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História Ritual Santânico para Iludidos - Diva da Chanel, imã de bênçãos


Escrita por: Yllow

Notas do Autor


Demorou, mas saiu!

Tô enferrujada desde q comecei essa fanfic, viu kkkk

Capítulo 3 - Diva da Chanel, imã de bênçãos


Fanfic / Fanfiction Ritual Santânico para Iludidos - Diva da Chanel, imã de bênçãos

Como alguém que está pronta pra usar o réu primário, eu me despedi brevemente da minha mãe dizendo que ‘’Sim! Haha, eu me enganei, não é? Hoje é sábado! Vou guardar minha escova de dentes! Que distraída sou eu!’’. Uma doçura só. Só faltou a parte em que eu dizia ‘’tem um estranho no meu quarto’’.

Fechei a porta e encostei a orelha nela durante alguns segundos, então vi o intrometido do tal Santo Ji Yong se aproximar calmamente da porta como eu, e outra vez lhe dei alguns tapinhas para fazê-lo arredar de perto.

— Você é muito violenta!

Com o silêncio do corredor e o barulho da TV surgindo no andar de baixo, conclui que já podia me tranquilizar.

— Tá. — Comecei a caminhar pelo tapete. — Eu não tô acreditando que aquela coisa toda que eu fiz deu certo e isso tá acontecendo. — Obviamente, o ‘’isso’’ era Ji Yong. — Você é um Santo. Santo da Vela?

— Eu mesmo.

— E está aqui porque eu te chamei ontem, certo?

— Por que mais estaria? — Notei sua expressão entediada com a minha descrença no segundo em que aquilo pareceu fazer sentido.

Houve um minuto de silêncio enquanto eu procurava mais contradições.

— Como pode provar que você é um Santo e não um delinquente que invadiu minha casa fugindo da polícia?

— Não acho que eu tenha que provar quem eu sou pra alguém que implorou a minha vinda. Pode não  parecer, Sooyoung, mas eu tenho dignidade.

— E se eu te expulsar daqui?

— E se eu voltar? — O canto de seus lábios se elevou num sorriso cínico. — Ser um Santo tem suas vantagens. Como você acha que eu entrei?

— Atravessando paredes é que não foi. — Ouvi sua risada alta logo depois de eu falar.

— Você tem certeza? — Ele fechou o punho e ameaçou socar a parede, mas assim que vi metade de seu braço dentro dela, meu cérebro entrou em um pane tão forte que podia-se ver faíscas de estática saindo da minha cabeça enquanto eu tinha tique no olho esquerdo.

— Ma-... V-você…

— Sooyoung, respira e volta a raciocinar. Sua cara normal já não é muito atraente. Essa de espanto, então...

Eu ainda não acreditava no que tinha visto. O maldito agir como se atravessar um braço na parede fosse coisa que se via todo dia só agravava meu estado.

— É o seguinte, vou ser direto, então presta atenção. — Eu nem olhei pra ele, estava focada no braço e na parede. — Tá? — Balancei a cabeça como maneira de comunicar que eu estava atenta, por mais que obviamente não estivesse. — Eu sou uma pessoa muito caridosa e vim pra tentar te ajudar na sua paixonite aguda. As pessoas me chamam e eu faço favores para elas conseguirem sair dessa vida de ficar só observando o flerte, entende? Enquanto eu te devo um favor, eu não posso me desvincular de você. É como um contrato, só que eu não recebo especificamente nada em troca. Eu vou te ajudar a conquistar o seu boy e tudo, mas… pelo amor de Deus, nunca mais dê a entender que quero alguma coisa com você! É sério. — Mexendo com seu cabelo avermelhado, ele explicou, e se não fosse necessário, eu julgaria que recebi informação demais pra absorver de uma vez, de novo.

Eu sequer sabia se pensava sobre o quão chamativa era seu charme de div(a)indade enquanto falava, ou sobre o que aquele cara tava tagarelando e por que era justamente de quando eu achei que ele me estupraria.

