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História Roqueiros - As Notas Do Amor - Questions And Answers... (Shownu)


Escrita por: FMalluma

Capítulo 18 - Questions And Answers... (Shownu)


Fanfic / Fanfiction Roqueiros - As Notas Do Amor - Questions And Answers... (Shownu)

Eu precisava falar com Kihyun. Haviam perguntas rodando em minha cabeça. Perguntas que exigiam resposta e só Kihyun poderia me fornecer as respostas, porém, quando bati em seu quarto, fora Changkyun quem atendeu a porta, dizendo que Kihyun havia ido dormir, já que amanhã, bem cedo, ele estaria saindo.

De acordo com Changkyun, Kihyun anda tendo insônia ultimamente por conta da situação de Hoseok, que apesar de ter dado uma aliviada, ainda havia dias que eram complicados. E eu tenho certeza que também ando contribuindo em alta porcentagem nessa cota. Então, saber que ele conseguiu dormir cedo e que provavelmente terá uma noite boa e completa de sono, é o suficiente para me fazer guardar todas as perguntas em minha mente e esperar a oportunidade de perguntar após ele voltar de seu compromisso.

Sem muita vontade de voltar ao meu quarto, onde eu apenas fico deitado em minha cama, remoendo sobre os acontecimentos que nos trouxeram a essa atual situação, eu pego o caminho até a sala, encontrando Jooheon e Hoseok jogando vídeo game. Para aproveitar a companhia deles, eu me joguei no sofá, assistindo Hoseok retaliar Jooheon em qualquer jogo, mas isso foi  até o momento em que o Jack começou a fazer efeito e então, Hoseok foi aquele que começou a ser realizado em qualquer jogo.

Quando mais uma partida foi finalizada, Jooheon se levantou e enquanto esticava o corpo, disse estar indo à cozinha para pegar mais alguns aperitivos e cervejas. Acenei-lhe em resposta, mas minha atenção estava em Hoseok que continuava a sugar o líquido âmbar da garrafa que estava em sua mão e a cada gole que ele sorvia, eu podia ver como o seu corpo se tornava mais mole.

— Julgo que já tenha sido o suficiente por hoje, Seok. - Levantei-me de onde estava, tomando a garrafa de sua mão antes que ele pudesse ter mais uma degustação. — Você bebeu mais do que prometeu a Kihyun que faria. Hoje ele conseguiu dormir e eu não quero que ele seja acordado para resolver nossos problemas.

Hoseok me encarou com olhos pesados antes de abaixar a cabeça, provavelmente, se sentindo culpado pelo que eu havia acabado de falar. 

— Não haja como se você fosse a única causa das noites de insônia de Kihyun, porque acredite, Seok, você não é. - Digo ao lhe estender minhas mãos, o ajudando a se levantar. — Vamos! Eu irei  ajudar você a chegar até seu quarto. 

— Mas o Honey não vai ficar preocupado ao não me encontrar quando voltar da cozinha? - Ele perguntou com a voz enrolada, enquanto se deixava ser levado por mim. — Ele vai ficar chateado, Hyung. 

— Fique tranquilo. - Carreguei seu corpo entorpecido pelo corredor. — Assim que eu acomodar você, pode deixar que direi onde te encontrar.

Em seu quarto, eu ajudei Hoseok a se livrar de suas roupas de couro pesada antes de ajudá-lo em seu caminho até a cama. Liguei o ar para que o quarto fosse refrescado e após colocar a lixeira próxima a sua cama, eu cobri seu corpo com o edredom que estava enrolado aos pés de Hoseok. Porém, antes de me retirar do quarto, eu o questionei.

— Seok? 

— Hm? - Ele apenas resmungou, ainda mantendo os olhos fechados. 

— Você ficou sóbrio por um pouco mais de uma semana, mas voltou a beber hoje. O que te fez voltar? - Vi quando ele abriu os olhos lentamente, me encarando, como se estivesse surpreso por eu saber quantos dias ele passava sóbrio ou bêbado demais. — Eu me preocupo com você, então, sim, se você passa pelo menos um dia sóbrio, nós percebemos porque sabemos como é difícil para você.

