1. Spirit Fanfics >
  2. Road To Freedom >
  3. Hearing The Heart

História Road To Freedom - Hearing The Heart


Escrita por: lavignizer

Notas do Autor


Olá, filhotes! Prontos pra mais um?
Esse está maiorzinho! hahaha'
Boa leitura ^-^

Capítulo 6 - Hearing The Heart


Fanfic / Fanfiction Road To Freedom - Hearing The Heart

Durante o caminho até o hotel mais próximo da praia, a conversa fluiu e já sabiam que as mulheres eram do Texas. Haviam crescido juntas, sendo pouca a diferença de idade. Ally é a mais velha, com 24 anos, enquanto Normani acompanha Lauren nos 22 e Dinah é incrivelmente alguns meses mais nova que Camila, tendo 20 anos ainda. Cursavam o mesmo curso de teatro, sendo que Ally já havia se graduado em música, e moravam juntas.

Embora Lauren insistisse em emburrar a cara vez ou outra ou apenas ficava quieta sem perceber, havia se enturmado tanto com as garotas que ria mais que o normal. Já Camila agora mais observava que tudo, aproveitando o tempo em que se acomodavam no hotel para escrever mais algumas linhas em seu notebook.

- Não estávamos preparadas pra ir à praia – Dinah murmurou em determinado momento e ela apenas escutou, sem parar de digitar. – Então como foi você que inventou, você paga nossos biquínis!

Camila levantou o olhar naquele instante e fitou a outra encarando-a inquisidora.

- Ela está brincando – Ally apareceu e acertou a mais alta com um tapinha no ombro. – Mas precisamos mesmo ir ao shopping.

- Sem problemas. – A latina assentiu e fechou o notebook, guardando-o de volta em sua mochila e a repousando sobre uma poltrona ao lado.

- Eu vou na frente dessa vez e vou colocar o cd da Bey – Normani anunciou.

Lauren franziu o cenho e fechou o sorriso.

- Ah, mas não vai mesmo! – Declarou, cruzando os braços sobre o peito. – Só quem senta naquele banco sou eu.

- E quem determinou isso? – A morena questionou desafiadora.

- Eu!

- Desde quando?

- Desde que eu cheguei primeiro!

- Pois vamos ver!

Normani com sua bolsa no ombro direito se pôs rapidamente para fora, correndo pelo corredor e sendo seguida por uma Lauren furiosa.

- Garota, isso tudo por sua causa? – Dinah se virou para Camila que encarava a porta sem entender nada. – É boa assim de cama? – A latina entreabriu os lábios, mas nada saiu. Suas bochechas ruborizaram fortemente. – Aposto que quando tá lá de quatro não tem vergonha! – A polinésia negou com a cabeça.

- Deixa a menina, Dinah – Ally a repreendeu.

- Nã-não é nada disso! – Camila finalmente conseguiu formular uma frase.

- Não precisa se explicar, Mila – a mais baixa logo a tranquilizou. – Dinah que é uma intrometida.

- Qual é Allyson, você também está curiosa! – Dinah acusou.

- Não estou não! – Rebateu, firme.

- Ah, está sim!

- Não!

- Sim!

- Não!

- Não!

- Sim!

- RÁ! EU SABIA!

Camila olhava de uma para a outra, totalmente perdida.

- DINAH! – Ally arregalou os olhos ao notar que a mais alta havia lhe enganado. – Isso não vale! – Protestou, mas a polinésia já havia saído entre risadas altas.

Ally a seguiu furiosa enquanto Camila continuava não entendendo nada que estava acontecendo, dando de ombros em seguida e tomando o mesmo rumo que elas.

Ao chegar no estacionamento, Lauren se postava irredutível em frente a porta do Jeep feito uma leoa, rindo de Normani que tentava a todo custo empurra-la para passar.

- Mani! – Dinah chamou-lhe a atenção ao se aproximar. – Sabia que a Allyzinha está curiosa sobre Camila e Lauren transando?! Aposto que tem fantasias lésbicas!

- DINAH JANE HANSEN! – Ally bradou.

- Sério?! – Normani exclamou, se afastando imediatamente para saber da fofoca. – Allycat, eu esperaria isso até da Dinah, mas de você... – negou com a cabeça, a analisando.

Ally revirou os olhos e cruzou os braços de forma emburrada.

- Espera – Lauren interveio, tendo a atenção para si. – O quê?

- Você... a bunduda... – Dinah gesticulou, deixando a hispânica de boca aberta junto com a latina que havia acabado de chegar por ali, ambas feito tomates maduros de tão coradas.

