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História Rosa Azul - Tormenta Vermelha.


Escrita por: jayuussi

Notas do Autor


Olá!
Hoje não tem música, mas só porque o capítulo é curtinho e sem nada de muito importante, certo?
Tenham uma boa leitura!

Capítulo 8 - Tormenta Vermelha.


 

Há cerca de três dias encheu duas malas e as levou até o quarto 31, sem muitas perguntas.

 

Não trazer ninguém pra cá;

Não ficar de mimimi por pouca merda;

Quando eu quiser usar o banheiro e você estiver nele, você sai;

Nas sextas-feiras eu faço a barba, se reclamar que tem pelo na pia leva um soco;

A tampa do vazo fica levantada sim. O banheiro é meu, se eu quiser mijo até na pia;

O que acontece aqui, fica aqui;

Eu que mando nessa porra;

Se tiver algum problema pode me falar, se pá eu ajudo (ou não);

Tome essas porras desses remédios pra asma.

E vê se para de gemer quando dorme.”

 

Baekhyun riu, tentando conter-se ao olhar o semblante sério de Chanyeol, com os braços cruzados. Recebeu ordens para parar de rir, demorou certo tempo até encontrar-se apto a cumpri-las. Então permaneceu em silêncio, com um pequeno sorriso deslocado enquanto o arruaceiro desfazia suas malas e guardava suas coisas pelo quarto. Seu novo quarto. Não saberia responder o motivo de ter aceitado ir morar ali, mas Chanyeol estava tão atencioso naquela noite que não conseguiria negar.

Ao fim dos dias cansativos, banhavam-se juntos, abraçados como se quisessem curar o outro de todo o mal. Começaram a acostumarem-se com o pouco espaço na cama; tomar gosto pelo aperto que criavam. Sentiam-se acolhidos, o silêncio não se fazia incômodo.

Por fim, apesar da saudade, não se tocaram com desejo nenhuma vez mais.

Chanyeol mantinha-se forte enquanto evitava a tensão sexual crescente dentro daquele quarto. Todavia sua persistência durara pouco, muito pouco. No terceiro dia, não ousou negar o quanto adorava entrelaçar-se a ele.

Baekhyun lia algo sobre Schopenhauer, logo após folhear seu caderno com as anotações sobre geografia e toda aquele embaraçar político que tanto gostava de olhar a fundo. Já havia lido aquele livro algumas vezes, Chanyeol já contara no mínimo três vezes em que o via com aquela capa a esconder seu rosto.

Mas Chanyeol não estava interessado em nenhum Schoup-sabe-se-lá-o-que, mas sim no Byun concentrado. Via-o folheando as páginas como se acariciasse as folhas. Já criava dependência dele, não gostou de perder a atenção que deveria ser sua para um livro qualquer.

Quase engatinhando colocou-se sobre o mais baixo. Este pensara que Chanyeol só o fazia pelo cansaço — achou que deitaria sobre si e dormiria aninhado em seu peito como já fizera outras vezes. Porém questionou-se do motivo que levaria Chanyeol a puxar para longe os cobertores que mantinham Baekhyun aquecido. Somente foi entender quando sentiu aquela mão levantando a camiseta cinza de forma que seu umbigo ficava exposto.

Sentiu milhares de arrepios correrem por baixo de sua pele. Não soube o que fazer a não ser fingir não perceber. Trouxe o livro ainda mais próximo da face, dessa forma Chanyeol não poderia ver o rosto corando-se. Park apenas riu com a atitude boba de sua timidez, começando a beijar sua barriga. Baekhyun prendeu o ar e nada disse. Tentou lembrar como era pronunciar as palavras não e pare, mas sua boca era escrava da saudade daqueles carinhos.