O que tá acontecendo, meu Deus?

— Só tô aqui pra te ajudar a sair da Friendzone, simples. — Se sentou. — Escuta. — De seu bolso da calça ele tirou um bloco de notas com alguns tópicos escritos a lápis e uma frase acima deles que dizia ‘’Operação Jungkook: el heterustopersons’’.

— Eu fiz algumas anotações sobre o seu amigo e descobri que ele é um babaca, estou certo?

— Só eu posso chamar ele de babaca. — protestei.

— Caramba Sooyoung, ele é um idiota! — Sua decepção era evidente. — Eu analisei bem a relação que vocês têm, com base nos seus cadernos e, principalmente, no seu celular, e conclui que, primeiro: — Ele começou a contar nos dedos e, por pura curiosidade em seu possível profissionalismo, eu prestei atenção. — Você é uma sonsa. — Pra quê mesmo eu prestei atenção? — Segundo: ele é um sonso. — Eu ri soprado.

— Ji Yong, é exatamente por isso que eu não quero mais tentar!

— O quê? E por que toda aquela reza braba pra eu vir, hein? Tá achando que aqui é bagunça?!

— Ele nunca vai me olhar como uma possível opção amorosa. — Naquele momento, era notório que a minha tristeza havia falado mais alto que a revolta dele. — Só como a melhor amiga.

— Como o delivery de camisinhas, não é?

— Sim... — Minha voz embargou e não contive o choro.

— Pode parar, que eu sei que você tá em seca de lágrimas.

Ah, que legal, minhas crises de choro viraram piada.

Mas por mais triste que fosse, era verdade. Park Sooyoung, eu mesma, estava na seca, que nem o deserto do Saara, que nem a xota da Michele Bolsonaro há uns anos, que nem a minha não estava, porque… enfim, hormônios.

— Ai — disse eu, após engolir em seco. — Que sede.

— Quê?

— Não, era só pra contribuir com a piada.

— Ah, tá.

— Não quero mais tentar conquistar aquele idiota — desabafei baixo, me deixando cair sobre minha cama.

Aquela quietude perdurou e o olhar de apreensão de Ji Yong se intensificou sobre mim. Ele olhou, olhou — olhou até demais! — e pareceu pensar um pouco. Após chegar ao tão conhecido ‘’lugar algum’’, se deitou ao meu lado.

Parei pra pensar.

Eu tinha consciência de que a situação era muito estranha, mas também sentia que podia confiar em Ji Yong pra ser sincera. Ao menos ele era de verdade e não só uma alucinação, ou um delinquente. Pode ser bobagem, mas o fato de termos nos conhecido há menos de trinta minutos contribuiu pra eu não me sentir pressionada e com medo de me abrir — isso faz sentido, Brasil?

Eu não tenho o que perder com ele. Já tá tudo na merda mesmo.

— Jungkook é uma ótima pessoa e eu amo ele por isso, mas até hoje não tive coragem de me confessar pra ele por medo de ser rejeitada e acabar com a nossa amizade. Foram 3 anos sendo sua companheira para as aventuras e piadas infantis até agora e eu não quero fazer tudo isso ficar estranho de repente só porque ele se tornou mais especial do que deveria. Esse sentimento algum dia vai passar e, até lá…

— Aaaaah… Ninguém merece! Essa conversa fiada, esse… draminha barato. Isso não me convence! Principalmente pelo fato de você estar desistindo sem ao menos ter tentado!

— Você tá brincando, né?!

— Não tô acreditando que justo você, sendo a maior defensora de Jeon Jungkook, vai deixar aquele tapado nas mãos daqueles projetos de piranhas! — disse, com um ar risonho, e me perguntei se ele tinha a capacidade de dizer algo sério. — Sooyoung, acho que você não tem muita noção  sobre o assunto, mas a vida de cafetão não é muito segura, já pensou seu best friend forever trabalhando com isso? E você sabe bem que boa parte das pessoas com quem o Jungkook se enrola têm um futuro muito promissor no puteir-...