- Vocês enlouqueceram?! – Lauren questionou, abismada.

- Eu sei que Dinah é chata, mas nem é pra tanto – Ally disse, encarando-as com um sorriso compreensivo. – Suponho que namoradas façam essas coisas, não é? Não têm do que se envergonharem, meninas.

- O QUÊ?! – Ambas questionaram em uníssono, arregalando os olhos.

No segundo seguinte, Camila riu baixo e encarou Lauren com um sorriso malicioso.

- Viu, Lo? Até elas querem que a gente se pegue! – A latina falou, mordendo o lábio inferior. – Agora só falta você parar de se fazer de difícil e me beijar! – Balançou as sobrancelhas sugestivamente.

Lauren gargalhou.

- Não diga bobagens, Camila – logo disse, se recuperando do constrangimento anterior e dando corda a ‘brincadeira’. – Nós somos só amigas, gente.

- Isso é sério? – Normani questionou, incrédula. – Só amigas?!

- Se eu tratasse Ally ou Normani como vocês se tratam... – Dinah negou com a cabeça.

- Ou se nos comêssemos com os olhos – Normani completou.

- Seria muito estranho – Ally fez uma careta enojada. – E eu teria que dispensar vocês porque sou muito areia pra esses caminhõezinhos! – Gargalhou.

- Até parece, anã – Normani rebateu – Você não aguentaria nem um dedo da Dinah, imagine nós duas.

- Isso é verdade – Dinah concordou, balançando a mão para enfatizar. – A gente te rasgaria ao meio, Smurfete!

As três começaram a rir durante a discussão, enquanto Camila continuava encarando Lauren e ambas se sentiam desconfortáveis com a situação. Seus pensamentos voavam para longe apenas com um mal-entendido e uma brincadeira, deixando claro que, definitivamente, algo estava rolando.

- Eu não vou transar com vocês! – A voz indignada de Ally despertou a latina de seus devaneios com a de olhos verdes, deixando-a incrédula com o rumo daquela conversa.

- Er... – pigarreio sem graça, chamando-lhes a atenção. – Nós podemos ir?

Lauren já havia entrado no carro e as outras logo seguiram para dentro também, sem cessar a discussão em que se encontravam.

- Camila, fala pra ela que a melhor forma de provar que aguenta é transando com a gente?! – Normani pediu, se acomodando no meio do banco de trás e enfiando sua cabeça por entre os da frente para encarar a latina.

- Ela diz que é o contrário, mas fica fugindo da raia – Dinah completou.

- Eu não tenho que provar nada a ninguém! – Ally rebateu, dando de ombros.

- E eu não tenho nada a ver com isso – Camila disse, rindo ao dar partida no carro.

- E eu quero ouvir Beyoncé – Lauren falou por último, rolando os olhos ao ouvir os gritos de Dinah e Normani.

- EU SABIA QUE NÃO IA ME DECEPCIONAR, BRANQUELA DA MONGÓLIA! – Normani exclamou, estalando um beijo babado na bochecha da hispânica.

- Eeww!!! – Lauren a afastou entre uma careta.

A verdade era que a hispânica apenas queria que o assunto da conversa fosse outro, mesmo que tivesse de ouvir Beyoncé pelo resto da viagem. Camila respirou aliviada, pois tinha a mesma vontade da outra, apenas disfarçando melhor.

Formation retumbou dos alto falantes e logo as mulheres estavam outra vez de pé no banco, cantando alto e rebolando.

- EITA VELHO GOSTOSO! – Dinah gritou de repente, fazendo-as encara-la de um jeito assustado. – O quê? Eu estou fazendo a minha boa ação do dia!

- Isso é muito feio, Dinah – Ally disse – pobrezinho do senhor!

- Pobrezinho o que, olha lá a cara dele! – A polinésia apontou para o senhor na calçada de uma praça, olhando-a com um sorriso enorme. – Eles ganham o dia com isso – deu de ombros.

- Você acha? – Ally franziu o cenho, pensativa.

- Certeza! – Dinah afirmou e Normani riu alto.

A mais baixa passou seus olhos pelas ruas, encontrando um outro senhor caminhando e respirou fundo.

- Ô DELÍCIA! – Gritou, chamando-lhe a atenção e lhe piscando com um olho.

Normani ainda completou, soprando um beijo. As três caíram em gargalhadas estrondosas no banco de trás.