Os discretos selares faziam estalos soar junto ao silêncio, viravam leves chupões e algumas mordidas. Via as letras estremecerem em sua frente, consequência das mãos trêmulas. Não sabia como agir. Queria, mas não deveria. Não deveria, mas queria muito. Percebendo o nervosismo instalando-se em seu colega de classe, Chanyeol tirara o livro de suas mãos, o jogara em algum lugar. Baekhyun levara imediatamente as mãos em frente à face, olhando para um abismo qualquer, tentando esconder como aqueles toques o deixavam ansioso.

 — Eu vou ser bonzinho dessa vez — relatou com um meio sorriso assim que o outro se esforçou a olhá-lo.

— O que você vai fazer?

— Só olha — encarou arduamente os olhos miúdos, desvendava seus mistérios enquanto levava sua mão até as partes baixas dele.

Massageou Baekhyun até sentir seu membro teso clamar por piedade dentro de suas vestes. A boca fina e rosada não fazia nada além de congestionar o ar entrando e saindo num ritmo louco, variando seu olhar entre as mãos e o olhar intenso de Chanyeol.

— Agora é uma b-boa hora? — Tentou perguntar com a voz falhando.

— Sempre é — deu um meio sorriso antes de voltar a beijar a pele clara.

 Seus dedos dançavam sobre o corpo que rezava lhe pertencer, divertindo-se com os espasmos. Querendo apressar o passo, segurou o elástico que sustentava a calça de moletom e o tirou de suas vistas, vislumbrando apenas a boxer e as coxas fartas e branquinhas.

Sorria ao sexo ereto por debaixo do tecido branco. Provocar Baekhyun por suas ereções era um hobby que adquirira nos últimos dias.

— Não seja assim— suplicou, cortando-se com um suspiro repentino, completamente despido da cintura para baixo.

Colocou as duas mãos sobre a cama e tentou ajeitar a postura. Sentando-se, ainda não entendia o que Chanyeol pretendia. Novamente surpreendeu-se. Chanyeol o puxara para baixo, balançando a cabeça. Os olhos apoucados arregalaram-se instantaneamente quando a mão do maior envolveu seu membro, rumando sua boca até o sexo completamente desperto. Baekhyun jurou a si mesmo que quis negar. Mas queria, ao menos uma vez, saber como era aquela sensação.

Hesitante, fechou seus olhos por alguns segundos, a língua quente e molhada passando lentamente sobre a fenda de sua glande. Derrotado, suspirou sem perceber. Sentiu novamente os movimentos repetidos, era somente capaz de apertar os lençóis entre os dedos, evitando produzir qualquer som. Chanyeol circulava o pênis com a língua, beijando a ponta da glande antes de lamber dela até a base.

Baekhyun entregou-se aos sussurros que escapavam por entre seus lábios.

Chanyeol sorria. O sabor da pele do monitor de literatura, misturado com aqueles gemidos pareciam valer a pena. Queria continuar até que se desfizesse.

Não resistiu àquele corpo. Tocou-o com toda aquela intensidade desejosa que só crescia dentro de si, ao mesmo tempo com que deixava o falo já umedecido adentrar por sua boca. O castanho gemia como se o prazer chegasse a lhe fazer sofrer. Nunca estava preparado para todos os prazeres que Chanyeol lhe proporcionava.

Seu corpo fraco e sua índole correta demais decidiam-se que aquele pecado era o melhor de todos eles.

Durante mínimos segundos mirou aquela cena. Via seu pênis quase desaparecer e reaparecer dentro da boca dos lábios macios. No mesmo instante percebeu que não deveria ter olhado. Sua respiração tornara-se barulhenta ao contemplar aqueles olhos maliciosos sobre os seus, juntos dos movimentos que subiam e desciam sobre si. Um tornado de arrepios aparecia de forma inexplicável, espasmos encarceravam suas pernas enquanto tentava conter-se. Os dedos de seus pés esticavam-se antes de comprimirem-se ardilosamente, suas mãos abandonavam os lençóis para tapar sua boca.

Quando Chanyeol perdia o ar, libertava o falo úmido e então começava a lamber as veias pulsando sem parar, para, assim que recuperasse o fôlego, voltar a engolir o sexo do castanho. Notou que as mãos delicadas se tornaram tencionadas e bagunçavam os próprios fios de cabelo.

