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História Romance Vagabundo! - Cap 43


Escrita por: fujoshisBL

Capítulo 43 - Cap 43


Segurei firme no banco estofado e minha outra mão foi parar na coxa de Todoroki enquanto o carro corria veloz pela estrada.

- Vai ficar tudo bem - Ele disse, tentando me assegurar com o olhar.

Olhei-o incrédulo. Não parecia que ia ficar tudo bem. Ainda dava para ouvir a sirene da polícia vindo ao longe.

O mascarado que estava dirigindo tirou a máscara exibindo seu rosto. Ele tinha a cabeça raspada e de repente, olhou para trás, verificando se estava sendo seguido. O outro mascarado no banco de passageiro também tirou sua máscara. Ele tinha cabelos claros e deu apenas para ver uma parte do seu rosto. Já o barman estava com as mãos amarradas numa corda e parecia amedrontado ao meu lado.

Após alguns instantes, o som da sirene da polícia pareceu diminuir, significando que estávamos ficando longe da lei.

Todoroki colocou os fones que estavam por dentro de seu casaco e começou a falar com alguém:

- Já pegamos ele - houve uma pausa. - A polícia tá na nossa cola, cara. Não vai dar para chegar aí na hora que você quer - e então ele tirou os fones.

- E aí? - O cara da cabeça raspada perguntou. - Tudo certo?

- Até agora sim - respondeu o bicolor.

- Para onde estamos indo? - Perguntei.

- Encontrar com o chefe - o cara no banco do passageiro respondeu.

- Relaxa. Não vou deixar nada acontecer com você - Todoroki disse, apertando minha coxa de leve.

Assenti, notando que não havia nenhum som da polícia atrás de nós.

Momentos depois, paramos no semáforo e após ter ido para o sinal verde, enquanto viravamos a encruzilhada, o carro da polícia surgiu na outra rua, brecando à nossa frente.

Imediatamente o cara de cabeça raspada girou o volante, tentando dar ré e acabamos batendo a traseira do carro em um veículo que estava atrás de nós. Minha cabeça bateu no banco da frente com o baque.

- Vai rápido, imbecil! - Todoroki gritou, por cima dos xingamentos. - Tudo bem? - Ele se voltou para mim, puxando meu rosto para analisá-lo.

- Não... - falei, sentindo minha cabeça latejar.

- Sai daí - Ele puxou o motorista para fora do volante. - Você é muito mole!

- Eu tô encurralado, cara! - O cara de cabeça raspada gritou assim que Todoroki dominou o volante.

O som da polícia gritava atrás de nós e eu praticamente me via atrás das grades.

Shouto conseguiu finalmente entrar na outra mão, desviando bruscamente dos carros. Porém, isso não serviu para despistar a polícia. Eles vinham atrás de nós parecendo zangados, abrindo caminho como se fossem os donos da rua e, junto com toda aquela loucura, meu coração estava prestes a sair pela boca.

Por pouco não batemos em um carro à nossa frente, mas eu jurei ter visto faíscas enquanto Todoroki raspava o veículo no outro. Corríamos há não sei quantos quilômetros por hora e eu temia em acontecer um grave acidente em que não nos veríamos nunca mais.

Todoroki virou à direita e logo à frente havia uma faixa de pedestres com um cara atravessando. Gritei, temendo o pior e o bicolor buzinou a toda, fazendo o homem correr rapidamente para fora da estrada.

A sirene da polícia zumbia em meu ouvido e eu olhei para trás, vendo alguns carros atrás de nós, mas não consegui visualizar o da polícia.

- Midoriya - Todoroki chamou. - É melhor você segurar firme.

- O que você vai fazer? - Perguntei, com a voz entrecortada.

- Aguenta firme. Vamos conseguir - disse, acelerando o carro ainda mais.

Cravei minhas unhas curtas no banco em que ele estava e fechei os olhos, pedindo a Deus para que ficássemos bem.

Não ousei abrir os olhos enquanto o carro voava pela estrada. Eu apenas ouvia os pneus gritando no asfalto e sentia meu corpo sendo jogado para tudo que era lado quando virávamos em alguma rua.

- Acho que conseguimos - um dos caras disse depois do que pareceu uma eternidade.

Permiti-me abrir os olhos e me vi em uma rua escura, sem carros ou pessoas. Parecia deserta. Sem nenhum som.

- Tudo bem? - Ele me perguntou, olhando para trás rapidamente.

Olhei ao redor, enfrentando os olhares de todos em mim e só então, me endireitei no banco.

- ... Acho que sim - respondi.

- Estamos chegando - Ele anunciou.

Mais ou menos uns cinco minutos depois, Todoroki parou o carro em frente a um depósito que parecia ocupar toda a extensa calçada. Logo, ele saiu do carro e o cara de cabelos claros desceu, abrindo a porta de trás e puxando o barman abruptamente para fora. O outro também saiu e a porta ao meu lado se abriu de repente.

- Viu só como foi tudo bem? - Todoroki disse, me puxando para fora do carro.

Não respondi. Eu ainda continuava assustado, sem contar que minhas pernas estavam bambas.

A rua em que estávamos era completamente deserta. Não se via nenhuma alma ali, a não ser nós cinco. O lugar era escuro, pouco iluminado pelos postes da frente.

- Você parece assustado - o bicolor constatou, me observando.

- E estou - confirmei.

- O pior já passou - disse.

- Como tem tanta certeza? - Perguntei, o encarando.

Ele me olhou e sorriu de lado. Aquele sorriso torto que encantava qualquer mulher.