- Camila, você foi buscar elas na creche que vai durante a semana?! – Lauren questionou a latina que igualmente gargalhava ao lado.

- Você é muito séria, sabia disso? – Camila rebateu, desviando brevemente o olhar da rua para ela. – Não precisa levar tudo a ferro e fogo sempre, relaxa um pouco.

- Se todos relaxassem sempre o mundo estaria pior do que já está – a hispânica suspirou pesado.

- E você se preocupa com o mundo desde quando? – Camila debochou.

- Desde sempre?! – Lauren a olhou com incredulidade.

- Se você se preocupasse mesmo, jamais cogitaria deixa-lo sem esse brilho que irradia quando sorri ou sem o calor de seus olhos – a hispânica sentiu o estômago revirar diante daquela fala. – Ele é melhor com você aqui e poderia salva-lo se quisesse, só você que não enxerga isso.

- Camila... – Lauren a olhou se segurando para não deixar os olhos marejarem e negou lentamente. – Não faz isso, por favor.

- O quê? Dizer a verdade? – A latina olhou novamente e sorriu fraco. – Eu não estou tentando te machucar Lern, seria a última que o faria, estou apenas abrindo os seus olhos pra realidade.

Lauren sustentou o olhar e seu coração deu um forte solavanco no peito. As duas sabiam exatamente que Camila se referira a sua tentativa frustrada de suicídio e Lauren queria lhe dizer que ela não tinha o direito de se meter naquele assunto, mas algo em si gritava que tinha sim.

De repente, elas notaram que um silêncio muito suspeito se instalou na parte de trás do carro. Lauren virou o rosto e deu de cara com três pares de olhos as encarando sugestivos.

- Como caralhos vocês passaram dois dias juntas nessa melação e não se pegaram ainda? – Dinah questionou em tom de indignação.

- Eu realmente não entendo – Ally concordou.

Camila riu outra vez e não disse nada, assim como Lauren.

O caminho até o shopping fora marcado por muito zoação e provocações da parte das mulheres a cada oportunidade que tinham para cutucar Camila e Lauren, que era a única que ainda se irritava com isso. Na mente da hispânica, ninguém podia notar e muito menos fazer piada daquilo ou botar pilha, pois não ajudava o seu autocontrole nem um pouco. No entanto, ela não pôde escapar das mulheres quando Camila estava ocupada provando diversos biquínis que Normani havia lhe obrigado.

- Me diz, Laur... – a morena murmurou baixo no instante em que a latina saíra dali para voltar ao provador com uma nova peça em mãos. – Como conseguiu dormir do lado dessa latina gostosa esses dias e não fazer nada?

No mesmo momento Lauren revirou os olhos e bufou, se jogando totalmente no sofá em que estavam.

- Olha, se está tão interessada, por que não investe de uma vez?! – Lauren questionou, sem mais paciência para aquele assunto.

- Porque não sou nenhuma fura olho. – Normani pontuou, sorrindo vitoriosa.

- Não sei do que está falando – a hispânica desviou o olhar ao notar Camila voltando, dessa vez em um biquíni branco que se destacava em sua pele morena.

- É esse mesmo! – Normani exclamou, batendo palma.

A latina deu de ombros, respirou fundo ao mirar as esferas esverdeadas cravadas em sua pele e voltou para o provador em seguida.

- Não ajuda muito no disfarce ficar secando a menina desse jeito, sabia? – Normani voltou a cutucar, rindo ao sentir seu corpo ser fortemente empurrado. – Tá bom, já parei! – Levantou as mãos em rendição. – Vou checar Ally e Dinah, porque a essas horas elas devem estar discutindo quem é a mais gostosa e desse jeito nós não vamos sair daqui nunca – disse, negando com a cabeça e fazendo com que a hispânica risse alto ao vê-la sair.

Querendo aproveitar o momento em que estava sozinha, Lauren se levantou e caminhou até o sofá do outro lado da sala onde anteriormente Ally e Dinah estavam. A mais baixa havia deixado uma garrafa de água por ali e a hispânica não queria perder a oportunidade. Retirou um frasco com algumas pílulas do bolso, abriu a garrafa e enfiou uma na boca, engolindo rapidamente.

- O que é isso?

Lauren saltou para trás com o susto que a voz de Camila havia lhe dado, se virando para encara-la ofegante.

- Mas que merda, Camila – resmungou, guardando o frasco no mesmo instante e fechando a garrafa de água. – Quase me mata de susto!

- Ainda não me respondeu. – A latina insistiu, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha seriamente.