Ch-chega... Chanyeol... Ch-Chanyeol... — Não parava de bagunçar os lençóis com as pernas inquietas, contorcendo sua coluna enquanto seu peito estremecia.

Park conhecia seus sinais, cessou todas as carícias, tanto as com as mãos quanto as com os lábios. Não queria que ejaculasse tão cedo.

Friccionou seu corpo com o dele até alcançar o pescoço e as bochechas coradas, beijando-as para sossegar a vermelhidão que aparecia ali. Beijos ternos, calmos, lentos. Baekhyun foi incapaz de pensar em outra coisa a não ser reaver a oportunidade que perdera. Queria sentir a língua de Chanyeol enroscada na sua. Virou quase imperceptivelmente sua cabeça quando, em um mínimo selar, encontrou seus lábios com os semelhantes.

Foi quando Chanyeol levantara-se bruscamente, assustado, pego de surpresa.

Sentou-se sobre os calcanhares, ofegante depois do sexo oral. Suas sobrancelhas estavam quase unidas pelo susto repentino. Seu peito subia e descia quando parou de respirar. Seus olhos, já expressivos, se arregalaram. Um frio arrematador tocou sua alma. Boquiaberto, desacreditava do que acabara de fazer. No impulso, esbarrara com a mão no rosto que permaneceu virado para o lado. Era quase um tapa.

Dor, dor, dor, Baekhyun sentia muita dor.

Não conseguia entender nem a si mesmo, tentar entender o maior apenas o machucava. Sentiu-se culpado por tentar beijá-lo, sentiu-se culpado por desejar a atenção do loiro toda para si. Relembrou-se de tudo que os envolvia. E a realidade doía, rasgava.

Seu coração disparou, desejou voltar no tempo quando viu pequenas lágrimas formando-se nos olhinhos solitários e extremamente entristecidos. Suas mãos tremeram mais e mais ao observar uma lágrima descer todo o rosto de Baekhyun e cair sobre os lençóis brancos.

Não... não... — sussurrava a si mesmo, ainda imóvel. Não queria acreditar no que acabara de fazer.

Da maneira que conseguiu, rolara da cama e saíra de perto de Chanyeol, vestindo-se com suas roupas enquanto chorava. Park o olhava, clamando para que aquele tapa fosse apenas parte de sua imaginação. Machucar Baekhyun lhe causava uma dor insuportavelmente inexplicável.

Desajeitado, recuou alguns passos até bater o ombro na parede quando o loiro caminhava em sua direção. Queria fugir para bem longe, queria nunca mais olhar para aqueles olhos que tanto o hipnotizavam. Seu rosto queimava, não conseguia conter as lágrimas.

Calma, calma — suplicava com o tom de voz falho, mostrando as palmas das mãos para que Baekhyun não tentasse fugir de si.

Caminhou até ele, o abraçou mesmo que as mãos alheias o empurrassem para longe.

— Não encosta em mim! Não encosta em mim! — Dava socos sobre o peito do maior.

Pela segunda vez em tão pouco tempo, Chanyeol quis chorar, até que não fosse mais capaz.

— Foi sem querer... E-Eu... eu juro... eu não queria... — sussurrava em clemência, como se quanto mais perto chegasse de Baekhyun, com mais facilidade o tempo voltaria.

Não venceria aquela batalha de forças, ouvindo a voz arrependida. Baekhyun se rendeu, deixando-se abraçar e chorando o quanto foi necessário. Sabia que Park não fizera de propósito. O que lhe doía era ter que lembrar de toda a realidade assim de repente. Chanyeol era seu êxtase, seu mundo recluso, estranho conforto. Ter que sair de seus devaneios de repentino, acordar para olhar a tudo, machucava.