— Filha!

Ai, meu Santo Forninho...

— Vim saber se você já tomou seu café da manhã antes de eu visitar sua tia. Com quem você tá falando? Sooyoung, não vai me dizer que está falando sozinha de novo! Eu sei o quão estressada você está nos últimos dias, mas eu posso ligar pra doutora Han. — Ji Yong riu.

— Não entendi, falar sozinho ajuda às vezes. Não é como se você fosse perturbada. — O Santo Terapeuta me defendeu, me fazendo pensar como sua defesa fazia eu me sentir atacada.

— Não, mãe! Eu já comi. Tô falando com o Jungkook pelo celular!

— Ah, é? Jungkook, querido, como vai?

Então o santo e eu nos entreolhamos e quase saímos no tapa pra ele imitar o garoto.

— Vou bem e a senhora? — Dando um jeito no tom de voz, ele cumprimentou, porque a Divaindade tinha a voz meio fina para aquele papel. Aliás, já ouviram a ponte de Middle Fingers-Up?

Se não fosse desesperador, seria cômico, eu confesso.

Depois de uma troca de palavras, uma promessa de visita da parte de Ji Yongkook e de minha mãe perguntar por que ele estava com a voz tão estranha, minha mãe saiu. Dissemos que ele tinha acabado de acordar, estava grogue. Se bem que seria muito mais plausível, se tratando de Jungkook, que ele estivesse grogue porque tinha feito um ball+cat em alguém e estava era indo dormir agora.

— Voltando… Você acha mesmo que eu não tentei?!

— Não só acho, como tenho certeza! — Eu ri indignada.

— Eu tentei fazer ele enxergar que eu tô apaixonada por ele de todas as formas possíveis!

— Ah, é? Você já disse pra ele? Já deu ALGUMA INDIRETA pelo menos? — indagou rapidamente, alcançando meu celular e provocando a junção das minhas sobrancelhas. — Tentou jogar charme, ou sei lá? Não, né? Então levanta a raba daí e vai se arrumar enquanto eu termino de ver aquela série da Netflix pra você.

Não houve tempo para opinar ou discutir sobre seus ‘’métodos’’ de conquista. Eu fui expulsa da cama, simplesmente, e o folgado ainda teve a audácia de colocar os pés em cima do colchão depois de ligar a televisão do quarto e se acomodar como se a cama fosse dele.

— O que você pensa que tá…? — Sua mão caiu diante do meu rosto balançando meu celular de um lado para o outro.

— Eu te trago sorte, afinal, não é?

Eu queria chutar a bunda daquele miserável e cortar aquele sorrisinho cínico fora, mas, balançando minha cabeça em negação, deixei meus olhos recaírem sobre a tela do telefone logo após tê-lo arrancado de sua mão.

‘’Soo! Vamos passar o dia no parque de diversões? Nunca te pedi nada c:’’

(...)

Ji Yong explicou algumas coisas que eu teria de fazer e também falou sore seu experimento para fins analíticos com aquele passeio no parque, mas ao tomar um choque de realidade, tive um minuto de aflição com a loucura da situação. Ainda que isso não tenha durado muito tempo porque, durante a minha arrumação, Ji Yong começou a ler algumas de suas anotações e eu fiquei impressionada com o tanto que sua boca era capaz de falar. 

Era estranho não ter medo de um homem que estava sozinho comigo na minha casa e, principalmente, pelo fato de que ele não era a pessoa com a qual eu normalmente vivenciaria aquele tipo de situação. Quero dizer, ele nem sequer pessoa era.

— Você tá prestando atenção? — perguntou, de fora do banheiro, o qual estava com a porta trancada por motivos óbvios.— Tô!

Eram coisas como ‘’tente ficar ereta perto dele, de cabeça erguida’’, ‘’faça mais contato visual, mas sem forçar muito’’ e:

— Sooyoung, você usa perfume de criança, por acaso?