- É remédio pra cólica – a hispânica rolou os olhos entediada e voltou a se sentar no sofá. – Por quê? Você não tem?!

Camila respirou fundo e se sentou ao lado da mulher, sorrindo docemente.

- Desculpa – pediu, tocando em sua mão e iniciando um carinho com o polegar. – Tem algo que eu possa fazer? Se estiver muito ruim não precisamos ir à praia, podemos voltar e... – se interrompeu ao sentir o indicador da hispânica em seus lábios.

- Eu estou bem – Lauren garantiu.

Camila então focou no tom que seus olhos claros tinham naquele horário, chegando a mesclar algumas partes em um tom de mel que lhe faziam se perder em segundos. Sentia que poderia mergulhar naquele oceano sem se preocupar com o oxigênio, explorando cada uma de suas belezas.

Percebeu então que as íris desceram um pouco, fitando seus lábios que agora eram tocados delicadamente pelo polegar da hispânica que os contornava devagar. Lauren sentia a pele macia sob seus dedos e não conseguia conter a vontade de tocar e acariciar sempre mais, descendo para o queixo graciosamente decorado por uma pequena covinha. Camila levou uma mão até seu pulso e o segurou entre um carinho gentil, levando a outra até a sua cintura e tocando-a da mesma forma calma. A hispânica então encaixou a mão em seu maxilar e seu rosto foi se movendo por conta própria em direção dos lábios carnudos que lhe hipnotizavam, fazendo-a sentir a sua respiração quente tocar-lhe a própria boca, atiçando-a ainda mais...

- MAS QUE MERDA, DINAH!

Um estrondo alto ressoou, fazendo-as se separaram em um salto, ofegantes. Piscaram rapidamente e notaram que o estrondo se tratava de um manequim, caído aos pés de Dinah, Ally e Normani.

- Você cortou todo o clima, sua girafa torta! – Normani acusou, cobrindo o rosto com uma mão e balançando a cabeça em negação.

- Eu?! Ally que ficou pulando nas minhas costas feito um filhote de canguru! – A polinésia jogou para a mais baixa, que entreabriu os lábios incrédula.

- Você não me deixava ver! – Apontou para Dinah, olhando-a de forma assassina.

- Eu não tenho culpa se você tem o tamanho de um pequinês! – Dinah rebateu.

Ally estreitou os olhos, dando passos lentos até ficar cara a cara com a outra.

- Eu posso ser pequena, mas garanto que acabo com essa sua carinha linda – a baixinha pronunciou em um tom de voz assombroso, fazendo com que a outra desse um passo para trás e sorrisse amarelo.

- Parece que o pequinês está com raiva – murmurou desdenhosa e Ally deu outro passo em sua direção com a mão para o alto. – Opa, calma, eu já parei! – Levantou os braços para o alto. – Amiga, totó, amiga... – levou uma mão até os cabelos da mais baixa e acariciou devagar.

Ally estava pronta para ataca-la quando Normani se postou entre elas, mantendo a baixinha longe de Dinah que lhe fazia caretas pelas costas da morena.

Camila riu e depositou um beijo demorado na bochecha da hispânica antes de se levantar e ir até elas.

- Calma Allycat, vem cá... – puxou a menor pelos ombros e a arrastou para fora dali, murmurando coisas para que ela se acalmasse.

- Desculpa atrapalhar – Normani pediu a Lauren assim que as duas saíram.

- Não atrapalhou nada – a hispânica negou outra vez, fazendo a morena rolar os olhos entediada. – Vocês parecem aquelas adolescentes fãs de artista teen – acusou, rindo alto ao imagina-las atrás de um computador surtando por algum casal de famosos.

- Seremos as próximas estrelas desse país, queria o quê? – Dinah disse, jogando os cabelos para o lado.

Lauren negou com a cabeça e enganchou seus braços em cada um dos braços das duas, caminhando com elas para fora do provador. Do lado de fora elas pagaram pelos biquínis, que já se encontravam sob suas roupas, e seguiram para fora do shopping.

A praia não se encontrava tão cheia naquele dia, deixando um clima agradável para quando elas chegaram e se acomodaram em um local próximo ao mar. Não demorou muito para que tirassem as roupas de cima e corressem em direção do mar. Todas, exceto Lauren.

- Por que ela fica assim do nada? – Normani questionou a Camila quando elas pararam com a guerra de água que faziam, mirando a hispânica sentada na areia com uma feição séria. – Rindo em um momento e no outro prestes a chorar...