Mais do que rapidamente, Chanyeol acariciava a bochecha ferida com o polegar, beijando-a tantas vezes que era como se todas as ampulhetas fossem mandar os grãozinhos de areia contra a gravidade. Não conseguiu contar quantas vezes repetia a mesma frase em meio às carícias sobre a ferida — mais emocional do que física — soube apenas que permaneceram ali, até que o silêncio fosse coroado rei novamente.

Minutos depois, saciados daquele abraço, Chanyeol o cobria de afeto enquanto despia o menor, que sequer se movia. Livrou-se de suas roupas com pressa, segurara na mão pequena antes de guia-lo até o banheiro. Ligou a ducha quentinha e entrou no box; arrependimento congelado em seus olhos.

— Vem...? — Pedira baixinho.

Era difícil raciocinar em meio à desordem. Não fora intencional, sim. Mas mesmo assim o machucava a imprevisibilidade. Estar bem com Chanyeol em um segundo não garantia que estaria bem no próximo. Sabia que tudo ia desmoronar. Era somente questão de tempo. Carregava seu fardo de culpa todos os dias por estar junto dele. Aquela seria sua melhor oportunidade para ir embora. Olhou para o chão. Deixou que seus pés o levassem para onde queria estar. 

.

.

.

Baekhyun percebia a forma da qual era olhado.

Estranhamente iniciando mais um abraço, rendeu-se aos poucos aos braços do maior. Envolvia sua cintura com uma força gradativa, trazendo-o gradativamente para mais e mais perto. Os corpos unidos, capaz de causar sufoco, beijava suavemente a parte outrora atingida. Não entendiam, mas sentiam que aquela era a melhor forma de resolver tudo o que era preciso: abraçavam-se por muito tempo, quem sabe horas.

Baekhyun apenas fechou os olhos, sentindo aqueles afagos calmos. Sabia entender o maior, sabia que estava tão confuso quanto os corações que batiam desesperadamente um contra o outro. E o corpo mais velho, que sempre fora frio, se aquecia com aquele carinho a ponto de doer de tanto calor. A água escorria por seu corpo como uma cascata levando embora suas preocupações; talvez fossem os cuidados de Chanyeol que causavam aquele efeito. Ouvia o som do chuveiro, a respiração do loiro indo contra sua pele, nada mais. Num deslize, suas mãos acolhiam o outro, lhe acariciava as costas na medida em que mais beijos arrependidos eram depositados na epiderme.

— Eu não quis fazer aquilo... eu juro.

Eu sei que não, eu sei — murmurava sem abrir os olhos.

Chanyeol perguntava-se se Baekhyun sabia o que aquela voz, naquele tom, fazia consigo, mas nem precisou questionar-se se era proposital; unhas curtas desciam lentamente por suas costas, arrepiando todo o seu corpo, também em provocações.

Se você soubesse o quanto mexe comigo... — depositara os últimos beijos ali, antes de trilhar até o pescoço em que as veias já começavam a salientar-se.

Conseguiram concordar que aquela seria a melhor forma para apagar o ato que incomodava. As mãos grandes e travessas desceram até as coxas do castanho, apertando-as e trazendo-as ainda mais perto. Chanyeol sentia falta de poder ver e tocar o corpo de Baekhyun daquela forma, saudade de ter os murmúrios dele.

Baekhyun escondeu um sorriso, mordendo os lábios. Quão insano de sua parte era desejar aquilo tudo depois do que acabara de acontecer? Era abstruso analisar. Nem pensara muito quando um sussurro escapou por entre seus dentes — que ainda prendiam o lábio inferior.

 Tocando o garoto de fios castanhos, redesenhou suas costas antes de o olhar nos olhos. Seus cabelos estavam separados em mexas molhadas. Sua face, umedecida pelo vapor; sua boca, inchada e rosada. Ao ver os lábios entreabertos, quis com todas as forças costurar nele um beijo. Mas resistiu. Demorou para sua atenção ser solta dali, dirigindo-se aos olhos pequenos. Encontrou o brilho que adornava a íris negra, o viu piscar algumas vezes pelos cílios ficando molhados. Baekhyun tinha uma dificuldade muito grande em acompanhar o olhar de Chanyeol, tendo que se esforçar para correspondê-lo. E daquela vez não era somente pela vergonha. Estava com toda sua atenção nos filetes de água percorrendo o corpo de Chanyeol, conjurando a vontade de tocá-lo que nunca pareceu tão forte. Desejou que o loiro sussurrasse coisas em seu ouvido, que o tocasse daquela forma que somente ele sabia, que redescobrisse suas sensibilidades da maneira que só ele conseguia.

