História Romantic Anonymous - Pequeno bônus

Barbara Palvin Point Of View

Minha respiração estava acelerada, eu tentava de todas as formas acreditar que aquilo não era real. Justin não podia estar morto, ele era... Ele era o meu amor, o amor da minha vida. Comecei a gritar e me debater, mas nada disso adiantava. Senti mãos ao redor de meu corpo e uma doce voz ao pé de meu ouvido, eu a reconheceria sempre.

— Amor, amor? — Justin falava calmamente e em questão de pouco tempo, meus olhos foram abertos.

Eu estava chorando, mais uma vez. Desde que aconteceu aquilo com Justin, eu sonho que ele está morto, mas não. Ele não morreu. Graças a uma força maior, eu liguei para a ambulância e eles chegaram a tempo, na verdade, Justin morreu por alguns segundos, mas conseguiram o reanimar.

— Shh, foi só um sonho, fique tranquila! Ainda estou aqui! — dei um pequeno sorriso e o abracei, sentindo as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto. Eu não aguentava mais esses sonhos.

— Obrigada, obrigada — disse com os olhos novamente fechados. Os abri em seguida, e fitei as orbes castanhas de Justin, ele deu um pequeno sorriso e selou seus lábios aos meus. 

— Sabe que amo você, não é mesmo? — perguntou e eu assenti imediatamente. — Ok, vamos levantar, preguiçosa. Nosso jantar ainda está de pé, né? Já são cinco da tarde, sei que você leva horas para se arrumar, então ande logo. 

— Ah, eu havia até esquecido! Vou começar a me preparar então! — falei tudo rapidamente e Justin sorriu, assentindo e limpando minhas lágrimas. — Amo você, gatão! 

Selei seus lábios mais uma vez e me levantei da cama, pegando minhas roupas que estavam espalhadas pelo quarto. Me dirigi diretamente ao banheiro rápido até demais, quando fechei a porta, senti tudo girar. Me agarrei rapidamente na bancada de mármore, fechando meus olhos e tentando não cair no chão. 

Respirei fundo e neguei com a cabeça, sintomas da gravidez. Dei um pequeno sorriso e coloquei a mão em minha barriga, a acariciando. Mesmo eu estando com apenas três meses de gravidez, minha barriga estava minúscula, nem sequer aparecia. Minha mãe disse que é porque estou grávida a pouco tempo, mas logo logo ela vai aumentar. Assim espero, não vejo a hora de ter aquele barrigão! 

Passei a língua pelos meus lábios e coloquei as roupas dentro do cesto, entrando no box e ligando o registro, começando a tomar um banho relaxante logo em seguida. 

Depois de ter tomado o banho, me enrolei na toalha e saí do banheiro, Justin não estava mais no quarto, talvez quisesse me dar espaço para me arrumar. 

Justin e eu sempre saíamos para jantar — talvez jantar seja algo muito formal, já que sempre vamos comer um hambúrguer, ou pastel —, pelo menos uma vez por semana, mas ele disse que hoje é especial, por isso, é para mim usar minha melhor roupa. "Teremos um jantar, de verdade, em restaurante e tudo mais", essas foram suas palavras e eu estava muito ansiosa. 

Nós dois não tínhamos muito dinheiro, mas éramos felizes com o que tínhamos, e eu sentia que isso iria melhorar, já que ele e eu terminamos a faculdade esse ano. Ele fez o curso direito, coisa que sempre amou e eu fiz psicologia. 

Entrei no closet e comecei a olhar minhas roupas, era para mim ter ido comprar algo, já que ele disse que seria um jantar bem especial. Mordi meu lábio inferior e neguei com a cabeça, dando um pequeno sorriso. Hoje eu falaria a ele que estou grávida, já que ele não sabe. Com certeza, será o jantar mais especial para nós dois. Justin sempre gostou de criança, sempre cuidou muito bem os seus irmãos, então acho que não será um problema esse bebê.

Escolhi um vestido preto, bem justo e um pouco curto. O vesti e comecei a me preparar, fazendo uma maquiagem não muito pesada, queria destaque em meus olhos claros, como Justin gostava. Apliquei um batom vermelho em meus lábios, dando a impressão de que são maiores, para os cabelos, decidi deixá-los naturais, com alguns cachos. 