- Eu não devo ficar me metendo nos assuntos dela e nem falando por aí – Camila disse entre um suspiro profundo. – Não é muito educado, entendem? – Torceu os lábios em uma careta.

- É, mas só estamos preocupadas com ela – Ally pontuou, se aproximando mais para que pudessem conversar. – Não somos monstros Mila, podem confiar em nós. Parecemos bobas as vezes, mas sabemos ser sérias quando precisa.

- Eu sei... – a latina disse baixo, lançando um último olhar na hispânica que parecia perdida em seu próprio mundinho. – Ela tem depressão – afirmou de uma só vez, voltando a encarar as mulheres em sua frente.

- Ela te contou? – Dinah questionou.

- Não – Camila negou. – Mas digamos que eu tenho bastante... experiência com o assunto. – Baixou o olhar e respirou fundo.

As outras três trocaram olhares cúmplices e um acordo mudo.

- Como podemos ajudar? – Ally perguntou, fazendo a latina levantar o olhar para elas outra vez.

- Bom, temos que estimular ela a fazer as coisas. Mostrar que ela é necessária e que nos importamos – explicou, se recordando de algumas das coisas que havia aprendido. – Mas não pode ser algo forçado, tem que ser aos poucos e de forma que ela se erga sozinha. As vezes ela mal percebe como está sorrindo e seus olhos brilhando, ou caindo em alguma das minhas provocações... – sorriu bobamente, seus olhos já fixos na mulher na areia.

- E você é a trouxa da vez – Dinah acusou, arqueando uma sobrancelha e sorrindo debochada.

Normani e Ally gargalharam da expressão de ofendida que Camila fizera.

- Isso é o de menos – a latina suspirou pesadamente, sequer negando a acusação da polinésia. – Eu só quero que ela fique bem.

- Isso é muito fofo, Mila – Ally confessou, suspirando encantada. – Por que essas coisas não acontecem comigo? Posha, eu estou cheia de amor pra dar! – Forçou um bico, arrancando risadas da latina que a puxou para um abraço.

- Você quer dar é outra coisa... – Dinah provocou a mais baixa, deixando-a da cor de uma pimenta. – Dar uns beijos ué, o que mais seria? – Disfarçou rapidamente ao notar que Ally iria tentar ataca-la outra vez. – Você está com os pensamentos muito poluídos ultimamente, Allycat – negou com a cabeça e sorriu cínica.

- Ally está necessitada – Normani completou, rindo ao vê-la lhe mostrar o dedo do meio. – Mas então Mila, por que não beija ela de uma vez? Talvez seja o remédio que ela precise pra se curar, já pensou nisso?

- Faz só alguns dias que a gente se conhece, isso é loucura – a latina murmurou, pensativa. – Não quero que ela ache que estou me aproveitando ou invadindo seu espaço, sei lá... eu sou horrível nessas coisas, não tenho experiência alguma – fez uma careta.

- Você nunca namorou?! – Dinah questionou, surpresa.

Camila mordeu o lábio e sentiu as bochechas arderem ao negar com a cabeça.

- Oh meu Deus! – A polinésia exclamou.

- Não é grande coisa – Normani revirou os olhos. – Não importa se nunca namorou, vai aprender que estar apaixonada é agir mais por impulso que racionalmente. Seu coração vai falar mais que sua cabeça e é ele quem tem todo o controle, você só atende seus pedidos.

- Não sabia que era romântica assim, Mani – Ally confessou, sorrindo largo.

- Também não disse que estar apaixonada é uma coisa boa, devo avisar – a morena se retratou logo em seguida, fazendo a mais baixa desmanchar o sorriso.

- Ai, não liga pra ela Mila, estar apaixonada é a melhor coisa que pode te acontecer – Ally disse, deixando a latina cada vez mais confusa. – Principalmente quando é recíproco.

- Aí que tá! – Camila disse rapidamente, estalando os dedos. – Como vou saber que é recíproco? Ela foge de mim sempre que me aproximo!

- Não foi o que pareceu lá no shopping – Normani pontuou, deixando-a confusa. – Eu disse que não é bom se apaixonar porque quanto maior o sentimento, maior a queda vai ser, mas se nota a quilômetros que Lauren sente o mesmo. Ser correspondida é uma conquista enorme.