- Não tenho. Mas pelo menos, não sou pessimista - disse.

- Não, você é louco - falei.

Ele alargou ainda mais o sorriso e então, a porta de ferro do depósito rangeu ao ser erguida por um dos caras.

Todoroki pegou na minha mão e fomos entrando naquele lugar estranho. O local era iluminado por algumas luzes amarelas e tinha mais dois caras lá dentro. O que significava aquilo?

Quando os caras levaram o barman para um outro cômodo, uma porta no canto se abriu e de lá saiu ele. Mark. Ou Palocci para ser mais específico. Ele caminhou até nós, olhando curioso na minha direção.

- O que este garoto está fazendo aqui? - Perguntou, com seu jeito petulante.

- Estou mostrando o seu mundinho a ele - Todoroki respondeu.

Palocci o encarou, desafiando-o com o olhar.

- Não abuse da sorte - ele se aproximou um pouco mais. - Você sabe do que sou capaz.

Shouto o encarou na mesma intensidade e por fim, disse:

- Acho que não tenho mais nada para fazer aqui.

Palocci riu.

- Bom, hoje não. Mas muito em breve sim.

Todoroki o olhou com indiferença.

- Você sabe onde me encontar - disse.

- Com certeza. E a seu namorado também - disse Palocci.

De repente, Todoroki soltou minha mão, se aproximando dele.

- Se você ousar chegar a um centímetro perto dele, eu acabo com você - Todoroki rosnou, parecendo que ia avançar no Palocci a qualquer momento.

- Acho que não antes de eu destruir a sua vida - Palocci disse.

- Experimenta - Todoroki o ameaçou.

Os dois ficaram se encarando por alguns segundos e então, Palocci soltou uma sonora gargalhada.

- Relaxa, rapaz. Só estou brincando, você não tem senso de humor?

- Não acho graça de certos palhaços - Shouto retrucou sem medo.

Palocci voltou a ficar sério e disse:

- Bom, espero que saiba que estou olho em você. Uma falha e seu mundo vira de ponta cabeça.

Após ouvir isso, Todoroki deu as costas a ele e agarrou minha mão, fazendo eu ir atrás dele. Passamos pelo portão de ferro e o meio a meio soltou minha mão, para abaixá-lo com tanta força que o portão fez um estrondo ao tocar no chão. Ele parecia possesso de raiva.

- Tudo bem? - Perguntei, assim que ele se virou para mim.

Ele assentiu e então, disse:

- Você não sabe o ódio que tenho desse cara.

- Eu imagino - falei.

Ele olhou para mim por uns instantes e começou a tirar o seu casaco. Após ter feito isso, tirou minha mochila do ombro e colocou seu casaco em mim, numa tentativa carinhosa de não me deixar passar frio.

- Vamos ter que andar um pouco até achar um ponto de ônibus - disse, colocando uma alça da minha mochila no ombro.

- Sem problemas - sorri, pegando seu rosto com as mãos, aproximando o meu para beijá-lo.

No momento em que nossos lábios se tocaram, Todoroki recuou o rosto como se estivesse fazendo algo errado. Olhei-o, incrédulo.

- Precisamos conversar sobre isso - disse.

- Conversar? Por quê? - Perguntei.

Ele respirou fundo e disse:

- Você beijou aquele cara lembra?

Quase fiquei sem fala.

- ... Eu estava bêbado. Não sabia o que estava fazendo.

- Claro que sabia, anjo. Sabia muito bem.

- Eu... você beijou a Kendall. Como acha que eu...

- Não beijei a Kendall - ele me interrompeu. - Se eu quissesse beijar ela, eu já teria feito isso, pois oportunidade não faltou.

Não gostei do que ele disse.

- Então, vocês andavam se encontrando? - Perguntei.

- Ela andava me encontrando - disse, dando ênfase no ela.

Soltei um suspiro.

- Eu estava nervoso, ok? A Ken e eu brigamos aquele dia e eu acabei não pensando direito...

- E para se vingar, resolveu beijar um idiota qualquer? - Ele me olhava, parecendo chateado.

- Desculpa - falei. - Eu não sei o que deu em mim.

Ele assentiu.

- Você me desculpa? - Perguntei.

- E por que não? - Ele disse.

Abri um sorriso e quando fui beijá-lo novamente, ele colocou o dedo nos meus lábios, me impedindo.

- Ainda não terminamos - disse.

- O que foi? - Perguntei, ancioso.

- Pensei muito sobre isso, e sei que você vai me odiar, mas preciso de um tempo - disse, sem rodeios.

Um tempo?

- O quê? Você... Por que? Você quer terminar?

- Não quero terminar, se eu quisesse já teria falado. Só preciso de um tempo, nada mais.

Senti vontade de chorar.

- Você está confuso dos seus sentimentos por mim? - Perguntei.

- Não. Ao contrário. Eu te amo - disse, olhando nos meus olhos. - Mas estou confuso do que você sente por mim.

Fiquei boquiaberto.

- Todoroki, eu amo você mais do que qualquer coisa nesse mundo, como acha que eu...

- Porque você beijou outro cara - ele me interrompeu.

- Já disse que estava com raiva.

- Isso não justifica nada.

Aí sim eu fiquei sem fala.

Respirei fundo e o encarei.

- Se é assim, por que você não termina logo de uma vez?! Melhor do que ficar iludindo o idiota aqui! - Dito isso, eu lhe dei as costas, deixando-o para trás e segurando as lágrimas que desafiavam escapar.



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