Olhei para o relógio, os ponteiros marcavam sete e quinze e nada do Justin vir para o quarto. Passei perfume e peguei minha bolsa, que continha dinheiro, batom, celular e essas coisas. Respirei fundo me olhando no espelho e sai do quarto, descendo as escadas. 

— Justin... — chamei por ele algumas vezes, mas nada dele me responder. Quando terminei de descer as escadas, levei meu olhar até a porta, vendo um homem de terno desconhecido por mim parado ali. Ele tinha um buquê de flores nas mãos e assim que me viu, sorriu. — Quem é você? — perguntei com medo, afinal, nunca é bom uma pessoa desconhecida dentro de sua casa.

— A senhorita deve ser Barbara, certo? O Senhor Justin pediu para que eu a leve para o restaurante, onde será o encontro de vocês. Ah, também pediu para que eu lhe entregasse isso, e dissesse que está linda, como sempre — o senhor mais velho ainda tinha o sorriso nos lábios, aquela história estava muito estranha.

— E-eu não vou a lugar algum! Não conheço você e não sei se está falando a verdade! — parte de mim dizia que sim, era verdade, mas outra parte me apertava dizendo que era perigoso. 

— Foi exatamente o que o Senhor Bieber disse que você diria, então mandou que eu lhe entregasse isso... 
O senhor me estendeu um envelope. Peguei as flores e o envelope, coloquei as flores em um jarro próximo a porta, logo abrindo o envelope, vendo uma carta ali dentro. A abri e sorri, vendo que era a letra de Justin e que logo em baixo havia sua assinatura. 

"Querida, fico feliz que não tenha aceitado ir com Adam, mas agora você já pode aceitar. Estarei lhe esperando no restaurante, amo você." 

Quando terminei de ler, dei um enorme sorriso e deixei junto com as flores a pequena carta de Justin. Respirei fundo e olhei para Adam, que me olhava sorrindo, esperando uma resposta.

— Vamos, Adam! — disse sorridente saindo de casa, fechei a porta e olhei para a frente, vendo um carro muito bonito ali. 
O mais velho abriu a porta de trás para mim e eu entrei. Enquanto ele dirigia, foi passando um filme pela minha cabeça, de cada momento que passei com Justin, de quando ele "morreu", de quando nos conhecemos, de quando começamos a namorar, da nossa primeira noite juntos... Eram tantas lembranças! Logo o carro parou em frente a um enorme restaurante, olhei para Adam surpresa.

— Tem certeza que é aqui? — perguntei mordendo meu lábio inferior, isso deve ser caríssimo! Adam riu e saiu do carro, abrindo a porta para mim. Coloquei meu braço dentro do seu e começamos a caminhar, entrando no restaurante em seguida. 

Minha respiração estava descompassada e eu estava muito nervosa, o lugar era lindo, as pessoas estavam todas muito bem arrumadas. Logo avistei Justin de pé, ao lado de uma das mesas que ficava mais afastada do restante do restaurante. Estava muito romântico, com alguns velas e flores pela mesa e ao redor também. Quando Justin viu que eu estava me aproximando, deu seu melhor sorriso. Pude reparar que ele usava um smoking preto, seu cabelo estava perfeitamente lindo em um topete. Dei um sorriso para ele e me aproximei com Adam, logo o ouvindo sussurrar em meu ouvido.

— Bem, minha parte está concluída. Tenha uma ótima noite, senhorita Palvin e... Parabéns! — o olhei sorrindo e agradeci, mesmo não sabendo o porquê de estar sendo cumprimentada.

Será que Justin sabia que eu estava grávida e fez todo esse jantar para que eu contasse a ele? Ah, não podia ser. Eu queria que fosse algo especial, não seria legal se ele já soubesse. Me aproximei aos poucos e abracei seu pescoço com um enorme sorriso nos lábios, logo selando os seus.

— Você está linda! — ele sussurrou em meu ouvido, segurando firmemente em minha cintura.