Camila desviou os olhos para a areia, notando que seus verdes favoritos estavam focados em si. Ponderou mentalmente se Normani estava certa ou se apenas estava tentando deixa-la mais confusa do que já era, e chegou à conclusão que o sentimento que latejava em seu peito gritava mesmo mais alto que a razão que lhe dizia para ficar na dela. Já havia ido longe demais, certo? Havia a livrado de um futuro horrível e lhe trazido consigo para sua viagem pessoal, mesmo que ela não soubesse disso. Então... se já havia ido até ali, por que não avançar mais um pouco?

- Isso quer dizer que você é virgem?! – A voz de Dinah a fez fita-la com o rosto em chamas. – Camila, você é virgem, tipo virgem? Aos vinte um anos? – A polinésia continuava estancada na notícia de que a latina nunca havia namorado, transtornada com o fato. – De boca e tudo?

- Não seja idiota, é claro que eu já beijei – Camila logo esclareceu.

- Mas nunca transou! – Dinah apontou o dedo em sua direção, deixando-a ainda mais corada do que já estava.

- Não é o fim do mundo... – murmurou baixinho, deixando a polinésia de olhos arregalados.

- É UMA AFRONTA AO CRIADOR! COMO VOCÊ VIVEU ATÉ AGORA SEM UM ORGASMO SEQUER?

Camila olhou para os lados, sentindo vontade de se afundar na água ao notar que algumas pessoas próximas as encaravam agora graças a indelicadeza de Dinah.

- Dinah, não mete Deus nisso! – Ally a repreendeu. – E eu acho adorável que a Mila tenha se guardado.

Normani caiu em uma gargalhada estrondosa.

- Você não teve oportunidade, não é? – A morena indagou a Camila que deu de ombros.

- Nunca tive tempo nem de respirar, quem dirá de namorar – revirou os olhos e respirou fundo. – Vou tentar trazer Lauren pra cá – anunciou, se botando a nadar para fora dali o mais rápido que conseguia.

- LEVA ELA PRO HOTEL E PEDE PRA ELA TIRAR AS TEIAS DA ARANHA!

Mergulhou junto com a onda que vinha ao ouvir o grito de Dinah, emergindo em seguida e fingindo que aquilo não fora com ela.

Lauren teve a sua atenção desviada ao nota-la saindo do mar... a água caindo por seu corpo enquanto ela tentava tirar o excesso dos cabelos, naquela típica cena em câmera lenta. No entanto, elas não estavam em um filme e a água gelada pingando em seu braço a fez se lembrar disso.

- Camila! – Repreendeu a latina, a empurrando para longe. – Você está molhada, sai daqui!

- E você é feita de açúcar? – Camila desdenhou, tentando se aproximar outra vez. – Awn, ela vai derreter! Que bonitinha!

- Camila, sai! – Voltou a empurra-la quando esta balançou os cabelos molhados em sua direção.

- Então vem pro mar com a gente! – Camila pediu, sorrindo largo.

- Primeiro, eu não gosto de mar – pontuou, levantando o indicador. – E segundo, alguém precisa cuidar das coisas – levantou o dedo médio e em seguida apontou para as bolsas e roupas de todas ali ao lado.

- Deixa de ser chata, Lo! – Se aproximou por trás e a abraçou pelo pescoço, fazendo-a se contorcer ao sentir sua pele gelada em contato com suas costas. – Eu não vou te soltar até você dizer que vai!

- Camila, eu vou acabar com você!

A latina gargalhou ao ouvir sua fala, apertando os braços a sua volta com mais força.

- Eu duvido, você é sedentária – provocou – se eu te soltar você não vai fazer nada.

- Experimenta pra ver!

Um sorriso travesso beirou os lábios da latina e ela a soltou lentamente, se afastando e voltando para a frente da hispânica que já se levantava.

- O quê? Quer um abraço? – A latina questionou cínica, abrindo os braços.

- É melhor você correr – Lauren disse de forma sombria, somente fazendo-a sorrir ainda mais.

No segundo seguinte a latina corria pela areia entre gargalhadas, gritando provocações por sobre os ombros e deixando-a cada vez mais furiosa. Em determinado momento, porém, a gravidade a trapaceou e Camila acabou por levar um tombo, sendo facilmente alcançada pela hispânica. Em uma última saída, Camila encheu a mão com areia molhada e passou pelos braços da hispânica.

- Eu não acredito que você fez isso! – Lauren a encarou indignada, tentando inutilmente se livrar da areia.

- Você está precisando de uma cor! – Camila disse, gargalhando e jogando mais areia pelo seu corpo.

