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História Riverdale - 2 Temorada : Humanidade Ligada


Escrita por: deevill

Capítulo 22 - 2 Temorada : Humanidade Ligada


CHERYL BLOSSOM

Chega dessa palhaçada. Estou trancada faz três dias, não me alimento há três dias. E não tomo banho faz três dias. Estou me sentindo suja, morrendo de fome. Eu não aguento essa tortura, tem verbena misturado com mata lobo no meu sangue, tinha estacas e pratas enfiadas pelo meu corpo. Se não bastasse toda hora alguém aparecia com uma bolsa de sangue, pra jogar na minha cara, quando eu me soltar, eu juro. Por incrível que pareça o porão era impossível ouvir alguma coisa, então não sabia o que estavam aprontando, mas sei que é algo profundo. Pena que não tem volta, não existe ninguém que pode me fazer voltar, ninguém é tão profundo pra mim, Jason era, mas morreu. Vida que segue. A porta se abriu, a claridade invadiu o porão, me fazendo fechar os olhos fortemente. Eu estava muito fraca, estava morrendo, dessecando. Verônica, Chuck e Archie entraram, logo depois Toni entrou. Ela estava com um olhar raivoso, de desprezo por mim, sorri para eles debochando da cara deles.

- Vocês acham que ela vai me fazer voltar? Essa loba com mechas rosas? - Sorri e em seguida acabei tossindo de fraqueza, e de repente vomitei sangue. 

Encarei eles, cada um pelos olhos. Eles me olhavam com pena, nojo. Já a Toni com raiva, ela realmente não me olha nos olhos. Eu estava me sentindo muito fraca, eu mal conseguia me mexer. Toni pegou uma bolsa de sangue e caminhou lentamente até mim. Seus saltos faziam barulhos no chão. Ela se abaixou na minha frente e me entregou a bolsa, e se virou para os meninos. 

- Podem ir, deixem a gente a sós. 

Todos eles subiram as escadas na mesma hora. Toni voltou a me olhar. Ela me deu a bolsa de sangue na boca, e eu suguei tudo como se fosse a ultima coisa da vida. Eu estava faminta, senti o sangue me deixando mais jovem. Senti o sangue descendo pelo corpo, me dando mais cor. Tá bom que não sou tão viva, sou um pouco branca demais, porém estava me sentindo mais branca que o normal. Senti minha boca ter mais cor. Me senti forte de novo, sorri aliviada. Toni apenas me olhava, e não falava nada.

- Pode me dá outra bolsa? Fiquei três dias sem me alimentar de sangue, ou de qualquer alimento, preciso ficar forte para conversar com você.

- Conversar?

- Então por que está aqui? Durante os três dias fiquei pensando, o que eles querem? Sabia que tentaram me trazer de volta? Usando meu falecido irmão, então Chuck teve uma bela ideia, quem será que pode trazer ela de volta? Então, você aparece depois de três enfurecidos dias. Por que demorou tanto? Estava pensando no que falar, como olhar pra mim depois daquela trágica imagem da sua namoradinha quase morrendo por mim. E agora está aqui, então se não veio para me torturar, veio pra conversar. O que você quer? - Falei ironicamente olhando nos fundos dos olhos dela e com um sorriso debochado no rosto. - E pra isso preciso de uma nova bolsa de sangue, se não, não podemos conversar, nem fazer sei lá o que. 

- Cheryl. Você. Você é impossível. Eu pensei realmente que pudesse ter uma conversa sensata com você, mas você não consegue. Nunca conseguiu, até quando tinha a humanidade ligada. 

- Bolsa de sangue. 

- Cheryl, só pensa em si própria, sabia que eu não tô ficando com a Melissa? Exatamente, eu não tô ficando com a Melissa, a gente é amigas, ela nunca soube de nada sobrenatural, nem de mim, eu comecei a fazer amizade com ela quando você começou a se distanciar, eu precisava desabafar com alguém, nos encontramos na praia e ficamos amigas. Nem sei se ela é lésbica. E você mandou ela matar um ser humano, ela chora até hoje, sonha com isso, ela se culpa disso. E você ainda colocou na cabeça dela que ela foi estuprada, você tem noção do que fez por ciúmes que você que provocou isso? Eu estava na festa Cheryl, vi você e o Chuck.

- Toni, menos sentimentos. Não quero saber sobre você e sua garota humana, o que ela trás pra você? 

- Humanidade, ela me faz lembrar que sou humana. E naquele dia que ela disse que perdeu a calcinha no telefone, ela estava guardando roupa limpa, e estávamos jogando uma na outra e ela perdeu. E depois eu disse que fiz besteira, a única besteira que eu fiz foi ter bebido demais, confiado em um garoto qualquer no bar..