Suspirando, Hoseok se virou de lado, encolhendo-se debaixo do edredom.

— Meus sonhos migraram para um patamar diferente. - Ele sorriu sem humor. — Estão piores. Antes não tinha nada além de escuro e suas vozes pedindo por ajuda, mas agora, eu posso vê-los e eu estou sempre a um passo de distância antes de toda a merda acontecer. Isso dói mais do que a vida, Hyung. 

Apesar do pesado edredom sobre o seu corpo, eu pude perceber que todo o corpo de Hoseok tremia. 

— Eu não gosto de ver você assim, Seok. - Alisei os fios do seu cabelo com os meus dedos e depois acariciei seu rosto, o fazendo sorrir. — Não julga estar na hora de voltar com os tratamentos? 

— Acredito que no momento, eu não estou em total condições para responder a essa pergunta com sinceridade, Hyung. - Os olhos de Hoseok estavam prestes a se fechar quando ele completou a frase. — Eu bebi demais hoje e amanhã eu com certeza não me lembrarei de muito dessa conversa, mas, obrigado por cuidar de mim.

Observei quando Hoseok adormeceu e permaneci por mais alguns minutos para me certificar que ele não precisaria de mais nada antes de sair do quarto, voltando para a sala. No sofá onde Hoseok estava, Jooheon aguardava com os cotovelos apoiados em suas pernas enquanto bebia sua cerveja em silêncio. Quando me sentei próximo a ele, que permaneceu com a cabeça baixa, foram necessários alguns minutos para ele começar a falar.

— Sabe, Hyung. Eu estive pensando em algo. - Ele fez uma longa pausa, rodando a garrafa em sua mão antes de ingerir mais um pouco do líquido amargo. — Confesso que faz algum tempo que venho me perguntando isso, então, por favor, me responda com sinceridade, tudo bem? 

— Hm! - Apenas resmunguei uma resposta e aguardei pelo que ele iria falar.

— O que exatamente vocês pensam quando não vêem eu impedir Hoseok de se afogar em uma garrafa inteira de Daniel's ou mesmo quando eu o acompanho a festas que todos nós sabemos serem regadas em álcool? - Jooheon soltou uma breve gargalhada amarga. — Devem me achar hipócrita por assistir meu irmão, sangue do meu sangue, definhar cada vez mais diante os meus olhos. 

— Jooheon, as coisas não são bem assim. - Tentei falar com ele, mas Jooheon parecia transtornado. — Nós não julgamos você dessa forma. Sabemos que você faz o que pode por ele.

De maneira frenética, Jooheon balançou a cabeça, negando aceitar as palavras que eu havia lhe dito agora.

— Não, não e não! Você não entende toda a situação, Hyung. - O aperto que ele dava a garrafa em sua mão até era forte o suficiente para deixar branco, o nó dos seus dedos. — Eu nunca disse isso a ninguém, porque eu me sinto um lixo ao me lembrar disso. 

— Jooheon...

— EU SOU UM FODIDO EGOÍSTA! - Jooheon explodiu. — Quando meu pai correu comigo de volta para casa, foi apenas para descobrir que a mamãe havia ido da maneira mais covarde. Você acredita que ela foi morta por um dos pais de seus alunos? Sim, Hyung, ela foi, porque o filho da puta se apaixonou por ela de maneira doentia e quando descobriu que o papai não estaria em casa por um tempo, ele invadiu a casa no meio da madrugada.

Jooheon chorava forte, enquanto batia com o punho fechado em seu peito.

— Ele amarrou Hoseok como um animal e só Deus sabe o que ele fez com a minha mãe, porque eu não tive estômago para ouvir a história até hoje. - O rosto de Jooheon estava vermelho e banhado com suas lágrimas. — Quando chegamos, fomos direto para o hospital e Deus! Ao olhar para Hoseok, eu não achei a alma doce que estava ali antes e isso me fez olhar com tristeza e culpa para ele. Ele era apenas uma criança que foi destruída não só fisicamente, mas que teve sua alma  reduzida ao pó. 

