e Escorpião percebeu que alguém estava sentado no chão, em frente à entrada de sua Casa.

Reconheceu de imediato os longos cabelos negros e a pele morena: Sua índia havia voltado.

Milo correu e finalmente, ele se encontrava de frente com ela.

_Olha só, você voltou! – disse ele, sorrindo.

Sialea-lea se levantou.

_Sentiu minha falta? – perguntou, sorrindo.

_Você não imagina o quanto! – disse ele que, puxando-a para junto de si e a envolvendo em seus braços, a beijou.

Milo e Sialea-lea se entregaram ao beijo retirando de dentro de si, de um modo apaixonado, toda a saudade que haviam sentido um do outro.

Ele então a ergueu e a pegou nos braços. Caminhou com ela para dentro de sua Casa. Queria amá-la, sem demora.


Notas Finais


Eita cacildes!
Será que o Milo vai contar o ocorrido??

Olha, confesso que eu AMO O SHUN DEMAIS! Tirando as taras, ele é meu cavaleiro de bronze favorito!
Shun é a melhor pessoa, e o cunhado ideal, em todos os sentidos!
Beijos e obrigada por lerem!

Link de hoje:https://www.letras.mus.br/johnny-cash/920813/traducao.html


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