- Você que contou tudo pro Nick? Você fez o Nick vim atrás de mim? Você, Toni, você fez ele tentar me matar e me estuprar, você sabia que ele tinha uma estaca super, mega, extrema especial? Que no caso me mata? 

- Desculpas, eu, eu exagerei na bebida.. Ele já sabia sobre nós, mas eu tecnicamente falei demais, por isso ele tem a estaca, acho que poucos sabem como se fazer.

- Acertou em cheio sua serpente. Você faz jus do que é. Uma serpente, uma cobra. Uma serpente que só basta se sentir ameaçada que ataca. - Eu estava com muita raiva, e me controlar está sendo impossível, quebrei uma corrente do braço esquerdo.

Em seguida quebrei uma do braço direito. E continuava olhando ela nos olhos e falando o quanto ela era uma falsa, e uma serpente. Com um puxe quebrei as duas dos pés e fiquei em pé olhando ela nos olhos e sentindo as veias dos meus olhos aparecerem.

- Você apenas trocou de pele enquanto estava nesse hotelzinho inútil. Você fingiu me amar, me usou, e agora mostrou ser quem é. - Quebrei a corrente do meu pescoço.

Ela estava dando leves passos pra trás assustada. Caminhei devagar até ela e pressionei ela na parede. Para minha sorte ninguém consegue ouvir nada lá de cima, o porão é a prova de som, então eu estava realmente feliz com isso. Eu não controlava meu corpo, continuei pressionando ela na parede, enquanto olhava seu rosto assustado. Ela tentou me arranhar, mas eu não senti dor, estava cheia de adrenalina no corpo. 

- Cheryl, por favor.. Cheryl.. - Ela não conseguia respirar.

Meus olhos ficaram amarelos, e tinha veias em volta. Minhas presas surgiram rapidamente, estavam diferentes, era uma mistura de presas de lobo com presas de vampiros. Lágrimas escorreu pelo seu rosto, sorri. E em seguida lhe dei um beijo em seus lábios. Ela não retribuiu. Olhei em seus olhos sorrindo. 

- Que pena, esse vai ser seu último beijo. 

Mordi o pescoço dela me alimentando de cada gota de sangue. Senti suas mãos arranhando meus braços e puxando meu cabelo, mas eu estava ficando cada vez mais forte. Não conseguia me segurar, aquilo era mais forte que eu. Senti ela fraca nos meus braços e aos poucos foi caindo pelos meus braços. Ela caiu no chão. Morta, eu acho. Não sei o que é isso, mas isso estava forte. Me ajoelhei ao lado dela, não ouvia seu coração. Meus olhos encheram de lágrimas, eu estava com medo. Medo é sentir. E uma onda de sentimentos surgiram, me fazendo chorar. 

- Não... Não... Não... - Repeti isso várias vezes enquanto abraçava seu corpo. 

Soltei ela e corri subindo as escadas até a casa. Estavam todos na sala, conversando. Ao me vê cobertos de sangue e chorando eles correram até o porão. Não tive forças, não tinha como me levantar e ir juntos. Eu cai no chão chorando e abraçando meus joelhos. Alguma mão pousou em mim, me assustei, era a Betty. Ela me abraçou com os olhos cheios de lágrimas. Abracei ela forte, não queria soltar ela. 

- Eu.. Eu matei a mulher que eu amo. - Falei abraçando a Betty ainda enquanto chorava. 

De repente Archie estava segurando a Toni no colo. Olhei pro corpo dela, já estava pálido, sem vida. E tentaram de tudo. Mas não conseguiram. Toni morreu. Matei a mulher que eu amo. Uma das únicas que mais amei. Eu não acredito, todos que eu amo. Eu não quero sentir isso, eu não quero sentir essa dor, eu quero desligar. Mas não sei como faz isso, eu nem sei como fiz na primeira vez. Betty estava me abraçando ainda. Eu estava chorando que nem uma criança, alto e com o rosto escondido nos meus pés. Todos me olharam, Chuck me abraçou. 

- Cheryl, não desliga.. - Ele falou limpando minhas lágrimas e me olhando.

- Eu, eu quero, eu não aguento. Eu matei ela. Eu matei a mulher que eu amo. Eu amo ela, eu não consigo viver sem ela, é doloroso demais. - Falei alto, desesperada.

- Tem um jeito. - Polly falou. Como ela estava ali? Mal vejo ela. 

- Como? - Falei desesperada.

- Ela era um ser sobrenatural, então ela fica no outro lado, um lado só para os sobrenaturais. Podemos de algum jeito pedir ajuda aos ancestrais para trazer ela de volta. Não sei se vai funcionar. 

- Vamos, agora. - Me levantei.