Tentando se recompor, Jooheon limpa as lágrimas em seu rosto, voltando a falar com sua voz rouca, devido ao choro.

— Quando ele foi levado ao hospital, estava desidratado, com crises de pânico e os pulsos dilacerados. Acredita que ele ficou sem falar por uma semana inteira porque sua garganta ficou em carne viva de tanto que ele gritou por uma ajuda que nunca chegou? - Puxando os fios de seu cabelo, Jooheon parecia a beira de um colapso. — Me dói que ele carregue consigo toda a responsabilidade por algo que ele não tinha controle. E eu sou um fodido egoísta, porque naquele momento, quando eu não pensei sobre a forma com que olhei para ele, não me passou pela cabeça que Hoseok do jeito que é, estava pensando que eu o acusava pelo que havia acontecido. Meu Deus, Hyung! Eu me arrependo tanto, mas tanto...

Jooheon nunca havia falado tão abertamente assim, e ao presenciar ele fazer isso pela primeira vez desde que nós conhecemos, foi o suficiente para denunciar o quão quebrado ele está a se sentir por anos. Calmamente, eu me aproximei de Jooheon e embalei seu corpo em um forte abraço. Ele chorou sem parar por minutos e quando seu reservatório de lágrimas pareceu secar, seu corpo parou de temer e Jooheon soltou um breve suspiro. Apesar de o choro ter cessado, eu sabia que a dor em seu peito permanecia ali.

— Você não me deixou responder a sua pergunta antes, então, posso fazê-lo agora, sim? - Sem se afastar do meu abraço, Jooheon apenas acenou em resposta. — Em minhas mais sinceras palavras, eu digo. Se eu não o conhecesse tão bem, confesso que seria muito fácil te julgar como egoísta e talvez até mesmo te culparia caso algo acontecesse com seu irmão, mas eu te conheço o suficiente para saber que você não gosta de estar na posição em que está. - Jooheon afasta seu rosto do meu peito ao olhar para mim. — Tanto eu quanto Kihyun e Changkyun, sabemos que você apenas o acompanha as festas para garantir que ele chegue bem em casa. Sabemos também que você não pode forçá-lo a parar de beber, porque isso é algo que tem que partir de tratamento regular, coisa que ele vem se negando a fazer por acreditar que não merece se ver livre de toda a culpa. Tudo o que estamos passando tem que ser trabalho para melhorar e você sozinho não vai conseguir mudar tudo, entendeu? 

Jooheon acenou de forma quase imperceptível. 

— Ei, Jooh! Guarde minhas palavras quando eu digo que ninguém além daquele monstro tem culpa pela situação que Hoseok passou. - Disse-lhe, olhando nos fundos dos seus olhos. — Enquanto não pegamos o rumo para o caminho certo, serviremos de apoio uns para os outros, ok? Seremos apoio para qualquer um de nós que vier a cair. Somos uma família.

Jooheon ficou em silêncio. Ele não disse uma palavra sequer, mas eu vi que a compreensão o atingiu no momento em que seu orbe pareceu estar sendo clareado. Passados mais alguns minutos em silêncio, Jooheon fez menção de se afastar, então eu o soltei do abraço que mantive seu corpo. 

— Eu gostaria de usar muitas palavras para agradecer você agora, Hyung, mas eu julgo não haver em todo o mundo, palavras o suficiente para te agradecer.

— Será o suficiente se você parar com esses pensamentos. - Levantei-me junto a Jooheon. — Acredite. Hoseok sabe que você não o responsabilizou pelo que aconteceu. Ele conhece o seu coração e isso é o suficiente. 

Jooheon sorriu ao concordar com minhas palavras, deixando à mostra suas covinhas fofas enquanto seus olhos se tornaram duas pequenas fendas. Ele já ia se retirando em direção ao corredor, quando de repente, parou seus passos em meio ao caminho, se voltando para mim.