Tudo bem pra você se for aqui? — A voz rouca tão dócil que clinicamente seria tratada com doses diárias de insulina.

Baekhyun virou a face, deixou que suas mãos tocassem o peitoral alheio, ficou ali parado, sentindo seu coração bater. Chanyeol sorriu. Colocou o outro em seu colo e o fez segurar-se. Pegou rapidamente um condicionador e empunhou-o em uma mão antes de deitá-lo no chão, com tanto cuidado que poderia até quebrar.

Eu vou fazer com bastante carinho, não precisa se preocupar — murmurava ainda sorrindo.

Será que tem como você não falar esse tipo de coisa?! — Tentava implicar, franzindo o cenho.

Chanyeol sorriu novamente antes de voltar a dar carinho. Uma vontade incontrolável de beijar cada contorno dos ossos, morder de leve cada pedacinho de pele molhada. As costas e os fios castanhos tocavam os azulejos gelados e molhados, ainda com o corpo todo arrepiado, nada o impedia de entregar-se aos sussurros. As mãos e os lábios de Chanyeol caminhavam aquela avenida fantasiosa que o tiravam a sanidade, não foi preciso nem mais um segundo para que seu sexo se tornasse ereto.

Hm — convencido, sugando levemente o queixo do mais velho.

Não seja assim — Baekhyun retrucava em sussurros.

Chanyeol não conseguia conter seus risos ao ver o mais velho lutando contra suas próprias vontades. Com o condicionador, criara uma camada espessa sobre a entrada, massageando aquela área no intuito de relaxá-la. Ao primeiro contato Baekhyun fechou os olhos. Completamente constrangido, sentiu as mãos alheias o acariciarem mais e mais daquela forma, se esforçava muito para não produzir nenhum som quando sentiu um dígito o penetrar, sem muita dificuldade.

Arqueou as costas sem motivo aparente, sentindo melhor a preparação, num gemido tão excitante que Park estremecia. Outro dedo o invadia, dessa vez, incomodando um pouco. Apertou suas pálpebras e grunhiu baixinho, cerrando os dentes.

— Fica calmo.

Vagarosamente adentrava e retirava seus dedos. Acariciava as coxas fartas enquanto continuava com aquelas pequenas provocações, confortou-se, somente, quando o outro já parecia mais relaxado e acostumado, suspirando como se quisesse mais.

Chanyeol bradou por calma, mas seu corpo não respondia. Queria atar sua pele e sua alma ao corpo que sentira tanta falta.

Olhe pra mim, Baekhyun — pedia em murmúrios.

Não — negava em segredo.

— Só dessa vez... olhe como eu te olho.

Baekhyun relutou, mas não conseguia negar aquele lado carinhoso do mais novo. Com os olhos semicerrados, percebeu o outro aproximando-se de sua face, parando de invadi-lo. Vislumbrou o desejo que Chanyeol lhe enunciava, sentiu a ansiedade que os dois corpos transbordavam, sentiu o anseio que emanavam. Os lábios, já partidos, abriram-se ainda mais num suspiro, em busca de ar, quando sentiu o corpo de Chanyeol começar a tornar-se um com o seu. Suas mãos tremeram, seus pulmões não tiveram êxito em respirar corretamente. De início havia um incômodo que quase não fora sentido.

O doce e profano entrelaçar dos corpos trazia uma estranha sensação de preenchimento, não somente físico. Chanyeol tapava suas inseguranças com todo aquele carinho que demonstrava. Aquele contemplar enlouquecia os cabelos castanhos do jovem Byun. Como podia olhá-lo daquela forma, com tanta confiança e anseio?