Toda a sua preocupação e, ao mesmo tempo, seu jeito espontâneo estavam me atingindo de uma forma positiva, mas era impossível aquele cara não me assustar; era como se tudo que ele fizesse não fosse nada. Tipo, quando que você tranca a porta do seu banheiro pra se trocar com segurança e, depois de 3 minutos, vê alguém entrando e oferecendo uma outra roupa pra você vestir sem ao menos ter encostado na fechadura da porra da porta?!

Mas não para por aí.

— Credo, o que é isso?

— O quê? — indagou ele.

— Ah, sério que você não tá sentindo? O que eu vou dizer pra minha mãe quando ela respirar o cheiro do seu perfume no meu quarto?

— Que você trouxe o Jungkook aqui? — sugeriu.

— Hm. Não é uma má ideia. Ou então digo que roubamos, eu e ele, uma loja de perfumes importados...

E quando me virei encontrando um frasco de perfume da Chanel nas mãos de Ji Yong, eu quase caí pra trás.

— Você me deve uma! — Ele riu, divertido.

— O quê?! Eu te devo um rim, isso sim!

  (...)

Fora de casa, nós caminhávamos num ritmo calmo. Claro, porque senão o Kwon borraria toda a minha cara de maquiagem.

— Dá pra descruzar os braços? Estão me atrapalhando!

— Uwa perguntiña… — Eu não conseguia falar direito com ele corrigindo, pela milésima vez, o meu batom. — Quando eu te dei liberdade pra fazer tudo isso mesmo? Tô suspeitando que aquele seu perfume era só disfarce pra maconha e eu não tô completamente sã.

Eu achava isso porque era inacreditável que ele estivesse se comportando como se já me conhecesse há meses, sendo que 2 horas atrás, eu estava com a minha escova de dentes apontada pra ele, pronta para matá-lo.

— Ok, isso deve adiantar.

— Você me ouviu?!

— Fica parada, deixa eu ver.

Tomando certa distância, ele me analisou brevemente e, voltando a me encarar, deu um sorriso muuuito sincero.

— Ji Yong… O que você fez?

— Relaxa, você tá linda! — disse, fazendo um ‘’ok’’ com os dedos e rindo da minha cara logo em seguida.

— Eu tenho que parar de te levar a sério — comentei, como uma nota mental para eu me lembrar depois. — A propósito, apesar de eu estar no meio da calçada, sendo maquiada por um cara que carrega o carnaval da avenida Paulista inteiro nas roupas, não tô vendo ninguém olhar pra gente. Isso não é estranho?

— Na verdade, não. Porque como eu disse, ser uma santidade tem suas vantagens. — Piscou. — Agora vem.

Sem prévio aviso, eu tive o pulso puxado, o que me fez perder o equilíbrio por um momento.

— Ji Yong! — Paramos, ele olhou para os dois lados da rua e começou a me arrastar de novo.

Chegamos a outra calçada, onde havia uma árvore, a qual nos ocultava pelo ponto de vista da entrada do parque. Ji Yong se inclinou para espiar a entrada depois de me posicionar atrás da árvore e guardar o batom no bolso da calça.

— Eu vou ficar por perto, ok? Se precisar de alguma coisa, é só... bater o pé direito no chão três vezes seguidas! Nem que seja discretamente, eu vou entender.

— E você tem certeza de que isso vai dar certo? — Talvez não fosse tão conveniente, mas eu estava nervosa.

— Claro que tenho! Você não confia em mim?

— Ér… Não.

Ao levantar seus óculos de sol, a irritação em seus olhos foi revelada, e ele ficou me encarando até soltar um suspiro.

— Tá. Isso é irrelevante. Vamos revisar algumas coisas, ok?

— Parecer confiante, fingir que ele é só um garoto qualquer pra não ficar insegura! Já sei!

— E qual é o seu objetivo?

— Demonstrar interesse — disse, a derrota cantando vitória na minha voz.

— Certo. Parece que ele já chegou. Não, não! Espera! — Quando tomei coragem e comecei a andar na direção de Jungkook o Santo da Vela me puxou pra trás. — Vamos fazê-lo esperar um pouco! — Revirei os olhos. — Eu não trabalho fazendo joguinhos, mas ele merece.