— Kihyun havia dito ser melhor esperar até amanhã, após ele voltar do compromisso que tem, mas eu confio em você o suficiente para saber que agirá apenas quando for a hora certa. - Olhei para Jooheon com as sobrancelhas arqueadas, confuso com o que ele estava dizendo. — Kihyun conversou com o seu menino hoje e eu ouvi que Yugyeom desembarcou hoje no Aeroporto em Incheon.

No momento em que as palavras saíram da boca de Jooheon, eu senti todo o meu sangue começar a correr de maneira apressada por minhas veias, aumentando minha frequência cardíaca. Eu sabia haver uma possibilidade de ele voltar por esses dias e era isso que eu estava indo confirmar com Kihyun, mas Jooheon conseguiu me antecipar a resposta e com isso, aumentar tanto meu nervosismo quanto a minha expectativa.

Um silêncio ensurdecedor recai sobre a sala. Foram dois meses sem que minhas chamadas ou mensagens fossem respondidas, isso, até que eu parei, achando melhor lhe dar um espaço para pensar sobre tudo. Eu sei que não posso exigir qualquer coisa, mas ainda assim foi dolorido não conseguir nenhuma notícia dele a não ser por segundos.

— Se você aceitar opiniões, deixe-me dar a minha. - A voz de Jooheon corta toda a minha linha de lamentáveis pensamentos. — Se eu fosse você, ligaria para ele, mas não antes de dar-lhe um pouco de dias, como uma semana para ele poder colocar a mente em ordem. 

— Será que ele vai aceitar falar comigo depois da forma como falei com ele?

— Hyung, eu não sei muito sobre o amor além do que aquele que sinto por vocês, mas se é tão avassalador quanto dizem, eu acredito que sim. - Jooheon deu de ombros. — Conforme as palavras de Kihyun, Yugyeom é apaixonado por você, e eu tenho certeza de que você irá arrumar um jeito muito especial de fazê-lo te perdoar.

Apesar de me sentir frustrado, as palavras de Jooheon realmente me serviram de incentivo. Darei a Yugyeom um tempo antes de ir procurá-lo. Eu só espero que ele aceite me ouvir e me perdoe.

Minutos após Jooheon ir para o seu quarto, eu me levantei e segui pelo melão caminho. Já era tarde e no momento em que meu corpo bateu na cama, eu só fazia pensar em Yugyeom e no momento em que eu o encontraria. 

•••

Em algum momento entre pensar em  Yugyeom e em uma maneira de fazê-lo me perdoar, eu adormeci, porém, saltei da cama no momento em que os gritos de Hoseok se infiltraram em meu sono. Correndo às cegas pelo corredor escuro, percebi que seus gritos haviam cessado antes que eu chegasse à porta de seu quarto, que estava entreaberta. Parando ao batente da porta, enxerguei a pequena estrutura de Kihyun sentada ao chão, enquanto acariciava o vão entre as sobrancelhas de Hoseok que estavam franzidas.

Ao que dei um passo para dentro do quarto, meu movimento acabou chamando a atenção de Kihyun que aí de dar conta da minha presença, sorriu em minha direção antes de indicar o edredom sobre o corpo de Hoseok. 

— Quando ele vai ver que já passou da hora de voltar com o acompanhamento de algum psiquiatra? - Enquanto ajeitava a coberta sobre Hoseok, vi que o rosto de Kihyun estava machado por algumas lágrimas que haviam caído. — Estou a ponto de arrastá-lo para uma casa de reabilitação, sabia? 

— Infelizmente, se ele não estiver em concordância com você, será como nas outras vezes que tentamos.

— Eu sei, Hyung, mas eu realmente estou preocupado, sabe!? - Kihyun observa o semblante franzido de Hoseok começar a relaxar. — Não aguento mais apenas ver ele assim.

— Ninguém mais, Kiki. - Sussurrei em meio ao quarto silencioso. — Ele precisa de algo que o faça ver que nada é como ele pensa. Eu acredito que Hoseok precisa encontrar alguém que vá fazer a diferença, assim como você fez quando ele te conheceu. Ele precisa de alguém para a vida dele. 

— Você pode até ter razão, Hyung, mas o que mais me preocupa, é como ele vai levar ou aguentar as coisas até isso acontecer.





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