Baekhyun não conseguia permanecer de olhos abertos enquanto era lentamente invadido. Gemendo mais uma vez virou seu rosto, evitando, da forma que podia, olhar para Chanyeol. Só então notara que aquela era a primeira vez da qual não usara nenhum adereço para atar seus pulsos, sentiu-se perdido por alguns segundos.

Estava tudo bem abraçar Chanyeol? Afagar seus cabelos, arranhar sua pele? Não poderia deixar suas vontades falarem tão alto, ainda que o desejo fosse grande, sabia que não podia se entregar demais.

V-Você não está me olhando — dissera suplicante contra o pescoço antes de beijá-lo novamente, estocando o corpo esguio com cuidado.

— Eu não consigo...

—Você... ainda tá chateado comigo?

Baekhyun ficou quieto. Não gostava de quando o outro começava a falar enquanto transavam. Segurando em seu queixo, Park fazia pequenos e delicados carinhos com as pontas dos dedos, sem que o som do chuveiro e o vapor deixassem de lhes fazer companhia.

Eu nunca mais vou te machucar, Baekhyun... nunca mais — por que Chanyeol o olhava daquela forma?

Promete? — Sua voz era quase inaudível.

Eu juro, eu vou cuidar de você. Nunca mais vou te fazer nada de mal, eu juro, eu... prometo.

Suas bochechas esquentaram, seu baixo ventre esmorecia e — além do corpo junto ao seu — seu coração batia forte, numa anestesia. Instintivamente, levara as duas mãos até as costas magras e as acariciou, sentindo a água escorrer pela pele do outro e por suas mãos, mas nem isso o fez parar. Ao sentir mais carinhos sobre seu pescoço, levou uma de suas mãos até a nuca do outro, perdendo-se nos pequenos fios de cabelo dali enquanto o trazia para mais perto, tentando calar a vontade de sentir aqueles lábios juntos dos seus.

Começou a mover seu corpo novamente, ouvindo o mais velho gemer em baixo de si. Porém, daquela vez era diferente das outras três. Chanyeol admitiu a si mesmo sentir algo especial pelo castanho. Não estava mais em tempo de negar. Aquele sentimento era algo que, com certeza, devia se aproximar daquele com quatro letras, o grande clichê da humanidade, aquilo que Park nem acreditava: o a_ _ _. Contentou-se com aquele abraço, ao sentir que ficava ainda mais forte. Baekhyun queria que Chanyeol o tocasse mais.

Permitiu-se abrir os olhos durante a transa. Via o chuveiro lá no alto jorrando a água quente que caía sobre o quadril de Chanyeol, cuidadosamente escorrendo até as pernas dele. Sua visão era embraçada pelo vapor, o máximo que podia ver nitidamente à sua frente era o rosto de Chanyeol levantando-se de seu pescoço. Incomodado com aquela imagem, com aquele olhar, olhou para o lado.

Perto, tão perto.

Chanyeol não o forçou a olhá-lo somente porque queria que o pequeno registrasse aquele momento, queria que gravasse em sua memória que não teria problema algum em ver o que seus desejos resultavam.

Soluçando, ainda sem perceber, espalmara a mão sobre o vidro embaçado do box, fitando sua própria pele avermelhada e úmida pelo vapor. Conforme Chanyeol movimentava-se sobre si, seu corpo movia-se consequentemente, a cada novo movimento, percebera em seus próprios dedos, a forma com que se contorcia e arranhava o vidro. Compreendera como seu corpo todo reagira ao mais novo que lambia seus mamilos naquele momento. Seus dedos longos mecanicamente agarraram seus cabelos. Tirou a mão do vidro quase sem sentir, podendo enxergar através dele. Ali viu nada demais, nada mudaria se estivesse junto dele ou se não. Ninguém saberia.