Acabei me sentando no banco ali perto, e esperei enquanto Ji Yong observava Jungkook com atenção.

— Ótimo! Agora vai lá e não se desculpe por se atrasar! Foram só 15 minutos, você não deve satisfações.

— Tá bom. — Respirei fundo, tomando coragem.

— Vai logo! — mandou, me dando uma leve mão nas costas.

Segurei a alça da bolsa que eu carregava e, no que me viu ao longe, Jungkook sorriu e foi inevitável não retribuir. Naquele mesmo instante, senti alguém esbarrar em mim.

— Charme, garota. — A voz de Ji Yong alertou entredentes, e logo ele se afastou, caminhando pela calçada normalmente, no mesmo sentido que eu.

Com um pouquinho de esforço, eu guardei a euforia num cantinho do meu peito e fui ao encontro de Jungkook.

— Sooyoung! Eu te mandei várias mensagens perguntando se já estava vindo, porque não me respondeu?

Eu poderia pensar em fazer isso, se eu ao menos estivesse com o meu celular.

— Na verdade, eu pensei que você nem estaria acordada pra ver a primeira. — Coçou a nuca.

— Ah, sem drama, Jungkook — disse, pousando minha mão em seu ombro presunçosamente. É, talvez eu não fosse menos debochada que Ji Yong, mas isso me dá local de fala, não? — Eu não vi! Se tivesse visto, eu teria respondido. Não se esqueça que eu tenho uma vida, tenho muito o que fazer no sábado e larguei tudo pra vir te fazer companhia!

— Sério? Tipo o quê? — desdenhou.

— Dormir, é claro! — Sua risada começou a encher meus ouvidos e eu também não pude conter a minha quando me vi livre do nervosismo bobo de antes.

— Mas isso não é mais importante que eu!

— Claro que é! — Ele me olhou, contrariado. — Não fique assim, estou brincando.

— SUA JUMENTA~

Ji Yong não tinha dito que ele quem daria as indiretas.

O bendito tinha gritado — ‘’disfarçadamente’’ — de trás de Jungkook, e eu estava vendo bem que aquela era pra mim.

Impressionante, não? Em menos de metade de um dia eu já o teria matado umas 4 vezes se possuísse algo mais letal que uma escova de dentes e um batom matte ao meu alcance.

— Jungkook! — A figura de Hoseok todo sorridente surgiu junto com seu jeito brincalhão de sempre. — Você não disse que a Sooyoung viria.

— Nem eu sabia direito se ela viria.

Sem pensar muito, desviei meus olhos pra onde havia visto Ji Yong, e sua cara de indignação por Hoseok aparecer era como um poema que dizia:

Pensei que Jungkook era idiota, babaca e tapado

mas agora eu estou vendo

Jungkook é caso a ser arquivado

Eu também reconhecia que, estando na minha posição, era falta de consideração levar um amigo em um encontro que ele tinha dado a entender que seria a sós. Mas era inevitável, eu não conseguia mais me surpreender com o Universo jogando na minha cara que eu estava na f r i e n d z o n e.

— Tudo bem. — Hoseok riu.

— E o Tae?

Tae? — me perguntei, porque me lembrei de alguém pelo nome, mas decidi ignorar por não saber quem era.

— Ele disse que ia se atrasar e pediu pra gente entrar sem ele.

— Então vamos!

  Sem perder tempo, pagamos os ingressos e atravessamos a entrada. Eu já estava prevendo que depois das provas, Jungkook não resistiria à oportunidade de ir ao parque de diversões preferido, então não me surpreendi tanto com seu convite.

  — Em qual nós vamos primeiro? — Jungkook perguntou asiosamente.

  — Qualquer coisa que você não decida! Ainda tô me recuperando da nossa última vinda aqui. — Hoseok disse, com uma palma no peito.