- Ah é? – Lauren arqueou uma sobrancelha, enchendo uma de suas mãos com areia também e a mirando na latina. – Então toma isso! – Acertou em sua bochecha, espalhando pelo local e rindo. – Como se sente, princesa de areia?

- Me sinto a mulher mais linda do reino – Camila seguiu a brincadeira, rindo alto.

- Vai ficar ainda mais linda quando eu encher essa carinha toda de areia! – Lauren ameaçou, fazendo-a cessar os risos e se levantar rapidamente, voltando a correr. – CAMILA, VOCÊ SABE QUE EU VOU TE ALCANÇAR!

- NÃO VAI NADA! – A latina rebateu, seguindo dessa vez em direção do mar. – PRA ME ALCANÇAR VOCÊ VAI TER QUE ENTRAR NO MAR!

Lauren revirou os olhos e bufou ao cruzar os braços sobre o peito.

- VOCÊ ESTÁ CHEIA DE AREIA, LO! ENTRA LOGO! – Camila continuou gritando lá de dentro.

- Eu me limpo no chuveiro... – a hispânica deu de ombros, mas no segundo em que se virou deu de cara com Dinah que a agarrou pela cintura e a levantou do chão. – ME SOLTA DINAH! – Se remexeu impaciente, tentando se soltar dos braços da mais velha inutilmente. – E DE ONDE VOCÊ BROTOU, ASSOMBRAÇÃO?!

- Fica quietinha, branquela – a polinésia disse, carregando-a em direção do mar. – Estou te levando ao paraíso, deveria me agradecer!

- Água salgada está longe de ser um paraíso – a hispânica rebateu.

- Não estava falando da água – Dinah riu.

- Então do que...

Não pôde terminar sua fala, pois logo em seguida a polinésia lhe jogava dentro da água e ela sentia o seu corpo ser arrastado. Se sentiu afundar mais e nadou para cima, jogando os cabelos pesados para trás ao emergir.

- Você parece uma deusa mergulhando, sabia? – Abriu os olhos e deu de cara com Camila lhe fitando com um sorrisinho que fez com que a sua raiva subisse novamente.

- Você é uma babaca, Cabello! – Bradou furiosa, jogando água em sua direção.

Camila virou o rosto para que não fosse atingida, mas Lauren não parava. Decidiu que este era o momento para fazer o que estava desejando há muito tempo... se aproximou com cuidado e segurou em seus pulsos, puxando-a em direção de seu corpo. A hispânica, ofegante, tentou se soltar de suas mãos. Estavam tão perto que ela podia sentir o seu corpo se encaixar em cada centímetro ao da latina e aquilo não era bom.

- Me solta, Camila! – Pediu, não obtendo sucesso.

- Por que eu deveria te soltar? – Camila perguntou baixinho, focando em seus olhos claros tão perto dos seus.

- Porque eu quero te matar! – Disse a primeira coisa que lhe veio em mente, quase choramingando ao sentir os lábios da latina roçando os seus.

- Não é isso que os seus olhos dizem – pontuou, fazendo-a focar em seus olhos castanhos calorosos. Lauren se sentia desarmada diante de seu olhar, assim como o seu corpo reagia tão intensamente. – Nem seu coração – a latina podia senti-lo batendo fortemente contra o seu próprio peito, unindo os batimentos acelerados. – Lauren, nós fizemos um juramento. E nós juramos...? – Deixou no ar.

- Que não importa o mundo a volta, vamos viver essa viagem com todo o nosso coração e deixar a razão de férias – murmurou baixinho.

A latina soltou seus pulsos lentamente e levou uma das mãos até o seu rosto, usando a outra para segurar a sua cintura e manter os seus corpos colados. Acariciou sua bochecha com o polegar e deslizou as pontas de seus narizes delicadamente, fechando os olhos devagar.

- Escuta seu coração, Lo – sussurrou.

Um arrepio lhe cortou a espinha e atingiu o seu estômago ao ter os lábios da latina sobre os seus, macios e delicados, doces e delirantes... seus olhos se fecharam automaticamente e seus lábios se moveram em sincronia. Sua mão subiu até os cabelos da latina e seus dedos se embrenharam entre os fios castanhos molhados, repuxando-os ao senti-la deslizar a língua por seu lábio e aprofundar o beijo. Já havia dado muitos beijos em sua vida, mas aquele... aquele fora o único que tirara os seus pés do chão, que parecia ruir a cada vez que suas línguas se encontravam e seus lábios eram sugados lentamente.

- É GOOOOL PORRAAA! – O grito de Dinah ressoou ao lado e logo seus corpos eram atingidos por uma chuva de água.