Acompanhada do som constante do chuveiro, dos corpos e da água, a respiração de Chanyeol parecia suplicar por carinho, que Baekhyun nunca o dava. Sentindo-se um pouco culpado, envolveu o loiro em mais um abraço, tão forte que parecia surreal. Os movimentos de Chanyeol tornaram-se sem pudor, iam cada vez com mais força dentro das sensibilidades dele.

Suas mãos apertavam as coxas do mais velho e todos os lugares que conseguiam alcançar, num desejo tão apurado que os olhos não conseguiriam captar. Mutuamente apertaram aquele abraço quando Chanyeol achou mais seguro acabar com aquilo logo. Com dificuldade, levou uma das mãos até o falo de Baekhyun e o masturbou rapidamente, ouvindo os gemidos ficarem cada vez mais audíveis, correspondeu sua excitação em suas investidas, movendo seu quadril da forma que lembrava que Baekhyun gostava, se satisfez ao vê-lo arquear a coluna.

Tomara nota em seus pensamentos de mais um detalhe de Baekhyun, quando ao ápice sempre pendia a cabeça para trás e a pressionava contra o chão. Fechava os olhos, sem conseguir impedir que suas unhas fossem usadas como garras, arranhando lentamente a pele que se arrepiava.

Chamou, suplicou e jurou o nome do loiro inúmeras vezes antes de se desfazer em prazer. Chanyeol o estocava rapidamente, mas, talvez, a saudade de ambos tornasse aquela pressa algo preciso entre eles. Sendo franco com seu próprio corpo, Baekhyun queria sentir a glande indo mais fundo e com mais força, somente assim afogaria a saudade daquele contato. Assim Chanyeol o fizera.

Ao ver o líquido quente e esbranquiçado tomar lugar junto das gotas de água quente, admirava o mais velho que permanecia com os olhos fechados quando se apoiou nas duas mãos, sem conseguir parar de fitar aquela expressão entorpecida pelo prazer.

Nos momentos seguintes, deliciou-se em ver que Baekhyun continuava sentindo prazer mesmo depois da ejaculação, aproveitava as últimas estocadas gemendo baixinho, até o momento em que Chanyeol buscara abrigo na curvatura de seu pescoço, se desfazendo dentro de quem lhe roubava toda sua atenção nos últimos dias.

Calou um gemido rouco nos poros de Baekhyun, descansou seu corpo e sua mente quando sentiu mais um abraço gostoso, com os dedos finos lhe acariciando os cabelos desbotados. As respirações permaneciam tortas, corações ainda disparavam quando o suor terminava de se misturar com a água. Deixaram que apenas o chuveiro levasse embora com a água o segredo daquele momento.

.

.

.

Baekhyun dormia tranquilamente sobre o peito de Chanyeol quando este recebera uma mensagem. Não queria sequer pegar seu celular, era esforço demais sair daquele castelo gostoso que era ouvir o mais velho sonhar. De toda forma, não faria mal apenas olhar o que haviam lhe mandado, mesmo que já previsse quem era. Ainda assim achou melhor checar o que Yifan tinha para dizer, não se surpreendeu quando este o chamava para ir até seu quarto, no bloco vermelho. Respondeu-lhe dizendo que não iria, mas logo recebia retornos.

Yifan:

vem logo sua bixa

Chanyeol:

vai dormir, pau no cu”.

Yifan:

porra, eu sei que cê não tá fazendo nada, vem agora

 

Chanyeol deu-se conta de que não poderia dizer que estava com Baekhyun. Além do mais, sabia que se não fosse até o quarto 26 do bloco vermelho, um certo chinês viria ao quarto 31 do bloco amarelo.

 “Chanyeol:

já to indo

 

Bufou, realmente irritado com o contratempo. Iria até lá apenas para agradar seu amigo e depois voltaria para enfim poder aproveitar a noite com o preguiçoso. Levantou-se com cuidado, extremamente lento para não acordar o menor, que apenas cochichou algo em descontentamento, ainda dormindo. Com a iluminação de seu celular, procurara algo para vestir, enfim rumou ao quarto de Yifan.