Já tínhamos vindo com o Hobi e outros amigos há alguns meses, e o mais engraçado foi ver ele gritando na montanha-russa, com seu sorvete indo embora por causa das manobras do carrinho da montanha-russa, enquanto Jungkook estava tendo uma crise de risos de fazer sua barriga doer, e eu não sabia se ria mais escandalosamente que o menino, ou gritava pela minha mãe com o Hoseok.

Aquele dia foi bem loko.

Como não podia deixar de ser, mais uma vez eu tinha notado o quão feliz a risada de criança do Jungkook me fazia ficar. Era a risada mais zoada e engraçada que eu já tinha escutado e eu nunca me enjoaria de vomitar açúcar por ela.

Sobre o brinquedo em que nos arriscaríamos primeiro, escolhemos o mais calmo de todos: a casa mal-assombrada.

Aquilo serviria para nos preparar para todo o resto dos brinquedos do parque. E também, não tivemos muita escolha quando a sugestão surgiu e a agarramos antes que a ideia da montanha-russa florescesse na cabeça de Jungkook.

— Esse rapaz é seu namorado? — O homem vestido de palhaço que estava cuidando da entrada das pessoas na atração fantasmagórica perguntou, e me questionei se ele estava falando com a gente mesmo. O homem aparentemente se referia a Jungkook, o qual ficou tão sem graça que nem reação ele teve direito.

— Sou amiga dele! — respondi e sorri para o palhaço, recebendo uma cara demoníaca dele logo depois.

Foi quando eu percebi que aqueles eram os olhos de Santanás.

Ji Yong estava bem disfarçado, devo assumir, mas estando com aquela Obra de Arte das Trevas de maquiagem, não era pra menos. Só que ele parecia tão estranho com aquela fantasia barata, que...

Tá amarrado! Sai desse corpo que não te pertence! O diabo veste Prada, que eu sei!

— Que pena, de longe vocês pareciam um belo casal. — Meus olhos voaram para Jungkook, que agora sustentava um sorriso tímido nos lábios.

Pera, que porra é essa? Jungkook, é você mesmo? Tô reconhecendo não.

— Bom… — Jungkook se manifestou, ainda envergonhado pela "acidental" inconveniência do capiroto.

Eu nunca vi ele assim. NUNCA.

— Amizades assim às vezes viram outra coisa, não é? Nunca se sabe. — Não estava antes, mas acabei segurando o riso perante àquela atuação grotesca do santo.

E eu achando que ele era orgulhoso!

— Vamos logo! Eu não quero segurar vela pra vocês, ok?

Foi tão repentino e confuso ouvir Hoseok dizer aquilo que eu só parei junto com o mundo. Meu coração palpitou naquele segundo como nunca antes. Foi tão bom escutar aquilo — apesar de nosso colega não estar se divertindo nada com a situação e Jungkook apenas corar como o bom pervertido disfarçado de anjinho que é. Aquela situação juntou os caquinhos do meu kore e senti uma emoção que, apesar de não conseguir descrever, fez meu sorriso ser gigantesco.

Sim, mundo! Hoseok segurou vela pra gente! E quem não acreditar é trouxa!

Antes de Jungkook, acompanhado pelo seu constrangimento, me puxar para dentro da atração de horrores por nossos braços estarem entrelaçados, me virei e agradeci mentalmente a Ji Yong, que apenas respondeu com um sorriso convencido antes de voltar a fingir ser um palhaço trevoso.

Pensei em largar tudo, me ajoelhar e agradecer a Deus ali mesmo, mas achei melhor deixar pra fazer isso em casa, ou então eu estragaria tudo.

Pela primeira vez em apenas 3 horinhas eu não estava sentindo algo negativo em relação a ele. Eu fiquei radiante de felicidade assim que vi que aquela luz no fim do túnel dramático da minha friendzone realmente existia e, também, que aquele era só o começo das bênçãos da Diva da Chanel.


Notas Finais


G-Dragon, melhor Santo dos Trouxas

Fé no Santo da Vela q eu consigo terminar essa fanfic logo, amém


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