- Gol de quem, sua retardada? – Normani indagou, rindo alto.

- Gol de Camren, duh – a polinésia rebateu. – O time dos EUA é horrível em futebol, então isso é como um gol do Brasil – deu de ombros.

Camila sorriu entre o beijo e puxou o lábio inferior da hispânica entre seus dentes, o soltando devagar e encerrando com um longo selinho. Seus pulmões já ardiam em busca de ar, por isso ofegavam baixo ao colar suas testas.

Foi bem nesse instante... que uma luz se acendeu na mente de Lauren, fazendo-a se dar conta do que havia acontecido.

Suas pálpebras se abriram imediatamente e ela tirou a sua mão da nuca de Camila, se afastando de forma brusca e deixando-a confusa.

- Eu não... – murmurou, engolindo em seco ao fitar os olhos castanhos brilhosos sobre os seus. Suas pálpebras voltaram a se fechar durante alguns segundos enquanto ela buscava por coragem, para voltar a encarar a latina com toda a dor e sinceridade em seu ser. – Eu não posso, Camila.

A latina franziu o cenho e abriu os lábios para rebater, tentando se aproximar outra vez, mas logo sendo barrada pela mão de Lauren e sua cabeça balançando em negação.

- Desculpa.

Após a fala, Lauren nadou para fora dali e deixou não somente Camila atordoada para trás, como também Dinah, Ally e Normani.

- Ah, mas essa branquela azeda vai me ouvir! – A polinésia exclamou, acelerando seus passos na direção da hispânica.

- Dinah, não assusta ela! – Ally pediu, seguindo-a.

- Mas é exatamente isso que ela precisa – Dinah rebateu, rindo sem humor. – Quem ela pensa que é pra fazer isso com a Mila?!

- Dinah, deixa! – Camila pediu, seguindo as duas com medo do que poderia acontecer caso Dinah resolvesse tirar satisfações. – Ela deve ter os motivos dela, não arruma confusão.

- Eu não vou fazer nada, só vou conversar – disse.

- Com “conversar” você quer dizer “enfiar a cara dela na areia” – Normani apontou.

- Só se ela não colaborar e...

Interrompeu a sua fala ao notar uma Lauren parada na areia com as mãos sobre a cabeça e os olhos arregalados.

- O que foi? – Questionou, confusa.

Lauren se virou com uma expressão assustada e abraçou os próprios braços.

- Eu disse que não deveria ter saído daqui, Camila! – Bradou em seguida em um tom angustiado. – Nossas coisas sumiram!

Foi só então que as mulheres focaram no local onde anteriormente estavam as bolsas, agora totalmente vazio.

- Espera... – Normani levantou a mão e se aproximou. – Está dizendo que alguém roubou a gente?!

- Exatamente isso!

Os olhos de todas saltaram nas órbitas diante de sua afirmação.

- Oh não, não, não... – Ally negou repetidas vezes, se desesperando. – Nossos documentos, dinheiro, celular... não pode ser!

- Meus cd’s da Bey! – Normani levou as mãos até a boca e seus olhos lacrimejaram. Logo em seguida ela caiu de joelhos na areia e olhou para o céu. – Me leva daqui, Deus!

- Não fala bobagem! – Dinah a repreendeu, erguendo-a de uma só vez pelo braço.

- Como vou sobreviver sem meus cd’s, Dinah? – Afundou o rosto no ombro da mais alta e começou a chorar.

- A gente compra outros – a polinésia tentou tranquiliza-la, mas seus próprios olhos marejavam.

- Com que dinheiro?!

Sem conseguir conter mais, a mais alta abraçou a morena e começou a chorar junto com ela.

- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊS ESTÃO PREOCUPADAS COM ISSO! – Ally vociferou, totalmente transtornada. – NÓS ESTAMOS A QUILÔMETROS DE CASA E SEM DINHEIRO NEM PRA COMER!

- Gente, calma – Camila interveio, tentando não entrar em desespero também. – O meu celular e o meu cartão ficaram no carro e... - seus olhos se arregalaram tanto nesse instante que Lauren temeu que eles saltassem no chão. – AI MEU DEUS, O CARRO!

A latina correu com tudo de si na direção da calçada onde havia estacionado o Jeep, sendo seguida pelas mulheres que estavam preocupadas com o seu surto repentino. Ao chegar no local, porém, elas entenderam o porquê de seu desespero... o carro não estava mais ali. 


Notas Finais


E agora? *O*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...