Não se surpreendeu nem um pouco quando notara a festa que faziam naquele quarto. Garrafas vazias pelo chão, outras cheias sobre a escrivaninha. Um cachimbo de água em frente à cama do chinês, e, em volta deste, vários adolescentes irresponsáveis fumando tabaco ou baseado. Ótimo, era tudo o que Chanyeol não queria àquela hora da noite.

Yifan já estava bêbado quando foi receber Chanyeol, esbaforindo a fumaça de cigarro e falando coisas sem nexo envolvendo uma empregada, um binóculo e um chafariz. Todos naquele quarto riram, Chanyeol também, mas pelo papel ridículo de seu amigo.

Ficaria só um pouco, desde que nenhum cheiro impregnasse em suas roupas. Isso poderia causar uma crise de asma em Baekhyun. Sentou-se no diminuto sofá e pôs-se a ouvir os absurdos de Yifan, que estava em pé, falando alto como se desse um show. Foi quando uma das estrangeiras, Amanda, se sentou ao seu lado. Um pouco constrangida por estar ali, viu-se aliviada ao encontrar alguém sóbrio para lhe fazer companhia. Mas ele não queria ficar. Se despediu como pôde, voltando para seu quarto. Por pouco não se molhou na chuva quando alcançou o segundo andar. Tratou de checar se havia algum cheiro em suas roupas, contentou-se ao perceber que não.

Girou a maçaneta de sua porta vagarosamente tentando manter o silêncio, não soube ao certo o que pensar ao olhar para dentro do quarto. As luzes estavam apagadas, mas mesmo assim podia ver a silhueta de Baekhyun sentada à cama, em meio ao breu.

— O-Oi cara... — Percebeu que Baekhyun movimentava-se.

Você... você demorou... Por que demorou tanto?

A voz parecia chorosa, amargurada.

— Ah, vai dizer que tem medo de escuro? — Chanyeol riu por alguns segundos, no entanto sua risada sumia aos poucos ao ouvir aquele choro baixinho.

Não me deixa aqui sozinho de novo, por favor — Ouvia a voz tornando-se trêmula e cada vez mais desesperada enquanto repetia os mesmos murmúrios, fazendo com que a respiração saísse do tom.

Baekhyun não tinha medo de escuro. Tinha fobia.

Seu corpo ficara paralisado, somente moveu-se quando ouvia os ruídos desesperados que ele fazia ao tentar puxar o ar. Sentiu seu peito queimar, arder e virar cinzas. O escuro o deixava tão apavorado que desencadeava uma crise de asma. Correu até Baekhyun o mais rápido que conseguiu, envolvendo-o num caloroso abraço após tocar seu rosto e secar suas lágrimas — seu ponto fraco em Baekhyun.

Pronto, pronto, já passou — sussurrava afagando os cabelos macios, deitando o menor em seu colo.

Não deixou seus carinhos fazerem-se faltantes, em nenhum segundo. Quando os dedos finos apertavam os tecidos de suas roupas, sussurrava dizendo que estava ali, que estava tudo bem. Beijou o topo da cabeça dele. Acendendo a lanterna de seu celular, procurou a bombinha de asma de Baekhyun e o fez usá-la, notando, aos poucos, o mais velho se acalmar.

Lá fora chovia muito. Quando conseguiu dormir já era tarde, ou já era quase cedo. Somente soube que não largou o menor em momento algum, envolvendo-o em seus braços com a força e o cuidado que fossem necessários caso acordasse assustado durante a noite, o que aconteceu duas ou três vezes.

Despertava, chamava o nome do maior e apenas voltava a descansar quando recebia um beijo em seus cabelos, junto dos incontáveis carinhos.


Notas Finais


Desculpem pelo capítulo aparentemente inútil, só queria e precisava mostrar a instabilidade do relacionamento deles, então me perdoem por favorzinho :c
Nos vemos logo!!!


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