- Cheryl, eu não sei fazer isso.

- Você e sua irmã são bruxas, eu também, podemos ir no local onde ela foi nascida, sua antiga matilha e pedir ajuda. Temos que fazer isso, por favor me ajudem. 

- É uma boa ideia, mas ainda não sei o feitiço. 

- Ligue pra sua mãe. Sabemos que ela dá aulas de bruxaria, e ela sabe muito bem como ser bruxa, pede pra ela vim. Não sei.

- Vamos tentar.. 

 

2 DIAS DEPOIS

O corpo dela estava ressecando já. Estava pálido, mole. Tinha a expressão de que estava dormindo, dava pra vê pelo seu rosto que estava assustada, porém em paz. Eu fiquei esses dois dias apenas olhando ela. O cheiro estava insuportável, cheiro de morte, cheiro ruim. Os meninos tentaram me tirar mais eu não queria sair de perto dela. Segurava sua mão, estava muito gelada. E esse tempo me deu chance pra pensar, o quanto eu fui estúpida. Não posso fugir das minhas responsabilidades, se não puder trazer ela de volta, preciso viver sabendo que matei o único amor da minha vida. Nunca amei ninguém como ela, sem ser o Jason, nem a Heather, ninguém era tão especial. E agora, eu matei ela, preciso viver com isso. A Alice Cooper já estava aqui, conosco fazia um dia. Ela e as meninas estavam pesquisando, olhando grimórios qualquer coisa que pode ajudar, mas não temos muito tempo. Ela já está morta há dois dias, ela está apodrecendo. Me levantei e fui até a sala, onde estava cheia de livros veios empoeirados. 

- Acharam alguma coisa? Ela está ficando vez mais distante, eu sei que está.. Por favor digam que acharam algo..

- Infelizmente, não conseguimos.. Acho que não dá..

- Então vamos pedir ajuda aos ancestrais, precisando, de alguma maneira ajudar ela.. Por favor, venham comigo.

- Cheryl, acho que é impossível.. 

- Você Polly, você sugeriu.

- E o que vamos fazer?

- Só me ajudem, venham comigo.

Colocamos a Toni no porta-malas do carro e seguimos. Eu lembro que ela uma vez mencionou um lugar, onde ela cresceu. Ela era solitária, órfã, mas ela cresceu em uma matilha. Ela cresceu lá, e lá é o lugar exato para onde fazer isso. Sei lá o que vamos fazer, mas iremos fazer algo. Precisamos pedir ajuda aos ancestrais, não paro de pensar nisso. Eles precisam saber nossas intenções, tem que ser puras, e inocentes. Eu sou a pior pessoa pra isso, talvez eles até me odeiem. Mas eu tenho puras intenções, ou não? Só quero ela viva mais que todo mundo, mesmo que isso custe minha vida. 

Depois de quase três horas de viagem chegamos. Pra mim foi rápido, mas para as outras que dormiram no banco de trás não. Eu dirigi sem pausas, sem nem prestar atenção na pista, ou em nada. Eu realmente estava pensando em tudo, como fazer, ou como me conectar com os espíritos. Estacionei bem ao lado da floresta. Era uma floresta pequena, dava pra vê casas ilegais, feitas com tijolos e madeiras mal feitos. E tinha barracas no chão, uma fogueira no meio. Creio que estejam todos ai, mas não quero atrapalhar ninguém. Então ficamos no começo da floresta. Estava escuro, colocamos o corpo dela no chão e começamos a fazer bruxaria. Palavras sem sentido, mas eu sentia uma coisa. Nunca fiz isso, mas eu sentia algo forte. Comecei a chorar enquanto falava aquilo, era quase automático, era impossível parar de falar, era mais forte que eu. Mas no fundo eu sabia, eu estava desabafando, falando tudo que sentia só que em outra linguagem, outra forma de falar. Estávamos quase gritando, de tão forte que estava. De repente um vento forte batia nos nossos rostos, fazendo meus cabelos voarem. Continuei falando alto, e forte as mesmas palavras que elas. Eu quase gritava. Sentia as folhas voarem. E de repente. Tudo parou. Me calei. Tudo ficou ao normal. Elas me olharam. Eu sabia que isso não era pra acontecer. 

- Sinto muito.. Eles negaram ajuda.. 

- Como... Como você sabe disso? 

- Você não sentiu? Não ouviu? Cheryl, você é ruim, eles não gostam de você, e parece que não querem te ajudar.

- Não.. Não.. Não..

Olhei pro corpo dela. Morto no chão. E de repente eu estava chorando, abraçando o corpo fedido dela. Mesmo que ela esteja morta, eu não consigo deixar o físico dela. Eu não posso. É impossível pra mim. Eu amo muito ela. 



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