— Você também está lindo, meu amor! — sorri e logo nos separamos, Justin puxou a cadeira para que eu me sentasse e assim fiz. — Isso deve ter saído um dinheirão, não é? Você pediu dinheiro para sua família emprestado? 

— Digamos que eu economizei, por algum tempinho... Mas não importa, vai valer a pena! — Justin disse com um enorme sorriso em seus lábios, logo pegou minha mão e a beijou.

Já havíamos jantado e agora só estávamos jogando papo fora, falando o quanto estávamos felizes, o quanto nos amávamos. Eu estava me sentindo a mulher mais feliz desse mundo, sempre soube que Justin era muito romântico, mas nunca pensei que fosse para tanto! 

— Barbara — Justin me chamou e quando o olhei, ele se aproximou e pegou em minha mão, me fazendo levantar junto com ele. Quando menos esperei, ele já estava de joelhos em minha frente. — Desde que te olhei pela primeira vez, soube que você seria a mulher da minha vida, a única. Soube que com você, eu dividiria todos os meus segredos, todo o meu amor e carinho, mas não só coisas boas, mas também dores e tristezas, como quando eu "morri". Fico feliz por ter passado todos esses momentos ao seu lado, e principalmente por saber que você não me abandonou nos momentos mais difíceis. Barbara, eu amo cada parte do seu corpo, como amo o seu jeito, sua voz, o seu cheiro. Eu sei que te amo e não sinto o peso de carregar todo este amor no meu coração porque, pelo contrário, é este amor que me dá força e coragem para suportar o peso de todos os contratempos e complicações do dia a dia. Quando penso em você, revitalizo o meu espírito e renovo os meus sonhos de futuro, e você faz sempre parte desses sonhos. Aliás, se não fosse assim, não seriam sonhos! — damos uma pequena risada. Eu já sentia meus olhos cheios de lágrimas e bem, foi só eu pensar, que elas começaram a cair pelos meus olhos. — Tenho a certeza de que este período em que estamos juntos é o período mais belo e feliz que já vivi. Hoje, olho para o passado e percebo o quanto a minha vida era oca, o quanto o meu quotidiano era entediante e quanto tempo eu perdia em conversas vãs ou em outras atividades que não acrescentavam nada à minha essência. O teu amor transformou-me, e hoje faz com que eu perceba o mundo e as perspectivas futuras sob uma nova óptica, uma óptica que privilegia os esforços cooperados e o desejo de conquistar para, depois, dividir. Dividir contigo, desfrutar contigo o resultado das boas colheitas.

— Justin... — falei baixinho, mas ele sorriu, e continuou a falar, tirando de seu bolso dá calça, uma caixinha de veludo vermelha. Ele ainda segurava minha mão, mas eu não consegui conter a surpresa, levei minhas duas mãos a boca.

— Por tudo isso, minha querida, é que eu preciso te fazer uma pergunta e espero que ela não te traga surpresa ou espanto, mas apenas alegria, como também me trará a maior alegria do mundo se eu tiver uma resposta positiva para ela… Você aceita se casar comigo? 

— Sim, sim e sim! Eu aceito me casar com você, amor! Eu te amo. — e então ele sorriu, colocando em meu dedo o lindo anel de noivado. Peguei a outra aliança e coloquei em seu dedo, logo o puxando delicadamente, para que se levantasse do chão. Começamos um beijo calmo, mas cheio de amor e carinho. 

— Ainda bem que você aceitou! — ele disse rindo assim que paramos o beijo, ri baixinho e assenti, segurando suas duas mãos, comecei a falar. 

— Vamos desfrutar juntos o resultado de boas colheitas — eu disse calmamente, olhando para seus olhos que me encaravam pensativos.

— Sim, em um futuro não tão distante! 

— Na verdade, daqui seis meses... — ri baixinho e ele me olhou não entendendo nada.

— Não... O que você quer dizer? 

— Eu estou grávida, Justin! — disse rindo e então essa foi a vez de ele ficar surpreso. Comecei a rir e ele sorriu, me puxando e me dando mais um beijo.

— Não tinha como ser melhor, eu estou muito feliz, obrigado! Obrigado por fazer-me o homem mais feliz do mundo! Eu amo você.

— Eu amo você, meu romântico anônimo.